Paraná – Nos dias 24 e 25 de outubro de 2019 acontecerá o Congresso Aeromédico Brasileiro (CONAER), na cidade de Curitiba, PR. As palestras, oficinas e painel acontecerão no período das 08h00 às 19h00 e haverá espaço de exposição de produtos e serviços de empresas do setor, de cursos da Universidade Tuiuti, além de poder visitar o Museu Aeroespacial Entre Nuvens e Estrelas.
Uma das palestras do evento será sobre “A importância da disponibilidade e controle de custos na manutenção de turbinas para a operação aeromédica”. Marcelo Madruga de Oliveira, Business Development Manager, da Safran Helicopter Engines Brasil fará a apresentação.
Em seguida, será realizada a entrega oficial de uma turbina ARRIEL, doada pela Safran à Universidade Tuiuti do Paraná. Essa turbina poderá ser estudada pelos alunos dos cursos de pilotagem profissional de aeronaves e de engenharia mecânica. A turbina já está na Universidade e terá finalidade exclusiva para o aprendizado dos alunos.
A Safran é um grupo internacional de alta tecnologia, que atua nos mercados de aviação, defesa e espaço, com mais de 92.000 funcionários e vendas de 21 bilhões de euros em 2018. A Safran realiza programas de Pesquisa e Desenvolvimento para atender aos requisitos de mercado em rápida mudança, com gastos totais em P&D de cerca de 1,5 bilhões de euros em 2018.
Ceará – Na sexta-feira (26) aconteceu na cidade de Fortaleza (CE) o Seminário sobre Gestão de Frota e Segurança para a Aviação de Segurança Pública. O evento foi promovido pela empresa Safran e teve o apoio da Coordenadoria Integrada de Operações Aéreas (CIOPAer) do Ceará.
Abertura do evento com François Haas, Presidente da Safran no Brasil. Foto: Eduardo Alexandre Beni.
Participaram do evento cerca de 80 gestores da Aviação de Segurança Pública. François Haas, presidente da Safran no Brasil fez a abertura do seminário dizendo sobre a importância da integração entre os órgãos e agradeceu a participação dos gestores no evento.
Durante o evento foram programadas visitas ao CIOPAer para conhecer suas instalações, seu simulador de voo e suas aeronaves.
O seminário contou ainda com exposições de equipamentos, como os sistemas de optrônicos portáteis (binóculos multifunção) da Safran Electronics & Defense, G.P.U portátil (bateria de emergência leve) da StartStick fornecido pela empresa ATA-Equipamentos para Manutenção e o VANT Orbite 2 da empresa israelense Aeronautics.
Exposição do VANT Orbite 2 da Aeronautics, empresa israelense. Foto: Eduardo Alexandre Beni.
A primeira palestra do dia foi ministrada pelo Professor Roberto Pimenta da Fundação Getúlio Vargas e abordou o terma “Gestão Pública Moderna”. Em sua palestra falou sobre os modelos de gestão e deu destaque à organização em rede.
Durante sua apresentação disse que “o modelo de administração adotado vai depender da tarefa que irá realizar, ou seja, para os processos de manutenção de aeronaves, por sua complexidade, o modelo ideal é o burocrático, por isso não há modelo bom ou ruim, mas aquele que se adéqua melhor a sua tarefa. Foi uma brilhante exposição sobre gestão.
Roberto Pimenta da FGV em sua apresentação. Foto: Eduardo Alexandre Beni.
Na sequência foi ministrada palestra sobre “Metodologia de Gestão de Eventos Técnicos relacionados à Segurança de Voo” por Ronaldo Nogueira, engenheiro de serviços da Safran.
Roberto falou de alguns indicadores da Safran. A empresa possui 6.500 funcionários no mundo, 2.500 clientes em 155 países, 32% de participação no mercado mundial, 984 motores produzidos e 1.499 motores reparados.
Além disso, Ronaldo abordou que a Safran tem como objetivo reduzir em 50% a taxa de apagamentos não comandados de motor em voo até 2020 e que a empresa adota conceitos de segurança de voo desde 2005.
Ronaldo Nogueira da Safran em sua apresentação. Foto: Eduardo Alexandre Beni.
Logo em seguida ocorreu a primeira mesa de debate com a participação da Dra. Livia Azevedo da Safran, Maj PM Marcelo Hideki Nanya da Polícia Militar de São Paulo, Janaína de Cássia da Polícia Civil de São Paulo e como mediador Marcelo Madruga da Safran. O tema foi “Aspectos legais, financeiros e processuais na gestão pública de frota“.
As discussões giraram em torno do novo modelo de contratação, denominado SBH – Support by the Hour, que consiste basicamente na contratação de serviços de manutenção dos motores Safran, gerenciados com medição por hora de voo, em detrimento do modelo tradicional que é o Time & Material (T&M), cuja característica do serviço é sua medição pelo valor do homem-hora e fornecimento de peças.
