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Carga externa

IBAMA promove treinamento de carga externa e combate a incêndio florestal com helicóptero

Maranhão – O Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (IBAMA) realizou nos dias 15 a 19 de julho o 5º Treinamento de Carga Externa e Combate a Incêndios Florestais com Helicópteros, nas cidades de Imperatriz e Grajaú, no Maranhão.

O treinamento faz parte do programa de aprimoramento continuado das operações aéreas do IBAMA e foi organizado pelo e pelo Centro Especializado de Prevenção e Combate a Incêndios Florestais (Prevfogo).

Houve a participação de representantes de diversas forças de segurança pública do país, dentre elas o Corpo de Bombeiros do Maranhão e do Rio de Janeiro; Grupamento Aeromóvel da Polícia Militar do Rio de Janeiro; Comando de Aviação da Polícia Militar de Minas Gerais; Núcleo de Operações e Transporte Aéreos da Polícia Militar do Espírito Santo e Prefeitura Municipal de Grajaú/MA.

Foram ministradas aulas teóricas e práticas com o objetivo de capacitar pilotos, tripulantes e agentes envolvidos diretamente no combate a incêndios florestais. As ações desenvolvidas tiveram como enfoque principal o emprego de helicópteros e incluíram o transporte de carga externa com gancho da aeronave; carga externa com uso de guincho; embarque, desembarque e transporte de brigadistas; captação de água para uso de helibalde em represa ou piscina transportável; rapel; e combate direto a incêndios com uso de helicópteros.

A brigada especializada do Prevfogo/RJ também esteve presente no evento, destacando-se pela utilização da técnica de rapel, empregada nas operações em locais de difícil acesso, procedimento essencial para a preparação de áreas para o pouso das aeronaves.

A brigada especializada de pronto emprego do estado do Maranhão também foi capacitada, pois atuam em locais de elevado nível de incidência de queimadas, sobretudo em terras indígenas. Foram realizadas técnicas de embarque e desembarque operacional, sobrevoo em áreas de incêndios e embarque e desembarque de equipamentos de combate, utilizando entre outros instrumentos: abafadores, enxadas, foices e bombas costais.

“A participação em conjunto dos diversos operadores públicos no evento é fator primordial para o aprimoramento das operações aéreas e de combate a incêndios florestais, conferindo assim maior efetividade nas políticas de proteção ao meio ambiente e de segurança operacional no país”, declarou o IBAMA em nota.

Acidente aéreo mata uma pessoa ao tentar realizar carga externa no município de Argélia, Colômbia

Colômbia – Por volta das 12h00 de domingo (15), o helicóptero Bell 206 Long Ranger, prefixo HK-4484, pertencente a empresa HeliFly Colômbia, caiu durante uma operação na área rural do município da Argélia, departamento de Cauca. A meteorologia era desfavorável, comum nessa época do ano na Colômbia. A aeronave realizava trabalhos na rede elétrica entre os municípios de Argélia e Guapi.

Segundo informações preliminares, o helicóptero tentava realizar o transbordo de carga de outro helicóptero que havia apresentado falha mecânica. Com a queda faleceu o chefe de manutenção da empresa, Iván Andrés López Londoño. O piloto da aeronave, Juan Carlos Álvarez Hernández, sofreu uma lesão nos membros superiores e foi levado para o Hospital Universitário San José de Popayán. O outro membro da tripulação saiu ileso.

O Coronel Fabio Rojas, Comandante da Polícia no Departamento de Cauca, indicou que estão em andamento investigações sobre o que aconteceu na aldeia de El Plateado, na Argélia. “O que sabemos é que um helicóptero estava com um defeito mecânico e outra aeronave estava cuidando do caso para transferir a carga e também registrou defeitos mecânicos que fez acidentar-se”.

A empresa Helifly, dedicada a prestar serviços relacionados com carga interna e externa, transporte de passageiros, serviços humanitários e corporativos, emitiu um comunicado após o sinistro.

Foram encaminhadas equipes de resgate para o local e outro helicóptero para a retirada da aeronave acidentada através de carga externa. O momento do acidente foi gravado e divulgado nas mídias sociais, bem como o momento da retirada da aeronave acidentada através de carga externa.

