Áustria – A ÖAMTC Air Rescue, sediada na Áustria, firmou parceria com a escola de voo RotorSky para fornecer treinamento de rotina em simulador para seus pilotos e equipe de resgate (tripulação técnica), tendo em vista a exigência legal de treinamento para todos os membros da tripulação técnica em toda a Europa, a partir de 2022.
“Embora tenhamos envolvido ativamente nossos membros da tripulação técnica em treinamento em simulador por vários anos, este novo regulamento resultará em um esforço maior de treinamento para nós”, afirmou Reinhard Kraxner, Diretor Administrativo da ÖAMTC Air Rescue.
Com 28 helicópteros H135, mais cinco que deverão chegar em 2022, a operadora ÖAMTC e a escola RotorSky desenvolverão um novo processo de treinamento baseado na orientação europeia, focando no trabalho em equipe do dia-a-dia e na sobreposição de competências.
Um simulador de voo baseado no Airbus H135 usado pelo ÖAMTC será estabelecido nas instalações da RotorSky em Linz, Áustria. Chamado de “Dispositivo Sintético de Treinamento”, o simulador permitirá que os pilotos e membros da tripulação técnica se familiarizem com as características do H135 e desenvolvam habilidades de trabalho em equipe em um ambiente seguro.
“A localização do simulador em Linz também tem uma vantagem econômica para nós”, acrescentou Marco Trefanitz, CFO da ÖAMTC Air Rescue. “Até agora, simuladores comparáveis estavam disponíveis apenas na Alemanha. Esta solução austríaca agora nos dá a oportunidade de organizar o treinamento necessário de forma mais flexível, eficiente e econômica.”
Tocantins – Em cerimônia realizada na manhã de sexta-feira (9) na sede do Batalhão de Aviação do Exército (BAVEX), em Taubaté-SP, o piloto e também comandante de helicóptero do Centro Integrado de Operações Aéreas (CIOPAER) de Tocantins, capitão da Polícia Militar Dennis Dalla, recebeu o certificado de conclusão do treinamento de capacitação em simuladores do Exército Brasileiro – EB.
A ideia do treinamento surgiu durante a integração criada entre o Exército Brasileiro e o GAM (Grupamento Aeromóvel da PMERJ), durante a intervenção federal no Rio de Janeiro, na “Missão da Garantia da Lei e da Ordem (GLO)”.
O EB possui dois equipamentos que são utilizados para o treinamento de seus pilotos:
FTD (Flight Training Device = Dispositivo de Treinamento de Voo), que possui uma cabine de um helicóptero fixa ao solo com seus instrumentos, assessórios, comandos e grandes telas, onde são projetados aos pilotos os horizontes artificiais e a sensação visual da pane.
FFS (Full Flight Simulator = Simulador de Voo Completo), que é mais avançado, pois tem movimento, sendo capaz de realizar manobras e procedimentos pertinentes ao modelo do helicóptero, portanto, além do visual, permite ao piloto ter a sensação física do voo.
De acordo com a Agência Nacional da Aviação Civil – ANAC, “A qualificação de Dispositivos de Treinamento em Simuladores de Voo (FSTD – Flight Simulator Training Devices) tem o objetivo de verificar suas características de desempenho e realismo, bem como classificá-lo nas diversas categorias existentes. A qualificação de FSTD é uma atividade baseada em parâmetros objetivos e subjetivos”.
Inicialmente, o IGPM (Inspetoria Geral das Polícias Militares) do EB coordenou o treinamento aos pilotos do GAM e, em seguida, às demais unidades aéreas de segurança pública do Brasil, objetivando aproximar o órgão federal dos estaduais e, obviamente, capacitar os servidores.
A turma iniciada nesta segunda-feira (5) foi composta por oito servidores dos estados do Acre, Maranhão, Minas Gerais, Pernambuco, Espírito Santo, Mato Grosso do Sul e Tocantins. Todos realizaram o treinamento das manobras de emergência em simuladores de voo, no papel de operador do sistema e também como piloto. Cada aluno pôde realizar 5 horas de voo.
A cerimônia de conclusão contou com as presenças dos comandantes do BAVEX e do CIAVEX (Centro de Instrução de Aviação do Exército).
