- Anúncio -
Início Tags Procedimento Operacional Padrão

Procedimento Operacional Padrão

Como fazer um Procedimento Operacional Padrão

MARCUS V. BARACHO DE SOUSA

No último encontro que tivemos, falamos de Padronização na Aviação de Segurança Pública. Prometi que iríamos conversar sobre como fazer um POP (Procedimento Operacional Padrão). Então vamos lá!

Modelo de hierarquização da documentação do Sistema da Qualidade, onde MQ= Manual de Qualidade, PSQ= Procedimentos de Sistema da Qualidade e IT= Instruções de Trabalho.

A padronização, praticamente, chegou com a Revolução Industrial ou ao final dela. Podemos observar um exemplo de procedimento padronizado, nas linhas de montagem do “Modelo T” de Henry Ford, no início do século 20. Porém ficou claro que oferecer um único carro preto não era suficiente para agradar o consumidor e essa busca pela qualidade do serviço, sem desperdício de tempo e recursos, levou ao desenvolvimento de novos padrões.

O POP, quanto a sua aplicação, apresenta-se como base para garantir a padronização de tarefas e assegurar aos usuários um serviço ou produto livre de variações indesejáveis na sua qualidade final.

Você que trabalha na Aviação de Segurança Pública já se perguntou qual é o produto que sua Organização oferece para o cidadão? Não precisa responder ainda! Futuramente, vamos conversar sobre isso, mas seja qual for, padronizar suas atividades, significa procurar a melhor forma de “fazer”, criando um nível de qualidade elevado, valorizando o método tanto quanto o resultado.

Vamos dar algumas dicas de como fazer um POP:

• Quem executa a tarefa deve escrever o procedimento, ele é o dono do processo. Vamos considerar também a motivação dada ao agente de segurança pública, fazendo com que se sinta parte integrante do Sistema e que as diretrizes desse Sistema não venham impostas pela alta direção, mas que decorra da sua participação;

• Reúna grupos de trabalho para pesquisarem e discutirem sobre o assunto (pessoas que estão envolvidas na produção do serviço);

• Transcreva tudo que é feito em um papel e depois enumere o que foi escrito em ordem crescente.

• Evite copiar procedimentos que já foram escritos por outras organizações, pois isso poderá viciar o seu trabalho;

• Dê um nome ao seu procedimento – assim ele poderá ser associado a um processo;

• Material necessário – nesse campo citar todos os materiais imprescindíveis para a execução do procedimento (cordas, mosquetões, oito, armamento, EPI…)

• Dê um número ao seu procedimento – assim ele estará inserido dentro de uma sequência, com outros procedimentos,

• Estabeleça uma data – é necessário registrar o dia em que o procedimento foi adotado como padrão;

• Mantenha o controle de revisão – registrar a data em que a última revisão foi feita, o POP pode sofrer atualizações, porém, todas deverão ser registradas e controladas para garantir a lisura do procedimento;

• O número de ordem de sua última revisão – os procedimentos deverão ter registrado o número da revisão que está vigendo, em um campo apropriado no formulário; (ex: 1ª, 2ª ou 3ª revisão)

• Quem é o responsável – o responsável deve ser indicado no procedimento-padrão, (ex: Piloto, co-piloto, Tripulante, médico…);

• Descreva as atividades críticas – dentre as tarefas descritas, no procedimento, destacar as que poderão gerar prejuízo aos resultados esperados pelo processo, caso não sejam observadas;

• Descreva a seqüência das ações – descrever todas as tarefas necessárias para que o procedimento seja realizado como um todo, em ordem seqüencial de ações, orientando o operador;

• Resultados esperados – descrever o que se espera com a execução do referido procedimento;

• Ações corretivas – estão relacionadas à previsão de possíveis erros a serem cometidos na execução do procedimento, ações de correção devem ser previstas pelo instrumento de padronização;

• Possibilidades de erro – conforme estatísticas e levantamentos e com base na experiência dos profissionais que já executaram tarefas semelhantes, procure relacionar as ações ou situações comuns de erros na execução do procedimento descrito;

