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NÁDIA TEBICHERANE

Segue a quarentena do corpo e da alma. Nessa sucessão de dias longos, ruas vazias, o frenesi de todos os grandes negócios cessado, a correria estancada…

Tudo o que era imprescindível reduzido a um simples “isso pode esperar“.

Agora é a vida. Agora é continuar vivendo. Agora prestamos atenção a nossa respiração. Olhamos nos olhos dos que amamos e tememos por eles.

E das janelas das nossas casas, vemos o mundo lá fora e entendemos o quanto equivocada é a nossa pretensa individualidade. O quanto dependemos uns dos outros.

O quanto, apesar das nossas bolhas, estamos de verdade no mesmo barco.

Como cada onda pode nos atingir com a mesma intensidade sem perguntar quem somos e de onde viemos.

Nunca ficou tão claro que não é sobre cada um. Agora vamos ver o quanto há de cura em nós.

Quando a tempestade passar, muitos seguirão suas vidas sem se dar conta do que aconteceu. Outros ficarão mais perto de entender o que realmente importa diante de uma finitude que nos foi lembrada de forma tão acachapante.

Veremos que as coisas mais leves e simples não foram levadas pelas ondas e nos ajudaram a continuar a viagem.

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