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Líder Aviação

Pandemia de COVID-19 mantém a demanda por UTI aérea privada em alta

O novo aumento de casos de COVID-19 no Brasil tem feito a demanda por UTI aérea continuar em alta. As empresas de Táxi Aéreo autorizadas pela Agência Nacional de Aviação Civil (ANAC) para realizar o serviço de transporte de pacientes em aviões e helicópteros tem apresentado aumento expressivo no número de remoções aeromédicas.

De acordo com a diretora-superintendente de gerenciamento, manutenção e fretamento de aeronaves da Líder Aviação, Bruna Assumpção, a empresa voltou a registrar crescimento na procura pelo serviço aeromédico.

“Tivemos um aumento de 62% de horas voadas em UTI em janeiro e fevereiro em relação ao mesmo período no ano passado, quando ainda não havia pandemia no Brasil. As regiões que mais demandam nesse momento são Norte e Nordeste”, diz.

Ainda segundo Bruna, no primeiro semestre do ano passado, o número de horas voadas em UTI chegou a atingir 400% a mais em relação ao ano anterior. “Lembrando que são voos bed to bed, ou seja, transportamos de um hospital para outro”. Ela pontua ainda que a empresa tem seguido os mais rigorosos protocolos de segurança em suas operações no combate à disseminação do coronavírus.

Sobre a Líder Aviação

A Líder Aviação é considerada uma das maiores empresas de aviação executiva da América Latina, possui mais de 1.000 colaboradores e uma frota de mais de 55 aeronaves. Em sua unidade voltada para operações de helicópteros, a Líder conta com uma frota com 32 helicópteros nos modelos S-92 A, S-76 C+, S76 C++, Bel 212 e H135.

Além disso, possui 19 bases operacionais nos principais aeroportos brasileiros e recentemente completou a marca de um milhão de horas voadas em missões voltadas para a indústria de óleo e gás e energia.

Líder Aviação aumentou em 62% as horas voadas no transporte aeromédico em 2021. Foto: Gustavo Andrade.

Líder Aviação terá duas UTIs Aéreas à disposição dos competidores do Rally dos Sertões 2020

Líder Aviação e o maior rally das Américas firmaram parceria para garantir atendimento aeromédico aos competidores da 28ª edição dos Sertões. A saída acontecerá na Fazenda Velocittà, em Mogi Guaçu (SP) no dia 31 de outubro, e tem chegada prevista em Barreirinhas (MA) no dia 7 de novembro, passando por Minas Gerais, Distrito Federal, Goiás e Tocantins.

No Rally dos Sertões a operadora Líder Aviação estará com duas aeronaves configuradas como UTI Aérea para oferecer cuidados médicos a todas as equipes da competição. A empresa é pioneira no serviço de transporte aeromédico no Brasil e já realizou mais de 7.500 remoções de pacientes.

Além disso, o Táxi Aéreo oferecerá serviço de contratação de voos fretados, através do site sertoes.lideraviacao.com.br. A página é destinada aos participantes do Rally dos Sertões que quiserem registrar o seu interesse em uma compra de assentos para a volta do evento.

Segundo os organizadores será um “Rally da Solidariedade”, pois levará acesso à medicina para as comunidades carentes do Brasil. Imagem: Sertões.

“As pessoas poderão contar com toda a expertise e a segurança da nossa operação, principalmente em momentos como este, que requer cuidados especiais. Para isso, reforçamos os protocolos de higienização, desinfecção e assepsia das aeronaves, seguindo todas as orientações de prevenção dos órgãos de saúde nacionais e internacionais”, frisou Bruna Assumpção, diretora superintendente de Manutenção, Fretamento e Gerenciamento de Aeronaves.

Para Joaquim Monteiro, CEO do Sertões, esta parceria tem total sinergia com o Sertões. “Nos movemos por locais remotos, distantes dos grandes centros, portanto precisamos ser auto suficientes para o caso de resgate aeromédico. A equipe aérea do Sertões tem uma grande responsabilidade, que é dar segurança aos competidores. Com a Lider, além de segurança, agregamos o conforto, com a disponibilização de assentos e de voos fretados. Portanto, é uma grande satisfação anunciar essa parceria e poder contar com toda a experiência da Líder”, destacou.

Segundo os organizadores será um “Rally da Solidariedade”. Pretendem levar acesso à medicina para as comunidades remotas e carentes do Brasil. O projeto social prevê instalação de cabines de telemedicina para atendimento médico gratuito de qualidade e aquisição de cestas básicas de pequenos produtores locais que serão distribuídas nas regiões, aos que estão sem trabalho e renda.

Hangar da Líder Aviação em MG.

Exército Brasileiro contrata empresa de Táxi Aéreo para realizar transporte aeromédico de pacientes graves

No mês de maio, os Comandos da 8ª e 10ª Região Militar do Exército Brasileiro contrataram serviços de transporte de pacientes em UTI aérea (adultos e neonatos). As aeronaves são destinadas ao transporte de pacientes graves, beneficiários do Sistema de Saúde do Exército.

O Sistema de Atendimento Médico-hospitalar aos Militares do Exército e seus Dependentes (SAMMED) atende cerca de 750 mil beneficiários em todo o território nacional, por intermédio de uma rede formada por 29 hospitais militares, 4 policlínicas e 28 postos médicos.

Para atender as demandas regionais, o Exército elabora contratos com empresas de táxi-aéreo para realizar o transporte aéreo e terrestre. No dia 20 de maio, o Comando da 10ª Região Militar, que abrange os Estados do Ceará e Piauí, publicou extrato de contrato referente a dispensa de licitação para serviço de locação de UTI Aérea para evacuação de pacientes e atender as ações de combate ao COVID-19.

A contratação emergencial com Brasil Vida Táxi Aéreo tem vigência de 6 meses (20/05/2020 a 20/11/2020), com o valor total de R$ 744.000,00.

Profissional da saúde prepara maca especial para transporte de doente de covid-19 em uma UTI aérea
Imagem: Brasil Vida/Divulgação

Foram contratados 30.000 km voados para transporte de adultos pelo valor de R$ 613.500,00 (R$ 20,45 Km/voado) e 6.000 para transporte de crianças até 12 anos pelo valor de R$ 130.500,00 (R$ 21,15 km/voado).

No dia 25 de maio, o Comando da 10ª RM fez nova publicação em Diário Oficial, dessa vez de um termo aditivo de contrato assinado em 2017, referente a serviço de evacuação aeromédica em UTI Aérea de asa fixa. Foi realizado um aditivo de 25% no contrato com a empresa Brasil Vida Táxi Aéreo, no valor de R$ 104.374,32.