• Os esclarecimentos – algumas ações descritas no procedimento, como uso de equipamentos, ou outros que serão condutores do agente de segurança pública ao sucesso na execução do padrão, aqui você pode apresentar textos, filmes, desenhos, fotografias, esquemas ou outro recurso adequado, para melhorar o entendimento do procedimento e que a ele serão anexados, após aprovados;

• Diagnóstico do Trabalho – Estabeleça pelo menos cinco perguntas que vão permitir avaliar se o procedimento foi realizado corretamente ou não, para definir essas perguntas, dê foco ao item “Atividades Críticas” do procedimento; (lembraremos de item quando falarmos de supervisão)

• Doutrina Operacional ou Legislação – indique a doutrina e/ou legislação relacionados ao processo (procedimento), citando-os de forma bibliográfica, detalhando-se a página da obra ou artigo da lei; demonstrando que o procedimento escrito é fruto de um trabalho intelectual, com base nas normas vigentes e experiência acumulada ao longo de anos de trabalho prático.

A linguagem utilizada no POP deverá estar de acordo com o grau de instrução das pessoas envolvidas nas tarefas, procure ser simples e objetivo.

O conteúdo do POP, assim como sua aplicação, deve ter o completo entendimento e familiarização por parte dos agentes de segurança pública que tenham participação direta e/ou indireta na qualidade final do serviço que irão prestar.

Apresentamos para você o caminho para montar um procedimento operacional padrão, existem outras formas, mas de modo geral elas se assemelham e não alteram o produto final. Agora já pode seguir em frente e iniciar a padronização na sua organização. Boa sorte!

Na próxima oportunidade vamos falar sobre supervisão e atualização dos procedimentos.


Dica do site: Na Internet existe muito material sobre o assunto, mas se quiser se aprofundar, o que é recomendável para quem irá trabalhar com isso, existem cursos gratuitos (online) disponíveis no site da Fundação Nacional da Qualidade (FNQ) – Confira!


Veja também o artigo Modelo prático de um Procedimento Operacional Padrão – POP


O Autor: MARCUS V. BARACHO DE SOUSA é Capitão da PMESP, atualmente é Comandante da Base de Radiopatrulha Aérea de São José do Rio Preto. Formado pela APMBB em 1996 e bacharel em Direito, participou entre 1999 e 2000 da comissão de criação dos procedimentos operacionais padrão da PMESP. O autor possui Curso de Comandante de Operações e Piloto Policial, 2001; Curso de Gestão pela Qualidade, 2002; Curso Modelo de Gestão da Fundação Nacional da Qualidade, 2010; trabalhou na Seção de Doutrina do GRPAe desde 2002, coordenando treinamento, criação, atualização de POP e PAP; Foi relator dos Relatórios de Gestão do GRPAe para os prêmios Polícia Militar da Qualidade, ciclos 2003, 2005 a 2009, onde o GRPAe conquistou os certificados bronze e prata.


Modelo prático de um Procedimento Operacional Padrão – POP

MARCUS V. BARACHO DE SOUSA
Major da PMESP, Piloto e Instrutor de Voo

Comemorando os mais de 170 mil acessos no artigo “Como fazer um Procedimento Operacional Padrão”, o autor apresenta para os leitores um modelo prático para elaborar um POP.

Vai uma breve explicação!

Lembrem-se que um Processo Produtivo pode ter mais de um POP, como por exemplo, o ato de fazer um café. Nesse caso, vários procedimentos podem ser descritos: como ferver a água, qual a quantidade de pó deve ser colocado no coador, qual a quantidade de açúcar ou adoçante, etc. Verificamos, de pronto, pelo menos três procedimentos para o processo “Fazer café”.

A mesma coisa vale para todos os processos produtivos de sua OASP (Organização Aérea de Segurança Pública), apenas observe, pesquise e escreva.

