Helicóptero Águia transporta criança para fazer transplante de fígado

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São Paulo – Uma operação policial na manhã do dia 16/6 teve como objetivo salvar a vida de uma criança de apenas 10 anos, de Álvares Florence (SP). Uma equipe da Polícia Militar decolou  do aeroporto de São José do Rio Preto (SP) com destino a capital e no helicóptero Águia, além dos policiais, estava Callister Nascimento Brizio, que precisava de um transplante de fígado, e a mãe, Monique do Nascimento Padovani.

Segundo informações da polícia, a equipe policial do helicóptero Águia recebeu uma ligação da assistência social de Álvares Florence pela manhã pedindo ajuda no caso. “Foi uma surpresa para todo mundo, estávamos em um dia normal de trabalho e recebemos a solicitação da assistente social da cidade sobre a possibilidade de levar a criança para São Paulo. Fizemos os contatos para pedirmos a autorização e foi autorizado”, afirma o capitão da equipe do Águia, Leone Cortez.

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Segundo a mãe, Callister tem hepatite autoimune, uma doença causada por um distúrbio do sistema imunológico. A criança passará por um transplante de fígado no hospital Sírio Libanês, em São Paulo.

Como a possibilidade de cirurgia surgiu agora, para que a operação dê certo cada minuto é importante. “Tem de ser bem rápido esse transporte porque ele está esperando esse transplante há bastante tempo e tem todas as questões técnicas para a cirurgia”, afirma o capitão.

A equipe do Águia foi de manhã buscar Callister na cidade onde mora e retornou para o aeroporto de Rio Preto apenas para fazer o reabastecimento e seguir para São Paulo.

A mãe da criança fez aniversário nesta terça-feira e conta que comemorou o presente. “Não tem presente maior que eu já ganhei na minha vida, o mais importante é a vida dele. Ele está lutando há três anos, médicos chegaram a tirar nossa esperanças, mas vamos conseguir”, afirma Monique.

Callister estava na fila do transplante há um ano e meio. Segundo a Assistência Social de Álvares Florence, Callister já fez todos os exames e a cirurgia deve ser realizada.

Luta por um transplante

Há quatro anos, ele aguardava na fila única do Estado de São Paulo pela doação de órgão. Para reduzir a progressiva destruição do fígado, o menino fazia tratamento médico na Unicamp, em Campinas. Como o menino tem sangue tipo B positivo, era restrita a lista de doadores compatíveis. Ele poderia receber órgão de quem também tem sangue tipo O positivo. Todos familiares fizeram teste. Deu certo para a tia, Tainá, que aceitou salvar o sobrinho.

“Minha irmã já estava em São Paulo para fazer os testes no Hospital Sírio Libanês. Nossa maior surpresa foi saber que uma família autorizou a doação do fígado de um homem que teve morte cerebral em São Paulo”, explica a mãe. Até o fechamento desta edição, às 21h30, a cirurgia ainda não havia terminado.

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Doença atinge 10 a cada 100 mil pessoas 

A hepatite autoimune é uma doença rara, que atinge 10 a cada 100 mil pessoas. Por causa do distúrbio, o sistema imunológico passa a reconhecer as células do fígado como estranhas, causando inflamação e destruição progressiva do fígado. O paciente candidato ao transplante de fígado é colocado em uma lista única de espera estadual para transplante, de acordo com a compatibilidade sanguínea. Também são feitos testes em parentes para descobrir quais são os compatíveis, como foi o caso da tia do menino Callister.

O chefe do setor de transplante de fígado do Hospital de Base, Renato Silva, diz que o procedimento é a única alternativa quando ocorre cirrose crônica do fígado, ou seja, a destruição total do órgão. “A duração deste tipo de operação vai de 8 a 9 horas. Em dez dias, o paciente pode ser liberado para recuperação em casa”, explica o médico. O órgão pode ser de um paciente com morte cerebral ou pessoa em vida que ofereça parte do fígado. Não há risco para o doador vivo porque o fígado pode se reconstituir, sem consequências para o doador.

Fonte: G1 e Diário da Região.

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