No mesmo dia, a 8ª Região Militar que abrange os Estados do Pará, Amapá e Maranhão publicou extrato de termo aditivo referente à contratação realizada em 2018 para serviços aeromédicos. Foram contratados 120.000 km voados para transporte de adultos e crianças até 12 anos em avião turboélice e 90.000 km em avião a jato. O novo aditivo tem vigência para mais um ano com um valor total de R$ 6.140.974,98.

Em 2019, o Comando da 2ª Região Militar do Exército, sediado em São Paulo, também realizou licitação para contratação de serviços de transporte de pacientes adultos e crianças em UTI aérea (avião). A empresa Lider Táxi Aéreo venceu a licitação. Foram contratados por ano 21.000 km, a um custo de R$ 32,00 por km voado, totalizando 672.000,00.

Aeromédico do Brasil: Conheça o serviço aeromédico da Líder Aviação

Aeromédico do Brasil – O portal Resgate Aeromédico iniciou uma série de entrevistas com os protagonistas do aeromédico brasileiro para conhecer melhor o funcionamento dos operadores aeromédicos públicos e privados.

No Brasil, segundo a ANAC, o serviço aeromédico privado é explorado por cerca de 44 empresas de táxi-aéreo (RBAC 135). A Líder Aviação é uma delas. Nesse setor há também operadores públicos e que seguem regulamentação específica (RBAC 90). Os Corpos de Bombeiros Militares, SAMU, Secretarias de Saúde, Polícias Militares, Polícias Civis, Polícia Rodoviária Federal e Secretarias de Segurança Pública realizam atividades de resgate e transporte aeromédico.

Dessa vez vamos falar sobre a operadora aeromédica Líder Aviação e conversamos com Bruna Assumpção Strambi, Superintendente de Manutenção, Fretamento e Gerenciamento de Aeronaves da Líder Aviação e sua equipe.

Vamos conhecer a Líder Aviação

Uma emergência não avisa quando vai acontecer e em muitos casos o transporte aeromédico, ou UTI aérea, é a solução mais viável para salvar a vida de pacientes que necessitam de um cuidado especial. Trata-se de um serviço que demanda total segurança, agilidade e pontualidade, voltado para o transporte de pacientes entre dois hospitais, seja dentro do Brasil ou no exterior.

A Líder Aviação, com mais de 40 anos de experiência neste serviço, conta com uma frota de mais de 60 aeronaves para serviços de táxi-aéreo e também para operações de helicóptero no setor de óleo e gás.

O serviço de transporte aeromédico da Líder é homologado pela Agência Nacional de Aviação Civil (ANAC), de acordo com os critérios estabelecidos pelo Conselho Regional de Medicina (CRM), a Agência Nacional de Saúde (ANS) e o Conselho Regional de Enfermagem (COREN). Além disso, rotineiramente, passam por auditorias internas e de órgãos regulamentadores para atestar a qualidade do serviço.

Além disso, a Líder atende ao requisito de manter uma equipe médica formada por profissionais, médicos e enfermeiros, qualificados e selecionados para cada tipo de atendimento.

Para Bruna Assumpção Strambi, Superintendente de Manutenção, Fretamento e Gerenciamento de Aeronaves da Líder Aviação, “o principal valor da nossa empresa é a segurança das nossas operações e levamos isso muito a sério em todos os serviços oferecidos. No transporte aeromédico não pode ser diferente e sabemos de toda dedicação que esse tipo de serviço demanda.”

“Nossa tripulação é selecionada de forma rigorosa e todos os profissionais são capacitados e treinados no programa de transporte de enfermos, exigência da ANAC”, complementou.

Aeronaves e equipamentos

Nas operações de UTI Aérea, a Líder possui uma diversificada frota própria, com aviões e helicópteros. Empregam os helicópteros AS350B2 Esquilo, AW119 Koala, Sikorsky S-76, Sikorsky S-92, Airbus H135 e o Bell 212, além dos aviões LearJet 35A e o Phenom 300.

Todas são homologadas com os equipamentos médicos de uma UTI Aérea. Como exemplo de suporte oferecido, o Kit LifePort conta com maca, rampa, ventilador pulmonar, sistema compressor de ar, sistema de vácuo, sistema de oxigênio, monitor, desfibrilador, marca-passo externo, monitor multiparâmetros, entre outros. Os equipamentos podem variar conforme a operação.

“Cada aeronave possui uma especificação e seguimos à risca todas as exigências para uma operação segura. Ou seja, o Phenom 300 e o LearJet 35A exigem uma operação com dois pilotos, já os helicópteros Esquilo e Koala são operados somente com um piloto”, afirmou Bruna.

Treinamentos e Certificação

Os tripulantes passam por treinamentos anuais em simulador e participam de um programa interno de treinamento que envolve doutrina de segurança da empresa, tráfego aéreo internacional, RVSM/TCAS, EGPWS/CFIT, Crew Resource Management (CRM), artigos perigosos e emergências gerais.

“Nossos profissionais participam, constantemente, de treinamentos e a empresa está sempre em busca de certificações que atestem e comprovem seu nível de segurança”, disse Bruna.

A Líder Aviação é certificada pela International Business Aviation Coouncil (IBAC), um dos mais conceituados órgãos do setor e pela IS-BAO, com estágio III de excelência, concedido às organizações que cumprem um código de boas práticas e que têm a segurança como um pilar importante em todos os níveis hierárquicos da empresa. Possui também a certificação Proud Wivern Wingman da Wingman Council e a certificação BARS da Flight Safety Foundation.

Equipe aeromédica

A equipe aeromédica é formada por um médico e um enfermeiro, qualificados e habilitados para atendimento de UTI Aérea. A especialidade do médico é definida de acordo com o quadro clínico do paciente a ser transportado.

Existe ainda a presença de um chefe-médico, responsável por todo cuidado e bem-estar do paciente desde o hospital de saída até o hospital de destino. O profissional também é responsável por conferir e assegurar todos os equipamentos e materiais apropriados para cada caso e por todos os atos médicos praticados durante a operação.

Ambulância aérea: como funciona?

Os cuidados para a remoção de um paciente na UTI Aérea começam antes do voo. Uma das etapas é a realização de uma triagem médica prévia para avaliar as condições clínicas do paciente e se ele está apto a viajar. É preciso também repassar todas essas informações à tripulação, para que eles possam avaliar a necessidade de se alterar ou não os padrões de voo.

