Ceará – Uma aeronave da Coordenadoria Integrada de Operações Aéreas (Ciopaer) da Secretaria da Segurança Pública e Defesa Social (SSPDS) do Ceará foi direcionada, na manhã desta terça-feira (10), após solicitação do Governo do Estado do Piauí, para prestar auxílio em regiões que foram atingidas por enchentes naquele Estado. Dois pilotos, dois tripulantes e um mecânico da unidade cearense foram deslocados para a missão.
No primeiro momento, os agentes da segurança pública realizaram voos para averiguação e monitoramento de barragens, açudes e rios que, em virtude das últimas chuvas, estão elevando o nível de suas águas, causando o transbordamento das mesmas e ocasionando riscos a populações ribeirinhas do Piauí.
A equipe foi requisitada para sobrevoar as cidades de José de Freitas, Barras, Cabeceiras e Esperantina, que foram as cidades mais afetadas pelas últimas chuvas.
Os agentes sobrevoaram os municípios de José de Freitas e Barras, mas devido ao péssimo tempo, tiveram que retornar à base, situada no aeroporto Senador Petrônio Portella, em Teresina. O acionamento da Ciopaer é resultado do serviço de referência prestado a população cearense.
Segundo Kelvin Morton, da empresa DroneAdvantage Austrália, um salva-vidas operando um drone apelidado “The Little Ripper”, efetuou o lançamento de um dispositivo inflável perto das vítimas, que foram capazes de usá-lo para retornar com segurança para a costa.
O resgate ocorreu após um evento com a imprensa local para demonstrar vários recursos do drone como parte de um programa público entre o Surf Life Saving New South Wales (SLSNSW) e o governo estadual de New South Wales (NSW), Austrália.
Um programa público de quase US$ 12,5 milhões, chamado de Shark Management Strategy, implementou o maior programa de vigilância de tubarões com drones de todo o mundo. Este programa, que está atualmente em um período experimental, trabalha em conjunto com o Universidade de Tecnologia de Sydney e os operadores de drones “The Ripper” testam um sistema de inteligência artificial capaz de detectar tubarões com alta precisão em tempo real.
Um complemento ao programa de vigilância é a sua utilização em ocorrências de resgate.
Como parte do programa de teste, o grupo “The Ripper” fornece uma frota de drones, encarregada de operações de vigilância e salvamento. Embora uma série de drones estejam disponíveis através do programa, aqueles que são utilizados pelo SLSNSW consistem em dois tipos de equipamentos: o DJI Phantom 4 Pro e o maior DJI Matrice 600 Pro com seis rotores. O DJi Matrice 600 Pro foi configurado com opcionais que incluem câmeras, sirenes de tubarão e um mecanismo de transportar e lançar um equipamento de resgate.
O projeto
Em 15 de dezembro, as operações foram iniciadas em nove locais com 18 drones de vigilância de tubarões Phantom 4 fornecidos pelo grupo “The Ripper”. Em cada local, voaram um mínimo de sete voos por dia, sendo que em muitos locais voaram mais que isso devido ao entusiasmo com que os salva-vidas adotaram a tecnologia.
O SLSNSW busca a excelência quando se trata de atuar nas operações de salvamento. Quanto mais rápido puderem reagir, mais vidas poderão salvar. É por isso que também implantaram dois drones maiores, utilizados em praias específicas, dependendo das condições prevalecentes. A configuração e decolagem desse drones são extremamente rápidas – menos de 60 segundos -, então há um valor significativo em usá-los como unidades móveis, porém como são mais caros selecionarão o local de onde irão operá-los.
Como parte da configuração de resgate, o grupo The Ripper configurou o drone DJI Matrice 600 Pro com uma câmera óptica Zenmuse Z3 de alta definição, uma sirene de alerta e instalou um mecanismo de lançamento desenvolvido especificamente para o M600. A experiência considerável do Grupo Ripper vem de sua própria iniciativa com as cargas infláveis especialmente desenvolvidas.
Projetado pelo grupo e fabricado sob licença pela SOS Marine na Austrália, o Marine Rescue Pod ULB infla após o impacto com a água e se torna um tubo de aproximadamente 2 metros de comprimento, onde pessoas em dificuldades podem utilizar para flutuar até que guarda-vidas cheguem até elas.
“O Rescue Pod é melhor descrito como uma carga útil semelhante a uma bolsa que é transportada pelo drone”, disse Ross Spencer, diretor-gerente da SOS Marine. “Uma vez que é lançado na água, ele é projetado para se auto-inflar dentro de cinco segundos”.
Eddie Bennet, CEO da Westpac Little Ripper, descreveu sua opinião sobre a utilização de drones de resgate e a sua capacidade de carga útil:
“Houve alguma discussão sobre o envio de drones para auxiliar as pessoas, mas todos os especialistas em segurança das praias concordam que, se é uma questão de potencial afogamento, o risco da utilização de um drone torna-se irrelevante. A próxima parte da equação é o equipamento de resgate transportado e o seu mecanismo de liberação no drone. Nós testamos a capacidade dos drones de transportar dois pods no caso de um deles não cair perto da pessoa em dificuldade, ou se várias pessoas estiverem envolvidas”.
Naturalmente, os helicópteros oferecem uma capacidade de atuação muito maior. Mas essa capacidade vem agregado um custo significativo em treinamento, operação e manutenção, e isso limita o número de plataformas disponíveis para operação.
“Os helicópteros são incrivelmente bons no que eles fazem, e eles monitoram ativamente, através do rádio, todos os eventos em que precisam atuar. O desafio é estar perto da praia onde precisamos de apoio”, afirmou Morton. “Neste caso, estávamos no lugar certo no momento certo com um recurso aéreo que estava sobre a vítima em segundos. Não teríamos conseguido tirá-los da água, mas nós fomos ajudar, e posso afirmar, nós salvamos suas vidas”.
É claro que os drones podem produzir resultados significativos. Mas no campo da busca e salvamento, a atuação está mais focada no aspecto da busca em si, enquanto o aspecto do salvamento está focado no auxílio à vítima, como foi observado neste caso. Os drones são um complemento natural para os recursos de busca e salvamento dos helicópteros, e certamente sua atuação crescerá à medida que mais usuários definirem suas necessidade e requisitos.
O projeto Surf Life Saving New South Wales (SLSNSW) continua até final de abril, quando será efetuada uma avaliação abrangente de seus resultados.
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