O piloto tocantinense é instrutor de voo e o único servidor estadual checador credenciado junto à ANAC. Segundo ele, “o treinamento no simulador é bastante realista, permitindo realizar todos os movimentos feitos em uma aeronave. O piloto consegue ver na prática, sem o risco do acidente, como o helicóptero se comporta no momento de pane, a sequência de luzes que indica a emergência, ouve os sinais sonoros, dentre outros, orientando-o a tomar a melhor decisão e os procedimentos corretos para um pouso seguro, muito próximo ao que vivemos de fato, além de ser muito didático”, pontuou.
A boa notícia aos aeronavegantes é que o EB pretende ampliar a abrangência do treinamento, ofertando mais vagas aos profissionais de segurança pública dos Estados.
A principal vantagem da realização do treinamento das manobras de emergência em simuladores de voo é a redução do custo e do risco operacional de se executar em um helicóptero real, principalmente pela possibilidade de permitir o erro e a repetição dos procedimentos até a maturidade situacional.
Entretanto, vale destacar que o mesmo não descarta o treinamento real, onde a questão psicológica é preponderante nas tomadas de decisões. Este deve ser realizado em escola homologada pela ANAC, sendo complementar à formação e amadurecimento profissional do piloto de helicóptero, especialmente o que atua em missões de segurança pública, onde se associa o voo à operação policial ou de resgate.
Pressão de tempo, pacientes em estado crítico e equipamento mínimo são exemplos de como os membros da tripulação aeromédica de helicópteros tem que pensar rápido, adaptando-se à situação dada em segundos. Muitos procedimentos podem ser ensinados em sala de aula, onde o uso da simulação para formação é uma parte essencial do curso.
A simulação permite aos participantes praticarem as partes não clínicas de seus trabalhos, além de cuidar de um paciente – de modo que os procedimentos médicos, a comunicação da tripulação, a consciência situacional e a necessidade de tomar decisões rápidas sob condições estressantes, sejam todos praticados ao mesmo tempo.
O treinamento que provê cenários de simulação são indispensáveis para operadores de ambulância aérea, observa Brad Matheson do operador aeromédico US Priority1, bem como contratar pilotos de helicóptero e pessoal médico com a experiência de voo necessárias para que possam atuar como um membro efetivo da tripulação, incluindo habilidades como CRM, consciência situacional, desembarques em área restrita, busca e salvamento, avaliação de local de pouso e coordenação/operação com óculos de visão noturna.
Celeste Alfes, professora associada e diretora do Centro de Recursos de Aprendizagem da Escola de Enfermagem Frances Payne Bolton da Case Western University, em Cleveland, EUA, escreveu em seu trabalho acadêmico “Taking Simulation to New Heights: Designing a Flight Simulation Center” que cenários de simulação específicos para transferências aeromédicas permitem que as equipes pratiquem efetivamente a comunicação, desenvolvam um plano de atendimento à vítima e efetuem procedimentos de intervenção em tempo real.
O Centro de Treinamento prepara enfermeiros para trabalhar em ambientes não estruturados, organiza treinamento interprofissional de resposta a desastres e conduz pesquisa para a atividade prática em serviços aeromédicos.
A professora Alfes explicou como o treinamento de simulação é essencial para tripulações aeromédicas: “Simulações de missões de transporte aeromédico diferem de outros exercícios de simulação na medida em que ruído, luz, vibração, restrições de tempo, progressão da missão e uso de equipamentos de comunicação precisam ser combinados com o atendimento clínico do paciente. A simulação de alta fidelidade pode ser ainda um instrumento no treinamento interprofissional de equipes de voo para melhorar as habilidades através da qualidade e segurança no atendimento do paciente durante o transporte aeromédico”.
Simuladores
Tomando um lugar de destaque no centro de treinamento está a fuselagem de um helicóptero S-76 adaptado para criar ambientes para educação profissional. Os efeitos de movimento, visuais e sonoros são todos integrados na fuselagem e as janelas foram substituídas por monitores de vídeo LCD para exibir imagens das diferentes fases de voo. Completa o ambiente de treinamento um interior aeromédico homologado pela FAA (Federal Aviation Administration).
Durante o treinamento, o instrutor tem a capacidade avaliar a capacidade dos participantes de gerenciar o paciente, fornecendo situações e dificuldades conforme necessário, e com a ajuda de duas câmeras GoPro montadas no interior e fones de ouvido podem ser acompanhados todo o desenvolvimento do treinamento. “A gravação das simulações de voo deu ao corpo docente a capacidade de rever e debater os cenários com os alunos, otimizando a experiência de aprendizagem deles”, disse a professora Alfes.
