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FAB e empresas de Táxi Aéreo transportam pacientes com COVID-19 do Amazonas para outros estados

Amazonas – Em despacho emitido na noite de quinta-feira (14), a juíza Maria Pinto Fraxe, da 1ª Vara Federal Cível da Justiça Federal do Amazonas, determinou que a União transfira imediatamente todos os pacientes da rede pública de Manaus que possam morrer por conta da falta de oxigênio.

O despacho atende a um pedido do Ministério Público Federal, do Ministério Público Estadual e das Defensorias Públicas. A capital amazonense enfrenta colapso no sistema de saúde devido ao aumento das internações por COVID-19 e falta de oxigênio. Nesta quinta, o governo estadual informou que 235 pacientes começaram a ser transferidos para outros Estados.

Além disso, a Secretaria de Estado da Saúde do Amazonas vai transferir para outros estados brasileiros bebês prematuros internados em maternidades públicas amazonenses, por conta da falta de oxigênio dos hospitais. São Paulo, Paraná, Minas Gerais e Maranhão ofereceram leitos.

Até o momento, mais de 223 mil pessoas foram infectadas pelo novo coronavírus no Amazonas e mais de 5,9 mil morreram devido à doença. O Estado tinha um saldo de 1.581 pacientes internados, sendo 518 em leitos de UTI.

Remoções de pacientes

A Força Aérea Brasileira (FAB) já iniciou o transporte de pacientes, acompanhados de equipes de saúde, de Manaus (AM) para outros estados do País. Duas aeronaves C-99 do Primeiro Esquadrão do Segundo Grupo de Transporte (1º/2º GT) foram deslocadas para realizar os transportes.

O planejamento é de que partirão voos de Manaus (AM) com destino a São Luís (MA), Teresina (PI), Natal (RN), João Pessoa (PB), Brasília (DF) e Goiânia (GO), transportando pacientes e profissionais de saúde.

Empresas de táxi aéreo que realizam transporte aeromédico de pacientes críticos também estão sendo muito demandadas. Não se tem números consolidados das quantidades de transportes de pacientes com COVID-19 realizados pelas operadores aeromédicos.

Empresas como Uniair, Brasil Vida, Abelha, Sete, Líder, Helisul, AllJet, Unimed Aeromédica, AirJet estão realizando essas remoções desde o ano passado e muitas tiveram um aumento exponencial nas operações.

No Brasil existem cerca de 40 empresas que fazem esse tipo de transporte, porém, além do grande número de pedidos, para realizar a remoção de pacientes com COVID-19 são exigidos equipamentos como cápsulas de isolamento e vestimentas especiais, além de protocolos rígidos, o que dificulta ainda mais essa atividade que já é complexa.

Transporte de oxigênio

Além dos transportes de pacientes, duas aeronaves C-130 Hércules da FAB decolaram da Base Aérea de São Paulo, em Guarulhos (SP), na quinta-feira (14), com mais de 18 toneladas de cilindros de oxigênio líquido, que serão utilizados por hospitais no atendimento a pacientes da COVID-19, no estado do Amazonas.

Na quarta-feira (13), uma aeronave multimissão KC-390 Millennium da FAB já havia transportado oito toneladas de equipamentos para Manaus. Levaram material hospitalar, camas, cilindros de oxigênio, macas e barracas, totalizando 8.820 quilos de materiais que irão equipar o Hospital de Campanha (HCAMP).

O negócio de aviação da Prevent Senior cresceu 500% durante a pandemia de COVID-19

Exame Negócios, por Mariana Desidério.

São Paulo – O grupo que controla a operadora de planos de saúde Prevent Senior possui um negócio de aviação cuja demanda explodiu com a pandemia. Trata-se da Air Jet, empresa de táxi aéreo especializada em voos aeromédicos.

Com a pandemia do novo coronavírus, a Air Jet viu a demanda por suas UTIs aéreas crescer 546%, e ampliou a oferta do serviço para terceiros. De acordo com o presidente da Prevent Senior, Fernando Parrillo, 68% dos voos realizados pela companhia nos últimos meses atenderam a outras empresas ou particulares. O serviço é gratuito para beneficiários da Prevent Senior, que tem foco no público idoso.

  • Para saber mais sobre o serviço aeromédico da Air Jet, CLIQUE AQUI.
Helicóptero aeromédico da Air Jet, empresa de táxi aéreo dos donos da Prevent Senior (Air Jet/Divulgação)

Dos pacientes transportados na pandemia, 80% eram pessoas com a COVID-19. Para transportar esses pacientes, a empresa comprou macas especiais que permitem o total isolamento dos doentes em uma espécie de bolha.

A Air Jet possui hoje três helicópteros, dois aviões adaptados, além de oito aeronaves executivas. Dois dos helicópteros foram usados no socorro após o desastre da barragem da Vale em Brumadinho (MG). A companhia já encomendou outros dois helicópteros modelo H 145 D3, da Airbus, que estão em fabricação e custam 10 milhões de dólares cada.

Também negocia a aquisição de mais um Learjet 45, aeronave com capacidade para transportar 8 ou 10 passageiros em viagens interestaduais e internacionais. A previsão é investir 150 milhões de reais em aeronaves no médio prazo. A intenção é ter a possibilidade de fazer remoções de pacientes que estejam na Europa, caso necessário.

Air Jet Táxi Aéreo realiza transporte aeromédico de paciente da cidade de Lorena para São Paulo.

“Aqui estamos mais acostumados com as ambulâncias, mas a remoção aérea já é bem comum nos Estados Unidos. Acreditamos que isso vai crescer no Brasil. As pessoas vão entender que ter um transporte adequado e seguro faz parte do sistema de atendimento. Nossa meta é ser uma referência nesse serviço”, afirma Parrillo.

A empresa também realiza voos executivos, um serviço que, na visão de Parrillo, deve crescer após a pandemia. “Quem pode, quer evitar entrar em um avião com muitas pessoas, então tem muita gente contratando voos executivos”, diz. A empresa leva em média uma hora para transformar uma aeronave comum em uma voltada para o transporte aeromédico e vice-versa.

Desde o início da pandemia, o número de funcionários da Air Jet subiu de 38 para 65 e o faturamento está na casa dos 100 milhões de reais ao ano, usando projeções dos números atuais.

Além dos investimentos em aeronaves pela Air Jet, a Prevent Senior prevê investir 350 milhões de reais, incluindo a abertura de quatro novas unidades hospitalares. A empresa se prepara para inaugurar em julho um novo hospital na região do Morumbi, na zona sul de São Paulo, desenhado para ter suítes exclusivas para os acompanhantes de pacientes internados. A unidade está agora em fase de treinamento dos funcionários.

Helicóptero da Air Jet, com maca adaptada para receber pacientes de covid (Air Jet/Divulgação).

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