Paraná – Os pacientes que aguardam por um transplante no Paraná recebem a ajuda da Polícia Militar no transporte dos órgãos. Na manhã de quinta-feira (09), o “Falcão 07”, helicóptero do Batalhão de Operações Aéreas da PM (BPMOA), decolou de Londrina, passou por Maringá e teve como destino Curitiba levando três órgãos para transplante.
Foram dois rins e um baço doados para outros pacientes que aguardavam a cirurgia. Além dos órgãos, o trabalho do suporte aéreo da Polícia Militar e da Casa Militar também está colaborando para que exames da COVID-19 cheguem mais rapidamente à capital do estado. Também foram levados ao Laboratório Central do Estado do Paraná (Lacen) amostras de material de pacientes de toda a região.
O material coletado e os órgãos saíram de Londrina e, após pouso em Maringá, foram transferidos para o avião da Casa Militar, que já tinha exames de outras regiões do estado e levou os materiais a Curitiba.
As aeronaves do Governo do Estado já coletaram 1.457 amostras de material para testes do novo coronavírus nas regionais de Saúde do Paraná. As aeronaves da frota contabilizaram 73 horas e 20 minutos de voo entre 23 de março e 5 de abril, o que significa três dias ininterruptos de deslocamento. A frota da Casa Militar é composta por quatro aviões e um helicóptero e atende 21 Regionais de Saúde (menos Curitiba).
Estados Unidos – O primeiro órgão transportando por drone foi transplantado para um paciente com insuficiência renal no Centro Médico da Universidade de Maryland. É resultado de mais de três anos de trabalho para mostrar que aeronaves não tripuladas podem transportar com segurança órgãos e tecidos que salvam vidas.
O esforço começou quando o cirurgião de transplante Dr. Joseph Scalea, frustrado pelo ritmo complexo dos voos comerciais e pelo alto custo dos transportes, começou a explorar meios mais rápidos de fornecer rins, fígados e outros órgãos que podem se deteriorar rapidamente.
“Esta nova tecnologia tem o potencial de ajudar a ampliar o pool de órgãos de doadores e o acesso ao transplante”, disse Scalea durante uma coletiva de imprensa anunciando o sucesso do transporte. “Entregar um órgão de um doador para um paciente é um dever sagrado com muitas partes envolvidas. É fundamental que encontremos maneiras de fazer isso melhor”.
Scalea começou a trabalhar com drones e em outros lugares também exploraram esse modelo de transporte para fornecer todo tipo de suprimentos médicos. Este é o primeiro esforço para transportar órgãos.
O transporte há tempos impõe desafios para o sistema de doação de órgãos que já não consegue atender a demanda. Nos EUA, há 113.702 pessoas na lista nacional de espera por órgãos, e 18 pessoas por dia morrem à espera de um transplante, segundo a United Network for Organ Sharing, a organização sem fins lucrativos do sistema de transplante de órgãos.
Alguns órgãos foram desperdiçados devido a atrasos e contratempos no transporte, como em dezembro do ano passado, quando um coração humano foi deixado em um avião da Southwest Airlines. Válvulas do coração ainda eram utilizáveis.
A paciente de Maryland era uma mulher de 44 anos de idade, de Baltimore, que passou oito anos em diálise antes de seu transplante. “Essa coisa toda é incrível”, disse a mulher recém-dispensada, que preferiu não ser identificada. “Anos atrás, isso não era algo que você pensaria.”
O órgão voou 2,6 milhas em 10 minutos em Baltimore pelo St. Agnes Hospital até o hospital de Maryland no início da manhã de 19 de abril para o transplante, de acordo com a AiRXOS, uma unidade da GE Aviation que participou da demonstração. Essa viagem leva 15-20 minutos de carro, dependendo do tráfego.
Funcionários da Universidade de Maryland ainda enfrentam problemas logísticos no desenvolvimento de um amplo sistema de distribuição de órgãos. Primeiro, a Federal Aviation Administration (FAA) deve aprovar tais usos, embora as autoridades tenham indicado que estão interessadas e já aprovaram programas-piloto envolvendo drones em vários estados.
