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Mato Grosso do Sul – O Exercício Operacional Tápio, previsto para iniciar a partir de segunda-feira (17) na Base Aérea de Campo Grande, com 700 militares de outras localidades, contará com barreiras sanitárias, monitoramento dos participantes por QR Code e helicóptero adaptado com cápsula de isolamento de paciente.

O brigadeiro do ar Luiz Cláudio Macedo Santos, comandante da Ala 5, explica que Campo Grande foi escolhida ainda no ano passado para receber o treinamento, previsto para maio, mas adiado para a segunda quinzena de agosto para que a FAB (Força Aérea Brasileira) pudesse se adaptar, com regras de biossegurança em meio à pandemia.

“Aqui é um ambiente próprio para realização desse tipo de treinamento, simula um cenário de guerra irregular e assimétrico”, afirma. O comandante diz que as capacitações precisam ocorrer para que as operações de apoio continuem ocorrendo, como no Pantanal, no combate as queimadas, e da própria COVID-19, em casos de transportes de materiais, medicamentos e EPIs (Equipamento de Proteção Individual).

Brigadeiro do ar Luiz Cláudio Macedo Santos, comandante da Ala 5 (Foto: Henrique Kawaminami).

“O exercício é fundamental para manter a capacitação para emprego nessas frentes e na nossa vigilância do espaço aéreo, bem como resgate em alto-mar”. Segundo o comandante, os militares em treinamento realizaram testes de COVID-19 antes da viagem e passarão por quatro barreiras sanitárias montadas dentro da Base Aérea, entre eles o local de desembarque e o portão de acesso. Todos também serão monitorados por aplicativo, através de QR Code, disponíveis em vários ambientes.

“Auditórios, salas de planejamento, refeitórios, hotéis, inclusive hotéis da cidade. A nossa central de atendimento e saúde acompanhada cada um diariamente e todo o movimento dele, justamente para que em caso de sintoma saibamos por onde passou, para que possamos desinfectar o ambiente, bem como todos aqueles que interagiram com o militar. Toda a estrutura é uma preocupação extrema para que não venha sobrecarregar o sistema de saúde de Campo Grande”, explica.

Uma unidade de saúde, com 12 médicos e enfermeiros, foi montada para funcionar 24 horas por dia e ficará disponível para caso algum integrante apresenta sintomas da doença. O Hotel de Trânsito dos Oficiais também foi disponibilizado como local de isolamento.

“Caso tenhamos agravamento da situação, há possibilidade de internação com leitos respiratórios e se não for o suficiente, se o militar requerer estrutura mais robusta, será evacuado para uma unidade de saúde da Aeronáutica”, afirma o comandante. “Tudo para garantir o exercício e manter a capacidade operacional”, completa.

Caso seja necessário, duas aeronaves estarão disponíveis para transportar militares diagnosticados com a COVID-19. As aeronaves contam com instalação de leitos e também há disponível, em Brasília, outra com possibilidade de montar leito de UTI (Unidade de Terapia Intensiva).

Em Campo Grande também ficará disponível o helicóptero com duas macas preparadas para transporte de infectados, não apenas de COVID-19, como de outras doenças. Parte dos militares já desembarcou em Campo Grande e o restante deve chegar no domingo. O treinamento vai até 2 de setembro.

O comandante explicou ainda que os militares participantes já foram orientados sobre as normas de biossegurança, como distanciamento e uso de máscaras, e que os ambientes serão reduzidos pela metade da capacidade. Também reforçou que, fora da Base Aérea, os militares devem seguir os protocolos estabelecidos, entre eles os decretos da prefeitura, como não ultrapassar o horário do toque de recolher.

Militar prepara macas com capsula de isolamento em helicóptero (Foto: Henrique Kawaminami).
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