Outro centro de treinamento que utiliza uma maquete em grande escala de um interior de helicóptero é a operadora ADAC HEMS na Alemanha. O centro de treinamento possui um simulador completo de treinamento do H145, somando-se aos simuladores do EC135 e BK117.
Thomas Gassman, diretor de desenvolvimento de negócios e vendas da ADAC, disse que ambos os simuladores de helicópteros estão totalmente equipados com todas as cenas típicas encontradas em um helicóptero de resgate. “Ambos equipamentos e todos os manequins são controláveis remotamente a partir de uma sala pelos instrutores”, acrescentou. “Além disso, os modelos estão equipados com instalações de vídeo e áudio, simulando sons de helicópteros, ruídos da torre de controle, etc. que são transmitidos para os capacetes da tripulação “.
A Luxemburgo Air Rescue(LAR) também oferece cursos completos de CRM para todos os membros da tripulação médica, em simulador, além de uma sala de simulação médica em que são oferecidos cursos sobre ressuscitação avançada, técnicas de gestão de vias aéreas difíceis e incidentes de sangramento e ressuscitação pediátrica.
Os membros da tripulação também se beneficiam em praticar partes de uma missão que ocorrem fora da aeronave, especialmente tratando pacientes no local de um acidente. Por exemplo, no Reino Unido, a Midlands Air Ambulance Charity abriu um Centro de Educação e Treinamento, com sala de simulação de cenários, na base aérea de Tatenhill.
Ian Jones, supervisor da tripulação aeromédica, disse que a sala de simulação inclui equipamentos médicos e adereços, que permitem enfermeiros e médicos de voo atuarem em vários cenários como parte de sua formação médica avançada. Segundo Jones, a sala permite a simulação de ambientes internos e externos e é “única” no setor de ambulâncias aéreas do Reino Unido.
Os enfermeiros e médicos que treinaram usando os manequins na arena da simulação dizem que as versões modernas são “um passo enorme mais próximo” aos pacientes humanos reais. Com o SimMan, o driver de simulação pode alterar os parâmetros remotamente e nós somos capazes de combinar as conclusões com nossas avaliações clínicas. Atualmente, é o mais próximo possível de um paciente real.
O compartilhamento das instalações para formação significa que o investimento original feito por uma organização pode ser recuperado quando outros fazem uso dela. De acordo com a LAR, os médicos de voo acham que o aspecto mais importante dos cursos da empresa é “a combinação de um forte elemento teórico com a prática regular – treinamento recorrente em um ambiente realista.
Os cursos foram desenvolvidos pela LAR quando constatou-se a falta de cursos adequados disponíveis noutros locais para o seu pessoal. Ao longo do tempo, os cursos foram ajustados e aperfeiçoados, com formadores do lado médico e da aviação, permitindo-lhes oferecer “verdadeiros cursos aeromédicos”.
Outra instituição do Reino Unido que desenvolveu uma instalação similar é Hampshire e Isle of Wight Air Ambulance, que recentemente abriu uma nova instalação de treinamento de simulação que tem a capacidade de projetar uma série de incidentes simulados, com movimentos e sons.
“Este equipamento nos permite praticar com segurança muitas das habilidades técnicas e não técnicas necessárias para uma equipe de cuidados críticos”, disse o consultor da HIOWAA, Els Freshwater. “Em um dia de treinamento recente, fomos capazes de simular uma série de cenários, incluindo um paciente que havia sofrido um acidente em uma floresta, um ciclista que tinha sido derrubado em uma estrada movimentada e um pedestre que tinha sido atingido por uma van em uma área residencial”.
Mesmo à medida que as soluções digitais se desenvolvem, a simulação analógica tradicional, por exemplo, simulações de cenas de trânsito de veículos usando carros reais e atores como pacientes, continua sendo uma ferramenta útil.
O curso de tripulação aeromédica oferecido pelo Great North Air Ambulance Service do Reino Unido oferece a oportunidade de participar de um exercício tático multi-agência que envolve o serviço de bombeiros, policiais, serviço de ambulância terrestre e agentes de trânsito.
Outro elemento do curso dá aos médicos a oportunidade de praticar suas habilidades em condições de pouca luz, com um cenário noturno com múltiplas vítimas envolvidas em um acidente de carro, onde testam a consciência situacional, gerenciamento de recursos da tripulação e habilidades de cuidados intensivos.
