Finalidade
Conscientização junto aos pilotos de aeronaves asas rotativas voltada à divulgação das conseqüências de pousos e decolagem sem a orientação de sinalizadores, quando operando em locais com obstáculos.
Histórico
A aeronave PR-YRG decolou do Aeródromo de Imperatriz, MA (SBIZ), com destino ao Aeródromo de Val de Cans, PA (SBBE), às 16h36min (UTC), com dois pilotos e um passageiro a bordo.
Após o pouso, o piloto foi orientado pela Torre de Controle do Aeródromo de Belém, PA, (TWR-BE), a prosseguir para o pátio nº5 para pernoite.
Após o ingresso no pátio nº5, a tripulação prosseguiu na manobra de estacionamento, momento em que as pás do rotor principal colidiram contra uma torre de concreto, utilizado para iluminação do pátio.
Análise
O Relatório Final emitido pelo CENIPA (Centro de Investigação e Prevenção de Acidentes Aeronáuticos) concluiu que apesar de ter sido autorizado o ingresso no pátio nº5, não havia um sinalizador responsável para fornecer ao piloto orientação para o táxi de estacionamento da aeronave, conforme previsto na IAC 2308-2690 “Procedimentos de segurança em pátios e estacionamentos de aeroportos”.
A sinalização horizontal não contemplava uma orientação da curva para o local de estacionamento, mas somente a marcação do local de parada.
A área de giro para o estacionamento ficava a uma distância de 22,20 metros da extremidade do pátio e da sinalização horizontal. Esta distância era suficiente, considerando a envergadura da aeronave, que media 12,82 metros, mas permitia o táxi em segurança apenas se fosse realizado sobre a faixa.
Desse modo, para o piloto do PR-YRG atingir o local sinalizado para estacionamento, era necessário manobrar a aeronave em curva. Nessa situação, a curva foi realizada a menos de 6,5m da torre, acarretando na colisão. Houve uma inadequada avaliação por parte da tripulação quanto à manutenção da
distância de segurança entre a aeronave e a torre de iluminação.
A ausência de um sinalizador para a área restrita de estacionamento contribuiu para a colisão da aeronave contra a torre de iluminação.
É possível que, nessa situação, o comandante tenha fixado a atenção na pilotagem, preocupado em estacionar o helicóptero ao lado de outra aeronave e não tenha percebido a proximidade da torre de iluminação.
Recomendações (Pilotos Asas Rotativas)
1 – Durante operação em locais “estranhos” e sem a presença do sinaleiro, realizar inspeção visual com o objetivo de detectar possíveis obstáculos. Constatando riscos para a operação, o Comandante deverá procurar outro local, seguro, para realizar o pouso;
2 – Aguardar orientação do sinaleiro para posicionamento correto da aeronave, a fim de garantir a segurança das pessoas, veículos e outras aeronaves nas imediações;
3 – Os responsáveis pela sinalização, bem como os Comandantes de aeronaves, deverão estar perfeitamente cientes do significado desses sinais, conforme previsto na ICA 100-12;
4 – A sinalização às aeronaves será efetuada por funcionários da Administração do Aeródromo. Quando a orientação for realizada por pessoa “estranha” a função, o Comandante deverá reportar o ocorrido utilizando a ferramenta RELPREV;
5 – Ler atentamente o Relatório Final desse acidente, ocorrido com a aeronave PR-YRG, emitido pelo Centro de Investigação e Prevenção de Acidentes Aeronáuticos (CENIPA), disponível em www.cenipa.aer.mil.br
Fonte: Global Aviation / Autor: Rodrigo Edson – Gerente de Segurança Operacional