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Força Aérea Alemã e sua capacidade operacional no transporte aeromédico com aviões de grande porte

Eduardo Alexandre Beni

Alemanha – Aviões de grande porte configurados MedEvac (Medical Evacuation) da Luftwaffe (Força Aérea Alemã) e que fazem parte da Bundeswehr (Forças Armadas Unificadas da Alemanha) transportaram pacientes com COVID-19 do norte da Itália e da França para a Alemanha nos últimos dias.

Para essas missões, a Bundeswehr está preparada para transportar pacientes em verdadeira UTIs aéreas. Para esse fim, um Airbus A310 MedEvac equipado como uma “unidade aérea de terapia intensiva” voou duas vezes para a Itália e uma aeronave de transporte Airbus A400M MedEvac, também preparada para operações de evacuação aeromédica, voou para a França. Os pacientes foram distribuídos em clínicas civis e em hospitais das Forças Armadas, em Coblença, Ulm, Hamburgo e Westerstede.

Esse aviões compõe a frota da Força Aérea Alemã. O primeiro Airbus A400M foi entregue às Forças Armadas Unificadas da Alemanha em 18 de dezembro de 2014 e possui várias versões. Atualmente, a Força Aérea possui 30 dessas aeronaves. A entrega de 53 máquinas está prevista para ser concluída em 2026.

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O Airbus A400M MedEvac é usado como aeronave de “Evacuação Aeromédica para Cuidados Intensivos” (ICAE). A equipe médica de 11 pessoas pode cuidar de até seis pacientes, sendo dois pacientes em UTI, dois pacientes na categoria de cuidados intermediários e outros dois no nível de cuidados baixos.

O A400M complementa a capacidade operacional da Força Aérea Alemã que também utiliza o Transall C-160D para operações aeromédicas, bem como o avião A310 para voos de transporte aeromédico de longas distâncias.

A Força Aérea utiliza cinco Airbus A310-304 em versões diferentes. A versão do A310 Medevac é considerada uma unidade aérea de terapia intensiva. Possui capacidade para 44 pacientes, sendo que 06 leitos são preparados para pacientes de cuidados intensivos com uma equipe médica de até 25 profissionais. Esse avião da Luftwaffe possui a maior capacidade de transporte aeromédico do mundo. A aeronave fica baseada no aeroporto de Colônia-Bonn.

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Equipamentos médicos a bordo do A310 MedEvac:

Unidade de transporte intensivo:

  • Ventilador para cuidados intensivos “Evita 4”;
  • Ventilador de transporte “Oxylog 3000”;
  • Monitor multifuncional “Propaq EL106”;
  • Duas bombas de seringa tripla “Combimat 2000”;
  • Bomba de sucção “Accuvac”;

Equipamento adicional a bordo:

  • 16 Monitores de pacientes “Micropaq”;
  • 1 Analisador de gases sanguíneos “I-Stat”;
  • 2 Broncoscópios flexíveis;
  • Sistema de ultrassom portátil “SonoSite”;
  • 6 Sistemas de aquecimento de pacientes “Barkey”;
  • 12 Kanal – EKG;
  • 2 desfibriladores;
  • 16 Bombas triplas de seringa “Combimat 2000”;
  • 4 Medumat LifeBase III;
  • 4 Bombas de infusão “IP 2000”;
  • 1 Sistema central de monitoramento, e
  • 1 geladeira para produtos médicos refrigerados.

Airbus A310 MedEvac 

Operação Itália – Ventilação Difícil

O médico Chefe, Dr. Björn Hoßfeld, fez parte da equipe do Airbus A310 MedEvac que voou de Bergamo, Itália, para a Alemanha. Durante o voo o Dr. Hoßfeld relatou sua dificuldade quanto ao uso dos ventiladores e reconheceu a gravidade dos danos nos pulmões e que a simples ventilação do paciente não era suficiente.

Dr. Björn Hoßfeld, Médico Chefe do voo realizado no A310 MedEvac. Foto: Bundeswehr/Dr. Bjorn Hoessfeld.

Mais de uma vez, teve que ajustar as configurações dos ventiladores individualmente. O que o preocupa é o fato de que nem todo ventilador é adequado para o tratamento de pacientes graves com COVID-19.

“Um respirador de emergência como temos em uma ambulância não é suficiente neste caso.” Além dos ventiladores, especialistas alertam sobre a importância de observar as especificações dos equipamentos e verificar se são adequados para pacientes com COVID-19.

Segundo o médico, os pulmões do paciente ficam debilitados pela infecção, de modo que as demais áreas funcionais dos pulmões devem ser usadas de maneira ideal com pressões e frequências respiratórias exatamente compatíveis com o respectivo paciente. Essa é a única maneira de fornecer oxigênio suficiente.

O experiente médico do Hospital da Bundeswehr, em Ulm, ficou visivelmente emocionado após o transporte aeromédico: “Comparado aos transportes de longa distância do Afeganistão, transportar seis pacientes ventilados de Bergamo para a Alemanha não parece um desafio. Mas se você olhar nos olhos do colega italiano, verá como eles estão acabados.”

Airbus A400M MedEvac

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