Tarefas de voo
As missões HEMS não tratam apenas sobre a equipe médica que cuida do paciente – os helicópteros em suas decolagens e pousos podem ser um negócio perigoso. Manter a tripulação completa e atualizada com as últimas técnicas de segurança é uma parte essencial do treinamento.
Com o seu simulador, a Priority1 Air Rescue tem a capacidade de replicar 20 tipos diferentes de helicópteros, incorporando modelos sintéticos realistas específicos para a estrutura, comunicações internas / externas, condições climáticas, dia/noite, etc.
Algo tão simples como detectar um incidente de tráfego aéreo, desvios de obstáculos do rotor, CRM e tarefas em que as pessoas muitas vezes aprendem de forma reativa no campo, podem experimentar proativamente no ambiente de aprendizado sintético que fornece um cenário de missão “real” HEMS e que pode manter uma equipe segura.
O desafio financeiro e a redução de custos
O próximo benefício é a economia de custos, porque os operadores comerciais e públicos não têm orçamento disponível para fornecer todas as horas necessárias para realizar a quantidade ideal de voos para executar todos esses módulos de treinamento, no entanto, com a simulação, podem ser realizados os treinamentos em um curto período de tempo e sem necessidade de realizar voos, reduzindo inclusive custos de manutenção e de combustível.
Não há dúvida de que o treinamento de simulação de missões para médicos e enfermeiros de voo é de grande benefício para todos os membros da tripulação. Se é o uso de uma maquete em escala completa de um helicóptero, ou uma sala em que uma situação é projetada nas paredes com um manequim com lesões simuladas, a miríade de opções disponíveis para os profissionais de saúde é impressionante e essencial para o seu desenvolvimento profissional contínuo.
Em 27 de junho de 2014 o Grupamento de Radiopatrulha Aérea da PMESP, contratou a Empresa CAE do Brasil para aquisição de 525 horas de instrução em seu simulador FTD 7 de AS-50 (Esquilo).
As horas no referido simulador serão destinadas ao treinamento de procedimentos de emergência, de todos os seus pilotos policiais, no referido modelo de aeronave.
Trata-se de um projeto inovador na Aviação de Segurança Pública que também propicia economia, pois, o valor da hora no simulador chega a ser quatro vezes menor que na aeronave real. Vantagens como a preservação da frota de aeronaves, aumento da disponibilidade para a operação, melhor qualificação de pilotos no cenário operacional, sedimentam a confiança da Organização em um bom retorno desse investimento nas pessoas.
A responsabilidade ambiental e sustentabilidade também merecem destaque, possibilitando que a Corporação contribua com a redução da emissão de resíduos poluentes na atmosfera, redução de ruídos e de consumo de fluidos decorrentes da operação com aeronaves.
“Nesse modelo de simulador (FTD 7) é possível criar uma condição quase real para o treinamento de procedimentos de emergência, que em um helicóptero real não seria possível em razão dos riscos. A simulação de voo acelera a experiência, possibilitando uma preparação mais técnica do piloto, permitindo que experimentem uma grande variedade de situações de voo”, afirma o Capitão Baracho, Coordenador do projeto.
Nos dias 25 e 26/04/14 a Academia Brasileira de Direito Aeronáutico – ABDA, realizará o quarto curso sobre direito aeronáutico. A ABDA tem como atribuição e objetivos, dentre outras coisas, fomentar o conhecimento do Direito Aeronáutico nacional na atividade aérea e congregar estudiosos das áreas de conhecimento relacionadas com o Direito Aeronáutico. Os alunos poderão visualizar em simulador (AS350 da Bravio) alguns aspectos relacionados ao voo e conhecer um pouco mais sobre o voo e sua complexidade.
Poderão participar do curso as pessoas ligadas à aviação e a área jurídica, com carga horária de 12 horas, sobre os seguintes assuntos:
– Módulo I – Investigação Jurídica de Acidentes Aéreos – Professor Kalazans – 04 horas.
– Módulo II – Responsabilidade do Comandante – Eduardo Alexandre Beni – 04 horas.
– Módulo III – Responsabilidade Civil no Transporte Aéreo – Fábio Anderson – 04 horas.
Datas:
– Módulo I – 25/04/14, das 18:00 às 22:00.
– Módulo II – 26/04/14, das 08:00 às 12:00.
– Módulo III – 26/04/14, das 13:30 às 17:30.
