Rondônia – O médico Marcos Berti Cavalcanti, que há 19 anos atua no Serviço Móvel de Urgência (SAMU) da Secretaria Municipal de Saúde de Porto Velho, integra a força-tarefa estadual que está no Rio Grande do Sul para auxiliar no resgate de vítimas. Cirurgião geral, pediatra, intensivista e especialista em resgate, o profissional chegou à sua quinta missão de ajuda humanitária em situações de emergência.
Desde que chegou no Rio Grande do Sul, há cinco dias, Marcos Berti trabalha como Operador de Suporte Médico (OSM), com atribuições específicas a bordo de ambulância aérea na realização de operações aeromédicas de suporte avançado de vida, tendo o município de Canoas e proximidades como principais pontos de atuação.
O médico descreve como uma catástrofe o cenário presenciado. Mesmo com toda experiência como socorrista do SAMU e também em outras missões humanitárias, diz que estar nessa força-tarefa é uma situação emocional completamente diferente do que já viveu.
“Ver pessoas sofrendo, desabrigadas, alagamentos, vidas ceifadas, animais mortos, fauna e flora devastada, é um cenário triste de se ver. Mas, graças a Deus, o povo brasileiro é diferente. Muitos ajudando, contribuindo e cada um fazendo sua parte da melhor maneira possível, isso que é bonito de ver, emociona e vai fazer a diferença na vida de muitos”, declara o médico.
Ao descrever o trabalho realizado até o momento, Marcos Berti enfatiza a intensidade que acompanha o resgate das vítimas, mas destaca a motivação e a resiliência da equipe diante das adversidades. Ele reforça, ainda, a importância da atuação em equipe para salvar, prevenir, cuidar e ajudar.
“Temos aqui voluntários de todo o Brasil, todos prontos para ajudar. Onde a gente passa somos aplaudidos, elogiados e com palavras de agradecimentos. Observei muitas pessoas com nó na garganta segurando as emoções para não chorar, mas visível as lágrimas acumuladas. Essa é nossa missão, somos treinados para isso, estar onde ninguém pode, fazer o que ninguém quer para que outros possam viver. Operações aéreas é o que somos, heróis anônimos, guerreiros sem face, voar, pairar, salvar”, finaliza o médico com um brado do grupo de operações aéreas.