Segurança aérea com quase duas décadas de história no Ceará

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Ceará – A ajuda que vem do alto. Prestes a completar 19 anos de atuação no Ceará, data que será celebrada no dia 4 de julho, as forças de segurança em aviação do Ceará desenvolvem um importante trabalho junto às forças militares como forte aliado em missões de salvamento e resgate.

Com sete aeronaves e equipes aptas a trabalhar em qualquer circunstância de risco, a Coordenadoria Integrada de Operações Aéreas (Ciopaer), antes Grupamento de Policiamento Aéreo, conseguiu multiplicar o número de atendimentos.

De 2008 até maio deste ano, pelo menos 500 importantes operações de salvamento foram realizadas pelo órgão vinculado à Secretaria de Segurança Pública e Defesa Social. Desde o início de suas atividades, mais de 15 mil missões foram realizadas.

ceararapel

Conforme o piloto major PM Marcos Costa, em 2013, foram realizadas 344 múltiplas operações, entre as quais atendimentos em acidentes automobilísticos, resgates de afogamento, prevenções aquáticas, buscas e localização de pessoas perdidas, remoções aeromédicas e transportes de feridos.

Missão e valores

Neste ano, entre os meses de janeiro a maio, já foram realizados 112 atendimentos. Para o grupamento, a missão mais importante é a preservação da vida. A formação total do grupamento conta com 94 profissionais entre pilotos, bombeiros, policiais militares, policiais civis, delegados, enfermeiros, médicos, mecânicos e tripulantes (homens que fazem o resgate, operam os guinchos e as câmeras de monitoramento entre outra atividades). Os novos helicópteros foram adquiridos na Alemanha, tal qual o treinamento dos seus pilotos. São as EC-145, já equipada com UTI aérea. Este novo modelo de aeronave oferece todo o aparato com tecnologia de ponta para que os médicos possam estabilizar a saúde dos pacientes e até realizar pequenas cirurgias durante o voo.

Chegada da aeronave no IJF de Fortaleza

Canindé

Uma aeronave EC-145 foi utilizada no município de Canindé, após a tragédia, em 18 de maio, envolvendo um ônibus intermunicipal. Ao tombar fora da estrada, o ônibus da Viação Princesa dos Inhamuns deixou 18 pessoas mortas e outras 23 gravemente feridas. A agilidade do Ciopaer foi decisiva no socorro a três vítimas, encaminhadas com urgência para Instituto Dr. José Frota (IJF).

Dentro da aeronave havia médicos e enfermeiros do Samu, assim como outros profissionais empenhados em minimizar o número de vítimas no acidente que entra para a história da viação cearense.

Solidariedade

Outra operação delicada aconteceu em maio 2009, no município de Cocal, no Estado do Piauí. A barragem Algodões, sobre o Rio Pirangi, cedeu e a água invadiu o pequeno município, matando nove pessoas e cerca de 30 mil animais. O governo do Ceará enviou suas aeronaves para o estado vizinho para que auxiliassem no resgate das vítimas que estavam ilhadas. Foram vários sobrevoos na região para localizar pessoas desaparecidas e para levar suprimentos básicos e medicamentos aos moradores de Cocal.

Ainda em 2009, as fortes cheias que atingiram o Ceará deixaram milhares de pessoas ilhadas. Somente na Zona Norte a Ciopaer realizou 243 atendimentos, transportes de vítimas, assistência médica e cerca de 25 toneladas de alimentos para os desabrigados.

Única piloto do Ciopaer quer alçar voos mais altos

CIOPAer/CE nomeia mulher como piloto das forças de segurançaA força de vontade em superar obstáculos e exercer cargos que são tipicamente identificados com homens deu destaque, nas alturas, à tenente Lívia Marinho de Carvalho Leão, primeira mulher piloto das forças de segurança do Estado do Ceará. Também é a segunda mulher a se formar em toda a história da Coordenadoria Integrada de Operações Aéreas (Ciopaer).

“Ser mulher, policial militar e piloto de helicóptero exige muita responsabilidade, mas encaro com tranquilidade. O que faz eu atingir meus objetivos é a minha aptidão para desenvolver o voo e nada mais, independentemente do gênero”, pondera a piloto, mesmo entendendo do peso simbólico que sua posição representa para o gênero feminino.

Desafio multiplicado

A oficial reconhece que exercer múltiplas funções é um desafio que requer muito esforço. “Pilotar uma aeronave é uma trabalho muito sério”, diz, lembrando que “não é o mesmo que dirigir um carro. Caso dê algum problema durante o voo, não existe ‘acostamento’ no ar”. Por isso, a atenção deve ser proporcional ao grau de responsabilidade.

Mas ao decidir ingressar nas forças de segurança, Lívia não pensava em voar. Essa vontade só foi descoberta durante a sua formação. Descobriu seu melhor setor para atuar quando, ainda na Academia Militar, realizou uma visita para conhecer as instalações da Ciopaer, no Aeroporto Internacional Pinto Martins.

“O local me chamou logo atenção pelo ambiente agradável e parecia ser prazeroso para quem trabalhava por lá. Foi aí que logo me despertou a intenção de um dia poder trabalhar lá. Mas para conseguir tive de me qualificar”, explica a tenente.

incendioIngresso

Lívia Marinho ingressou no grupamento aéreo em fevereiro de 2012 como aluno-piloto e, após muitas aulas práticas e teóricas, foi habilitada para a função de piloto comercial de helicóptero e segundo piloto em comando em voo visual.

Mas seus planos não param por aí. A tenente tem a intenção de ir cada vez mais longe. A piloto continua se qualificando para continuar subindo de nível.

Apesar de se declarar “realizada fazendo o que faço”, a oficial pretende evoluir na carreira até atingir o nível de primeiro em comando em voo por instrumento, habilitação para pilotar aeronaves maiores e, dessa forma, seguir conquistando as alturas.

Estado já tem a 4ª maior frota do País

No início, era o “Esquilo”, que pertencia à Companhia Energética do Ceará (Coelce), mas já usado nas atividades de viação de segurança pública e de defesa civil. Em 1995, já de propriedade do veículo, criou-se o Grupamento de Policiamento Aéreo (GPAER), que em 2001virou Centro Integrado de Operações Aéreas (Ciopaer), integrado por policiais militares, bombeiros e civis. No mesmo ano, são adquiridas mais duas aeronaves, mais modernas e que possibilitaram operações noturnas, com faróis de busca. A sede do grupamento foi concluída em 2007, com a aquisição de mais uma aeronave, passando para quatro na frota. Com esta fase revigorada na Ciopaer, o indicativo de chamada passou de “Águia” para “Fênix”, em alusão ao espírito de superação em que o grupamento aéreo já vivia.

Em 2013, mais três aeronaves de modelo alemão(EC 145) que já vieram com equipamentos aeromédico reforçaram a frota da Ciopaer. Com sete aeronaves, o Ceará ocupa o 4ª lugar no ranking dos Estados com maior frota de aeronaves em serviço público. Só atrás de São Paulo, Rio de Janeiro e Minas Gerais.

Fonte: Diário do Nordeste.

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