Local: A. Olavo Fontoura, 1078, Setor D, Lote 2, Aeroporto Campo de Marte, Santana, São Paulo, SP. Na sede da Bravio.
Os interessados deverão enviar e-mail para ABDA ([email protected]) para obter mais informações sobre ementa do curso e inscrições. Para saber mais sobre o curso clique aqui.
Bahia – As ferramentas tecnológicas chegaram, definitivamente, para ficar na vida cotidiana da Aviação de Estado. De forma destacada, nota-se um maior investimento das unidades aéreas em capacitação e padronização de seus times. Em tempos de estudo e sistematização do conhecimento sobre acidentes organizacionais, a administração pública não poderia investir em ações diferentes daquelas que, efetivamente, elevam os níveis de segurança das operações aéreas e, assim, ajudam a garantir a continuidade da prestação do serviço público.
Além disso, está quase pacificada a recepção de aeronaves bimotoras nos alguns cenários típicos das atividades patrocinadas pelo Estado, ante uma relação mais amigável e equilibrada de seus benefícios em detrimento dos investimentos atrelados. Ainda assim, há o objetivo claro de mitigar muitos dos riscos potenciais que habitam as cercanias desse tipo de operação, utilizando-se, cada vez, da tecnologia existente e disponível, da capacitação e do entrosamento das tripulações e, por último, de ações padronizadas e coordenadas de seus times.
Na esteira deste aprimoramento constante o GRAER da PMBA participou com seus pilotos – TEN CEL PM LÁZARO MONTEIRO, MAJ PM CESAR RICARDO, CAP PM HERLON CONCEIÇÃO e CAP PM ROGÉRIO ARAGÃO – do treinamento em simulador sintético de voo para a aeronave bimotora EC 145, atividade realizada no Training Center da AMERICAN EUROCOPTER na condado de Grand Praire, Texas, Estados Unidos, no período da primeira quinzena do mês de agosto último.
Segundo o TC PM LÁZARO, Comandante do GRAER, o treinamento foi muito produtivo, desenvolvido em simulador do tipo Flight Training Device (FTD) e envolveu voo regular altamente realístico no tipo EC 145 e suas diversas emergências. “Esse treinamento faz parte do pacote de instrução cuidadosamente preparado para dotar nossos profissionais dos conhecimentos necessários a boa operação do nosso PR-KPM, helicóptero EC 145 adquirido pelo Estado da Bahia, já entregue e em plena operação”, afirmou o Oficial.
Além das situações de emergência, foi promovido também o treinamento simulado em situações e cenários típicos da Aviação de Estado, da entrada inadvertida em condições meteorológicas de voo por instrumentos (IMC) e seus procedimentos. Essas ações aumentam a verossimilhança da proposta e reduzem a distância entre o treinamento simulado sintético obtido e aquele real desejado.
TREINAMENTO PBN
Já na no dia 19 de agosto todos os Oficias Pilotos do GRAER participaram da instrução sobre Navegação Baseada em Performance – PBN, treinamento necessário para operação de maquinas com recursos RNAV. A instrução foi conduzida pelo Instrutor Credenciado Adriano da Silva da AEROGRIPS e fora feita nas próprias instalações do auditório do GRAER da PMBA. Essa atividade também faz parte do pacote de instrução da compra do EC 145.
Introdução à PBN, CNS/ATM e seus conceitos básicos, Recursos RNAV e RNP, fraseologia, espaços aéreos, exigências de qualificação a tripulação e diferentes tipos de equipamentos de radio comunicação para navegação por performance instalado nas maquinas, procedimentos de contingencia, Normas, regulamentos e procedimentos Operacionais, o crescimento da navegação PBN hoje no mundo, enfim uma série informações importantes e necessárias para a operação técnica, eficiente e segura das maquinas sob esse viés.
Por tudo isso, assume-se uma nova realidade da Aviação de Estado e seus subsistemas complexos. Nesse novo cenário, são esperadas respostas mais adequadas, obtidas por meio da apropriação do conhecimento e do emprego da tecnologia. Nesse empreendimento, a administração pública procura agir com responsabilidade e equilíbrio, ao equalizar as suas disponibilidades de investimento com a necessidade de atendimento da sociedade, sem perder de vista a segurança das suas ações.