Esse modelo é apenas uma sugestão entre as muitas opções que existem para a elaboração de um POP. Identifique aquela que for mais adequada para sua Organização.

Importante lembrar que o conteúdo do modelo apresentado é um simples exemplo para facilitar o entendimento do leitor.

Bons voos com boa gestão!

Protocolo de Acionamento Operacional

3

Marcus Vinicius BARACHO de Sousa
Major da PMESP, piloto e instrutor de voo

O Protocolo de Acionamento Operacional é o documento que define o emprego da aeronave em situações emergenciais.

Nesse documento, são estabelecidas as atribuições e responsabilidades de cada integrante das equipes operacionais de plantão, de modo que se use o tempo necessário para providenciar uma saída rápida e eficiente, permitindo que a aeronave decole munida de todas as informações necessárias para o desempenho da missão aérea  de Segurança Pública.

treinamento-comunicacaoÉ comum associar a correria, quando toca o alarme, a processos eficientes, mas a prática mostra que não é verdade. Buscando reduzir o tempo resposta de um acionamento, equipes esquecem equipamentos, realizam navegações deficientes e comprometem a coleta de informações sobre a ocorrência que pretende apoiar.

A consequência prática da pressa (inimiga da perfeição) é percebida quando não se encontra o local da ocorrência ou se presta um apoio sofrível, em razão da falta de informações, além da realização incompleta de procedimentos operacionais (POP), podendo comprometer a segurança.

Assim, o tempo que se entende ganhar com a afobação, perde-se muito mais em voo, em razão dessas discrepâncias.

A falta de protocolo de acionamento, também, leva a banalização do emprego da aeronave, fazendo com que seja aplicada em situações de baixo potencial, onde sua presença não é essencial, elevando os custos e deixando de atender situações que realmente justificam sua aplicação.

Os resultados acabam por ser negativos, já que a aeronave chega depois que tudo aconteceu, ou apresenta pouca serventia, no cenário da ocorrência, levando ao descrédito do usuário, em relação ao serviço que a OASP presta.

Busque definir protocolos para acionar sua aeronave! Defina quem e quando pode se solicitar uma Aeronave de Segurança Pública, aproveite e especifique como acionar. Crie protocolos para todas as atividades emergenciais de sua OASP.

A elaboração de protocolos de acionamento levará a análise do contexto operacional, revisando cada fase desse processo, promovendo o estudo aprofundado das rotinas e consequente padronização, garantindo a melhoria das rotinas operacionais.

Inovando, você (gestor ou colaborador), estará tornando sua OASP mais operacional, eficiente e sustentável, na medida em que sistematiza o uso desse recurso (aeronave), direcionando-o de forma adequada para o apoio das Forças Terrestres.

Bons voos, com boa gestão!

O Procedimento Operacional Padrão no serviço aeromédico do Oeste do Paraná

Vanessa Coldebella
Enfermeira, Especialização em Urgência e Emergência
Paulo Cesar Segalla
Orientador

RESUMO

Os Procedimentos Operacionais Padrão (POPs) de uma organização tem o intuito de sistematizar as tarefas críticas agindo como ferramenta de gestão de qualidade, contribuindo com a redução de riscos, aumento da segurança, conhecimento profissional e satisfação dos usuários.

Neste contexto os objetivos desse estudo são contextualizar o que é o POP e sua aplicabilidade nos serviços de saúde e descrever a experiência da implantação dos POPs no serviço aeromédico do Oeste do Paraná.

Para isso, foram levantados aspectos necessários para sua elaboração, execução e avaliação, destacando que para sua construção é necessário envolver toda a equipe com atualizações periódicas por meio de educação permanente.

Trata-se de uma pesquisa descritiva, exploratória, onde através da pesquisa bibliográfica pode-se corroborar a importância da padronização das atividades nas instituições de saúde.

Tendo em vista os benefícios para o serviço, equipe e principalmente ao paciente atendido que a implantação dos POPs representa, sabe-se, que mais estudos acerca do tema precisam ser desenvolvidos, principalmente no que se refere ao atendimento aeromédico.