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Ibama realiza o 4º Treinamento de Carga Externa e Combate a Incêndios Florestais com Helicópteros

Mato Grosso – O Ibama realizou no mês de julho o 4º Treinamento de Carga Externa e Combate a Incêndios Florestais com Helicópteros. Promovido pelo Centro de Operações Aéreas do Ibama (COAer) e pelo Centro Especializado de Prevenção e Combate a Incêndios Florestais (Prevfogo), o evento ocorreu entre os dias 03 e 08 de julho, nas cidades de Sinop e Cláudia, contando com a participação dos pilotos de helicóptero que operam com Ibama e representante do Corpo de Bombeiros do Estado do Mato Grosso.

Ibama realiza o 4º Treinamento de Carga Externa e Combate a Incêndios Florestais com Helicópteros. Foto: Divulgação IBAMA.
Ibama realiza o 4º Treinamento de Carga Externa e Combate a Incêndios Florestais com Helicópteros. Foto: Divulgação IBAMA.

As atividades de carga externa e combate aéreo a incêndios florestais fazem parte do rol de operações desenvolvidas com as aeronaves do Ibama e possuem características especiais que exigem a prática de treinamento periódico, de modo a manter a proficiência dos envolvidos e elevar o nível de segurança operacional.

Na oportunidade, dentre as atividades de carga externa, foi capacitada a primeira equipe de brigadistas autorizados a empregar a técnica de descida do tipo rapel a partir das aeronaves, com integrantes da Brigada de Pronto Emprego do Rio de Janeiro.

Com a introdução dessa modalidade de operação aérea, será possível ampliar o alcance e eficiência das ações de combate aos incêndios florestais desenvolvidas pelo Ibama, permitindo o acesso e abertura de locais para pouso dos helicópteros em pontos mais próximos das frentes de combate, o que reduz o tempo de resposta, custos com horas de voo e impactos ambientais, melhorando ainda a segurança das equipes envolvidas.

A Brigada de Pronto Emprego de Rondônia foi responsável pela instalação de acampamento e laboratório para as atividades práticas de campo. O evento contou ainda com o apoio do Corpo de Bombeiros Militar do Estado do Mato Grosso, Grupamento de Operações Aéreas da Polícia Civil do Paraná, Corpo de Bombeiros Militar do Estado do Rio de Janeiro, Embrapa Agrossilvipastoril e Clube Aerodesportivo Selva em Sinop-MT.

Ibama realiza o 4º Treinamento de Carga Externa e Combate a Incêndios Florestais com Helicópteros. Foto: Divulgação IBAMA.
Ibama realiza o 4º Treinamento de Carga Externa e Combate a Incêndios Florestais com Helicópteros. Foto: Divulgação IBAMA.

Informativo de Segurança Airbus: Operações de Carga Externa

 SAFETY INFORMATION NOTICE Nº 3170-S-00

A Airbus Helicopters agradece a Patrick Fauchère, Gerente de Operações de Voo da Air Glaciers pelo seu apoio na produção deste documento.

Confira o documento original antes de realizar sua operação

Em consonância com o empenho em melhorar a segurança das operações de helicópteros, a Airbus Helicopters compartilhou algumas informações sobre acidentes recentes que ocorreram durante as operações com carga externa.

A operação de carga externa representa uma grande parte das atividades de helicópteros e é reconhecida por ser uma missão difícil que requer habilidade do piloto e procedimentos rigorosos, pois o risco de acidente é maior em relação a outras missões devido à sua natureza exigente. A taxa média de acidentes da frota mundial de helicópteros da Airbus é próxima de um acidente por mês.

A finalidade deste Aviso de Informação de Segurança não é instruir pilotos e equipes terrestres em operações de carga externa, mas sim para compartilhar algumas lições aprendidas com a análise de acidentes, desejando que a observância das recomendações abaixo conduza a uma diminuição dos riscos.

Este Aviso de Informações de Segurança substitui a Carta de Serviço N ° 1727-25-05, publicada em 26 de março de 2006.

