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Transporte aeromédico em tempos de pandemia – Qual unidade de isolamento de paciente utilizar?

Eduardo Alexandre Beni
Editor

Desde o início do ano, a pandemia do novo coronavírus (Sars-CoV-2) apresentou a todos nós, mas também aos profissionais de saúde, empresas, instituições e organizações, desafios sem precedentes.

Dentre tudo aquilo que foi preciso fazer e do que está sendo realizado no mundo, um equipamento recebeu destaque e teve tratamento especial, inclusive pelas autoridades de aviação civil no mundo. São as chamadas cápsulas ou cabines de isolamento de paciente, bolhas de respiração individuais (capacetes), além de sistemas mais complexos de contenção biológica, com as IsoArk.

No Brasil foram desenvolvidas as Cabines Vanessa, a bolha de respiração individual BRIC® e a cápsula de isolamento da Êxitofire. Todas elas com características próprias, flexíveis, mas com o objetivo de proteger o paciente bem como os profissionais de saúde durante o transporte. Outros equipamentos que ganharam muito destaque internacional foram as cápsulas de isolamento rígidas EpiShuttle, as cápsulas flexíveis IsoArk N36 e o “capacete” flexível SEA-LONG.

Sabemos que muitos elementos precisam trabalhar juntos para garantir uma conduta segura, que inclui o meio de transporte, o treinamento das equipes, os procedimentos padronizados, os equipamentos e uma comunicação eficiente.

Durante o transporte, o equipamento deve facilitar o trabalho da equipe de saúde e garantir sua segurança. À medida que mais equipamentos são disponibilizados no mercado, o foco deve ser garantir que eles auxiliem os profissionais de saúde e não atrapalhem seu trabalho. Portanto, deve ser fácil de usar e aplicável em diferentes situações.

As unidades de isolamento de um único paciente foram fundamentais durante a pandemia de COVID-19 e ajudaram as equipes de saúde em todo o mundo no transporte de pacientes com doenças altamente infecciosas. Existem várias alternativas disponíveis no mercado, mas a questão é sempre “qual é a melhor?

Examinando mais de perto um aspecto importante das diferentes unidades de isolamento do mercado observa-se basicamente dois tipos, as flexíveis e as rígidas. Mas quais são as vantagens e desvantagens de cada uma delas?

As diferenças

As cápsulas de isolamento podem possuir uma estrutura rígida ou flexível, e sua principal função é isolar o paciente do ambiente e das pessoas. As unidades também devem garantir que o paciente possa ser transportado com segurança e conforto. Se uma solução rígida ou flexível é a melhor, depende do usuário e de suas necessidades.

Historicamente, a maioria das unidades de isolamento de um único paciente são flexíveis e essa solução apresenta algumas vantagens. Essas cápsulas podem ser enviadas recolhidas e montadas na chegada, economizando custos de envio e tornando-as fáceis de armazenar quando não estiverem em uso, como acontece com as cápsulas da Êxitofire e as bolhas individuais.

Com as unidades flexíveis pode ser mais fácil manobrá-las em espaços apertados, além de permitir sua utilização em uma ampla variedade de veículos e aeronaves. Porém, por não possuírem uma estrutura firme, muitas não são adequadas para transporte por avião ou helicóptero, pois descompressão rápida, vibrações e impactos fortes podem causar rasgos e vazamentos. Além disso, a maioria das unidades flexíveis oferecem acesso limitado às vias aéreas do paciente.

Existem algumas unidades rígidas disponíveis no mercado, sendo a mais proeminente a EpiShuttle. Elas são naturalmente mais robustas e podem ser usadas ​​em uma variedade de veículos, incluindo ambulâncias, aviões e helicópteros. Uma limitação das cápsulas rígidas é sua falta de flexibilidade, pois pode não caber em todas as configurações, especialmente em alguns aviões e helicópteros menores.

Na maioria dos casos, no entanto, tanto para as unidades flexíveis, quanto para as rígidas, isso pode ser resolvido entre o fabricante e o usuário, já que os fabricantes costumam resolver esses problemas. A EpiGuard oferece, por exemplo, adaptadores para uma variedade de macas, como Stryker, Stollenwerk e Ferno, e colaboram com fabricantes de interiores de aeronaves para desenvolver adaptadores e sistemas de elevação para o EpiShuttle.

A operadora aeromédica alemã, DRF Luftrettung comprou onze dessas cápsulas como parte de investimento em segurança e proteção à saúde do paciente e da tripulação, pois além do novo coronavírus, também lidam com uma infinidade de vírus altamente patogênicos. (Saiba mais no relatório divulgado pela DRF sobre sua atuação durante a pandemia)

Em 2018, as Estações de Stuttgart e Rheinmünster da DRF receberam e testaram o equipamento. Em 2020, a DRF estava em posição privilegiada para agir rapidamente e equipar as bases com as cápsulas de isolamento.

Proteção e Segurança

A segurança e a saúde do paciente são o foco principal no transporte aeromédico, mas é igualmente importante que a equipe de saúde seja protegida. A maioria das unidades de isolamento para um único paciente é equipada com ventiladores que criam uma pressão negativa dentro da unidade, ajudando a garantir que não haja transmissão de patógenos perigosos no caso de uma pequena ruptura.

Com as cápsulas rígidas, o paciente fica completamente isolado e patógenos perigosos ficam contidos dentro da unidade e seus filtros. Isso significa que não há necessidade de descontaminar o veículo e a equipe de saúde só precisa usar EPI durante o embarque e desembarque, garantindo que os veículos e aeronaves permaneçam em operação e que a equipe não sofra fadiga.

