GOD-HAND, uma técnica desenvolvida pelo NOTAer/ES

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Marlon Fabiano Vianna Lacerda
Tripulante Operacional de Helicoptero Policial
PMES – NOTAe

Como tinha comentado anteriormente neste site, os Tripulantes Operacionais do NOTAer levam ao conhecimento para todos aqueles que operam aeronaves de asas rotativas de segurança pública, um sistema batizado por nós de, GOD-HAND (mão de Deus), que proporciona mais segurança nas missões em que se faz o uso de dispositivos acoplados e conjugados com vida humana, no gancho das aeronaves tipo ESQUILO AS350, exemplo: PUÇA, CESTO, MACGUIRE, etc.

O que nos levou a criar este sistema foi o fato de que o gancho por se tratar de um dispositivo acionado eletricamente, poderia ocorrer um alijamento involuntário no momento de uma redundância elétrica como a de qualquer sistema elétrico, tipo a de um carro, onde ninguém pode afirmar a vida útil de fusível, podendo o mesmo queimar a qualquer momento ou durar uma vida. Também levamos em conta o fator humano, o qual está sujeito a falhas, podendo acidentalmente acionar de forma manual o gancho provocando também um alijamento involuntário.

Vislumbrando tal possibilidade buscamos então informações com o nosso setor de Manutenção e ficamos sabendo que o seguro não cobre qualquer tipo de acidente com pessoas usando o gancho, além de alguns comentários e relatos (não oficiais) de incidentes do tipo em questão que ocorreram na Europa, e que também eles fazem um tipo de segurança semelhante devido à mesma duvida aqui levantado por nós.

O GOD-HAND é um sistema simples e eficaz, confeccionado com cabos em poliamida de 11,2mm duplo com nós alceados em suas extremidades, ligando-os a um sistema central rotatório através de manilhas ou mosquetões o qual será conectado ao gancho na parte central e na barca da aeronave por suas extremidades. Não vou passar as medidas, pois a confecção pode variar de acordo com o nó alceado que escolher e ao tipo de aeronave, lembrado que fizemos este para o ESQUILO AS 350, mas nada impede que se faça para outros modelos.

SISTEMA CENTRAL

A – tornél giratório 5/8 polegadas em aço galvanizado com carga de trabalho de 1600 quilos.
B – manilha curva 5/8 polegadas em aço galvanizado com carga de trabalho de 2000 quilos.
C – manilha reta ½ polegadas em aço inox com carga de trabalho de 1300 quilos.
D – Nó alceado azelha dupla confeccionado com cabo duplo de 11,2mm poliamida.
E – Marcação para identificar a parte do sistema que será clipada no gancho da aeronave.

ALÇAS LATERAIS

F – Mosquetão oval em aço galvanizado de 22 kn.
G – Nó alceado azelha dupla confeccionado com cabos duplos.
H – Cabo duplo em poliamida.
I – Proteção para cabo em PVC de 60 cm.
K – Arremate com nó de pescador duplo com falcaça.

VISÃO DO GOD-HAND

L – Alça lateral (obs.: não pode ficar tencionada).
M – Sistema central acoplado no gancho.
N – Olhal do tornél giratório onde será conectado qualquer sistema onde envolve vida humana tipo: PUÇA, MACGUIRE, CESTO, etc.
O – Mosquetão da alça acoplado no CG da aeronave, neste caso na argola central do sistema aranha que é confeccionado em aço inox.

GOD-HAND CONJUGADO COM DIVERSOS SISTEMAS

1 – MACGUIRE:

2 – PUÇA E CESTO:

3 – RESGATE COM MACAS:

LEMBRETE

1 – O sistema Bambi Bucket e qualquer tipo de carga externa não devem ser usados conjugados com o GOD-HAND, pois o mesmo foi uma adaptação desenvolvido pelos Tripulantes Operacionais do NOTAer em conformidade com o setor de MNT e com supervisão do Cmt da Unidade, visando sempre à segurança de nossa tripulação pois em nossas missões toda vez que vidas estão aclopado ao gancho da aeronave fazemos o uso deste dispositivo.

2 – As peças metálicas usadas no GOD-HAND nesta matéria estão sendo trocadas por peças feitas de aço inox quem tem maior resistência à corrosão.

3 – As alças laterais não devem ficar folgadas ao tanto que se arraste pelo chão e nem tensionadas ao ponto de forçar o gancho no seu eixo longitudinal e lateral.

4 – Se optarem em usar manilhas como mostrada na matéria façam pequenos back-up entre suas partes para evitar que se percam.

5 – O GOD-HAND também pode ser usado no dispositivo rapel + Macguire, basta depois de conectar o cabo na parte central com os mosquetões, os seus gatilhos deverão estar com lados invertidos seguindo a extensão das alças, confeccionando uma azelha em oito e acoplando-as no centro da barca (aranha) tira-se do Nó a tensão com um prussik, pois quando for efetuado o rapel o TPO FIEL deverá desfazer o nó azelha em oito e o prussik e colocar o cabo para debaixo da aeronave e fora dos esquis, assim vai para o seu CG para efetuar o Macguire ou resgate com macas. Lembramos que o Grupamento Aéreo de São Paulo já faz esta conjugação rapel + Macguire ou resgate em algumas de suas missões.

6 – conforme a carta de serviço da EUROCOPTER referente ao esquilo AS 350B2 de Nº 1536-25-01 devemos ficar atentos à forma correta de se deve usar o gancho.

7 – Alguns poderão perguntar: “e se for necessário um alijamento de emergência”, bem, não existe nenhum procedimento padrão para este sinistro. Os grupamentos aéreos desenvolvem seus métodos em conformidade com seus integrantes, aqui no NOTAer estudamos cada caso, vejamos:

– No Puçá não haveria a necessidade, pois estaríamos na beira da praia não havendo barreiras físicas e o voo é geralmente curto.
– No Macguire, Cesto ou Resgate com macas, o peso seria tal que se fizéssemos um tipo de nó de soltura rápida na argola de ancoragem na barca da aeronave, ao invés de usar os mosquetões, iria apertar tanto que dificultaria sua soltura ao ponto que ficar mais rápido para o TPO FIEL lançar mão de qualquer instrumento cortante e bem afiado e ir direto no ponto de maior pressão do cabo que seria na quina da barca, efetuando o corte.

Mas o dispositivo desenvolvido aqui no NOTAer é o único usado para todas as missões e com toda a segurança, basta seguir as recomendações mostradas, lembrando-se da capacidade de carga do gancho conforme recomendação do fabricante.

OLHAR PARA O FUTURO VIVENDO O PRESENTE SEM ESQUECER DO PASSADO

NOTAer, o socorro que vem do céu.

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