Recomendações

  • Respeitar as limitações publicadas no Manual de Voo, incluindo as relacionadas ao STC constantes na parte de Suplementos;
  • Aplicar os procedimentos e respeitar as limitações fornecidas pelos fabricantes dos equipamentos de carga externa;
  • Cumprir rigorosamente os Procedimentos Operacionais Padrão estabelecidos (SOP), respeitando as limitações de velocidade com e sem carga externa.
  • Atentar para o fato que um cabo metálico não tem o mesmo comportamento em voo do que um cabo de material sintético/têxtil.
  • Os cabos sem carga são um risco potencial para a operação. A experiência mostrou
    que cabos sem cargas devem ter uma carga mínima de 15 kg em suas pontas sempre.
  • Com cabos sem carga, evite descidas com velocidades acima da Vy e evite fatores de carga menores que 0,5g. Mantenha seus cabos sempre em contato visual (espelho ou equivalente).
  • Use apenas redes de cargas em boas condições, e se necessário, reforce com fitas ou cabos. Não decole com a rede de carga vazia.
  • Sempre efetue um briefing com os envolvidos na operação de carga antes de iniciar a operação.
  • Ao efetuar operações com cabos longos, é altamente recomendável o apoio de solo equipado com um rádio comunicador.
  • Nunca operar com carga externa e com combustível limitado.
  • Sempre decolar verticalmente com carga externa para evitar emaranhados.

Reportes de acidentes nos últimos 16 anos (Acidentes com helicópteros Airbus 2000 a 2016)

cargaexterna

2. Recomendações

A) Carga Externa

  • Cabos sempre com lastro: cabos sem lastros configuram um risco potencial (atingir o rotor de cauda) e todos os cabos devem estar com lastros em suas pontas. Obviamente isso irá causar efeito em um voo estabilizado. Durante descidas com velocidades acima da Vy, existe a possibilidade dos cabos subirem, mesmo com o lastro, em fatores de carga menores que 0,5g.
  • Esse fenômeno pode ser evitado conduzindo aproximações com velocidades abaixo da Vy.
    Cuidado com os tipos de cabos usados (metálicos ou têxteis). Os cabos de material têxtil podem se deslocar mais facilmente para o rotor de cauda em altas velocidades.
  • No solo tome cuidado para os cabos não enroscarem no rotor de cauda, principalmente os de materiais têxteis.
  • Sempre que possível coloque a carga externa para a frente da aeronave de modo a manter os cabos sempre em contato visual do piloto.
  • Falha na embalagem da carga pode se tornar um risco ao aumentar significantemente o arrasto aerodinâmico da parte exposta. Mesmo com sem fator de carga, os cabos e a embalagem da carga podem vir a atingir o rotor de cauda.
  • Deve sempre se usar materiais para embalar a carga em boas condições, reforçando com o uso de fitas, se necessário.

Nota: Algumas embalagens de carga são de uso único e é difícil as equipes obter essa informação. Considere usar redes de carga ao invés de embalagens quando essa alternativa estiver disponível.

B) Colisões

  • A maioria dos acidentes são causados pela colisão com fios ou antenas nas proximidades da área de operação com carga externa ou pela colisão do rotor principal ou de cauda com obstáculos.
  • Um reconhecimento apropriado da área antes da aproximação é altamente recomendável.
  • Algumas das colisões com obstáculos durante o içamento são causados pela perda de consciência situacional, onde o lado esquerdo da aeronave acaba sendo esquecido pelo piloto no assento do lado direito.

C) Condições Climáticas

  • As condições climáticas podem mudar muito rapidamente principalmente em áreas montanhosas. Durante o planejamento do voo, deve-se dar um foco particular para o que deve ser feito em caso de mudanças de condições e situações de Go/No Go devem ser definidas ainda em solo antes do voo.
  • O desempenho real da aeronave pode ser muito diferente do previsto no cálculos e gráficos de desempenho. Uma simples variação da pressão atmosférica, temperatura ou vento podem causar um grande impacto na performance da aeronave.
  • A operação com carga externa é quase sempre realizada com pouco combustível (com quantidade de combustível remanescente menor que 10%). Os helicópteros LAMA são configurados com a opção de operar com muito pouco combustível. Essa opção não está disponível para os helicópteros AS350. Para as versões B2 e outras mais modernas, quando o sonda de indicação de combustível atinge seu limite mínimo, há somente 2 minutos restantes de autonomia, e quando a pressão de combustível cai para zero, há somente 10 segundos restante de autonomia até a turbina apagar.
  • Nos helicópteros H125 e H130, esse tempo de 10 segundos foi reduzido para zero. Devido à forma dos tanques e à nova tecnologia dos sensores de combustível instalados nos helicópteros H125 e desde 1992 com a introdução do sensor capacitivo de combustível, tal equipamento revelou-se muito preciso. Contudo deve-se atentar para as aeronaves com sensores resistivos, acostumando se a verificar se as indicações de combustível parciais estão corretas e não espere até que haja apenas alguns litros de combustível.

