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Estados Unidos – A Força Aérea dos Estados Unidos está se preparando para possíveis evacuações em massa de pacientes infectados por COVID-19, testando se pode transportar dezenas de pessoas a bordo de suas aeronaves sem primeiro isolá-las em cápsulas de contenção.

Entre os dias 4 e 11 de abril, o Comando de Mobilidade Aérea da Força Aérea dos EUA, em conjunto com pesquisadores do Instituto Nacional de Pesquisa Estratégica da Universidade de Nebraska (UNMC) e da Agência de Projetos de Pesquisa Avançada de Defesa, conduziu experimentos de fluxo de ar durante uma semana em seis aeronaves diferentes.

Os aviões foram enviados à base da Guarda Nacional Aérea de Nebraska para testar o fluxo de ar e reduzir o risco de tripulações transportando pacientes com COVID-19. “O objetivo foi analisar como o ar em viagens aéreas circulam dentro da aeronave, usando gotículas rastreáveis”, disse o major Dave Sustello, oficial de operações do Esquadrão de Avaliação e Teste da AMC.

As equipes estudaram o fluxo de partículas nas aeronaves KC-135 Stratotanker, C-17 Globemaster III e C-130J Hercules, seguidas de testes nos KC-46 Pegasus, KC- 10 Extender e C-5M Super Galaxy, todas com capacidade para transportar vários passageiros.

Segundo as pesquisas, como regra geral, nessas aeronave o ar flui da frente para trás, o que é uma coisa boa, pois leva o ar para longe dos membros da tripulação. Apesar disso, essas aeronaves possuem configurações diferentes e estão analisando os sistemas para ver onde esse ar flui e se ele pode circular de volta para os pilotos ou para os compartimentos das tripulações.

Além disso, estão estudando formas de acomodar assentos ou beliches para transporte de pessoal. Em casos de evacuação aeromédica, as equipes podem até construir um sistema portátil de assistência médica, transformando o interior da aeronave em uma sala de emergência improvisada.

Os engenheiros primeiro fizeram varreduras geométricas dentro de cada aeronave para determinar a escala do compartimento interno, que possibilitou recriar modelos semelhantes por meio de um projeto auxiliado por computador.

Em seguida, vários testes foram realizados durante o voo e também em solo. Pesquisadores lançaram microesferas de látex de poliestireno, ou partículas com tamanho de um a três mícrons “para simular o tamanho do novo coronavírus”. As partículas também tinham uma assinatura, para que pudessem ser rastreadas sempre que “viajassem” dentro do avião.

As partículas foram marcadas com corante fluorescente com uma assinatura de DNA específica. O teste não apenas avaliava quantas esferas foram encontradas em cada parte da aeronave, mas também exatamente “de onde elas vieram”.

O objetivo é entender se os pacientes podem ser movidos com segurança sem usar o Sistema de Isolamento de Transporte (TIS). No início deste mês, a tripulação e o pessoal médico usaram o TIS pela primeira vez desde o surto de Ebola para transportar três pacientes que testaram positivo para o coronavírus. O TIS, no entanto, só pode transportar de dois a quatro pacientes dentro do compartimento.

O TIS “é um sistema muito conservador”, disse Sustello. A Força Aérea possui 13 unidades TIS prontas para a missão, totalmente configuradas. “Estamos analisando mais uma abordagem que pode levar muito mais passageiros confirmados ou suspeitos de contaminação com COVID-19 e movê-los para onde eles precisam receber cuidados, minimizando os riscos para a tripulação“.

Os resultados do experimento para o KC-135, C-130 e C-17 devem ser entregues ao Comando de Mobilidade Aérea e ao Comando de Transporte dos EUA até o final da semana. Os resultados das três aeronaves restantes devem estar prontos na próxima semana, disse Sustello.

“Há muitos casos aparecendo e estamos sempre procurando maneiras de estar prontos para a próxima luta, e essa luta está aqui no COVID-19. Precisamos descobrir como levaremos uma grande quantidade de pacientes para onde precisem obter os melhores cuidados”, disse Sustello.

As descobertas também podem beneficiar outras agências. Os testes realizados têm como objetivo mitigar o risco para todos aviadores e, ao mesmo tempo, fornecer aos comandantes em todo o mundo a capacidade de repatriar rapidamente o pessoal que está infectado ou exposto ao COVID-19.

A pesquisa não se aplica apenas ao atual surto. As lições aprendidas aqui em Nebraska também serão valiosas para operações futuras.”, disse o coronel Col. John Williams, 155th Air Refueling Wing, Operations Group commander.

Aeronaves testadas:

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