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Um Novo Modelo de Operação Aeromédica

Especialistas se reuniram em São Paulo para discutir o futuro do serviço aeromédico no Brasil

São Paulo – Diante de um cenário em que apenas 3% da frota de helicópteros a turbina são dedicados ao resgate aeromédico, especialistas do segmento se reuniram na 6ª edição do Fórum Asas para debater os impactos no Brasil e as possíveis melhorias para os próximos anos. O encontro aconteceu na última quinta-feira, 25, em São Paulo, e trouxe como tema “Um Novo Modelo de Operação Aeromédica”.

O evento contou com apoio da Associação Brasileira de Operadores Aeromédicos (ABOA), de grandes empresas do setor como Helibras, Safran, Becker, Uniair e teve a presença de profissionais da aviação e saúde, poder público, associações, táxi aéreos e formadores de opinião. O conteúdo centrou-se no grande potencial e demanda reprimida, ao mesmo tempo em que há operadores capacitados para cumprir esta missão no País.

Especialistas se reuniram em São Paulo para discutir o futuro do transporte aeromédico no Brasil. Foto: Eduardo Beni.

“Hoje o Estado de São Paulo tem, em média, um helicóptero aeromédico dedicado para cada 14 milhões de habitantes, enquanto todo o território alemão, que tem o quase o dobro da área e da população, tem uma aeronave dedicada para cada milhão” explica um dos palestrantes Frédéric Bruder, CEO do resgate área da ADAC (Automovel Clube da Alemanha).

“O mercado brasileiro aeromédico está em fase de desenvolvimento e nós, da Airbus e Helibras, estamos aqui para oferecer o nosso apoio em termos de aeronaves, serviços e expertise. 80% dos helicópteros dedicados para a atividade aeromédica no Brasil são fabricados pela Airbus e a maior parte é operada por órgãos públicos, ao contrário do que ocorre em Países em que o sistema aeromédico é mais maduro. Por outro lado, vemos um crescente interesse de empresas privadas em entrar neste segmento”, afirma Ralph Setz, especialista no segmento aeromédico e governamental da Airbus Helicopters.

Além da palestra da ADAC, houve também a apresentação de produtos e serviços de empresas do setor. Palestras voltadas especificamente ao tema aeromédico teve seu momento interessante na apresentação de uma proposta de operação aeromédica para São Paulo. Foram sugeridas fases de implantação, com foco inicial no atendimento em rodovias concedidas no Estado de São Paulo. Essa palestra foi dividida em duas partes, uma primeira apresentada pelo Cel. PM Gambaroni sobre o histórico do aeromédico e a segunda apresentada pelo Sr. Mário Luiz Silvério sobre o novo modelo.

A ideia é que as concessionárias de rodovias ofereçam o serviço aeromédico aos usuários. O custo da implantação e manutenção dos serviços virá de parte do valor dos pedágios. Nos contratos de concessões atuais não há essa exigência e discute-se a inclusão desse serviço nos novos contratos.

Outra palestra relevante e importante para o setor foi a ministrada pela Dra. Cecília, pois, utilizando-se do exemplo de São Paulo, apresentou a complexidade e os desafios do setor de saúde, especialmente sobre infraestrutura. Um exemplo é a pouca disponibilidade de helipontos em hospitais públicos preparados para receber vítimas trazidas por helicópteros, além das especialidades médicas disponíveis para o recebimento dos pacientes. Outra questão complexa é o financiamento público desse serviço.

Sobre legislação, a ANAC fez sua apresentação, mas percebe-se que há muito a se fazer e debater, pois envolve outro setor, tão complexo quanto, que é a saúde. Debateu-se sobre a necessidade de integração normativa do Ministério da Saúde e do Ministério da Infraestrutura, através da Secretaria de Aviação Civil.

Dra. Cecília em sua apresentação sobre Emergências no Estado de São Paulo. Foto: Eduardo Beni.

Nesse assunto ainda, além das empresas de táxi aéreo que realizam esse serviço aéreo público, percebeu-se a importância da participação dos órgãos públicos que realizam atualmente o resgate e transporte aeromédico no Brasil, como Bombeiros, Polícias e serviços de urgência e emergência (SAMU, GRAU, SIATE, SARA, etc).

Sobre esse assunto, nos dias 24 e 25 de outubro, acontecerá o Congresso Aeromédico Brasileiro (CONAER) na cidade de Curitiba. O objetivo é reunir operadores públicos e privados, profissionais do setor, professores e alunos e com isso fomentar a atividade aeromédica no Brasil. Para saber mais sobre o CONAERclique aqui.

Esse evento contou com as seguintes palestras:

  • O Transporte Aeromédico no Brasil e Parcerias Público-Privadas: Cel.PM Ricardo Gambaroni, ABOA e Mário Luiz Silvério, CPD-Companhia Paulista de Desenvolvimento
  • Emergências no Estado de São Paulo: Dra. Maria Cecilia de Toledo Damasceno, Assistente Técnico do Gabinete do Secretário, Secretaria Estadual de Saúde de São Paulo
  • O Sistema Aeromédico na Alemanha: Regulamentação, Aspectos Operacionais e Financiamento: Frédéric Bruder, CEO da ADAC
  • Definições sobre Operações Aeromédicas e Atualização das Regulamentações: Marcus Vinicius Fernandes Ramos, Gerente de Operações da Aviação Geral da ANAC
  • Sessão de Perguntas & Respostas: Coronel PM Paulo Luís Scachetti Jr, Comandante do Comando de Aviação da Polícia Militar de São Paulo; Cel.PM Ricardo Gambaroni, ABOA; Cláudia Valéria de Paula, CEO do Instituto de Gestão e Desenvolvimento da Atenção á Saúde – IGDS e Marcus Vinicius Fernandes Ramos, Gerente de Operações da Aviação Geral da ANAC.
Especialistas se reuniram em São Paulo para discutir o futuro do transporte aeromédico no Brasil. Foto: Eduardo Beni.

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