São Paulo – Após passar em um concurso interno e um ano de treinamento, a delegada Ana Carolina Del Picchia Nogueira Gonzalez é a primeira mulher a se tornar piloto de helicóptero da Polícia Civil de São Paulo. Seu primeiro voo aconteceu na segunda-feira (13 de janeiro).
A delegada tem 37 anos e começou a carreira em 2020. No ano seguinte, foi trabalhar na Delegacia de Defesa da Mulher (DDM) de Francisco Morato e assumiu a titularidade em 2022, onde ficou até outubro de 2024, quando se inscreveu para o concurso no Serviço Aerotático (SAT) da Polícia Civil.
“Estar aqui podendo abrir portas para outras mulheres é uma grande alegria. Só tenho a agradecer por ter conseguido essa oportunidade. Espero conquistar novas colegas”, disse a delegada ao site da SSP-SP (Secretaria de Segurança Pública de São Paulo).
Serviço Aerotático
O SAT da Polícia Civil é subordinado ao Departamento de Operações Policiais Estratégicas (Dope) e realiza ações no auxílio do trabalho policial de campo, investigativo ou cumprimento de mandado, além do transporte de órgãos.
Ao todo, são dois helicópteros e dois aviões. Estão em processo de compra de outros dois helicópteros. Para se tornar piloto do SAT é preciso ser delegado de polícia e prestar concurso interno da instituição.
Quebrando barreiras a primeira piloto feminina do Serviço Aerotático da Polícia Civil de São Paulo. Foto: Divulgação.
Ceará – Equipe da Coordenadoria Integrada de Operações Aéreas (CIOPER), Base de Crateús, realizou transporte de paciente de 21 anos, que teria se envolvido em acidente com motocicleta. Esse atendimento ocorreu na última sexta-feira (03), sendo realizado remoção na cidade de Novo Oriente e deslocado para Sobral, onde recebeu atendimento especializado em trauma.
A equipe foi acionada pela Regulação Médica do Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (SAMU), recebendo informações de paciente grave e com necessidade de remoção, visto que estava inconsciente e em uso de oxigênio em elevado nível. Após os pilotos confirmarem condições de voo, a equipe aeromédica configurou a aeronave (Fênix 11) para a missão.
Decolaram de Crateús para Novo Oriente, pousando em um Estádio de Futebol, onde uma ambulância básica do SAMU aguardava para conduzir a equipe ao hospital onde se encontrava o paciente.
Na abordagem ao paciente, foi necessário realizar procedimentos de preparo para o voo, com intubação orotraqueal, suporte de ventilação mecânica, sondagem orogástrica, administração de medicação sedativa e reforço na imobilização da cabeça.
Com o paciente respondendo melhor fisiologicamente, foi possível removê-lo do hospital de origem sem intercorrências. A equipe pousou na base da CIOPAER de Sobral, onde se encontrava uma ambulância do SAMU, que deu continuidade ao transporte do paciente até a Santa Casa de Misericórdia de Sobral.
O trecho de 261 quilômetros de um município ao outro teve duração aproximada de uma hora de voo. A equipe contou com uma médica, uma enfermeira, um tripulante e um piloto.
Reino Unido – A paramédica especialista em cuidados intensivos, Jessica Thomas-Mourne, conhecida por Jess, está realizando pesquisa importante para seu mestrado que pode mudar a forma como as mulheres acessam o campo em que ela trabalha – o HEMS (Helicopter Emergency Medical Services).
Jess trabalha na Devon Air Ambulance e começou a coletar respostas para sua pesquisa em março de 2022 e já reuniu uma quantidade substancial de dados. A pesquisa já foi encerrada (clique aqui). O que diz Jess sobre seu progresso no projeto até agora:
“Quando passei de paramédica do serviço de ambulância para paramédica da Devon Air Ambulance, percebi que havia poucas mulheres em nossa equipe operacional. ‘Como parte do MSc Prehospital Critical Care/Retrieval and Transfer que estou estudando, queria explorar se isso era exclusivo do Serviço Médico de Emergência de Helicóptero (HEMS)”, disse.