Esta é uma mudança para a FAA, que tem se preocupado principalmente com os amadores que ainda dominam o uso de drones nos Estados Unidos em quase um milhão de usuários registrados. Existem, no entanto, 290.000 drones registrados para uso comercial, como mapeamento de incêndios florestais, monitoramento agrícola e meteorológico, gerenciamento de desastres, aplicação da lei, inspeção de serviços públicos, telecomunicações e fotografia imobiliária.
Outros países com lacunas na infraestrutura de transporte exploraram o uso de drones para fornecer suprimentos médicos, incluindo sangue.
Para tornar a entrega de órgão possível, seriam necessárias autorizações para voar à noite, em áreas populosas e fora da visão do piloto, a mais de 100 mph ou acima de 400 pés. A agência anunciou planos para mais mudanças permanentes.
Outro obstáculo é que os drones capazes de voar pelo país ainda não estão comercialmente disponíveis. Os engenheiros de Maryland disseram que precisariam que os drones possuíssem motores a combustão, ao invés de motores elétricos a bateria, e precisariam da capacidade de evitar a colisão com obstáculos.
É aí que entra o AiRXOS da GE. A empresa está desenvolvendo uma plataforma de mobilidade aérea para drones para resolver esses problemas.
Scalea, professor assistente de cirurgia na Escola de Medicina de Maryland, juntamente com especialistas em engenharia aeronáutica, já havia projetado um refrigerador de papelão com sensores para monitorar os órgãos pelo celular. Eles também criaram seu próprio drone.
“Tivemos que criar um novo sistema que ainda estava dentro da estrutura regulatória da FAA, mas também capaz de suportar o peso adicional do órgão, câmeras e sistemas de rastreamento, comunicações e segurança de órgãos em uma área urbana densamente povoada – para uma distância maior”, disse Matthew Scassero, diretor do Programa de teste de UAS da universidade do condado de St. Mary’s, que faz parte da Clark School of Engineering em College Park. “Há uma tremenda pressão sabendo que há uma pessoa esperando por esse órgão.”
Mas há apoio para o fornecimento de drones, inclusive na rede nacional de órgãos, que enfrentou críticas e um desafio no tribunal para tornar o desembolso de órgãos mais geograficamente equitativo.
Há também resíduos – cerca de 14% dos órgãos doados são descartados, em parte devido à redução da qualidade. Alguns órgãos, como os rins, podem durar no gelo para um voo comercial em todo o país. Mas outros, como corações, pulmões e fígados, duram menos tempo. Uma mão ou rosto não pode esperar mais do que algumas horas.
Alguns órgãos, cerca de 1,5%, nunca chegam ao seu destino. Quase 4% tiveram um atraso imprevisto de duas ou mais horas.
Brasília – Em pouco menos de três meses, a FAB já transportou 31 órgãos para transplante: 13 fígados, 12 corações, 4 rins e 2 pulmões. Desde junho de 2016, data que um decreto presidencial permitiu a ampliação da atuação da Força nesse tipo de missão, já são 693 órgãos transportados.
Em 13 de março ocorreu um dos últimos transportes de órgão. Acionados, militares do Esquadrão Guará (6º ETA) decolaram às 8h30 a bordo de uma aeronave U-35 Learjet de Brasília (DF) com destino a Goiânia (GO), levando a bordo uma equipe médica que realizou a captação de um coração.
O retorno à capital federal, onde um paciente aguardava pelo transplante, aconteceu por volta de 13h30. Na chegada do avião da FAB, um helicóptero do Grupamento de Aviação Operacional (GAvOp) do Corpo de Bombeiros do Distrito Federal já estava pronto para levar o órgão ao seu destino final.
O coração está entre os órgãos vitais com menor tempo de isquemia, ou seja, o período em que ele “sobrevive” fora do corpo. São apenas quatro horas entre a coleta e o transplante.