“Em casos graves, por exemplo, a aeronave deve voar sempre abaixo de cinco mil pés. Sem contar a decolagem e pouso que também exigem um cuidado à parte para evitar impactos”, explica Bruna.

Apesar de as cabines serem pressurizadas, quanto mais um avião sobe, mais rarefeito o ar fica, ou seja, menos oxigênio disponível. Essa baixa oxigenação pode provocar alterações no organismo do paciente, como sonolência e outros sintomas. Por isso, as aeronaves que realizam UTI Aérea precisam estar equipadas com UTI completa para garantir o quadro de saúde do paciente. Vale lembrar que decolagens e pousos com pacientes a bordo têm preferência em relação aos voos comuns.

Ganhando tempo

Nesse tipo de fretamento, a agilidade é um fator crítico, pois qualquer demora pode levar a um agravamento clínico do paciente. Bruna explica que o tempo para a realização de todos os trâmites do processo de cotação é bem mais curto que em operações convencionais.

“Enquanto a cotação é realizada, já existem pessoas resolvendo questões necessárias para liberar a parte médica, embarque, desembarque e demais procedimentos”, explica a diretora superintendente. O transporte em terra também é executado pela empresa, desde o local de origem até o hospital de destino, com ambulâncias próprias ou contratadas pelo próprio cliente.

Em todos esses anos, a Líder Aviação já transportou quase 10 mil pacientes. “É um serviço para atendimento 24 horas, que precisa contar com a disponibilidade de todos os profissionais. A Líder foi a primeira empresa do Brasil a obter homologação da ANAC para realizar transporte aeromédico e conta com grandes parceiros do setor”, frisa Bruna.

Bases de operação

A Líder conta com mais de 20 bases operacionais de norte a sul do país, além dos transportes intercontinentais que realizam.

Um fato que marcou época para a empresa, em março de 1989, a Líder fez seu mais longo voo de UTI Aérea. O trajeto foi iniciado em São José dos Campos, com escala em Recife, Ilha do Sal, África do Sul e Estocolmo (Suécia). O jato Learjet 35 percorreu 26.550 quilômetros até Estocolmo para levar um funcionário de uma multinacional, portador de agranulocitose e leucopenia.

A importância do pré-voo nas Operações Aéreas

Safety News Nº 27 – LÍDER Aviação
Brazilian Helicopter Safety Team (BHEST)

O checklist é uma prática muito comum entre os tripulantes, sejam eles profissionais de asas fixas ou rotativas. Trata-se de uma verificação – antes, durante e após o voo – de itens considerados críticos, como estado dos equipamentos a bordo, informações sobre inspeção de aeronave, entre outros, para evitar acidentes aeronáuticos e danos em equipamentos.

Esse processo, considerado minucioso, envolve a observação de cada um dos itens listados no checklist e a recomendação é que cada ação descrita seja lida por um profissional e repetida e executada por outro, de modo a manter uma comunicação bilateral, de forma clara e compreensiva.

Surgimento do checklist

Em outubro de 1935, um acidente fatal com uma aeronave militar Boeing modelo 229 (também conhecida como Boeing B-17), com quatro motores e considerada a mais sofisticada da categoria, mudou para sempre o futuro da aviação. Durante a decolagem, a aeronave sobrevoou alguns metros da pista e caiu, chocando seu nariz contra o solo e causando a morte dos dois tripulantes.

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No início da investigação do acidente, o Boeing B-17 foi encontrado sem indícios de falhas estruturais ou mecânicas. Constatou-se que os tripulantes esqueceram de retirar as travas dos comandos – gust lock -, utilizadas para travarem as superfícies de comando da aeronave em solo, evitando a danificação por ação do vento.

Na época, a complexidade da aeronave fez com que os tripulantes esquecessem de verificar este item, direcionando sua atenção para outras atividades.

Com isso, a Boeing adotou uma medida a fim de evitar demais acidentes: a criação do checklist, que foi incorporado como item mandatório para todas as aeronaves da frota da empresa.

Surgimento da complacência

Complacência – na aviação – é o ato de relaxar e de diminuir a qualidade do padrão na execução de uma tarefa ou na tomada de decisão. É bastante comum entre profissionais que se se julgam experientes e profundamente familiarizados com o seu tipo de atividade, e contribui para a diminuição dos níveis de alerta e do cuidado com os detalhes.

Todo ser humano está sujeito à complacência. E com o passar do tempo e a repetitividade de atividades, itens importantes que necessitam de foco se tornam baixa prioridade. Mais um exemplo desta situação é o acidente com uma aeronave Gulfstream em maio de 2014.

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Durante a corrida para a decolagem, o avião não conseguiu alçar voo e nem parar no fim da pista, chocando-se contra pequenos obstáculos e irregularidades no solo a 125kt.

A aeronave ficou totalmente destruída e ocasionou no falecimento de dois comandantes,
uma comissária e quatro passageiros que estavam a bordo. Na investigação, o órgão NTSB verificou que o acidente foi ocasionado pelo mesmo motivo da aeronave Boeing, de quase oitenta anos antes: o esquecimento dos gust locks.

Constatou-se, mais uma vez, que aquela tripulação não completou totalmente o checklist dos comandos de voo em 98% de todas as decolagens que executou.

Condições latentes da complacência

A realização do checklist se torna ainda mais importante para as ações de manutenção. Por meio da execução do pré-voo, é possível constatar, em solo, possíveis falhas do sistema em voo. Já durante o pós-voo é possível analisar se é preciso uma manutenção preventiva.

Ou seja, nenhum mecânico quer pensar que a aeronave inspecionada momentos antes do voo apresentou problemas quando em rota. Assim como nenhum tripulante deseja passar por situação de emergência quando em missão. Por isso, a execução do checklist em todas as etapas previstas deve ser planejada de modo com que os profissionais possam realizar a atividade com calma, no tempo estipulado.

A rotina nos leva a negligenciar (complacência) o tempo que precisamos e que deve ser considerado como ideal para executar as atividades e a prevenir que uma surpresa não esperada ocorra no momento mais crítico: em voo, sobre o mar, sem local para pouso.

Arquivo em pdf: Safety News Nº 27 – LÍDER Aviação

Riscos da Fadiga na Aviação

Safety News Nº 26 – LÍDER Aviação
Brazilian Helicopter Safety Team (BHEST)

O que é fadiga humana?