Foram abordadas as vantagens do modelo do SBH pois, segundo os participantes, ele propicia previsibilidade e aumenta a disponibilidade da frota. Esses serviços foram contratados pela Polícia Militar e pela Polícia Civil de São Paulo por inexibilidade de licitação, tendo em vista que a Safran é a fabricante dos motores e possui a exclusividade desse novo modelo de manutenção. Segundo a Safran o modelo SBH possui flexibilidade e pode adequar-se às necessidades do operador e da legislação.
Mesa de debate sobre Aspectos legais, financeiros e processuais na gestão pública de frota. Foto: Eduardo Alexandre Beni.
A manhã foi finalizada como uma apresentação do Delegado de Polícia Civil Aristóteles Tavares Leite, Coordenador da Coordenadoria Integrada de Operações Aéreas do Estado do Ceará (CIOPAer). Tavares falou sobre a história da CIOPAer, as aeronaves denominadas “Fênix” que operaram e sobre as vantagens e desvantagens da gestão integrada. A CIOPAer possui em sua frota um avião Cessna 210 Centurion II, dois AS350B2 (Esquilo), três EC145 e um EC135 e realizam manutenções até 150 horas.
A unidade possui, além de sua sede em Fortaleza, duas bases destacadas, uma em Juazeiro do Norte com um EC 145 e outra em Sobral com um AS350B2. Como o aeroporto de Fortaleza foi privatizado recentemente, a CIOPAer busca uma nova área para suas operações. Outra novidade é que a partir de março de 2018 devem receber as novas aeronaves adquiridas. São dois H135 Helionix e serão os primeiros helicópteros desse modelo no Brasil.
Delegado Tavares da CIOPAer em sua apresentação. Foto: Eduardo Alexandre Beni.
Os trabalhos foram retomados a tarde com apresentação do Cel Res PM Ricardo Gambaroni e do Cel PM Carlos Eduardo Falconi, comandante do GRPAe, sobre a experiência de São Paulo na “Gestão de Frota da PM”.
Abordaram a complexidade das operações realizadas pela Polícia Militar de São Paulo e da necessidade da frota possuir disponibilidade para apoiar as diversas operações realizadas no Estado. São 104 Batalhões territoriais que a PM possui e o Grupamento Aéreo apoia essas unidades. Em mais de 32 anos de operações aéreas já são mais de 120.000 horas voadas em cerca de 250.000 missões. O GRPAe conta com 11 Bases, 13 hangares, um efetivo de 513 policiais e mais de 100 pilotos.
Reafirmaram a importância do modelo SBH da Safran na manutenção dos 24 motores que equipam os 23 AS350 (esquilos) da PM, incluindo um motor reserva.
Cel PM Falconi do GRPAe em sua apresentação. Foto: Eduardo Alexandre Beni.
Em seguida mais uma mesa de debate com a participação do Ten Cel PM Renato, Comandante do GRAer da PM da Bahia, do Ten Cel PM Borges, subsecretário da Casa Militar do Espírito Santo, do Maj PM Moyses, chefe da manutenção do GRPAe da PM de São Paulo e do Ten Cel Res PM Gonçalves da PM do Distrito Federal e como mediador Marcelo Madruga da Safran.
O tema foi “Gestão pública de frota“. Cada um deles fez uma apresentação sobre a gestão de suas frotas sob o enfoque do modelo SBH – Support by the Hour da Safran. Abordaram as dificuldades iniciais sobre o entendimento desse novo modelo e adequação dele a legislação e apresentaram os benefícios percebidos no dia-a-dia depois da contratação.
Mesa de debate sobre Gestão de Frota. Foto: Eduardo Alexandre Beni.
Finalizando as palestras, houve apresentação de Roberto Pagano da empresa Safran sobre “O programa SBH no Brasil”. Atualmente existem no país cerca de 274 motores Safran e 40 contratos no modelo SBH, sendo que destes, 9 contratos são com Organizações Aéreas de Segurança Pública com 51 motores.
Detran do DF, NOTAer ES, CTA do MA, GRPAe da PMESP, GRAer da PMBA, BPMOA da PMPR, GRAESP do PA, SAT da PCESP e BOA do CBMMG já possuem esse contrato de prestação de serviço. Pagano reafirmou que esse modelo propicia previsibilidade, gestão de mão de obra, redução de estoque e redução de custos logísticos.
Roberto Pagano da Safran em sua apresentação. Foto: Eduardo Alexandre Beni.
Ao final das palestras houve um momento de homenagens aos gestores da Aviação de Segurança Pública que adotaram modelos de gestão de frota que priorizam a segurança e a disponibilidade de suas aeronaves e em seguida o evento foi encerrado por François Haas, presidente da Safran no Brasil.
