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Alex Mena Barreto

Conheça os detalhes finais da atividade aérea da California Highway Patrol, na Califórnia/EUA.

Operações em grandes desastres

Em 2005, a CHP despendeu seus esforços em apoio a região de New Orleans atingida pelo furacão Katrina. Antes da chegada da Guarda Nacional na região, a CHP já operava no local com quatro helicópteros, dois centros móveis de comando de incidentes e mais de 200 policiais.

A CHP tem um manual próprio para regular a política de atuação da unidade aérea em grandes operações de desastres e/ou emergências.  Cada base operacional tem um plano de acionamento de operações de emergência que envolve a mobilização das aeronaves, tripulações e pessoal de suporte (abastecimento, manutenção e comunicação), bem como a previsão de atuação com outras aeronaves, de outras bases da CHP ou de outras unidades aéreas.

Tal manual ainda prevê a existência de um plano de briefing operacional padrão para ser efetuado para as tripulações que vierem de outras regiões, de um plano de obtenção/entrega de suprimentos médicos para acidentes com múltiplas vítimas (suprimentos básicos, como talas, soro, etc em grande quantidades), de transporte de autoridades para os centros de comando do incidente, bem como todas as responsabilidades do comandante da base, segurança de voo e pessoal operacional em relação ao incidente e ao centro de comando de incidente.

Destaca-se no planejamento a existência da descrição em todo o estado da Califórnia de todos os pontos remotos de abastecimento de aeronaves, bem como a disponibilidade de caminhões de abastecimento, descritos preliminarmente em termos de localização, capacidade e acionamento para o caso de necessidade.

Interessante também o briefing de requerimento de área de pouso eventual de helicóptero, descrevendo tamanhos, auxílios de balizamento de fortuna (marcadores de fumaça, farol de veículos, etc), descrevendo tamanhos, riscos, isolamento etc.

Relatórios

A CHP utiliza uma série de modelos de relatórios como forma de prover o controle das informações operacionais da atividade aérea, principalmente no que tangem as requeridas para controle de treinamento e proficiência das tripulações, sendo aqui no Brasil comumente chamado de Relatório Operacional:

Existe ainda um relatório específico para atendimento de ocorrências aeromédicas, referente principalmente a informações da vítima e do atendimento:

Um relatório bastante interessante também utilizado pela CHP nas atividades de resgate aeromédico é chamado de Follow Up, e é preenchido pelo médico que recebe o paciente transportado pelas aeronaves da CHP. Basicamente são três questões a ser respondida pelo médico, além de um campo de sugestões e observações para melhoria do atendimento:

  1. Na sua opinião, a atuação da aeronave e sua equipe foi um fator decisivo para a vida da vítima ? (SIM/NÃO/INDETERMINADA)
  2. Qual foi o resultado da atuação da aeronave e sua equipe para a condição da vítima ? (SIGNIFICANTE/MODERADA/NENHUMA/INDETERMINADA)
  3. De que maneira a recuperação da vítima será beneficiada pela atuação da aeronave e sua equipe ? (SIGNIFICANTE/MODERADA/NENHUMA/INDETERMINADA)

Operações de carga externa (gancho e guincho)

A utilização de aeronaves para efetuar salvamentos na Califórnia é muito comum devido a existência de inúmeros parques e trilhas de caminhadas, que é uma atividade muito comum por lá. Isso aliado a existência de uma cadeia montanhosa com altitudes que atingem mais de 10.000 pés, eleva o risco e a necessidade de um treinamento apurado de tais técnicas pelas tripulações da CHP.

Os helicópteros da CHP são equipados por padrão com um guincho elétrico Breeze Eastern HS29700 com uma capacidade de carga de 450 lbs (205 kg) e um cabo de 50 metros.

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Devido a capacidade de carga do guincho, eles tem como padrão o içamento da vítima e do tripulante (Flight Officer) juntos. Apenas a título de comparação, o modelo mais comum de guincho elétrico em utilização no Brasil tem uma capacidade de carga de 300 lbs (136 kg).

Outra característica interessante desse modelo de guincho elétrico é sua manutenção, que prevê inspeções on-condition anualmente, troca do cabo de aço a cada 1500 ciclos de operação e um overhaul a cada 5 anos ou 2000 ciclos.

As operações de carga externa que envolvam a utilização do gancho e/ou guincho elétrico possuem um manual exclusivo muito interessante.

Nele é previsto todo os procedimentos de treinamento, fraseologia padrão, preparação da aeronave, operação em si e ações em caso de emergência. Ainda é descrito explicitamente quais são os materiais aprovados e suas especificações, como cadeirinhas, mosquetões, freios, cordas, chegando ao limite de descrever quais tipos de nós são aprovados na atividade de carga externa.

Ainda é descrito um minucioso checklist tanto para operações de carga externa com a utilização do gancho de carga quanto com a utilização do guincho elétrico. Uma característica interessante dessa operação é a necessidade mandatória de desarmar o circuit breaker do acionamento elétrico de alijamento (tanto do gancho quanto da espoleta do guincho) no caso de carga externa viva.

Conclusão

Acredito que tenha conseguido transmitir nesses artigos um pouco da qualidade e excelência que a CHP exerce atualmente, tanto em sua atividade aérea como em sua atividade fim.

Gostaria de agradecer publicamente ao Capitão Jerry Pelfanio, Comandante do Office of Air Operations, e em especial ao Sergeant Rick Bookbinder, que de maneira extremamente cortês e profissional me franqueou todo o conhecimento possível a cerca da atividade aérea da CHP.

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