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Paraná – No dia 27 de outubro de 2020, o Batalhão de Polícia Militar de Operações Aéreas (BPMOA) completou 10 anos desde a sua criação na Polícia Militar do Paraná. Sediado no aeroporto do Bacacheri, em Curitiba, o BPMOA possui bases descentralizadas nas regiões norte (Londrina) e Campos Gerais (Ponta Grossa), além da base litoral montada durante a Operação Verão na UPA de Matinhos, PR.

O BPMOA opera uma frota de seis aeronaves, composta por um Helicóptero Bell 206 Jet Ranger III (Falcão 01), dois Helicópteros Eurocopter modelo EC130 B4 (Falcão 03 e Falcão 04), um Helicóptero Robinson R44 (Falcão 7), um Avião Cessna Skylane (Falcão 05) e um Avião Beechcraft Baron BE58 (Falcão 06).

Em 10 anos de operação aéreas, o BPMOA realizou 9.294 missões, 3.624 voos pela vida com 3.705 vítimas atendidas. Foram 4.926 missões policiais e 744 operações de busca e salvamento, resgates em montanhas, transporte e combate a incêndios florestais.

Mas a aviação na Polícia Militar do Paraná começou há muito tempo. São mais de 100 anos de história. Em seguida vamos contar um pouco sobre ela.

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Quando tudo começou

O emprego de aeronaves na Guerra do Contestado (1912 a 1916) e a convivência com os pioneiros da Aviação Militar do Exército Brasileiro aguçou no efetivo da Polícia Militar do Paraná (PMPR) o desejo de adquirir seus próprios aeroplanos.

Em 1916 Santos Dumont foi ao Paraná e visitou Foz do Iguaçu, Guarapuava, Ponta Grossa e Curitiba; tendo sido recebido pelo Presidente do Estado. Surgiu então, na Sociedade Beneficente e Recreativa dos Oficiais Inferiores, atual Sociedade Beneficente dos Subtenentes e Sargentos (SBSS), com a ideia de abrir uma subscrição para a coleta de donativos para a compra de um avião.

Oficiais do Exército Brasileiro, dentre eles o General Setembrino de Carvalho e o Tenente Ricardo Kirk, e oficiais da Polícia Militar do Paraná, Coronel Fabriciano do Rego Barros (Cmd-geral) e Capitão João Alexandre Busse.

No início de 1917 a proposta foi endereçada ao Comandante-geral do Regimento de Segurança (PMPR), que deu o “Concordo”, e encaminhada ao Presidente do Estado, Affonso Alves de Camargo, que deu o “Autorizo”.

Em abril do mesmo ano foi formada uma Comissão de Sargentos para o recolhimento das doações. Todo valor arrecadado passou a ser publicado nas Ordens do Dia da Corporação; e em janeiro de 1918 já se havia obtido a quantia de Dezoito Contos de Réis, o suficiente para a compra de uma aeronave.

Na época os jornais informavam que o aviador Elígio Benini, no Rio de Janeiro, vendia um aeroplano Morane-Borel. Foi então designado o Sargento Perotti (especialista mecânico) para viajar até o Rio, e verificar as condições da compra e do aparelho. A oficialização da aquisição entretanto, foi feita pessoalmente pelo próprio Comandante-geral, Coronel Fabriciano do Rego Barros.

Batismo da aeronave

Em 6 de janeiro de 1918 o avião Morane-Borel chegou a Curitiba, e em 1 de fevereiro foi testado o funcionamento de seu motor; tendo sido realizado um pequeno voo de cinco minutos para teste, e às escondidas, para não estragar a festa de batismo.

O batizado do aeroplano foi realizado em 17 de fevereiro, pela Sra. Etelvina Rebello de Camargo, Primeira Dama do Estado, que em homenagem à iniciativa dos Oficiais Inferiores, deu à aeronave a denominação de “Sargento”. Em seguida foi fixada à sua lateral uma faixa com a designação, e sob os acordes da Banda de Música, o piloto Luiz Bergmann decolou e lançou mensagens de agradecimento à população.

Primeiros pilotos e a segunda aeronave

Como prêmio pela iniciativa, o Comandante-geral escolheu dois sargentos para realizarem o curso de pilotagem na Escola de Aviação Naval da Marinha Brasileira A Marinha procurava estimular o interesse pela aviação, e em 1919, na cerimônia de formatura desses sargentos, o Almirante Gustavo Antônio Garnier pessoalmente lhes entregou o certificado de conclusão do curso, e como incentivo fez a doação de mais uma aeronave Morane-Borel para a Corporação.

Escola Paranaense de Aviação

Como a compra do aparelho se deu pelo apoio de toda comunidade, o então Comandante-geral decidiu que os benefícios dessa aquisição deveriam se estender a todos. E ainda em 1918 reuniu-se com o Comando do Exército no Paraná, para juntos criarem uma escola de aviação com o objetivo de promover o ensino da aviação militar.

Em 24 de março de 1918 foi oficialmente criada a Escola Paranaense de Aviação. A primeira Sede Administrativa foi no quartel da Companhia de Bombeiros Pontoneiros e o hangar e a pista de pouso e decolagem eram no atual bairro do Portão.

Em 5 de julho de 1927 um incêndio destruiu as aeronaves. E após a Revolução de 1930 as Forças Militares dos Estados, atuais Polícias Militares Estaduais, ficaram proibidas de possuírem aviação.

A aviação do governo estadual retomou somente em 1967, quando a então Divisão de Voo do Departamento Aeroviário da Secretaria de Viação e Obras Públicas passou a subordinar-se à Casa Militar e dai para frente vários momentos aconteceram na reconstrução dessa aviação até que fosse criado o atual BPMOA.

Números atuais

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