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Association of Air Medical Services

Fundação MedEvac realizará webinar sobre Gerenciamento de Risco de Fadiga em Ambientes Estressantes

EUA – A Fundação MedEvac está organizando um webinar sobre gerenciamento de risco de fadiga em ambientes estressantes, especialmente entre as tripulações que atuam em operações de Evacuação Aeromédica (MEDEVAC). Os tempos de descanso das tripulações aeromédicas são uma questão de grande importância, que, na opinião de profissionais do setor, não recebem atenção suficiente.

A Fundação MedEvac organizou um webinar que acontecerá no dia 24 de setembro, através da ferramenta ZOOM, e que se concentra na fadiga dos profissionais de saúde.

O evento virtual será moderado por Cameron Curtis, Presidente e CEO da Association of Air Medical Services e MedEvac Foundation International, apresentado por Jared Hughes, Diretor de Desenvolvimento, MedEvac Foundation International, com os painelistas Jason Starke, Diretor de Padrões da Baldwin Safety & Compliance, e Daniel Mollicone, Cofundador, CEO e Cientista-chefe da Pulsar Informatics.

Segundo a Fundação, “a fadiga afeta as equipes, cujas atividades essenciais garantem que os pacientes sejam entregues com segurança, e o gerenciamento da fadiga é uma responsabilidade compartilhada entre a organização e os membros da tripulação”.

Fatores estressantes, como a atual crise do COVID-19, podem contribuir para a ansiedade em relação à incerteza, o que também aumenta a fadiga. É responsabilidade da organização estruturar horários de serviço com oportunidades de descanso adequadas e uma política de gerenciamento de risco de fadiga.

Nas apresentações serão demonstradas de forma abrangente como a coleta de dados objetiva pode ajudar a rastrear fontes de fator humano de risco de fadiga que podem ser ampliados no contexto da pandemia atual. As apresentações também descreverão uma abordagem de liderança e comunicação para ajudar a reduzir a ansiedade e o estresse das tripulações, disse a Fundação em nota.

Martina Santimone testemunhou vários momentos dos profissionais que trabalharam e lutaram pela saúde de todos contra a propagação da COVID-19. Aeroporto Orio al Serio © Martina Santimone.

Os números do serviço aeromédico americano e o impacto da pandemia de COVID-19 no setor

Eduardo Alexandre Beni

EUA – A indústria aeromédica (Medical Evacuation – MedEvac) nos Estados Unidos da América é uma das maires do mundo e combina dois grandes setores, a aviação e a assistência médica. Os números americanos impressionam e percebe-se que esse mercado é demandado em todos os países, especialmente em razão da pandemia de COVID-19.

Nos EUA, diante de todas as demandas atuais, o presidente Donald J. Trump autorizou no dia 27 de março a ajuda de US$ 100 bilhões para serem distribuídos pela Administração a prestadores de serviços de saúde, incluindo hospitais que combatem esta doença.

Mesmo assim, no dia 17 de abril a Associação de Serviços Aeromédicos (Association of Air Medical Services  – AAMS), com sede em Alexandria, Virgínia, solicitou ao Congresso Americano o aporte de US$ 815.920.000,00 para o setor. Já havia solicitado no dia 07 de abril financiamento por seis meses de US$ 254.424,00 por aeronave, para uma alocação total de US$ 363.571.425,00.

Além de ter havido uma redução de 40% nos voos aeromédicos, os serviços continuam gastando recursos adicionais para aquisição de equipamentos, insumos hospitalares, treinamento, afastamento de tripulação, contratações extras, relacionados ao COVID-19. Segundo a AAMS, até o momento, as ambulâncias aéreas já transportaram mais de mil pacientes infectados com COVID-19.

Segundo o estudo em 2017 da MedEvac Foundation International, dos transportes aeromédicos de pacientes em ambulâncias aéreas realizados nos EUA, 37% são segurados pelo Medicare, 26% seguro comercial, 24% Medicaid, 10% não têm seguro e 2% recebem seguro através de algum outro programa do governo.

Para entender melhor a magnitude dos números e a importância desse serviço nos EUA, a AAMS apresentou alguns dados relevantes em tempos de normalidade:

  • A cada 90 segundos, um helicóptero aeromédico responde a uma chamada para ajudar uma pessoa necessitada.
  • Quase 50 milhões de americanos vivem a mais de uma hora de distância de um centro de trauma de nível 1 ou 2 e os helicópteros permitem um aumento de aproximadamente 38% ao acesso da população desses centros.
  • Os helicópteros e aviões transportam aproximadamente 400.000 pacientes anualmente.
  • Os aviões transportam mais de 100.000 pacientes por longas distâncias anualmente.
  • Nos Estados Unidos, existem mais de 1.400 aeronaves aeromédicas (aviões e helicópteros) com pessoal e equipamentos adequados para transportar e tratar os pacientes, em mais de 1.050 bases.
  • O transporte aeromédico em aviões e helicópteros de pacientes graves reduz o número de dias necessários no hospital / UTI e pode resultar em uma melhor recuperação ao paciente.

Segundo a AAMS, os aviões e helicópteros aeromédicos são frequentemente acionados para atendimento de vítimas de acidente, traumas graves, paradas cardiorrespiratórias ou derrames, especialmente nos casos em que o fator tempo é fundamental.

Aproximadamente 70% dos transportes de pacientes são entres hospitais e 30% são transportes/resgates de pacientes de uma cena de acidente. As aeronaves oferecem um acesso significativamente melhor aos pacientes que moram em áreas mais remotas ou sem estrutura hospitalar para a especialidade.

Na história americana, como mundial, percebemos que esses serviços começaram a ser estruturados em momentos de necessidade. Alguns fatos históricos marcaram o início desses serviços no EUA. Em 1926, o Exército Americano usava um avião convertido para transportar pacientes da Nicarágua para um hospital no Panamá. O transporte utilizando helicópteros começou durante o conflito coreano nos anos 50.

A Polícia Estadual de Maryland transportou em helicóptero o primeiro paciente ferido em acidente de trânsito em março de 1970 e o primeiro serviço civil de helicóptero médico hospitalar foi estabelecido em 1972 no St. Anthony’s Hospital em Denver, Colorado.

First Medevac Mission, March 19, 1970.

Diante dessas experiências adquiridas ao londo das décadas, o estudo da MedEvac Foundation International abordou a capacidade dos Serviços Médicos de Emergência em Helicópteros (HEMS) e apontou como sendo um elo vital para os sistemas de saúde de muitos países ao redor do mundo.

No entanto, esses serviços não existem em muitos países, inclusive nas regiões economicamente desenvolvidas. Assim, o objetivo do trabalho foi apresentar soluções para qualquer nação desenvolvida ou em desenvolvimento utilizar como guia, a fim de estabelecer sistemas aeromédicos em seu país.

Estamos presenciado a necessidade dessas nações possuírem estruturas organizadas e preparadas para situações de crise, como essa que estamos enfrentando. Aqueles que possuem estão conseguindo auxiliar os sistemas de saúde com mais eficiência, realizando o transporte de pacientes graves e até mesmo de equipamentos e insumos hospitalares para áreas remotas ou que precisam de ajuda.

Como a necessidade demanda ações imediatas, a pandemia de COVID-19 exigirá que governos estruturem melhor seus serviços de assistência médica à população, inclusive o aeromédico. O mundo passa por uma crise e os sistemas terão que ser remodelados.

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