A fadiga humana diz respeito ao estado fisiológico de redução da capacidade de desempenho mental ou físico, causada por fatores como, falta de sono, vigília estendida e/ou atividade física, que pode prejudicar o estado de alerta, a habilidade de operar uma aeronave de forma segura e o desempenho de tarefas relativas à segurança (ICAO).

Foto: ECA - European Cockpit Association
Foto: ECA – European Cockpit Association

Existem ainda, associados a este problema, os chamados ritmos circadianos que dizem respeito à duração de um dia e se baseiam no ciclo biológico do ser vivo, influenciado pela luz, temperatura entre dia e noite, entre outros fatores. Atento a esses aspectos, órgãos e entidades do setor de aviação estão realizando estudos para saber como esses
fatores afetam o cotidiano dos profissionais da aviação.

Como a Fadiga pode afetar a atividade aérea?

Para avaliar a real situação dos pilotos brasileiros em relação à fadiga durante as operações de voo, um recente estudo foi conduzido pela Associação Brasileira de Pilotos da Aviação Civil.

O documento avaliou a fadiga desses profissionais durante a jornada de trabalho. No total, 301 comandantes e copilotos responderam a um questionário sobre as sensações de fadiga durante as operações aéreas. Os dados foram comparados à uma análise biomatemática, utilizada com o software FAST (Fatigue Avoidance Scheduling Tool), que analisa a efetividade de reação dos pilotos, baseada na duração e no tempo de sono.

O estudo mostra que a falta de um descanso apropriado pode causar sérios prejuízos à operação aérea. Segundo Paulo Licati, consultor de Sistema de Gerenciamento de Riscos de Fadiga Humana para Aviação, 79% dos eventos FOQA (Flight Operations Quality Assurance) estão relacionados à pilotos com menos de 77% de efetividade, fato que é preocupante.

Por exemplo: quando uma pessoa atinge 75% de efetividade, é o equivalente a ela ter
0,05 mg/l de álcool no sangue, o limite máximo permitido pelo Conselho Nacional de Trânsito. Ao atingir 70% de efetividade, esse valor sobe para o equivalente a 0,08 mg/l.

Ciclo do sono

Uma das principais causas para o aumento da fadiga entre os pilotos está, justamente, na mudança do ciclo do sono. A pesquisa aponta um aumento de quase 50 % do risco nas operações entre meia noite e seis horas da manhã. Segundo os dados divulgados, 70% dos pilotos relataram ocorrência de fadiga entre duas e quatro horas da madrugada.

Entre os principais sintomas fisiológicos reportados pelos pilotos como sinal da fadiga estão: o bocejo, a dificuldade de manter os olhos abertos, a vontade de esfregar os olhos e a cabeça balançando ou caindo.

Fato que gera consequências e que podem prejudicar a segurança de voo, por meio dos sintomas cognitivos como, atenção prejudicada (mais de 80%), comunicação reduzida (mais de 60%), consciência situacional prejudicada (mais de 50%), memória abalada, mau humor e tomada de decisão prejudicada(os últimos acima de 30%).

O estudo mostra que o sono é um fator fundamental para prevenir a fadiga dos pilotos e aumentar a segurança das operações aéreas. Cerca de 50% desses profissionais manifestaram fadiga com tempo médio de vigília de sete horas. Resultado decorrente, muito provavelmente, do sono deficitário nas últimas 24horas (média de 5 horas) ou do débito crônico de sono nas últimas 72 horas (média de 7, 4horas).

Acidente causado por fadiga da tripulação: voo Continental Airlines 3407

Por motivos de fadiga, a tripulação do voo 3407 da Continental Airlines se distraiu e não percebeu o acionamento do Stick Shaker (conjunto de sensores e motores elétricos, ligados à coluna de comando, que emite barulho e gera grandes vibrações, avisando aos pilotos da eminência do Estol).

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O piloto interpretou o aviso errado e, em vez de fazer uma manobra para ganhar velocidade (empurrar o manche para frente com potência no máximo), ele puxou o manche, perdendo velocidade e fazendo o avião estolar.

A copiloto, tentando ajudar, recolheu os flaps perdendo sustentação em uma ocasião que se necessitava muito deles. O avião que transportava 44 passageiros e 4 tripulantes caiu sobre uma casa matando todos a bordo e mais uma pessoa em solo.

Como podemos gerenciar o risco da fadiga?

Quando deixamos de cuidar dos fatores que envolvem ou que estão ligados a questão da fadiga, estamos aumentando as consequências e as probabilidades para que algo afete a segurança das operações de voo, levando a uma situação de perigo.

Uma outra preocupação no meio aeronáutico diz respeito aos principais efeitos que a fadiga pode causar no aeronauta durante suas atividades. Uma dessas pesquisas, menciona efeitos que são preocupantes e que merecem cuidados. São eles:

• Falta de motivação;
• Fraco desempenho nas tarefas;
• Esquecimento;
• Pobre julgamento;
• Diminuição nas habilidades de tomada de decisão, incluindo as que são precipitadas e não tomandas

Como fazer o gerenciamento da fadiga

• Procure dormir antes de assumir uma atividade.
• Chegando em casa, procure relaxar, “vá desacelerando”.
• Evite o uso de café, chá, álcool, fumo, alguns medicamentos e outros estimulantes antes de dormir.
• Se você estiver com sono e a situação permitir, durma.
• Pratique atividade física regularmente, se possível, evitando o horário da noite.
• Crie um ambiente confortável para o sono, com o mínimo de incidência luminosa e ruídos.
• Procure ter uma alimentação balanceada durante o dia e leve ao anoitecer. Não esqueça a hidratação!

Fonte: Artigos sobre FADIGA – Piloto Policial, Voo continental airlines 3407 e A fadiga e a jornada aeronáutica

Julgamento e Cultura

Safety News Nº 25 – LÍDER Aviação
Brazilian Helicopter Safety Team (BHEST)

As características psíquicas de tripulantes têm sido estudadas com mais afinco nos últimos anos, devido ao aumento de acidentes com evidências relacionadas à capacidade de reação, afetadas por fatores externos não ligados diretamente à atividade aérea.

Exemplos disso são os erros de julgamento durante panes críticas, que podem ser afetados por causas como cansaço, estresse, problemas pessoais, entre outros. Ou, no pior dos casos, atitudes deliberadas de tripulantes para acabar com a própria vida durante o cumprimento do voo.

acidente

Nestes últimos anos o cenário da aviação global vivenciou tragédias como o voo 9525, da empresa Germanwings, em que o copiloto propositalmente projetou a aeronave contra os Alpes Franceses.

