Alagoas – O Departamento Estadual de Aviação de Alagoas (DEA) está oficialmente homologado pela Agência Nacional de Aviação Civil (Anac) para formar seus próprios pilotos. A certificação segue o Regulamento Brasileiro da Aviação Civil (RBAC) 141 e assegura que os cursos do órgão atendem aos padrões exigidos para operações civis e policiais.
O avanço ocorre em um momento de retração nacional. Desde 2016, ao menos 16 escolas e aeroclubes encerraram atividades, contribuindo para que o país chegasse a 2025 com apenas 87 aeroclubes em funcionamento. O fechamento dessas estruturas aumenta custos, reduz a oferta de treinamento e dificulta o acesso à formação de novos pilotos.
De acordo com o diretor-presidente do DEA, coronel André Madeiro, a formação interna representa um passo decisivo para a autonomia do Estado em um cenário nacional desfavorável. “Os custos com deslocamentos, hospedagem e passagens representam uma fatia relevante dos investimentos quando dependemos de instituições externas. Ao reduzir essas despesas e eliminar a necessidade de licitações recorrentes, o DEA ganha eficiência e evita atrasos comuns em modelos terceirizados”, explicou o coronel André.

A estratégia interna também acelera o tempo de preparo dos pilotos. Enquanto cursos civis podem durar de 12 a 18 meses, programas integrados às rotinas operacionais reduzem esse prazo e colocam profissionais em atividade mais rapidamente. O modelo evita afastamentos prolongados de militares, mantendo o efetivo disponível para missões de resgate, patrulhamento aéreo e apoio à saúde.
“A estrutura do DEA passa a ser utilizada de forma integral. Frota, simuladores e instalações operacionais servem tanto ao treinamento quanto às operações diárias”, reforça o diretor-técnico de Operações, tenente-coronel, Maikel Araújo. Segundo ele, o formato segue referências de centros policiais homologados no país e garante padronização doutrinária, controle direto de qualidade e retenção de conhecimento técnico dentro do Estado.
Ainda segundo o coronel André Madeiro, a formação com a doutrina e os cenários específicos de Alagoas amplia a segurança e a eficiência das operações aéreas. “Preparar pilotos alinhados à realidade local fortalece o serviço prestado à população e assegura que o Estado tenha profissionais aptos a atuar nas missões mais complexas”.
A projeção de economia em longo prazo reforça a sustentabilidade da iniciativa. Ao formar turmas próprias e realizar reciclagens internas, o DEA reduz gastos recorrentes e amplia sua capacidade de planejamento. A flexibilidade de calendário também fortalece o ritmo operacional do órgão, permitindo ajustar módulos e treinamentos conforme a demanda.













