O Simulador de helicópteros SHEFE, desenvolvido pelo Centro Tecnológico do Exército (CTEx), em parceria com a SPECTRA, empresa brasileira de tecnologia, recebeu a qualificação Flight Training Device Level FTD 4 da Agência Nacional de Aviação Civil (ANAC).
A certificação objetiva assegurar o nível de semelhança com um helicóptero real de forma que seja capacitado a fazer a preparação inicial dos pilotos e treinar situações de emergência com segurança. Por meio dessa qualificação, a Agência reconhece que os militares que utilizarem o equipamento serão treinados em um ambiente simulado de alto nível de imersão, possibilitando, inclusive, que as horas praticadas no simulador possam ser contadas como se o fosse um voo realizado na aeronave real.
O Simulador SHEFE é o primeiro totalmente desenvolvido no hemisfério sul com esse grau de fidelidade e a certificação dada pela ANAC representa o sucesso da etapa de desenvolvimento do projeto que aconteceu de 2008 a 2011.
A próxima meta do projeto é adquirir a certificação Full Flight nível B. Essa nova qualificação permitirá que os pilotos tenham, durante o voo simulado, a mesma sensação do voo real, incluindo os movimentos do helicóptero e suas respostas aos comandos.
O projeto do Simulador de helicópteros SHEFE oferece um equipamento que atende à realidade específica da aviação do Exército Brasileiro e ainda produz conhecimento no país, contribuindo para a diminuição do hiato tecnológico na área de simuladores, tão importantes para os treinamentos realizados em equipamentos militares nos dias atuais.
Alta tecnologia auxilia a equacionar os elevados custos de formação e manutenção do preparo de tripulações de helicópteros
Com o desenvolvimento e a confiabilidade da engenharia aeronáutica, notadamente nas últimas décadas, bem como a crescente complexidade dos sistemas, a questão dos fatores contribuintes em acidentes aeronáuticos voltou-se novamente para o ser humano, principalmente no quesito julgamento.
Analisando os dados do relatório produzido pela US JHSAT (Joint Helicopter Safety Analysis Team), onde, após a análise de 523 acidentes envolvendo essas aeronaves, pode-se observar que 84% dessas ocorrências envolve a questão de deficiente julgamento por parte da tripulação. No Brasil, segundo o Centro de Investigação e Prevenção de Acidentes Aeronáuticos (CENIPA), mais de 50% dos acidentes na aviação civil tem como fator contribuinte o julgamento equivocado da tripulação. (FCA 58-1 Panorama Estatístico da Aviação Civil Brasileira-2012).
Naturalmente, uma das principais ações recomendadas para mitigar esse risco envolve a revisão e o aperfeiçoamento do treinamento das tripulações. Contudo, um novo problema surge quando se analisa a situação sob a ótica do crescente custo e sofisticação das aeronaves, bem como o risco envolvido na instrução e treinamento prático. Apenas para se ter uma ideia, o mesmo relatório da US JHSAT aponta para a atividade de instrução e treinamento como a responsável por 22,8% dos acidentes.
Dados apresentados pela ALEA (Airborne Law Enforcement Association), durante recente seminário em San Diego, Califórnia, envolvendo a aviação policial norte-americana no período de 2008 à 2012, dão conta que dos 45 acidentes ocorridos no período, 14 foram em atividades de treinamento. Apesar de tais acidentes não envolverem vítimas fatais, este cenário torna o retorno sobre o investimento em treinamento nos moldes atuais completamente inviável. Com esse panorama, surgiu o impasse entre a necessidade de mais treinamento, frente ao custo e ao alto risco associado ao mesmo.
Ciente disso, o mercado vislumbrou uma oportunidade para desenvolver novas soluções que atendessem essa necessidade dos operadores de helicópteros, em especial aos que utilizam-no em situações extremas.
Apesar de já serem há muito empregados para preparar pilotos em procedimentos de emergência, o uso de simuladores focados no treinamento de pilotos e tripulantes em complexos cenários multimissão ainda é uma novidade para operadores no Brasil.
Em recente visita aos Estados Unidos, tive a oportunidade de conhecer o simulador multimissão da subsidiária norte-americana de um dos grandes players mundiais da aviação de asas rotativas, a American Eurocopter, cujo Centro de Treinamento fica na cidade de Grand Praire, no Texas. Lá, a recepção ficou por conta da muito simpática e atenciosa senhora Tamara Tiger, sua diretora, e que, preliminarmente, passou as orientações acerca da visita às instalações da fábrica, ao próprio centro, sala de “debriefing” do simulador e, por último, do equipamento em si.