Após evidências levantadas, descobriu-se planos efetuados anteriormente para a consumação do fato. Vivenciamos, também, o sumiço do voo 370 da empresa Malaysian Airlines ao sul do mar da China, com indícios de que podem ser resultado de uma ação proposital de um dos tripulantes que passava por problemas em sua vida pessoal.

No cenário de julgamentos tomados por tripulantes sem a intenção de causar os acidentes, podemos citar o acidente do voo 235 com o ATR 72 da empresa Transasia em Taipei (Taiwan), em que o comandante desligou o motor que não estava em pane sem perceber, voando entre os prédios e derrubando a aeronave em um rio.

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Podemos citar, ainda, o acidente em Rotterdam (Holanda), cujo processo de degelo não foi realizado corretamente, devido à preocupação da tripulação em cumprir o horário do voo, o que derrubou a aeronave durante a sua decolagem.

Em todos os exemplos, podemos efetuar análises de fatores externos que abalam o lado cognitivo dos tripulantes. Os levantamentos destas análises ainda são muito precários no Brasil, que está muito atrasado em relação ao bem-estar emocional e mental da tripulação.

Um vídeo muito difundido que “viralizou” nas redes sociais no Brasil, apresenta como ocorre a formação do julgamento de um tripulante sob estresse. O vídeo mostra um aluno realizando seu primeiro voo solo. Ele tomou a decisão de não acatar a dois pedidos diferentes do controlador de voo daquele aeródromo, em prol da segurança e por entender que essa era a melhor decisão, permanecendo na sua intenção de voo inicialmente planejada.

Visivelmente, pode-se perceber o nervosismo em suas atitudes e sua tomada de decisão gerou polêmica quanto ao que é certo ou errado. Talvez, comparada com outras situações conhecidas na aviação, este evento não tenha muita relevância quanto à sua gravidade.

O intuito não é determinar qual seria o julgamento mais apropriado e, sim, considerar se o julgamento preveniu um acidente, por mais improvável que ele possa ter sido, independente de fatores externos que possam comprometer o julgamento.

Fatores

Os julgamentos de tripulantes em situações de anormalidade têm sido fruto de diversos estudos ligados a fatores humanos na aviação e desenvolvimento do CRM. Existe a tendência de se correlacionar a atividade aérea ao domínio pleno psicomotor, desconsiderando ou subestimando a influência do domínio cognitivo.

Fatores como o aumento da crise econômica aliada ao receio de perda do emprego; o nível de conhecimento sobre a situação anormal e ainda outras, como diminuição da consciência situacional, falha de comunicação e ainda a falha na implementação do CRM na corporação, são os tipos de fatores cognitivos que contribuem diretamente na formação do julgamento.

Os seres humanos tomam decisões o dia todo, desde o momento que acorda. Nós decidimos como vamos nos vestir, o que vamos comer, planejamos ações para um dia inteiro. Estas atitudes não causam grandes impactos quando relacionadas ao risco que possuem, que determina se aquele julgamento resultará em somente uma pessoa se molhar na chuva por não ter levado o guarda-chuva ou se envolver em um  acidente grave, que pode levar a sua morte e a de outras pessoas.

A questão do julgamento não se trata somente de critérios de conforto e eficácia e, sim, da sua própria segurança e integridade física. O mau julgamento está na origem da maioria dos acidentes aeronáuticos.

Analisando o gráfico do CENIPA, observa-se que a supervisão gerencial está em segundo lugar como fator contribuinte de acidentes. Muitas vezes a própria organização é complacente aos riscos adotados em suas operações, sem efetivamente ponderar as consequências finais se caso um evento indesejado ocorra.

Toda esta análise já é levantada em estudos clássicos de fatores contribuintes na aviação, como o efeito dominó, concebida por Heinrich, e o modelo causal de James Reason, conhecido popularmente como queijo suíço.

A especulação e a disseminação do vídeo do voo solo do piloto aluno demonstram a cultura em nosso país sobre o assunto. As posições antagônicas observadas nas redes sociais, enquanto uns defendem veementemente a atitude do aluno e outras o repudiam por isso, são o retrato de como o julgamento pode ser afetado devido a fatores externos.

Isto desencadeia a preocupação de como o público reagirá às ações (e concebidas através do julgamento) que serão escolhidas e realizadas no momento em que devem ser executadas. Enquanto houver um forte antagonismo sobre o assunto, o tema não poderá avançar em sua essência preventiva.

Acidentes aeronáuticos quando ocorrem, costumam chocar a opinião pública, principalmente se envolverem fatalidades. Desta forma, qualquer esforço no sentido de se prevenir à ocorrência deles sempre agregará valor.

Por meio da conscientização, do debate, da difusão da cultura e do apoio organizacional, espera-se a diminuição do mal entendimento e aprimoramento dos estudos dos fatores psicológicos contribuintes de acidentes aeronáuticos, abrindo novos horizontes no campo da prevenção, com a certeza de que todo acidente pode e deve ser evitado.

Fontes:

  • JACOB, Fábio A. – Os recentes casos de acidentes na aviação levantam especulações sobre suas possíveis causas.
  • Julgamento e decisões ao voar.
  • CRM – O divisor de águas no processo de tomada de decisão.
  • Panorama Estatístico da Aviação Brasileira.
  • SANTOS, Vini. Chuvas orográficas ou de relevo Hidrogeográfia ( Hidrologia).
  • BERTO, Mario César. Conhecimento Cognitivo de Pilotos: fator de aumento na segurança de voo.

Artigo produzido por Líder Aviação.
Saiba mais: Brazilian Helicopter Safety Team (BHEST)

Ameaça ao voo – Condições Meteorológicas Adversas

Safety News Nº 19 – LÍDER Aviação
Brazilian Helicopter Safety Team (BHEST)

Condições meteorológicas adversas forçam a aeronave a desviar-se da trajetória de voo original e podem provocar acidente aeronáutico (principalmente o CFIT – Controlled Flight Into Terrain). Siga as ações mitigadoras abaixo para evitar ocorrências aeronáuticas em que o fator contribuinte “meteorologia” esteja presente:

Metereo

Política em caso de tempo desfavorável:

Quando as condições meteorológicas puderem influenciar negativamente nas operações da aeronave, ou na capacidade de resgate e resposta, deve ser desenvolvida uma política para que as operações de voo sejam restringidas ou temporariamente interrompidas.

Treinamento de tesoura de vento:

As tripulações devem ter treinamentos constantes que englobem as medidas associadas de identificação e recuperação durante fenômenos de microrrajadas e tesouras de vento (windshear).