D) Fatores Humanos

  • Talvez seja a causa mais difícil de abordar. Muitos acidentes são causados pela falta de coordenação e comunicação entre a tripulação e a equipe do solo: provocando feridos pelos detritos projetados pelo downwash do rotor, pelo movimento da carga ao levantar ou enrosco da rede na carga.
  • É obrigatório brifar a operação com toda a equipe, revisar a seqüência das operações, verificar a comunicação de rádio (uso e freqüência) e planejar como reagir em caso de emergência.
  • As tentativas de decolagem com os cabos presos em algo no solo podem ser evitadas se uma pessoa, em contato rádio com o piloto, monitora a operação do solo. Isso é vital quando o gancho de carga não pode ser diretamente ou através de espelho visualizado pelo piloto Além disso, deve-se evitar decolagens agressivas e sempre realizar uma subida vertical antes da transição para o voo nivelado.
  • Acrescenta-se que o piloto deve tomar consciência situacional dos obstáculos devido a capacidade restrita de ascensão da aeronave.

E) Manutenção

  • Muitos acidentes são causados por erro durante a preparação da aeronave ou sua manutenção principalmente por interrupção da tarefa de manutenção ou por operações realizadas sem seguir as instruções técnicas do fabricante. Uma aeronave devidamente manutenida e aeronavegável é condição obrigatória para realizar um voo seguro e confiável.

F) Conhecimento do material a ser utilizado

  • É essencial conhecer o seu material e o seu uso. Respeite as limitações e os manuais operacionais. Na Europa, a norma 2006/42 /CE é o padrão para a fabricação e utilização de equipamentos de trabalho em altura (cabos, redes, fitas …).
  • Um bom conhecimento de sua aeronave e do material utilizado é fundamental para reduzir o risco de incompatibilidade (por exemplo, “efeito de rolagem” (rollout effect) causado por fitas de tamanho incorreto).
  • Diferentes forças se aplicam ao helicóptero em comparação com uma operação normal prevista para os equipamentos (forças como bank angle, força G, arrasto, cargas de choque, ângulo de inclinação, downwash, mas também desgaste devido a UV e carga de trabalho pesada) são fatores que têm de ser considerado.
  • Um fator de segurança 7 para materiais têxteis ou 4 para o aço, como os usado na indústria normal, não são suficientes para a atividade de operação de carga externa com helicóptero. Devendo-se levar em consideração as técnicas de operação de carga externa, resistência do material e das técnicas de voo.

Confira o documento original antes de realizar sua operação

Operação com Carga Externa (Sling Loading) – Estudo de Caso

Transport Safety Board of Canada – Relatório de acidente em data desconhecida, em Sept-íles, Quebec, Canadá, com aeronave Bell 206B, com duas vítimas fatais.

Durante uma breve operação de carga externa, a estrutura feita para carregar o objeto transportado se tornou instável. A caixa pendulou violentamente para frente, atingindo as pás do rotor principal. A carga voltou e os destroços gerados atingiram o rotor de cauda. Com o pêndulo e o “flapeamento” das pás, o rotor principal seccionou o rotor de cauda.

O Bell206B JetRanger caiu cerca de 4 milhas a leste do aeroporto em Sept-îles, Quebec. A Torre de controle viu uma bola de fogo, ouviu a explosão e soou o alarme. Nesse evento, o piloto e o passageiro morreram com o impacto.

O Gancho do helicóptero foi localizado a 70 metros da fuselagem apresentando marcas do impacto, o que indicou a oscilação violenta em todas as direções, particularmente para frente e para direita. O gancho foi encontrado na posição fechado.

A estrutura – caixa utilizada para colocar a carga a ser transportada dentro – foi desenhada especificamente para ser utilizada pelo helicóptero, no entanto, nenhum tripulante foi consultado sobre o assunto. Uma semana antes do acidente, a estrutura foi carregada e enganchada num helicóptero Eurocopter AStar para testes. Foi observado que, até 55 kt, a estrutura oscilava bastante, mas nesse ponto específico, de algum jeito a carga estabilizava. A partir de 55 kt, a caixa se tornava instável, forçando uma redução de velocidade imediata.