No entanto, a pressão negativa não resolve o problema com gotículas ou fluidos corporais. Se as unidades não estiverem completamente seladas, pode haver uma transmissão. A EpiShuttle, por exemplo, possui base firme, bordas altas e mantém o paciente elevado, para que os fluidos fiquem dentro da unidade e longe do paciente.

Entre a capota rígida e a base, existe uma vedação hermética. Enquanto que em unidades flexíveis, não possuem essa condição, pois costumam utilizar zíperes para prender a base e a parte superior. Isso costuma vazar e há uma chance maior de ruptura.

Outro ponto muito importante na capsula rígida é sua capacidade de oferecer segurança ao paciente durante uma eventual colisão, o que não é possível oferecer nas flexíveis. As cápsulas rígidas realizam testes de impacto, como aconteceu com a EpiShuttle, que passou pelos ensaios no Centro de Testes Sueco e atendem a Norma Europeia para equipamentos de ambulância (EN1789).

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E quanto aos custos?

Considerando os custos das diferentes unidades, tudo depende das necessidades do usuário. Existe uma grande variedade de cápsulas disponíveis no mercado e de excelente qualidade. Mas se o produto for importado, os valores podem ficar impraticáveis por uma série de razões.

Sem entrar nos motivos de cada produto, é comum equipamentos médicos chegarem no Brasil com valores muito altos, alguns chegam a custar 4 vezes mais, e que podem inviabilizar a aquisição, especialmente se for compra realizada por processo licitatório, que exige entre outras coisas, pesquisa de preço para demonstrar que seu valor é compatível com o praticado no mercado.

Ao comparar as unidades flexíveis e rígidas, especialmente se forem importadas, há uma enorme diferença de custos, principalmente no custo operacional total de aquisição. As cápsulas de isolamento flexíveis são normalmente mais baratas de comprar, mas o custo operacional total pode ser mais alto, pois vão requer descontaminação do equipamento e do meio de transporte.

No Brasil, os operadores aeromédicos e unidades aéreas públicas optaram pelas cápsulas flexíveis fabricadas no país, tanto em relação ao custo, qualidade, quanto à disponibilidade do produto, privilegiando é claro a indústria nacional. Ainda há muita limitação de produtos importados de alta tecnologia estarem disponíveis no Brasil a preços factíveis para seu emprego imediato em prol do atendimento aos pacientes.

Mesmo com todos os problemas enfrentados no Brasil e no mundo, as unidades de isolamento flexíveis ou rígidas para um único paciente ofereceram proteção adicional ao meio ambiente, às equipes de saúde, tripulações e tornaram os transportes aeromédicos e terrestres mais fáceis, eficientes e mais seguros.

DRF da Alemanha utilizando uma capsula rígida e a aperadora aeromédica brasileira AllJet utilizando uma flexível.

Empresa de Táxi Aéreo passa a usar “bolha de respiração individual” no transporte de paciente com COVID-19

Brasil – Longe dos grandes centros e de hospitais com estrutura para o tratamento do COVID-19, muitos pacientes precisam ser transferidos por longas distâncias para receber tratamento. Nessas situações, a opção mais rápida e segura é o serviço de UTI aérea.

Porém, as empresas de táxi-aéreo que prestam esse tipo de serviço costumam usar aviões de pequeno porte, o que dificulta o distanciamento social e o uso de capsulas de isolamento de paciente. Médicos e tripulantes são obrigados a usar roupas especiais de proteção, mas ainda faltava recursos extras para o próprio paciente.

A solução foi usar um “capacete” chamado de BRIC® (Bolha de Respiração Individual Controlada), um dispositivo em formato bolha de uso individual, impermeável, de conexões respiratórias, que permite uma zona de controle de ar e oxigênio. Ele funciona com 04 válvulas estanques de acesso para instalação de conexões de entrada e saída do fluxo de ar, sonda de alimentação e acesso venoso.

Há apenas um modelo fabricado no Brasil, lançado sob a marca Life Tech Engenharia, aprovado pela ANVISA (Agência Nacional de Vigilância Sanitária). Uma das empresas de táxi aéreo que adotou o equipamento foi a Abelha Táxi-Aéreo e Aeromédico, de Cuiabá (MT), que comprou 20 unidades do equipamento.

O “capacete” é indicado para paciente com sintomas respiratórios graves. No transporte aeromédico, no entanto, ele será utilizado mesmo por pacientes em melhores condições. Além do tratamento, o objetivo é evitar riscos de contaminação de médicos e tripulantes presentes no voo.

“Se o paciente não está sendo tratado com o capacete, vai ser utilizado com a finalidade de proteger toda a equipe médica, tripulação e paciente durante o deslocamento, pois tem como sua principal característica a estanquidade (vedação), capacidade de conter o vazamento, essencial para evitar a propagação da doença e não expõe os profissionais a aerossóis, diminuindo bastante as chances de contaminação”, afirmou o médico da operadora, Rodrigo de Brito.

“Com essa parceria, conseguimos melhorar a ventilação e oxigenação do paciente, assim como melhorar a segurança de contaminação dentro da cabine, preservando a equipe médica e os pilotos”, complementou.

Estados Unidos

A operadora aeromédica Life Link III, nos EUA, também passou a usar dispositivo semelhante para o enfrentamento da pandemia de COVID-19. Para pacientes com suspeita ou confirmação do novo coronavírus e não intubados, agora poderão utilizar os “capacetes” Sea-Long.

Esses capacetes americanos custam cerca de US$ 280 e fornecem vedação a prova de vazamento quando instalados corretamente. Além disso, para segurança das equipes aeromédicas, as tripulações utilizam máscaras de respiração Tiger durante os voos.

Como acontece com o dispositivo brasileiro, no hospital, a equipe médica poderá continuar com a ventilação do “capacete” ou realizar a transição do paciente para outro dispositivo.

“capacetes” Sea-Long

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