Mínimos VFR:

Aeronaves que operam sob condições VFR devem ser operadas de acordo com os mínimos definidos pelos requisitos regulatórios locais. Operações em áreas montanhosas, onde rápidas mudanças das condições climáticas podem ocorrer, Procedimentos Operacionais Padrão devem ser desenvolvidos, de modo a deixar claro os mínimos operacionais.

Treinamento em clima frio:

A tripulação que opera aeronaves em clima frio (neve e gelo) deve ser submetida a treinamento anual antes do início do inverno e tal treinamento deverá abranger:

1. Inspeções pré-decolagem
2. Antigelo e degelo, incluindo a utilização de tabelas de tempo de espera de degelo
3. Formação de gelo em voo e perigos associados
4. Decolagem, aproximação e aterrissagem operacionais em clima frio
5. Visibilidade, contaminação e desempenho de pista

Há cursos gratuitos on-line relacionados aos itens acima, inclusive oferecidos pela NASA: http://aircrafticing.grc.nasa.gov/.

Fuga de tempestades:

Operações da aeronave devem ter as técnicas de evasão de tempestades descritas no manual de operações.

Radar meteorológico:

Todas as aeronaves com capacidade de operar sob IFR ou à noite devem ser equipadas com radar meteorológico operacional. Caso o radar encontre-se inoperante, a aeronave poderá voar somente em condições meteorológicas visuais (VMC) e não deve voar IMC ou à noite, à exceção de quando as previsões meteorológicas indicarem que não há risco de temporais, raios, turbulência ou gelo.

Planeje seu voo através do uso da REDEMET:

A Rede de Meteorologia do Comando da Aeronáutica (REDEMET) tem como objetivo integrar os produtos meteorológicos voltados à aviação civil e militar, visando tornar o acesso a essas informações mais rápido, eficiente e seguro.

REDEMET
Utilize as frequências VOLMET durante o voo:

A palavra VOLMET é derivada das palavras francesas “vol” (voo) e “météo” (tempo). O objetivo de uma transmissão VOLMET é fornecer informações meteorológicas para aeronaves em voo.

VOLMET

Notas:

A linha que liga os pontos 26°35’36’’S/053°45’54’’W e 26°45’00’’S/043°45’00’’W delimita os setores VOLMET Norte e Sul. O Serviço VOLMET em todo o Espaço Aéreo Brasileiro é operado 24 horas.

4504956198_069de33b52_bO Departamento de Controle do Espaço Aéreo (DECEA), organização subordinada ao Comando da Aeronáutica (Comaer), já disponibiliza um serviço de informações meteorológicas em tempo real. Denominado D-Volmet, o sistema permite o acesso direto às informações sobre as condições do tempo em rota e nos aeroportos, por meio de comunicações por enlace de dados (datalink). Essas informações são disponibilizadas para tripulações de aeronaves equipadas com datalink e Unidade Multifuncional de Visualização de Dados (MCDU- Multifunction Control Display Unit), que é uma interface tripulante-sistema localizada nos painéis.

As informações meteorológicas compartilhadas com as aeronaves são constantemente atualizadas no banco de dados do DECEA e podem ser visualizadas nas telas das MCDU. O acesso às informações meteorológicas em tempo real permite maior coordenação de navegação durante os voos diante de intercorrências como grandes áreas de turbulências e de instabilidades (CBs), ou condições de tempo ruim sobre os aeroportos, o que frequentemente leva a atrasos nas saídas e chegadas dos voos.

Artigo produzido por Líder Aviação.
Saiba mais: Brazilian Helicopter Safety Team (BHEST)
Fontes: Aero Magazine | ANAC | REDEMET | Skybrary | Flight Safety Foundation.

Como melhorar a Supervisão e garantir a Segurança Operacional

Safety News Nº 22 – LÍDER Aviação
Brazilian Helicopter Safety Team (BHEST)

Qualquer ambiente de trabalho em que orientação e supervisão são necessárias para se completar tarefas, atender clientes e cumprir prazos exige um gestor eficaz. Um supervisor competente sabe como se comunicar de forma eficaz, solucionar problemas e motivar os colaboradores.

Para ser um bom líder e maximizar o desempenho da equipe, o profissional deverá conhecer os pontos fortes dos colaboradores, assim como as áreas que ainda precisam de mais desenvolvimento. Além disso, precisará de um conjunto claro de expectativas e objetivos.

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Algumas características desejáveis no supervisor:

  • Planejamento das atividades diárias e futuras, estabelecendo prioridades;
  • Agir como exemplo;
  • Conhecer e divulgar as atividades críticas, às quais deverão ser supervisionadas incondicionalmente;
  • Orientar, motivar e influenciar;
  • Dar feedback, utilizando a cultura justa se aplicável;
  • Auxiliar na solução de problemas e dificuldades;
  • Os bons resultados são bônus da equipe, mas os maus resultados são ônus do supervisor.

Desenvolvimento da consciência e responsabilidade nos colaboradores

Desenvolver a consciência é algo que se adquire com o tempo. Para isso, utilizamos nossos cinco sentidos para alimentar essa consciência. Um exemplo disso é quando começamos a aprender a atravessar uma rua. Quando pequenos, costumamos estar de mão dadas com alguém durante a travessia. Gradualmente, utilizamos nossos sensores (olhando e ouvindo o movimento dos carros) para “calibrar” o procedimento correto e seguro para se atravessar uma rua.

Ou seja, não basta ver e ouvir, mas compreender os sistemas, as interações e a dinâmica entre as coisas e pessoas. Nesse sentido, o supervisor deve gerar um ambiente em que os seus subordinados aumentem suas capacidades sensoriais e capturem todas as interações “homem x meio x máquina”, de modo a identificar os riscos na operação, elevando assim sua consciência e alerta situacional. Consequentemente aumentando a segurança operacional.

Como fazer com que sua equipe aumente a capacidade sensorial

Promova um ambiente participativo e incentive os colaboradores a serem questionadores ao realizar as atividades, pois respostas auto geradas são mais abundantes do que as informações recebidas prontas. Para ilustrar, podemos utilizar um exemplo da aviação:

Helicóptero realizando resgate com o uso do guincho. Foto: AP / PTI.
Helicóptero realizando resgate com o uso do guincho. Foto: AP / PTI.

De que forma aumentar estas acuidades?