O Centro de Treinamento oferece uma enorme gama de cursos, aqui chamado de “top-down”, que inclui treinamento inicial teórico e prático para pilotos e mecânicos, além de treinamento de proficiência técnica anual, e outros tipos de cursos voltados na melhoria da segurança operacional como, por exemplo, Recuperação de Voo em Condições de Instrumento Inadvertidas (IIMC Recovery) e Treinamento NVG com Emergências Noturnas em Ambiente Urbano. A existência dessa nova e diferenciada gama de cursos só é possível com a utilização maciça de recursos tecnológicos, no caso, os simuladores de voo.
O Centro de Treinamento conta com dois simuladores; um, para a linha EC135/EC145; e, o outro, para a linha AS350. O primeiro é utilizado unicamente para o treinamento de pilotos e o segundo tem o diferencial de ser equipado com a cabine completa do AS350, podendo efetuar treinamento da tripulação completa, incluindo piloto, copiloto/TFO e tripulantes.
O simulador do AS350 tem aproximadamente dois anos e, atualmente, é o que de mais avançado existe. Toda a equipagem, tanto hardware quanto software, foi fornecida pela INDRA. A American Eurocopter vem aperfeiçoando o software para incluir novos conceitos de simulação e cenários de acordo com a necessidade do mercado aeromédico, policial, etc. É certificado pela Federal Aviation Agency (FAA) como “Full Flight Simulator Nível B”, podendo ser utilizado e reconhecido para programas de treinamento requeridos pelas FAR CFR Part 141 e 142.
O equipamento de hardware do simulador é “full motion”, com a novidade de ter os braços de sustentação operados eletricamente, o que proporciona baixos níveis de manutenção e índice de falhas, comparado ao tradicional sistema hidráulico.
O simulador conta com um campo de visão de 240º por 80º e uma plataforma completamente móvel. O sistema/software gráfico é de uma resolução e detalhismo impressionante e em alguns determinados cenários existe um retrabalho para criação de um ambiente 3D perfeito para simulação de pousos em áreas restritas onde, convenientemente, existem postes, muretas, árvores e tudo mais para “ajudar” o piloto.
A cabine é totalmente compatível com NVG e os controles de voo reagem com uma realidade impressionante para simulação de panes e procedimentos, como falha do sistema hidráulico e pousos corridos. Tem no cockpit toda a equipagem e aviônicos existentes em uma aeronave policial, como “moving map”, farol de busca, FLIR, rádios policiais, etc. Tudo isso responde de modo perfeito à simulação de um específico cenário, que pode ser configurável e alterado pelo instrutor.
A American Eurocopter está em fase de aperfeiçoamento do cenário de tiro embarcado, onde a aeronave efetua o apoio aéreo em uma ocorrência de um “sniper terrorista” no topo de um prédio estrategicamente localizado em uma região cheia de obstáculos. Com a utilização de um simulacro de AR-15 devidamente equipado com um sistema laser o tripulante pode efetuar “tiros embarcados”. Logicamente, não visa o aperfeiçoamento do tiro em si, mas a possibilidade de um treino beirando a realidade, envolvendo coordenação de cabine, condições meteorológicas variáveis, fraseologia e obstáculos. É simplesmente incrível.
Ainda existem cenários de acidentes automobilísticos, com diversas opções próximas de áreas restritas para o pouso, especificamente detalhados e modelados em 3D com uma resolução fantástica. Além desses locais, todos os helipontos homologados, elevados ou não, são modelados e passíveis de pouso no simulador. Dessa forma, consegue-se efetuar um treinamento completo de missões aeromédicas, desde o acionamento, deslocamento para ocorrência, pouso e decolagem em área restrita, deslocamento para hospital, pouso em heliponto elevado e retorno para a base.
O simulador não conta, ainda, com a equipagem de guincho, mas é possível efetuar tal treinamento, e outros que envolvam carga externa, através de alterações pré-programadas no perfil do CG, que irá responder simulando para o piloto o comportamento da aeronave durante o içamento de uma vítima, captação de água com o bambi bucket, ou qualquer outra missão que envolva carga externa.
Junto aos cenários voltados para as atividades aeromédica e policial, existem dois outros que são extremamente importantes em termos de segurança operacional: recuperação de entrada inadvertida de condições meteorológicas por instrumentos e “brownout”.
