EUA – A segurança dos profissionais de saúde que usaram equipamento de proteção individual (EPI) durante os transportes aeromédicos de pacientes com COVID-19 foi assunto de publicação recente no Journal of the American College of Emergency Physicians Open (Wiley Online Library).
O estudo foi realizado pela Universidade do Novo México, sudoeste dos Estados Unidos, entre 15 de março e 6 de setembro de 2020 e publicado em março de 2021. Todos os operadores que participam do Comitê de Transporte Aeromédico do Novo México foram convidados para participar do estudo.
O transporte desses pacientes representa uma exposição de alto risco para os membros da tripulação, visto que as cabines das aeronaves são muito pequenas, resultando em um contato pessoal mais próximo.
Durantes os 616 transportes considerados, as equipes usaram EPIs semelhantes, incluindo máscaras N-95 e proteção para os olhos. O tempo total de exposição foi considerado desde o momento do primeiro contato com o paciente até a transferência ao hospital de destino.
Números avaliados
62% dos transportes ocorreram em aviões e 38% em helicópteros. Entre os pacientes transportados, 407 (66%) estavam com COVID-19 e 209 (34%) estavam com suspeita. O tempo de contato com o paciente variou de 38 a 432 minutos, com média de 140 minutos. O tempo total de exposição da equipe médica foi de 2.924 horas; o tempo de exposição a pacientes COVID-19 confirmados foi de 2008 horas.
Apenas 30% dos pacientes foram intubados; 8% não receberam oxigênio; 42% com cânula nasal de baixo fluxo; 11% com máscara; 4,5% com cânula nasal de alto fluxo e 3,5% com pressão positiva contínua nas vias aéreas ou pressão positiva em dois níveis nas vias aéreas.
Do que foi avaliado, apenas dois membros da tripulação de voo, entre 108, desenvolveram COVID-19, que foi presumidamente relacionado ao trabalho.
Conclusão
Segundo o estudo, é eficaz a proteção da tripulação que utiliza EPI durante o transporte aeromédico de pacientes com COVID‐19, mesmo quando eles não estão intubados. Isso tem implicações para o pessoal de saúde em qualquer ambiente que envolva o cuidado de pacientes com COVID-19, especialmente aqueles espaços considerados confinados.
Esta é uma questão muito importante também em outros países, dado o alto número de infecções e mortes que infelizmente se registraram nesses meses de pandemia. A experiência, portanto, nos EUA, pode ser particularmente interessante aos operadores aeromédicos que realizam essa modalidade de transporte.