Vários voos de testes foram realizados com diferentes cargas internas, mas houve o consenso que a caixa deveria ser remetida de volta para o fabricante para modificações. Após os testes, o piloto do AStar recomendou que a estrutura fosse transportada para o fabricante de caminhão. No entanto, pouco antes do acidente, a tripulação que conduziu os testes saiu para um feriado, sendo substituída pela tripulação envolvida no acidente, que não sabia o histórico
de tudo o que tinha acontecido.

O cabo utilizado para prender a carga ao helicóptero era curta, muito menor que o comprimento da carga, e o ângulo formado entre os quatro cabos que seguravam as quinas da carga formavam um ângulo consideravelmente maior que 45 °, o máximo recomendado. Com o cabo de apenas um metro, a caixa foi suspensa muito próxima ao helicóptero , quando o ideal seria um cabo com tamanho de, pelo menos, o diâmetro do rotor. (Fonte: Vortex 1/94)

Alguns trechos a seguir foram retirados dos relatos de onze acidentes com carga externa ocorridos no Canadá. Esses eventos servem para nos reforçar o porquê de, como em todas as operações com helicóptero, o transporte em carga externa ser cuidadosamente planejado e conduzido.

1. Uma caixa desenhada localmente para transporte em carga externa entrou em colapso em voo, permitindo que o cabo ficasse sem peso e fosse em direção ao rotor de cauda.

2. Um Hughes 500 perdeu o rotor de cauda quando o cabo que segurava a carga externa, uma fita trançada de nylon de 17 ft com um “destorcedor”, entrou em contato com o mesmo. O piloto fazia o transporte da carga com 90 kt.

3. Um cabo de 18 ft trançado de nylon foi substituído por um cabo que estava começando a entrar em colapso. Durante o deslocamento para o carregamento, o cabo sem peso foi em direção ao rotor de cauda e arrancou o rotor de cauda de um Hughes 500.

4. A carga externa foi alijada quando o piloto percebeu que não conseguiria parar o helicóptero em uma aproximação a favor do vento. Infelizmente, antes que o piloto pudesse recuperar a situação, o cabo comprido prendeu em um obstáculo e a aeronave caiu.

5. Um AStar estava transportando em carga externa duas pás de Bell 206 quando as pás “decolaram” e seccionaram o rotor de cauda da aeronave.

6. A carga escorregou de um “pallet” que estava sendo transportado em carga externa e o “pallet” voou em direção ao boom de cauda. Felizmente, o cabo era curto o bastante para manter o “pallet” longe do rotor de cauda.

7. Um helicóptero multi-motor estava na aproximação final com carga externa quando houve a falha de um dos motores. Como existiam pessoas no eixo da aproximação , o piloto escolheu não alijar a carga. O helicóptero caiu.

8. Um bell 206 ficou destruído quando o “bucket” que transportava água atingiu uma linha de alta tensão.

9. O piloto perdeu o controle da aeronave que fazia um transporte de carga externa para o topo de uma fábrica. O piloto não tentou ou conseguiu alijar a carga.

10. Um cabo de carga externa de 20 ft sem peso foi em direção ao rotor de cauda quando a aeronave, um Bell 206, realizou a descida da lateral de uma montanha imprimindo uma razão entre 1500ft e 2000ft/min.

11. Um cabo de 16ft de comprimento entrou em contato com o rotor de cauda de  um MD369. As testemunhas que estavam a 2 NM de distância reportaram que observaram o helicóptero despedaçando em voo e ouviram a explosão.

PRINCÍPIOS DA CARGA EXTERNA

O EQUIPAMENTO

Os pilotos devem sempre saber onde está a carga e o que está acontecendo com ela. Quando utilizando um cabo curto, um espelho que permita mostrar tanto a carga quanto o cabo em que está presa é essencial. Quando operando com um cabo longo (e sem um OE), o método mais seguro seria, com a porta do piloto retirada, olhar diretamente para baixo para enxergar o comportamento da carga.

Todo equipamento utilizado numa operação de carga externa deve estar em boas condições. O alijamento manual e o elétrico devem ser checados e o espelho deve estar ajustado.

É mandatório o uso de um “destorcedor” quando utilizado cabo de aço e material de metal. Uma corda de fibra sintética pode torcer-se no gancho e fazer com que seja impossível liberar a carga.

