BAPM/SC resgata pescador, vítima de enfarto

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A Polícia Militar de Santa Catarina, no dia 05 de maio, completou 177 anos de serviços prestados à Sociedade Barriga Verde. Nesta data especial, um sábado chuvoso em Joinville, a guarnição de serviço na 2ª Companhia do Batalhão de Aviação recebeu um chamado do Major Ibrain Franz Júnior, subcomandante do 1º Batalhão da Polícia Militar, sediado em Itajaí, solicitando o apoio da aeronave a fim de resgatar um pescador, cujo navio pesqueiro estava ainda muito distante do porto de Itajaí, seu destino final.

Este pescador, por conta de informações da rádio marítima, estava enfartando e com fortes convulsões. Não havia à bordo médico ou enfermeiro, e a tripulação estava temerosa com as consequências e não dispunham de conhecimento nem material para atendimento de seu tripulante.

Neste mesmo espaço de tempo, o Sargento Evandro, pertencente ao Corpo de Bombeiros Militar de Barra Velha, entrou em contato com o Comandante de Operações Aéreas da 2ª Companhia e solicitou o apoio da aeronave, e após levantamento dos dados constataram que se tratava da mesma ocorrência.

O sargento repassou o telefone da rádio marítima, onde a senhora Rosângela forneceu as coordenadas geográficas onde estava localizada a embarcação.

De posse das informações, os integrantes da tripulação do Águia 01 se reuniram na sala de operações para um rápido briefing operacional, onde foi plotado o ponto em carta de navegação com as coordenadas geográficas fornecidas.

O tempo em Joinville estava extremamente ruim. A chuva fina restringia em muito a visibilidade e o ponto indicado na carta de navegação mostrava uma embarcação muito fora do alcance de uma aeronave monoturbina, pois estava a algumas milhas náuticas da costa, o que representa aproximadamente alguns kilômetros de distância. Assim, a equipe decidiu que iriam até onde desse, e caso o mau tempo persistisse quando chegassem ao litoral iriam retornar e solicitar à capitania dos portos que enviasse uma lancha ao encontro da embarcação.

O empenho da equipe foi baseado primordialmente no tempo resposta em relação ao atendimento da vítima, pois de barco, do ponto em que se encontravam, levariam aproximadamente 4 horas para atracar e encaminhar o tripulante ao hospital mais próximo.

A aeronave decolou às 10horas e 5 minutos. Devido ao mau tempo, já relatado, não foi possível um deslocamento direto ao ponto, e seguiram pela baía da Babitonga, passando pelo Canal do Linguado até chegar ao litoral de Balneário Barra do Sul. Nossa altitude não passou de 300 pés, limite que nos permitia sem folga alguma livrar as linhas de alta tensão que cruzam o Canal do Linguado na altura da BR 280.

Na passagem pelo Canal, foi solicitado pelo Comandante total atenção na visualização das linhas, e após isto, passar com a aeronave bem em cima da torre, evitando qualquer surpresa com o cruzamento dos fios. Ao livrar as linhas de alta tensão, a aeronave foi comandada uma atitude picada, sobre as águas da lagoa de Barra do Sul, pois era sabido que sobre aquelas águas não existem obstáculos até sua saída no mar.

Chegando a Barra do Sul, mais precisamente na Praia do Ervino, avistaram as ilhas que repousam defronte ao litoral Francisquense e a baixa altura foram até a Ilha dos Remédios. Combinaram que iriam até aquela altura e que retornariam caso não fosse possível prosseguir. Após a Ilha dos Remédios já foi possível avistar as Ilhas do Lobo e Instripitinga, onde puderam alcançar e perceber que dali por diante o tempo estava incrivelmente aberto. Parecia que haviam saído de dentro de uma caverna de chuva. Foi particularmente uma sensação muito boa. Foram direto ao ponto que o GPS direcionava. Ás 10 horas e 20 minutos localizaram o barco pesqueiro, nas cores azul e branca.

Através da comunicação com a rádio naval, entraram em contato com a tripulação do navio que confirmou a grave situação do tripulante embarcado. A aeronave em atitude pairada propiciava uma visualização da embarcação, enquanto pilotos e TOMM planejavam a melhor forma de retirar aquele enfermo. A primeira ideia foi a de um toque com apenas um esqui na borda da embarcação, porém não havia possibilidade devido às altas ondas movimentando, o navio e aos enormes guindastes utilizados para a manipulação das redes de pesca.

Concluíram que a melhor técnica seria a utilização do equipamento sling, içando a vítima até o litoral mais próximo e em seguida embarcá-lo na aeronave para transporte até o Hospital mais próximo, que era em Itajaí. O Comandante de Operações Aéreas solicitou ao Comandante da embarcação pesqueira que colocasse o barco de salvamento na água e transportasse o trabalhador até uma distância de uns 15 metros do navio, onde seria acessado por um Tripulante operacional. O Cd Da Silva foi lançado à baixa altura na água e nadou até a embarcação, ficando o Sd Alessandre de fiel da aeronave. O resgatista acessou o bote e iniciou o socorro ao pescador, que estava em visível situação de emergência, pois convulsionava e se contorcia muito.

Aliando a técnica de resgate com sling e resgate em altura, o Cb Da Silva adequou uma cadeirinha de rapel e além de aquecer a vítima a vestiu com o equipamento para o transporte até a areia. Após os preparativos foi sinalizado para a aproximação da aeronave e após o difícil pairado sobre o bote (o bote não estava fundeado, e com isso ficava ao sabor da maré, dificultando a manutenção da posição da aeronave. Alie-se a isso a falta de referência que existe nas situações de mar semi-aberto.) foi lançado o cabo de salvamento e içado o TOMM e a vítima.

Cerca de cinco minutos depois, ou mais, não é possível precisar, alcançaram a praia de Barra Velha e os dois TOMM acessaram a vítima, colocando-a em maca rígida e acomodando a mesma na aeronave. Em seguida foi transportada até o Heliponto da Delegacia da Capitania Portos de Itajaí, onde um ASU do Corpo de Bombeiros Militar já nos aguardava. A vítima foi transportada em estado grave até o Hospital Marieta Konder Bornhausen e depois de medicada livrou-se do risco de morte, ficando em estado de observação. Pousamos na Capitania dos Portos às 10 horas e 55 minutos, após 50 minutos de operação.

O nome da vítima é Felipe Batista Serafim, de 25 anos de idade. Segundo informação médica, foi medicado e liberado no dia seguinte.

Equipe do Águia 01: Cap Machado, Cap Reisdorfer, Cb Da Silva e Sd Alessandre.

Fonte / Fotos: BAPM/SC

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