Um dos pilotos envolvidos no transporte, o Tenente Aviador Vitor Rijk Rufino explica que a prontidão é um ponto chave desse tipo de missão. “Cumprir essa missão é ter certeza que iremos diminuir ou amenizar a dor de alguém que espera ansiosamente uma solução para sua saúde”, explicou.
Além disso, o militar ressalta o número de transportes realizados pelo Esquadrão Guará. “Saber que o 6° ETA cumpriu 16 das 31 missões, até o momento, no ano de 2019, reforça o sentimento de servir por ideal, patriotismo e cuidado com o próximo”, diz o Tenente Rufino.
Santa Catarina – Uma operação para salvar uma criança mobilizou os estados de Santa Catarina e São Paulo nesta sexta-feira (11). Uma menina foi ao Hospital das Clínicas em busca de um rim.
Ao meio-dia, o avião Arcanjo 02 do Corpo de Bombeiros de Santa Catarina pousou no Aeroporto Campo de Marte. No hangar da Polícia Militar (PM), os pilotos e um médico puseram a paciente de doze anos em uma maca.
Uma ambulância do SAMU também estava no local e foi a responsável pelo transporte da criança até o hospital. Ela deu entrada no Instituto da Criança do Hospital das Clínicas.
O estado da criança é delicado – ela tem uma doença grave no fígado, que atinge outros órgãos, como o rim. A criança passou a tarde em avaliação médica.
Em 2018, mais de 8.500 transplantes foram realizados no Brasil, a maioria de rim e fígado. Deste número 40% das cirurgias foram em São Paulo e 10% dos pacientes foram crianças, de acordo com a Associação Brasileira de Transplante de Órgãos.
“Sempre que uma criança precisa de transplante essa demanda vira emergência nacional. Então, quando tiver um órgão disponível, em qualquer lugar do país, ele é transferido para aquela criança desde que tenha tempo suficiente pra chegar”, explica José Medina Pestana, presidente do conselho da Associação Brasileira de Transplante de Órgãos.
Hoje, não há órgãos disponíveis para transplante pediátrico em nenhuma instituição do estado de São Paulo.
Santa Catarina – A vida da moradora do bairro São João, Roseli Antunes Braga ganhou na quinta-feira (20/09), uma nova chance. Aos 47 anos, Roseli é portadora de uma doença genética nos rins e há anos faz tratamento, contudo, o transplante do órgão é o que pode melhorar consideravelmente sua qualidade de vida. Nesta quinta-feira (20), Roseli recebeu um chamado urgente do hospital regional de Joinville que obteve a doação de um órgão compatível com o da paciente de Tubarão.
Roseli é usuária do Tratamento Fora do Domicílio (TFD) e com frequência viaja para Florianópolis e Joinville para consultas e tratamento, mas desta vez, era necessário chegar o quanto antes ao hospital. “Quanto mais rápido o paciente iniciar o transplante, maior é a qualidade do órgão transplantado, bem como aumenta a chance de sucesso do procedimento”, explica o diretor-presidente da Fundação Municipal de Saúde, Daisson Trevisol.
Por meio de uma mobilização da Fundação Municipal de Saúde e intermediação do comandante do 5º Batalhão da Polícia Militar, Coronel Sílvio Lisboa foi disponibilizado um voo de helicóptero do Serviço Aeropolicial (SAER Sul), que, desde 2016, a partir da base em Criciúma, atende toda a região Sul do Estado, em operações policiais e atividades aeromédicas.
Uma hora e meia depois de decolar do heliponto do 5º BPM, Roseli já estava em Joinville, preparando-se para a realização do transplante. “Transportamos com mais frequência órgãos, mas este é tipo de ação que mais gratifica, porque temos a certeza de que estamos salvando uma vida, dando àquele paciente uma nova oportunidade”, destaca o delegado Gilberto Mondini, piloto e comandante da aeronave que transportou Roseli.
Daisson agradeceu o empenho de todos as entidades envolvidas. “Foi uma grande união de esforços e agora ficamos na torcida para que a Roseli tenha sucesso no transplante e possa voltar muito bem”, afirma.
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