O tipo de cabo utilizado varia de acordo com as preferências do piloto e com o tipo de carga a ser transportada. Um cabo de fibra de poliéster é facilmente guardado, não rompe por causa de torção e não tem um recolhimento elástico se romper.

Um cabo de aço é o material mais forte disponível e é necessária a utilização desse tipo de cabo quando são utilizados helicópteros e cargas grandes. Entretanto, esse tipo de material é pesado, difícil de ser transportado em helicópteros pequenos e deve ser trocado sempre que forem encontradas marcas de torções no cabo.

Correntes também podem ser utilizadas com helicópteros menores e podem ser armazenadas em espaços menores que o necessário para o armazenamento de cabos. Com cargas cima de 1000 lb, entretanto, as correntes não são o material mais indicado, pois elas podem atritar e romper onde se cruzarem.

Outros aspectos importantes dizem respeito ao gancho e ao comprimento do cabo. O gancho deve possuir uma trava de segurança e o comprimento do cabo não deve ser curto, entretanto, não é interessante tenha um comprimento menor que a distância do cabo até o rotor de cauda. Mesmo com essa preocupação em relação ao comprimento do cabo, é importante que o conjunto do cabo seja pesado o bastante para não levantar em direção ao rotor de cauda.

Para manobrar no pairado, o cabo maior é mais indicado. Dessa maneira, o piloto pode enxergar e acompanhar melhor o comportamento da carga e sua relação com as partes do helicóptero, além de julgar melhor o ângulo da carga em relação ao solo. Também é mais fácil diminuir a oscilação da carga devido à utilização do cabo maior.

NO SOLO

Durante decolagem, enganchamento e sobrevoo, a segurança das pessoas que estão embaixo deve ser seriamente considerada. Essas áreas devem estar livres de detritos e coisas que, por causa do “downwash”, possam voar e atingir as pessoas que ali estejam ou, até mesmo, o próprio helicóptero.

O pessoal de terra deve ser utilizado para orientar e auxiliar os pilotos durante a operação, entretanto, deve ser habilitado para isso. O piloto não deve confiar cegamente nesses indivíduos, pois, em todos os casos, a responsabilidade total da operação recai sobre o comandante da aeronave, ou seja, o piloto.

O pessoal de terra deve ser treinado para preparar a carga, enganchar e fazer a comunicação com a aeronave através de sinais. Todos os procedimentos de segurança devem ser previamente acordados em briefing antes do voo. Devem possuir óculos de proteção, luvas, abafadores e todos os EPI necessários para a operação. O pessoal de terra nunca deve se posicionar sob a carga, tampouco entre a carga ou qualquer estrutura imóvel, evitando ser esmagado caso a carga desloque. Enquanto a carga é retirada do solo, é importante que o pessoal de terra não fique com as mãos onde elas possam ser esmagadas pela carga ou pelos próprios tirantes que a sustentam.

TÉCNICAS DE MANUSEIO E PREPARO DA CARGA

Algumas cargas são difíceis de transportar em carga externa, pois podem pendular ou girar descontroladamente devido ao seu formato. Infelizmente não existe nada que preveja o comportamento da carga. Se a carga apresentar-se instável, o que deve ser feito é colocá-la no chão e tentar montá-la novamente.

Uma vez em voo, o piloto deve estar com os reflexos treinados para alijar a carga caso a mesma oscile e não consiga controlar o movimento. O movimento descontrolado da carga externa pode, na melhor das hipóteses, interferir na pilotagem, e na pior, pode fazer que a mesma atinja o helicóptero ou até mesmo o derrube. O importante, entretanto, é ter certeza que a carga está bem montada e ajustada antes mesmo de deixar a área de enganchamento.

É importante voar na velocidade ideal prevista em manual para aquele tipo de carga e manter os limites de velocidade impostos pelo fabricante, não os excedendo em hipótese nenhuma.

Algumas cargas exigem que o voo seja de extrema precisão para se evitar o pendulamento. Se um pêndulo começar a ocorrer, é importante que haja a concentração para manter a aeronave voando estável, reta e nivelada, podendo ser necessário reduzir a velocidade.

Na aproximação final é importante fazer uma redução de velocidade gradual para que a carga não pendule longitudinalmente, passando indesejavelmente do ponto de abandono. A melhor técnica para isso é a redução gradual da velocidade, sendo necessária a estabilização da carga antes do alijamento na vertical do ponto.

