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Alex Mena Barreto

Entenda um pouco da metodologia de trabalho “multimissão”da atividade aérea da California Highway Patrol, na Califórnia/EUA.

Operações

O modelo funcional das operações das aeronaves da CHP são as que mais se enquadram no conceito brasileiro de “multimissão”, mas apesar das missões a serem executadas serem praticamente as mesmas, a forma de abordagem é completamente diferente.

D

O protocolo de atendimento de missões segue uma rígida ordem de prioridade de atendimento, onde as missões são divididas em emergenciais e planejadas, e escalonadas em prioridades formalmente previstas no manual de operações:

1) Resgate aeromédico (suporte avançado / suporte básico).
2) Policial solicitando apoio.
3) Ocorrências de gravidade.
4) Perseguições.
5) Distúrbios civis.
6) Busca e salvamento.
7) Transporte de órgãos.
8) Outras emergências.
9) Missões de Segurança interna.
10) Patrulhamento.
11) Fiscalização.
12) Participação de eventos.
13) Transporte.

O manual de doutrina referente a operações, prevê que cada base tenha seu plano de padrões de operações, que contenha:

1) Plano de resposta a acidentes.
2) Protocolo de despacho para ocorrência, baseado nos custos operacionais diretos, metas da CHP e na lista de prioridades de atendimento.
3) Procedimento de atendimento, além dos limites da base operacional, sendo que tal divisão não deve ser um limitante do apoio aéreo.
4) Horário de atuação da base, bem como procedimentos de acionamento fora do horário de operação.

Apesar das aeronaves serem designadas e fixas nas bases destacadas, estas  podem solicitar o apoio de outra aeronave ao OAO (Office of Air Operation) no caso de previsão de um grande período de indisponibilidade de suas aeronaves devido a manutenção programada ou não-programada.

A doutrina da CHP considera como missões de alto risco:

1) Voo em área onde se tem conhecimento ou expectativa de se encontrar fogo hostil, onde a aeronave deve se manter no mínimo a 1000 pés AGL e em constante variação de velocidade bem como manter primariamente como plataforma de observação.
2) Içamento de carga viva no gancho ou guincho.
3) Pouso em áreas não homologadas.
4) Outras missões definidas pela base operacional.

As aeronaves tem como designativo de chamada “CHP” seguido do número de identificação da aeronave, sendo tal designativo usado internamente, quanto para órgãos de controle aéreo e preenchimento de plano de voo.

É previsto um programa de avaliação operacional das bases destacadas, sendo uma avaliação efetuada a cada dois anos pelo OAO, e outra a cada dois anos também (alternados) efetuada pelo próprio efetivo da base, conforme um relatório padronizado.

O manual de operações ainda prevê:

1) Responsabilidade de inspeções pré e pós voo das aeronaves.
2) Documentos obrigatórios na aeronave.
3) Equipamentos obrigatórios, sendo caraterística da operação americana a obrigatoriedade do duplo comando instalado, salvo exceção das missões aeromédicas com vítima a bordo.
4) Itens GO/ NO GO para voos diurnos, noturnos e IFR.

Ainda é descrito de maneira detalhada mínimos operacionais de voo, tanto para aviões quanto para helicóptero, em relação a altitude de voo, uso de oxigênio suplementar, configuração de radar altímetro, mínimo de reserva de combustível, mínimos meteorológicos para decolagem e continuidade do voo, entre outras.

O manual de operações prevê a utilização do seguinte procedimento para pouso em áreas não homologadas:

1) Pouso somente em necessidade extrema.
2) Realização de reconhecimento da área em busca de obstáculos e perigos a alta e baixa altitude.
3) Utilização do conceito ASBATT  (para helicópteros):

A) Amperage (amperagem)
S) Size, surface, slope, security of landing area (características da área de pouso)
B) Barriers – in/around the landing area (existência de obstáculos)
A) Approach – wind considerations, axis of landing area, forced landing area, missed approach routes, and approach angle (planejamento da aproximação)
T) Touchdown – sufficient clearance for helicopter, approaches should be to the ground, if possible, and to a specific point (planejamento do toque)
T) Takeoff – wind considerations, barriers, direction, and type of departure (planejamento da decolagem)

4) Check de pouso e decolagem, envolvendo desempenho da aeronave, luzes exteriores, instrumentos e painel de alarme, combustível, aviônicos/transponder e área livre.
5) Sempre que possível, observar o conceito de cabine estéril durante o pouso e decolagem

Interessante observar a existência nos manuais de previsão de pouso em área não homologada também para as aeronaves de asa fixa.

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