Para as duas situações ao lado, podemos realizar os seguintes questionamentos:

  • Qual é o modelo da aeronave?
  • Fui treinado no modelo?
  • Já realizei este serviço antes?
  • Conheço todas as ferramentas a serem utilizadas?
  • Conheço todos os riscos?
Mecânicos realizando inspeção no helicóptero. Foto: Airbus.
Mecânicos realizando inspeção no helicóptero. Foto: Airbus.

Com relação a adquirir responsabilidade, infelizmente a maioria das pessoas aprende o que é certo depois que algo deu errado. Aprendem na “DOR”. Fazem uma aposta sobre o risco que estão correndo. Nesse contexto, os supervisores devem ficar atentos ao não cumprimento de procedimentos, orientando e treinando sobre os desvios.

O supervisor também deve gerar um ambiente contrário à complacência, onde todos se vigiam, cuidando uns dos outros, de forma a manter um local livre de acidentes. O supervisor deve também deixar claro as responsabilidades de cada um no exercício de suas atividades e as possíveis consequências quando algo der errado.

A presença dos supervisores na área de trabalho

É extremamente recomendável que os supervisores destinem parte do seu tempo não só para acompanhar, mas também participar das rotinas de trabalho da equipe. Tal atitude tem se mostrado muito eficaz na prevenção de acidentes de trabalho e também na otimização da produção.

É muito importante saber quem são os colaboradores, o que os motiva ou desmotiva. Saber como eles estão, como estão seus filhos ou como está a saúde de cada um. Se a equipe perceber que o supervisor se preocupa mais com eles que com a carga horária, eles farão o que for necessário para desenvolver um bom trabalho.

Um bom líder deve estar sempre procurando novas formas de desafiar a equipe e a si mesmo. Mas isso não significa sobrecarregar a equipe ou assumir responsabilidades demais, mas, sim, sair da zona de conforto.

A Importância da comunicação no processo de gestão

Comunicar-se de forma eficaz é fundamental para uma boa liderança. O gestor deve comunicar suas expectativas com clareza, seja para explicar um projeto ou para falar sobre as políticas da empresa.

A boa comunicação envolve saber ouvir além de falar. Portanto, deve-se estar aberto a ouvir qualquer sugestão da equipe. Quando o supervisor dá atenção aos funcionários, eles se sentem respeitados e tornam-se mais dispostos a seguir suas orientações. Ordens estritas e a falta de escuta podem acabar com a motivação e o compromisso da equipe.

É extremamente válida a realização de reuniões regulares com os colaboradores para que se possa abordar projetos em andamento, ouvir queixas e realizações, discutir os sucessos da equipe e pensar em solução para novos problemas.

A figura abaixo (Richard Witheley), apresenta, em percentuais, o quanto cada nível dentro de uma organização conhece dos problemas.

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O GERENTE MINUTO: Como tomar decisões rápidas

Para ser um gerente – minuto devem-se levar em conta três aspectos:

1°: Objetivo minuto | 2°: Elogio minuto| 3°: Repreensão minuto.

No primeiro caso, o gerente deve orientar seus gerenciados a escreverem, em uma folha de papel, os objetivos comuns a serem alcançados.

Por sua vez, o elogio minuto é de extrema importância, pois, para que uma empresa prospere, é necessário que os colaboradores recebam o devido reconhecimento pelo desempenho.

O terceiro fator consiste na atitude do gerente em relação aos colaboradores quando ocorre algo de errado. O colaborador deve ser informado que será avisado quando tiver desempenhando mal suas tarefas e, em seguida, o gerente já deve dar a repreensão minuto falando com clareza à pessoa, sem desvalorizá-la, mas sim a incentivando a melhorar em suas atividades.

Também é importante que o gerente fique em silêncio durante um pequeno período de tempo para que o colaborador perceba a importância de que o mesmo erro não volte a ocorrer.

Fontes e Referências:

O Voo “Visumento”

Reynaldo Pinto Ribeiro
Supervisor de Segurança Operacional
Safety News – LÍDER Aviação

Você sabe o que é “visumento”? É um termo jocoso utilizado quando um piloto não habilitado ou não proficiente em Voo Por Instrumentos (IFR) se arrisca a voar em Condições Meteorológicas por Instrumentos (IMC) em condições adversas. Porém é um assunto mais trágico do que engraçado.

No final de 2016 foi apresentado na mídia um acidente que causou bastante repercussão, quando uma aeronave, modelo Robinson 44, decolou de Osasco em direção a uma casa de eventos localizada na cidade de São Lourenço da Serra. Durante o deslocamento a aeronave veio a colidir contra o terreno de 2382ft de altura, a aproximadamente 24,70 milhas do local de decolagem e 2,54 milhas do local de pouso. A aeronave ficou totalmente destruída. O piloto e os três passageiros a bordo faleceram.

Um dos fatores contribuintes deste acidente foi o voo “visumento”, as imagens abaixo ilustram o momento em que o tripulante entra nesta condição.

visumento

Um trabalho realizado pela Universidade de Illinois levou 20 pilotos VFR a voar em condições IMC, em simuladores de voo especialmente programados. Todos os pilotos entraram em voos não controlados que resultaram em falhas estruturais da aeronave.

Em testes repetidos no simulador, o resultado foi o mesmo: todos os pilotos perderam o controle da aeronave. O resultado diferiu apenas no tempo necessário antes do controle ser perdido que variou de apenas 20 segundos a 480 segundos.

A desorientação espacial é o grande perigo. E pode acontecer muito mais rápido do que você pensa: apenas 178 segundos em média. A Universidade de Illinois analisou 409 acidentes deste tipo e levantou algumas hipóteses sobre o porquê ocorrem:

  1. Avaliação da Situação: Os pilotos realizam um mal diagnóstico sobre as mudanças do clima.
  2. Avaliação de Risco: Excesso de confi ança do piloto, julgando suas habilidades sufi cientes em gerenciar condições climáticas adversas. Apresentando um otimismo irrealista sobre as chances de evitar danos através do controle pessoal.
  3. Tomada de Decisão: Custo de desvio para outro aeroporto.
  4. Pressão Social: Piloto se sente pressionado quando há passageiros a bordo.

Resultado da Pesquisa:

Enquanto cerca de 20% de todos os acidentes da Aviação Geral são fatais, 80% dos VFR em acidentes com IMC são fatais. Os números mais recentes da Air Safety Foundation estão mais perto de 90%.

A explicação fisiológica para a desorientação espacial é que, normalmente estamos com os dois pés no chão, visão do que está ao nosso redor, a pressão da gravidade e os ouvidos internos proporcionando o senso de equilíbrio. As referências visuais correspondem a 80% dos olhos para o cérebro e os outros 20% se dividem com o ouvido interno e os órgãos proprioceptivos. Quando você está voando, você está operando em um ambiente não natural que pode resultar em forças diferentes.

