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Aeromédico do Brasil – O portal Resgate Aeromédico iniciou uma série de entrevistas com os protagonistas do aeromédico brasileiro para conhecer melhor o funcionamento dos operadores aeromédicos públicos e privados.

No Brasil, segundo a ANAC, o serviço aeromédico privado é explorado por cerca de 39 empresas de táxi-aéreo. Nesse setor há também operadores públicos. Os Corpo de Bombeiros Militares, Polícias Militares, Polícias Civis, Polícia Rodoviária Federal e Secretarias de Segurança Pública realizam atividades de resgate e transporte aeromédico. Em muitos Estados essas unidades são integradas.

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Sabemos que existe muito potencial de desenvolvimento desse setor e por isso vamos conversar com as pessoas que salvam vidas todos os dias, transportando enfermos e órgãos em aviões e helicópteros. Vamos entender o setor e saber onde e o quê podemos melhorar.

Iniciamos o Aeromédico do Brasil com o Centro de Operações Aéreas (COA) do Corpo de Bombeiros Militar de Goiás (Acesse o site do CBMGO). Trata-se de um operador aeromédico público que realiza operações de busca e salvamento, combate a incêndios, operação aeromédica, apoio a Defesa Civil, transporte de órgãos e de pessoal.

O Ten Cel BM Alberto. Foto: Cristiano.

O Ten Cel BM Carlos Alberto Cardoso Faleiro é o atual comandante da unidade e além de piloto de helicóptero é examinador credenciado pela ANAC. Sua formação profissional inclui o curso de segurança de voo pelo CENIPA, curso de resgate pré-hospitalar e especialização em urgência e emergência.

O Ten Cel Alberto falou com o Resgate Aeromédico (RA) e além apresentar fotos incríveis de suas operações e aeronaves, respondeu algumas perguntas sobre pessoal, equipamentos e operações. Vamos conhecer um pouco do serviço do COA do Corpo de Bombeiros Militar de Goiás.

RA: Quais aeronaves o CBMGO opera?

COA: O CBMGO atualmente opera 03 aeronaves:
• 01 helicóptero monoturbina A119MKII – Bombeiro 01
• 01 Cessna 210 Centurion – Bombeiro 02
• 01 Seneca III – Bombeiro 03

RA: Como é a seleção e formação das tripulações das aeronaves?

COA: Os pilotos e tripulantes operacionais são selecionados através de provas seletivas internas onde o candidato a piloto é submetido a exames teóricos e físicos além de apresentarem o Certificado Médico Aeronáutico. Para os tripulantes operacionais os mesmos são submetidos a um teste de aptidão física, muito rígido além de também apresentarem o Certificado Médico Aeronáutico. Os nossos bombeiros realizam o Curso de Tripulante Operacional (CTOp).

Hoje temos um efetivo fixo no COA de cinco pilotos, oito tripulantes operacionais, seis mecânicos e quatro apoios de solo, totalizando 23 bombeiros militares. Além disso, temos 12 pilotos que estão em outras unidades do CBMGO mas que cumprem escala de voo. Três deles são comandantes de Batalhão. No total de pilotos temos nove pilotos de helicóptero e oito pilotos de avião.

Na sexta-feira (22) finalizamos o Curso de Comandante de Operações para oito pilotos, quatro de avião e quatro de helicóptero. Foram três semanas de curso, totalizando 160h. Eles tiverem aulas de CRM, segurança de voo, ground school, legislação e POP.

RA: Como é feita a regulação do aeromédico em GO?

COA: Toda regulação médica é realizada pelo Centro de Operações do Corpo de Bombeiros através dos médicos reguladores tanto do SIATE (Sistema Integrado de Atendimento ao Trauma e Emergência) bem como também do SAMU (Serviço de Atendimento Móvel de Urgência), uma vez que, todos ocupam o mesmo espaço dentro do Centro Integrado de Comando e Controle (CICC), o que facilita muito o nosso trabalho.

RA: No Estado de Goiás existe algum hospital com heliponto preparado para receber uma vítima transportada de helicóptero?

COA: Os hospitais de referência do Estado ficam em Goiânia e onde levamos a maioria das vítimas. O Hospital Estadual de Urgências de Goiânia (HUGO) não possui heliponto, mas existe uma área reservada para pousarmos com segurança. O Hospital Estadual de Urgências da Região Noroeste de Goiânia (HUGOL) possui um heliponto.

Nota: Segundo informações da Secretaria de Saúde, o HUGO oferece especialidades médicas de Clínica Médica, Ortopedia, Neurologia, Terapia Intensiva, Cardiologia, Geriatria e Cirurgias Geral e do Trauma. O HUGOL oferece especialidades médicas de traumatologia: bucomaxilo, cirurgia geral e vascular, urologia, ortopedia, neurocirurgia, medicina intensiva e traumatologia pediátrica. Atendimento especializado para queimados. Clínica médica e cardiológica.

RA: Possuem convênio com o SAMU ou com o SIATE?

COA: Sim, possuímos convênio com o SAMU/Goiânia, com o SAMU/Aparecida de Goiânia e com o SIATE que nos fornecem médicos e enfermeiros e todos os insumos necessários para o bom andamento do serviço. Nossa tripulação é formada por médicos e enfermeiros do SIATE ou do SAMU, mas essas equipes podem ser integradas.

RA: Pretendem ampliar a frota de aeronaves?

COA: Sim, pretendemos, estamos estudando a possibilidade da aquisição de um avião e de um novo helicóptero, o Comando da Corporação comprou a ideia e estamos aguardando orçamento para a realização da aquisição dessas novas máquinas.

RA: Pretendem ampliar o serviço?

COA: Sim, inclusive com a criação de uma base avançada. Não temos definido ainda o local.

RA: Existe alguma cooperação entre Goiás e Brasília para o resgate aeromédico?

COA: Não formalizada, porém como possuímos áreas no entorno de Brasília, o Corpo de Bombeiros Militar do Distrito Federal acaba por vezes nos apoiando no atendimento de ocorrências, ou às vezes quando precisam de apoio para alguma missão específica sempre existe o apoio mútuo.

RA: Onde fica a base de operações do COA?

COA: Nossa base fica no Aeroporto Internacional de Goiânia – Santa Genoveva (SBGO).

RA: Quais equipamentos aeromédicos possuem na aeronave? Pretendem adquirir algo específico?

COA: Nós possuímos monitor paramétrico, respirador, oxímetro, bolsas de vias aéreas, bolsas de trauma, bolsa de medicamento, aspiradores e estamos em processo de aquisição de bombas de infusão homologadas para o aeromédico, equipamentos de ultrassom portátil e aspiradores elétricos.

RA: Vocês fazem treinamento de CRM ou algum voltado para a segurança das operações?

COA: Sim, fazemos treinamento de segurança de voo e de CRM anualmente. Nós possuímos também um Manual Operacional de Bombeiros: Operações Aéreas que é um balizador de procedimentos para garantia da segurança operacional.

RA: Vocês voam sempre com dois pilotos no aeromédico, por quê?

COA: Sim, pois nossos aviões e nosso helicóptero permitem que voemos com dois pilotos em missões aeromédicas. Além disso adotamos esse modelo como Procedimento Operacional Padrão (POP) do Grupamento, pois entendemos que isso aumenta a segurança das operações e não abrimos mão dessa situação.

Caso sua organização ou empresa queira participar do Aeromédico do Brasil, basta enviar um e-mail para [email protected].
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