As condições meteorológicas são completamente configuráveis durante o processo e o instrutor pode “guardar” o piloto a qualquer momento do voo, podendo assim efetuar um treinamento bem realístico de como recuperar a atitude da aeronave e sair das condições de voo IMC sem que ocorra a desorientação espacial do piloto. Para quem já iniciou a contagem de 178 segundos sabe da importância desse treinamento.
O treinamento de “brownout” também prevê alguns cenários específicos, e quando se efetua a aproximação da aeronave em um perfil de pouso inadequado para o local, a visão é obscurecida de maneira gradual e completa. Assustador, e não precisa nem dizer que nessa não teve jeito e “quebrei” a aeronave. Posteriormente após o “briefing” pelo instrutor do perfil do pouso e da arremetida, percebe-se claramente a importância e a qualidade de um treinamento/simulação desses tipos de cenários.
O simulador ainda conta com uma estação/console para “debriefing”, onde todo o treinamento pode ser reproduzido ou acompanhado ao vivo, com todos os parâmetros de voo, meteorologia, áudio e imagem da cabine, possibilitando uma excelente base para a análise do treinamento, focando em aspectos de CRM, tomadas de decisões e procedimentos realizados.
Em resumo, poder treinar uma tripulação inteira, em cenários e ambientes voltados para as especificidades de missões críticas como aeromédicas, policial, tiro embarcado, entre outras, com uma realidade impressionante, e com a possibilidade de degradar todas as variáveis imagináveis em relação a panes técnicas e meteorologia, com recursos tecnológicos de ponta, sem expor a tripulação ou terceiros, e sem o risco de perda material, é impressionante. Se tal medida ainda não está nos planos dos gestores da aviação de segurança pública do Brasil, está na hora de “correr atrás do prejuízo”.
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Autor: Alex Mena Barreto, Major da Polícia Militar do Estado de São Paulo. É piloto e instrutor de helicóptero, cofundador e editor do site Piloto Policial. O presente artigo foi publicado na edição No. 131 da revista Tecnologia & Defesa.
A ANAC avaliou e aprovou no dia 19/09/2012 mais um FTD – Flight Training Device (Simulador de Voo de Helicóptero) da BRAVIO, desta vez foi o simulador do Schweizer, um AATD H300 CBi. No dia 11/09/2012 foi aprovado o AS350 B2 do Esquilo. Agora os dois simuladores estão certificados.
Os Dispositivos atendem os requisitos da Advisiory Circular – AC 61-136 (FAA/ANAC), de 14/07/2008. Os simuladores tem painel de instrumentos, comandos, cenários gráficos acurados, sons característicos de partida, voos e corte. Tudo para criar um ambiente mais fiel em relação à aeronave representada, com o objetivo de melhorar a relação ensino/aprendizado.
Além dos voos VFR/IFR, o piloto pode realizar uma série de treinamentos e simulações de emergências nos simuladores, sem os riscos que ocorrem nas aeronaves reais. As horas voadas nos simuladores são contabilizadas para experiência e obtenção das licenças para Piloto Privado de Helicóptero – PPH, Piloto Comercial de Helicóptero – PCH e nas habilitações em Voo Por Instrumentos (IFR) e Piloto de Linha Aérea de Helicóptero – PLAH, conforme Regulamento Brasileiro de Aviação Civil – RBAC 61, de 22/06/2012.
Um Electronic Map Display System – MD102-MAP grava os procedimentos das instruções e o aluno pode avaliar o seu próprio desempenho durante o treinamento. As aulas são ministradas por instrutores experientes da EAGLES Academia de Pilotos, Escola de Aviação Civil certificada pela ANAC, o que garante qualidade na formação dos pilotos.
Com tecnologia 100% nacional, a BRAVIO é a primeira empresa brasileira a certificar Simuladores de Voo de Helicóptero no país. Fruto de um trabalho de pesquisa e desenvolvimento ao longo de 6 anos, o dispositivo contém os mais avançados recursos para treinamento no Brasil.
Com tecnologia 100% nacional, a BRAVIO é a primeira empresa brasileira a certificar Simuladores de Voo de Helicóptero no país. Fruto de um trabalho de pesquisa e desenvolvimento ao longo de 6 anos, o dispositivo contém os mais avançados recursos para treinamento no Brasil. Os simuladores estão no Centro de Treinamento, localizado no Aeroporto Campo de Marte/SP.
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