Procedimento Operacional Padrão: mais segurança e padronização nas Operações de RPAS

André Oliveira dos Santos
1º Tenente da Polícia Militar da Bahia

O uso de Aeronave Remotamente Pilotada (RPA), popularmente conhecida como drone, é uma realidade que cresce exponencialmente. Sua praticidade, sua versatilidade e seu baixo custo, tanto de aquisição quanto operacional, atraíram os mais diversos setores da sociedade, que buscam, através da inserção dessa tecnologia em suas atividades, o alcance de seus resultados e a melhoria na qualidade dos serviços prestados.

Procedimento Operacional Padrão: mais segurança e padronização nas Operações de RPAS

Seguindo a tendência natural de aumento do uso dessa tecnologia, os órgãos que compõem os sistemas de Segurança Pública e de Defesa Civil vêm buscando o aperfeiçoamento dos serviços públicos prestados, com o emprego de Sistemas de Aeronaves Remotamente Pilotadas (RPAS) nos mais diversos tipos de atuações.

No Brasil, há exemplos em várias Polícias Militares e outras instituições do uso dessa ferramenta no policiamento, ambiental e de grandes eventos, em manifestações sociais, em ações de inteligência, e até em ações ordinárias de patrulhamento ostensivo, muito embora a furtividade seja uma característica natural desse tipo de aeronave.

Procedimento Operacional Padrão: mais segurança e padronização nas Operações de RPAS

Com o aumento do número de voos de RPAS, principalmente, os órgãos responsáveis pela regulamentação e pela fiscalização de seu uso no espaço aéreo têm se preocupado, cada vez mais, em preservar a segurança das operações e das pessoas no solo, sem, contudo, impedir a evolução do setor.

Nesse contexto, foi desenvolvido no 8º Batalhão de Policia Militar da Bahia um Procedimento Operacional Padrão, com vistas a padronizar e levar mais segurança na atuação de seus policiais nas operações de RPAS.

É importante destacar que, além de padronizar e adicionar mais segurança nas operações de RPAS, o POP visa a respaldar as ações policiais já que passam a adotar procedimentos válidos e aceitos pela técnica doutrinária de suas organizações.

Procedimento Operacional Padrão: mais segurança e padronização nas Operações de RPAS

Seguindo um roteiro, assim como é feito na indústria ou em uma sala de cirurgia, o operador consegue alinhar com a base teórica de suas ações, além de ter mais controle sobre os resultados esperados.

Diante dessa nova realidade, é imperioso que se busque o aperfeiçoamento das operações e a sedimentação da doutrina, que por ora se constrói. Este é apenas mais um passo.

As espécies que sobrevivem não são as mais fortes, nem as mais inteligentes, e sim aquelas que se adaptam melhor às mudanças. (Charles Darwin)


Autor: O 1º Ten PMBA André Oliveira é Bacharel em segurança pública pela Academia de Polícia Militar da Bahia (APM/BA); possui formação na área de inteligência policial; foi o 1º colocado no Curso de Operador de Sistemas de Aeronave Remotamente Pilotada (CORPAS), realizado pelo Grupamento Aéreo (GRAER) da PMBA; foi o vencedor do melhor artigo técnico do concurso literário da IV Jornada de Segurança Operacional do GRAER/PMBA – 2017; participou do processo de certificação ISO 9001, Sistema de Gestão da Qualidade (SGQ), da Companhia Independente de Policiamento Especializado/Mata Atlântica (CIPE/Mata Atlântica) da PMBA; e, atualmente, chefia a Seção de Operações de Inteligência (SOInt) do 8ºBPM/Porto Seguro.


Receba notícias por e-mail

Receba por e-mail novidades do

RESGATE AEROMÉDICO

 

Você recerá um e-mail para confirmar sua inscrição.

Não compartilhamos seus dados com terceiros.

OBRIGADO

por se inscrever !

 

Você recerá um e-mail para confirmar sua inscrição.