AJUSTES

Durante as operações com carga externa, o piloto normalmente fica preocupado com segurança e eficiência. O ajuste adequado da carga é a chave da operação. Se o preparo da carga for inadequado, pode ser perigoso erguer e voar com a carga.

Inicialmente, para fazer o preparo da carga deve-se saber fazer amarração com nós que possam não se desfazer ou correr, e não se deve fazê-los embaixo da carga, sendo difícil ou até impossível de desatá-los.

CARGAS COM PONTO ÚNICO DE AMARRAÇÃO

Exceto para cargas específicas, a amarração em um único ponto não é a melhor maneira de prender a carga. Dessa maneira é mais fácil permitir que a carga gire, havendo até o risco da corda entrar em colapso e arrebentar. Caso a carga exija um ponto único de amarração, é importantíssimo que haja um “destorcedor” incorporado ao conjunto para evitar o colapso do mesmo.

Cargas com ponto único de amarração

 

A amarração com dois pontos com ângulo entre os cabos inferior a 45° é o método de amarração mais utilizado para a maioria das cargas. A amarração em quatro pontos também pode ser feita para cargas com a forma cúbica.

Amarração com dois pontos

A utilização de barras estabilizadoras também é possível. A barra é utilizada para evitar que o próprio tirante force a carga e danifique a mesma. Geralmente são utilizadas duas barras que distribuem o peso do carregamento.

Utilização de barras estabilizadoras

ESTABILIZANDO A CARGA

Caixas quadradas geralmente não tem um bom comportamento em voo e apresentam tendência de girar. Uma biruta pode ser utilizada para estabilizar o voo deste tipo de carga. Prender a biruta e uma barra horizontal pode melhorar a estabilização.

Estabilizando a carga com a utilização de biruta

Estruturas como toras de madeira e postes também voam muito mal, sendo o problema reduzido quando se adapta um tipo de cauda à carga. Um pedaço de galho com folhas pode funcionar nesse tipo de estabilização.

Estabilizando a carga com a utilização de galhos

REDES DE CARGA

Praticamente tudo pode ser transportado dentro de uma rede. O peso da carga deve estar bem distribuído, da maneira mais simétrica possível. Uma rede com uma lona cobrindo os objetos transportados evita que haja o espalhamento e queda de pequenos objetos. Uma rede feita com cabos de aço deve ser utilizada para o carregamento de materiais pesados ou para itens pontiagudos que podem danificar uma rede de nylon.

CUIDADO COM AERODINÂMICA

Antes de qualquer operação que envolva o transporte de grandes cargas externas, pilotos de helicóptero não familiarizados com a atividade devem avaliar cuidadosamente se o tipo e forma de material a ser transportado pode desenvolver um comportamento “aerodinâmico” indesejável em voo.

– folhas de materiais de construção – placas metálicas e assim por diante;
– tubos e manilhas de cimento ou concreto;
– pequenos barcos;
– automóveis;
– aeronaves danificada;
– piscinas de fibra de vidro;
– entre outros.

Se alguma dessas cargas realmente tiver que ser aerotransportada, deve-se considerar a utilização de algum tipo de biruta ou cauda – conforme citado em um dos tópicos anteriores visando a estabilização da carga.

DECOLAGEM SUAVE

A operação para a retirada da carga do solo exige que isso seja feita de modo muito suave. O piloto fica geralmente impedido de enxergar todo o conjunto do cabo com a carga e não consegue acompanhar a saída do solo. Dessa maneira, uma subida muito rápida, súbita, pode ocasionar um rolamento dinâmico e consequente descontrole do helicóptero. Durante a operação, em qualquer momento que for observado o afrouxamento do cabo (como quando uma cesta é afundada na água, por exemplo) pode ocorrer do cabo ficar preso sobre os esquis da aeronave.


Bibliografia: Whyte, Greg. Fatal Traps for Helicopter Pilots. New Zealand: Reed Publishing, 2003.


Texto traduzido e adaptado do original pela Seção de Investigação e Prevenção de Acidentes Aeronáuticos do Quinto Esquadrão do Oitavo Grupo de Aviação (5°/8°GAV). Cap Av Fernando: [email protected] ou 3220-3563. Texto publicado no Boletim Informativo de Segurança Operacional.


 

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