François agradeceu a presença dos gestores da Aviação de Segurança Pública e disse sobre a importância de uma melhor gestão nos recursos disponíveis para gerir uma frota em operações complexas e que necessitam de segurança e de disponibilidade.
Também abordou da importância desses eventos que reúnem profissionais da Aviação de Segurança Pública, por isso no dias 13 a 15 de setembro acontecerá o Encontro Nacional de Aviação de Segurança Pública na cidade de Goiânia (GO).
François Haas, presidente da Safran no Brasil, encerrando o evento: Foto: Eduardo Alexandre Beni.
Ten Cel Josilei Gonçalves de Freitas da Aviação de Segurança Pública.
O que na linguagem geral convencionou-se chamar de TURBINA é na realidade uma categoria de motores que utiliza o princípio da reação. A turbina é apenas uma parte desse motor.
Na categoria dos motores chamados genericamente de TURBINA existem os estatojatos, pulsojatos, turbojatos e turbomotores entre outros. Os turbojatos ou jato puro como são comumente chamados são os motores mais utilizados nos aviões a jato. Foram utilizados em alguns poucos modelos de helicópteros que tinham os seus rotores acionados por gases ejetados pelas pontas das pás.
Atualmente, na sua maioria absoluta, os helicópteros são chamados de mecânicos porque os motores utilizados aplicam potência a uma transmissão mecânica que, por sua vez, aciona os rotores. A maioria absoluta dos helicópteros mecânicos atuais utiliza os turbomotores ou motores a turbina. Esses motores, diferentemente dos turbojatos, possuem um segundo estágio de turbina que absorve a energia dos gases em escapamento, produzindo potência em forma de movimento rotativo que aciona os rotores do helicóptero através do conjunto de transmissões mecânicas.
QUAIS AS VANTAGENS DO TURBOMOTOR EM RELAÇÃO AOS MOTORES A PISTÃO?
O turbomotor tem tempo médio entre falhas, tempo entre revisões gerais e vida útil muito maiores do que o motor a pistão, o que confere àquele motor um índice de confiabilidade muito superior ao deste. Isto de deve, entre outros fatores, ao fato de que o turbomotor possui muito menos peças móveis sujeitas a esforços e portanto a falhas do que o motor a pistão. O próprio princípio de funcionamento do primeiro auxilia na possibilidade de redução do número de peças móveis.
Enquanto o turbomotor funciona de forma contínua, o motor a pistão funciona de maneira alternada, gerando esforços cíclicos de valor importante que ajudam significativamente a reduzir a sua vida útil, além de ser uma fonte adicional de vibrações para a aeronave como um todo.
Para uma mesma potência dada, o motor a pistão é muito mais pesado do que o seu correspondente a turbina. Os fabricantes tendem a procurar o motor mais leve possível que possua a potência necessária para decolar o seu helicóptero. Isto faz com que muitas vezes os helicópteros com motor a pistão sejam submotorizados, obrigando-os a trabalharem próximos de seus limites, donde uma maior limitação de vida útil e de tempo entre falhas.
DE QUE MATERIAL É FEITO O TURBOMOTOR?
Como foi visto anteriormente, a origem da maioria das vantagens do turbomotor em relação ao motor a pistão está no princípio de funcionamento de cada um. No que diz respeito aos materiais utilizados, as pesquisas e o desenvolvimento tecnológico estão bastante avançados em ambos os lados e os fabricantes dos dois tipos de motor lançam mão de, praticamente, os mesmos materiais.
CUSTO DE REPARO COMPARADO COM MOTORES A PISTÃO
O custo inicial de aquisição de um turbomotor é bastante superior ao de um motor a pistão. Quanto ao custo de reparo, a comparação não é tão simples como pode parecer à primeira vista. Não basta comparar os preços das revisões. A oferta de oficinas especializadas é muito menor no caso dos turbomotores do que no caso dos motores a pistão. Isto se deve em parte ao volume muito maior de investimentos necessários tanto em recursos humanos quanto em equipamentos para o primeiro caso em relação ao segundo. Somente este aspecto já faz com que os preços de serviços típicos sejam maiores para os turbomotores do que para os motores a pistão. Entretanto, a freqüência com que esses serviços são requisitados em um e em outro caso contribui para reduzir essa diferença.
Em uma avaliação grosseira porque sem uma base estatística sólida, pode-se dizer que a manutenção dos turbomotores tende a ser mais cara do que a manutenção dos motores a pistão.
Este, entretanto, parece ser o justo preço pelo acréscimo em confiabilidade, segurança e desempenho que, no caso particular dos helicópteros, o turbomotor oferece em relação ao motor a pistão.