São Paulo – No sábado (01), na cidade de Itapetininga, área do Comando de Policiamento do Interior – 7, foi realizada solenidade comemorativa aos 85 anos da Revolução Constitucionalista de 1932 (RC 32). A região de Itapetininga, interior de São Paulo, foi um importante ponto de resistência durante a Revolução Constitucionalista de 1932 que completa 85 anos no dia 9 de julho.
Para comemorar esse momento histórico houve a inauguração Monumento aos Gaviões de Penacho no Centro de Lazer Fausto Ramalho, o lançamento da edição impressa do livro “Cruzes Paulistas” do Prof. Dr. Jefferson Biajone e a entrega de Diploma de “Honra ao Mérito Cruzes Paulistas”.
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O evento foi realizado pelo 1 º Núcleo de Correspondência “Paulistas de Itapetininga! Às Armas!”, sucursal da Sociedade Veteranos de 32-MMDC, com a presença do Cel PM Mario F. Ventura, Presidente da Sociedade Veteranos de 32 – MMDC, do Prof. Dr. Jefferson Biajone, Presidente do Núcleo de Itapetininga, do Cel PM Falconi, Comandante da Aviação da Policia Militar, do Cel PM Antônio Valdir, Comandante do CPI-7, além de personalidades civis e militares.
A inauguração do Monumento a Aviação Constitucionalista acorreu com o descerramento da placa GAVIÕES DE PENACHO em homenagem aos aviadores e pessoal de apoio ao primeiro grupo de aviação que há 85 anos defenderam os céus e o território do estado de São Paulo. O monumento foi instalado no local onde os aviões das tropas Constitucionalistas decolavam para a frente de combate.
Durante o evento, os Estandartes da Guarda Civil Metropolitana de Itapetininga e do Grupamento de Radiopatrulha Aéreo “João Negrão” da Polícia Militar foram condecorados com a honraria Medalha CONSTITUCIONALISTA, outorgada pela Sociedade Veteranos de 32 – MMDC.
Para conhecer melhor essa história, o Prof. Dr. Jefferson Biajone, Presidente do 1 º Núcleo de Correspondência – MMDC de Itapetininga, escreveu um breve texto sobre os Gaviões de Penacho, confira:
Jefferson Biajone
A Aviação Constitucionalista (Gaviões de Penacho) remonta da criação da arma da aviação da Força Pública do Estado de São Paulo em 17 de dezembro de 1913, a qual extinta foi pelo Governo de Getúlio Vargas a 18 de dezembro de 1930.
Com a deflagração da Revolução de 32 em 9 de Julho, o Governo de São Paulo reinstituiu a Arma da Aviação, agora sob a denominação de Grupo Misto de Aviação da Força Pública, misto por ser composto de aviadores da Força Pública e do Exército Brasileiro e que sob a célebre autonomásia de GAVIÕES DE PENACHO, compreendeu o esforço da aviação constitucionalista nos céus e ares de São Paulo nos 89 dias de luta que perfizeram a revolução.
Iniciando suas atividades bélicas a 17 de julho de 1932 em base e campo de pouso e decolagem exatamente neste local onde estamos, os pilotos e o pessoal de apoio e manutenção dos Gaviões de Penacho contavam com apenas cinco aeronaves para fazer frente a dezenas de outras pertencentes à aviação do Exército e da Marinha.
Nesse mister, coube aos Gaviões de Penacho a defesa dos três setores que dividido foi o Estado de São Paulo durante a revolução, Norte, Sul e Leste, além do litoral, fosse no bombardeio contra efetivos e instalações inimigas, fosse nos combates aéreos contra os “vermelhinhos” adversários ou contra tropas de diversas armas ao solo.
A imensa extensão territorial do Estado, aliada ao enorme quantitativo de missões que atribuídas foram aos aviadores constitucionalistas levaram suas aeronaves ao extremo do uso operacional, bem com a realizarem verdadeiros prodígios de bravura e heroísmo nos céus de São Paulo, na maioria das vezes contra número superior de contendores.
Em 24 de setembro de 1932, a baía de Santos encontrava-se bloqueada pelo cruzador Cruzeiro do Sul quando três aviões constitucionalistas deixaram a capital para abater esse vaso de guerra da Marinha.
No ataque, deram-se as duas únicas baixas dos Gaviões de Penacho em toda a revolução que resultou da explosão da aeronave constitucionalistas que trazia a bordo o 1° tenente aviador José Angelo Gomes Ribeiro e o 2° tenente observador Mário Machado Bittencourt.
Ambos morreram no cumprimento do dever e heróis da aviação constitucionalistas se tornaram, tendo sido elogiados e promovidos post mortem por bravura pelo general Brazilio Taborda, comandante do Exército Constitucionalista do Setor Sul sediado em Itapetininga.
A 8 de outubro de 1932, seis dias após o Armistício que levou ao fim a Revolução de 32, foi declarada extinto o Grupo Misto de Aviação da Força Pública e com ele os Gaviões de Penacho, mas a sua memória gloriosa, esta perenizada foi pelo valor de seus feitos.
De fato, a memória do que foram e significaram os GAVIÕES DE PENACHO hoje vive e permanece ativa e altaneira nos céus e ares de São Paulo no seu honroso herdeiro, o Grupamento de Radiopatrulha Aérea “João Negrão”, Unidade da Policia Militar do Estado de São Paulo que na atualidade constitui a aviação paulista, cujos helicópteros ÁGUIA integrantes, compõem o maior esquadrão de asas rotativas da América Latina e um dos maiores do mundo nas dezenas de bases operacionais espalhadas pelo Estado e que empregados são, diuturnamente, no combate ao crime, no monitoramento, no transporte de transplantes e autoridades, bem como no resgate de pessoas.
Este monumento, que hoje é inaugurado, objetiva contribuir para o resgate e perenização da memória dos GAVIÕES DE PENACHO, filhos da Arma Aérea da antiga Força Pública do Estado de São Paulo fundada em 1913 e pais do Grupamento de Radiopatrulha Aérea “João Negrão”, da atual Policia Militar do Estado de São Paulo fundado em 1984.
Que as gerações presentes e futuras, ao contemplarem este monumento e os nomes em sua placa inscritos, não deixem de proferir uma prece de agradecimento aos nossos guardiões alados de ontem e de hoje pela glória imarcescível que há 104 anos colhem para São Paulo e para o Brasil.
PRO BRASILIA FIANTE EXIMIA!
Sustentae o fogo que a victória é nossa!
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Fotos: Antonio Carlos Aristides e Antônio Carlos Soares.