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Estudo compara os efeitos da ventilação com capacete e oxigenoterapia de alto fluxo em pacientes com COVID-19

Itália – Um estudo financiado pela Sociedade Italiana de Anestesia, Analgesia, Reanimação e Terapia Intensiva (SIAARTI) foi publicado no Journal of the American Medical Association – JAMA. O ensaio coordenado por Domenico Luca Grieco, com participação de diversos especialistas, analisou os efeitos da ventilação não invasiva com capacetes especiais versus oxigenoterapia de alto fluxo, denominado Helmet Noninvasive Ventilation Versus High-Flow Oxygen Therapy in Acute Hypoxemic Respiratory Failure (HENIVOT), e apresentou resultados interessantes e promissores.

O ensaio clínico multicêntrico randomizado envolveu 109 pacientes e aconteceu em 4 unidades de terapia intensiva (UTI) na Itália entre outubro e dezembro de 2020, com o final do acompanhamento em 11 de fevereiro de 2021.

O estudo concluiu que entre os pacientes com COVID-19 e hipoxemia moderada a grave, o tratamento com ventilação não invasiva com capacete, em comparação com oxigênio nasal de alto fluxo, considerando em 28 o número de dias sem suporte respiratório, a media foi de 20 dias no grupo de capacete e 18 dias no grupo de oxigênio nasal de alto fluxo.

Além disso, a pesquisa apontou serem necessários mais estudos para determinar os efeitos em outros resultados, incluindo a necessidade de intubação endotraqueal, embora o estudo tenha apresentado um taxa de intubação significativamente menor no grupo de capacete do que no grupo de oxigênio nasal de alto fluxo: 30% vs 51%, com uma redução de risco absoluto de 21%.

Para entidades médicas é prioridade repensar o sistema de atendimento pré-hospitalar na Itália

Itália – Na Itália, a pandemia de COVID-19 levou departamentos de emergência e unidades de tratamento intensivo ao limite e, com eles, todo o serviço de atendimento pré-hospitalar.

Repensar esse sistema de emergência agora é uma prioridade na Itália: as propostas feitas pelo SIAARTI (Società Italiana Anestesia, Analgesia, Rianimazione e Terapia Intensiva), AAROI-EMAC (Association of Hospital Anaesthesiologists and Physicians of Intensive Care – Emergency Critical Area) e CPAR (Collegio dei Professori di Anestesia e Rianimazione) foram expostas em um documento público.

O documento considera que após trinta anos do estabelecimento do número de emergência 118 e o decreto que estabeleceu a resposta territorial, é necessária uma reorganização do sistema, que inclui o 112, número de emergência da União Europeia. Essa proposta considera as mudanças que ocorreram neste período e os avanços registrados no campo científico-profissional.

O serviço 118 na Itália atende a demanda de vários tipos de emergências, em todas as situações que possa haver risco para a vida ou segurança de alguém, como em caso de doença, lesão, trauma, queimadura, envenenamento, afogamento ou acidente (doméstico, rodoviário, agrícola ou industrial).

Segundo a proposta, a realidade italiana é heterogênea no que se refere ao desenvolvimento e implantação de modelos organizacionais que realmente garantam uma resposta “sistêmica” com plena integração com as redes hospitalares de emergência e terapia intensiva.

Essa heterogeneidade estrutural aumenta a dificuldade em dar respostas coordenadas e eficientes no contexto da emergência em todo o território nacional, especialmente em casos de mais graves que requerem uma estreita colaboração entre os vários sistemas territoriais localizados nas diferentes regiões e áreas geográficas.

O documento apresenta algumas propostas:

  • Governança unitária do sistema de urgências e urgências;
  • Envolvimento do pessoal de saúde e técnico no planejamento do modelo organizacional e na sua gestão;
  • Modelo organizacional no qual o corpo médico gerencial empregado no atendimento pré-hospitalar possua aptidões adequadas (técnicas e não técnicas), necessárias para permitir a real antecipação no local, antes da chegada ao hospital, com intervenções necessárias para o suporte de vida aos pacientes;
  • Formação adequada e específica na área da medicina de emergência;
  • Cursos de formação específicos para enfermeiros, dado o seu papel fundamental, tanto no Centro de Operações 118-112 como em viaturas de emergência.
  • Cursos de formação integrados para otimizar o trabalho em equipe, que reúna o pessoal de saúde, bem como o essencial envolvimento de motoristas, socorristas e motoristas-socorristas.

Tentando reconstruir o sistema de emergência 118-112

O documento foca na necessidade de colocar o treinamento contínuo e de qualidade de volta ao centro. “A grande importância atribuída neste documento é a necessidade de uma formação contínua e de qualidade”, frisou Paolo Pelosi (CPAR).

Este processo de formação deve também dar uma atenção crescente ao pessoal de enfermagem e de saúde, bem como ao pessoal técnico envolvido nos vários níveis e funções do sistema de emergência, de forma a permitir a manutenção de um elevado nível de competência.

Para a SIAARTI, CPAR e AAROI-EMAC, o processo de reorganização e desenvolvimento do sistema de atendimento pré-hospitalar tem como elemento fundamental a melhoria da resposta às emergências locais e desenvolvimento profissional, educacional e científico com uma estreita relação interdisciplinar e multiprofissional.

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