“Embora no Reino Unido as mulheres representem cerca de metade de todos os médicos e paramédicos, dentro do HEMS apenas 1 em cada 5 médicos do HEMS e 1 em cada 4 paramédicos do HEMS são mulheres. Minha pesquisa envolve explorar potenciais barreiras que resultaram em desigualdade de gênero no HEMS do Reino Unido e identificar o que pode ser feito para aumentar a inclusão e diminuir a diferença entre os sexos. Estou coletando dados usando pesquisas on-line anônimas abertas a paramédicos e médicos que consideraram se inscrever, pretendem se inscrever ou solicitaram o HEMS, mas não estão trabalhando no HEMS”, complementou.
Pesquisa: onde estão as mulheres nos serviços aeromédicos?
No entanto, quando Jess procurou se candidatar a seu cargo na Devon Air Ambulance, ela encontrou algumas noções preconceituosas ao longo do caminho. Enquanto passava pelo longo processo de inscrição e seleção para o HEMS, recebeu comentários de colegas de outros lugares, como: “Vai para o clube dos meninos?”, “Você só entrará no time alfa se seu rosto se encaixar”, “Você acha que você é forte o suficiente para fazer HEMS?”, ou “voar de helicóptero não é perigoso para as mulheres?”.
Sobre isso, Jess comenta: “Inicialmente, pensei que essas observações foram ditas em tom de brincadeira, mas descobri que eram preocupações reais de que eu, uma mulher cissexual, poderia não me encaixar em um local de trabalho percebido como masculino. Foi só quando me juntei ao DAA que fiquei ciente da falta de mulheres em nossa equipe operacional e me dei conta de que quase todos os médicos do HEMS que eu já havia encontrado eram, de fato, homens. Eu me senti retrospectivamente ingênua e ignorante de que isso não havia passado pela minha cabeça antes, e comecei a refletir sobre esses comentários”.
“Dentro do serviço atual, temos atualmente 4 paramédicos e 4 médicos que são mulheres e 19 paramédicos e 9 médicos que são homens. Eu queria explorar se isso era exclusivo da nossa organização e descobri que, embora no Reino Unido as mulheres constituam quase metade de todos os médicos e paramédicos, no HEMS do Reino Unido isso reduz para aproximadamente 20% dos médicos do HEMS e 24% dos paramédicos do HEMS”, disse.
Jessica Thomas-Mourne. Pesquisa: onde estão as mulheres nos serviços aeromédicos?
O que está segurando as mulheres em HEMS? As barreiras organizacionais percebidas no trabalho de Jess incluem:
Uma cultura masculina, coloquialmente chamada de “o clube dos velhos”, que transmite uma sensação de que as mulheres não se encaixam;
A falta de trabalho a tempo parcial/flexível que pode ser desejável por várias razões, incluindo cuidados infantis, trabalho em dupla função ou outros compromissos. As mulheres com filhos devem fazer um sacrifício familiar pelo trabalho.
Discriminação de gênero/gravidez/materno/parental ou um ambiente abertamente sexista onde as pessoas ouviam comentários depreciativos e abusivos em relação às mulheres no local de trabalho.
“Sou incrivelmente grata a todos que ofereceram seu tempo para completar minha pesquisa e estarei analisando as respostas nos próximos meses. Eu realmente vejo esta pesquisa como uma oportunidade fantástica para uma mudança positiva. Finalmente, espero publicar meus resultados em uma revista, revisado por pares para alcançar um público mais amplo e diminuir a diferença entre os sexos no HEMS”, finaliza Jess.
A Devon Air Ambulance relata que está imensamente orgulhosa de sua equipe e apoia absolutamente o trabalho que Jess está realizando para mudar a paisagem aérea de HEMS para mulheres.
Apoia entusiasticamente sua pesquisa e espera acompanhar seu progresso e defender o impacto positivo de seu trabalho, não apenas dentro da própria equipe, mas, o impacto potencialmente mais amplo de seus esforços para as mulheres e para o serviço como um todo.
Paraná – Em Maringá, o serviço aeromédico do SAMU Regional Norte Novo – SESA, possui uma mulher que pilota o helicóptero Saúde 10, a Comandante Mariana Botelho. Ela chegou há poucas semanas na cidade e integra as equipes de prontidão. Mariana já está na aviação desde os 21 anos de idade e já voou no IBAMA e em diversas operações de segurança pública pelo Brasil, além de voar na aviação executiva.
Atualmente o serviço de operações aéreas possui onze mulheres que formam as equipes de prontidão do SAMU Aeromédico, sendo uma comandante, duas médicas e oito enfermeiras.