Normalmente, é fácil orientar-se no voo VFR. Você tem referência visual a um horizonte fora da aeronave, e em voo constante, você só tem uma força de 1 g agindo sobre você. Mesmo que atinja 2g em uma curva íngreme geralmente não é um problema, desde que você possa ver um horizonte para manter a orientação.

Mas quando um piloto VFR entra na nuvem, o horizonte desaparece. De repente, 80 por cento da entrada que você precisa para orientação é perdida. Pior ainda, se sua atitude de voo muda, ou você faz qualquer manobra que resulte em forças de mais de 1 g, sua sensação de equilíbrio também mudará.

Pois ilusões espaciais e desorientação são criadas quando o fluido da orelha interna responde a aceleração, desaceleração, cabrada, picada, rolagem ou guinada. Seus ouvidos internos simplesmente não detectarão a mudança.

O que se pode fazer para evitar acidentes “visumento”:

  • Certifique-se das condições climáticas.
  • Consulte TAF e NOTAM.
  • Tenha em mente planos alternativos. Se você encontrar visibilidade diminuída, siga seu plano! Isso pode ser em fazer uma curva de 180 graus, desviar para outro aeroporto.
  • Obtenha treinamento avançado em voo por instrumentos.
  • Conheça o terreno da sua missão.

No Brasil as regras para voo por instrumento estão dispostas na ICA 100-12 Regras do Ar, nesta instrução são estabelecidos os requisitos para a realização do voo IFR e as condições para a realização. Abaixo segue um extrato da instrução, quanto as condições para que este voo seja realizado no período diurno e no período noturno.

Período diurno:

  • Os aeródromos de partida, de destino e de alternativa deverão estar homologados para operação IFR diurna;
  • Caso o aeródromo de partida não esteja homologado para operação IFR, as condições meteorológicas predominantes nesse aeródromo deverão ser iguais ou superiores aos mínimos estabelecidos para operação VFR; NOTA: Nessa situação o voo somente poderá partir em VFR.
  • As condições meteorológicas predominantes no aeródromo de partida deverão ser iguais ou superiores aos mínimos estabelecidos para operação IFR de decolagem; e
  • A aeronave deverá estar em condições de estabelecer comunicações bilaterais com os órgãos ATS que existirem nos aeródromos de partida, de destino, de alternativa e com aqueles responsáveis pelos espaços aéreos que forem sobrevoados.

Período noturno:

  • O aeródromo de partida deverá estar homologado para operação IFR noturna; caso contrário, o voo deverá ser iniciado no período diurno, atendidas as exigências para o voo IFR diurno;
  • Os aeródromos de destino e de alternativa deverão estar homologados para operação IFR noturna; caso a hora estimada de chegada ao aeródromo de destino ocorra no período diurno, bastará que esse aeródromo esteja homologado para operação IFR diurna. Idêntico critério aplicar-se-á à alternativa, se a hora estimada sobre esta (via aeródromo de destino ou ponto de desvio) ocorrer no período diurno;
  • As condições meteorológicas predominantes no aeródromo de partida deverão ser iguais ou superiores aos mínimos estabelecidos para operação IFR de decolagem;
  • A aeronave deverá estar em condições de estabelecer comunicações bilaterais com os órgãos ATS que existirem nos aeródromos de partida, de destino, de alternativa e com aqueles responsáveis pelos espaços aéreos que forem sobrevoados.

Em complemento a instrução anterior, tem-se a ICA 100-1 Requisitos Para Operação VFR ou IFR em Aeródromos, nesta instrução constam os requisitos para operações de precisão e não precisão diurna e noturna.

Outra publicação da agência reguladora que prevê limitações operacionais para voo em regras visuais é o RBAC 135, onde estipula que ninguém pode operar uma aeronave transportando passageiros, em voo VFR em rota, a menos que:

(a) as formações meteorológicas abaixo do nível de voo não obstruam mais de 50% da área de visão do piloto em comando, que seja mantida uma separação de nuvens (ou formações meteorológicas de opacidade equivalente) de 1500 m horizontalmente e 300 m (1000 pés) verticalmente e que o voo seja realizado abaixo do nível de voo 150, com velocidade indicada inferior a 380 nós; e

(b) a aeronave seja operada sob as seguintes condições:

(1) para aeronaves multimotoras, se as condições atmosféricas permitirem que, em caso de falha do motor crítico, a aeronave desça ou continue o voo dentro das condições exigidas pelo parágrafo (a) desta seção; e
(2) para aeronaves monomotoras, se as condições atmosféricas permitirem que, em caso de falha do motor, a aeronave desça para pouso (normal ou de emergência) mantendo as condições exigidas pelo parágrafo (a) desta seção.

Artigo produzido por Líder Aviação, Safety News nº 24, Setembro de 2017.
Saiba mais: Brazilian Helicopter Safety Team (BHEST)
Fontes: ICA 100-1 e ICA 100-12; RBAC 135 e CASA – Civil Aviation Safety Authority (Austrália)

Transporte aeromédico da Líder Aviação recebe Prêmio Líderes da Saúde 2016

A premiação Líderes da Saúde 2016, promovida pelo Grupo Mídia, na última semana, homenageou as empresas que se destacaram no último ano no setor da saúde, em diversos segmentos. A lista completa dos ganhadores será publicada na 45ª edição da revista Healthcare Management.

Eram 23 categorias, entre elas, “Emergência e resgates”, que premiou o transporte aeromédico da Líder Aviação. Com 20 anos de experiência em transporte aeromédico e mais de 7.500 remoções aéreas, nacionais e internacionais, a Líder foi eleita vencedora e o prêmio foi entregue à gerente de fretamentos de São Paulo, Aparecida Maristela Freire Murta.

O prêmio é concedido às mais importantes empresas do setor da saúde no Brasil, escolhidas pelo conselho editorial do Grupo Mídia e em votação aberta, feita no site da revista Healthcare Management.

A Líder Aviação é a maior empresa de aviação executiva da América Latina. Fundada há 58 anos, pelo comandante José Afonso Assumpção, conta com 1.600 colaboradores e uma frota de mais de 70 aeronaves. Possui 21 bases operacionais nos principais aeroportos brasileiros e atua em cinco unidades de negócio: fretamento de aeronaves; vendas de aeronaves; manutenção; atendimento aeroportuário e operações de helicópteros.

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