Equipe em ação
A tripulação de domingo (12) era formada por ela, pela enfermeira Jéssica Teixeira e pela médica Cassia Izzo. Prontas para salvar, a equipe foi acionada para atendimento de uma vítima de ferimento por arma branca na cidade de Marialva. Com o auxílio da enfermeira Jéssica e da médica Cassia, realizou um pouso complexo em um terreno cercado por muros.
Comandante Mariana realizou pouso complexo em um terreno cercado por muros em Marialva.
A comandante tinha apenas um espaço limitado para pousar o helicóptero. Com sua experiência e treinamento no modelo do helicóptero (AS350), e auxílio da tripulação, pousou o Saúde 10 com segurança no terreno. A operação contou também com o apoio da Defesa Civil do município.
A responsabilidade que a tripulação possui ao aproximar uma aeronave em área restrita é grande e a comandante do helicóptero além da habilidade precisa receber e confiar nas orientações da tripulação para que o pouso e a decolagem aconteçam com segurança. Nesse momento o trabalho em equipe é fundamental.
O SAMU Regional do Norte Novo/SESA iniciou suas atividades em agosto de 2016 e é responsável pelo atendimento da população de Maringá e mais 29 municípios da região, porém o helicóptero Saúde 10 opera em um raio de 250 km de Maringá, atendendo mais de 150 municípios na região norte e noroeste do Estado.
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Equipe aeromédica do SAMU Regional Norte Novo, PR.
Mulheres poderosas formam a equipe aeromédica do SAMU Regional Norte Novo, PR.
Mulheres poderosas formam a equipe aeromédica do SAMU Regional Norte Novo, PR
Mulheres poderosas formam a equipe aeromédica do SAMU Regional Norte Novo, PR
Mulheres poderosas formam a equipe aeromédica do SAMU Regional Norte Novo, PR
São Paulo – Com a política de expansão da Aviação da Polícia Militar Paulista para o interior do Estado de São Paulo, no dia 26 de março de 2004, foi inaugurada a Base de Radiopatrulha Aérea de São José dos Campos (BRPAe SJC).
Essa BRPAe é responsável pelas atividades de prevenção, apoio emergencial ao policiamento territorial, resgate aeromédico, salvamento, transporte de órgãos e ações de defesa civil em 39 cidades na região metropolitana do Vale do Paraíba, Serra da Mantiqueira e Litoral Norte.
Em 27 de março de 2015 foi inaugurado o resgate aeromédico, tornando-se a segunda BRPAe a prover este serviço. Além das missões emergenciais, ainda são realizadas por esta Unidade Aérea missões programadas como a Operação Verão no Litoral Norte, Operação Romeiro em Aparecida e Operação Inverno em Campos do Jordão, São Bento do Sapucaí e Santo Antônio do Pinhal.
OPERAÇÃO INVERNO
A Polícia Militar realiza anualmente, nos meses de julho, a Operação Inverno nos municípios de Campos do Jordão, Santo Antônio do Pinhal e São Bento do Sapucaí. Em 2018, a operação teve início no dia 28 de junho, se estenderá até o dia 31 de julho e serão empregados 300 policiais com o apoio de 38 viaturas e um helicóptero nos finais de semana.
Nas cidades, além das modalidades de policiamento como radiopatrulhamento, Força Tática e Rondas Ostensivas com Apoio de Motocicletas (Rocam), há também apoio do 3º Batalhão de Ações Especiais de Polícia (BAEP), do Comando de Operações Especiais (COE) e do Regimento de Cavalaria – “9 de Julho”. Equipes do policiamento rodoviário e de trânsito também intensificaram suas ações durante o período.
Neste ano, pela primeira vez na Operação Inverno, a tripulação do Águia 23 contou nos dias 13, 14 e 15 de julho com a presença de uma tripulante feminina. Natural de Marília e formada na Academia de Polícia Militar do Barro Branco no ano de 2008, a 1º Ten PM Natália Giovanini é piloto comercial de helicóptero desde 07 de abril de 2017, e desempenha a função de comandante de operações e copiloto.
Integrante da Turma XIV de pilotos, a 1º Ten PM Natália integra o Grupamento Aéreo desde junho de 2014 quando obteve o primeiro lugar na classificação final, entre as cinco vagas disponíveis, no acirrado processo de seleção de pilotos de helicópteros.
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