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Segurança Pública de São Paulo ingressa na era dos drones e da vigilância antidrone

São Paulo – O drone é uma ferramenta tecnológica moderna que por suas características operacionais oferece a possibilidade de voar em ambientes hostis (produtos químicos, radioativos, elevada caloria, etc.) ou confinados, sem expor a risco a vida humana.

Além disso, possui baixo custo de aquisição e de manutenção, quando comparados às aeronaves tripuladas; furtividade, que é a capacidade de manter-se sem ser visto ou ouvido, aspecto muito importante para missões de inteligência.

Também exerce bem o papel de plataforma de observação elevada que lhe oferece posição privilegiada para produção de imagens e vídeos; bem como a possibilidade de incorporar diversos tipos de sensores ou equipamentos, dentre os quais os mais disseminados são as câmeras normais e as com capacidade de detecção térmica ou radiação infravermelha.

Ingressando nessa era dos drones, o Governo do Estado de São Paulo, através da Secretaria de Segurança Pública, lançou o projeto DronePol SP focado em preparar e equipar a Polícia Militar, Civil e Técnico-Científica para a utilização e aplicação dessa nova ferramenta tecnológica nas atividades de Segurança Pública e de Defesa Civil.

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Os sistemas possuem a capacidade de transmissão de imagens em tempo real para os Centros de Comando e Controle e com abrangência para todo o território do Estado, e mais especificamente para a Polícia Militar.

Além disso, estabeleceu-se como meta a formatação de no mínimo 70 Núcleos de Operação de drones, com amplitude para todas as modalidades e especialidades de policiamento, bem como a aquisição de 100 drones básicos e 5 drones avançados.

Drones básicos

Os drones básicos recebidos são multirrotores elétricos, com autonomia de 25 minutos de voo, com peso aproximado de 900 gramas e câmera integrada, com capacidade de filmagem em 4K e fotográfica de 12 megapixels, com possibilidade de até 2 vezes de zoom ótico e digital respectivamente.

Com seus acessórios, foram licitados no valor de R$ 30.100,00 individualmente, compondo um investimento total de R$ 3.010.000,00 para suprir os 100 drones que serão distribuídos a todos os Núcleos de Operação formatados no Estado.

Drones avançados

Os drones avançados, com previsão de entrega para fevereiro de 2020, são multirrotores elétricos, com autonomia de 30 minutos de voo, com peso aproximado de 6 kg, com possibilidade de acoplar até duas câmeras, uma com capacidade de filmagem full HD e fotográfica de 2,13 megapixels, com possibilidade de zoom ótico de até 30 vezes e mais 6 vezes de zoom digital, possibilitando ampliação da imagem em até 180 vezes, e a outra térmica, que além de captar diferenças de temperatura, também pode ser usada para filmagens em 4K, potencializando seu emprego tanto diurno como noturno.

Foram licitados no valor de R$ 240.000,00 individualmente, compondo um investimento total de R$ 1.200.000,00 para compor os 5 (cinco) inicialmente pretendidos.

Estudos

Os requisitos dos drones foram estabelecidos mediante estudos e pesquisas com órgãos e forças de segurança nacionais e internacionais, bem como por meio de audiências públicas com vários fabricantes e representantes. Quantitativamente é a maior licitação realizada na América Latina e uma das maiores do mundo efetivada por Órgão de Segurança Pública até o momento.

Os drones básicos já foram entregues pela empresa BEMBRAS e recebidos pelo Comando de Aviação da PM, após uma série de testes e ensaios relativos aos componentes, comandos de voo, autonomia, efetividade dos sensores de obstáculos e compatibilidade com o sistema de transmissão de imagem em tempo real da PMESP (Sistema Olho de Águia). O lote com 5 drones avançados será entregue pela BEMBRAS à Polícia Militar até fevereiro de 2020.

Capacitação

O Comando de Aviação da PMESP capacitou 340 Operadores de Drone por meio de curso próprio com 185 horas aula, para compor os 76 Núcleos de Operação atuais que receberão os drones básicos adquiridos. Esses Núcleos de Operação estão vinculados aos Comandos de Policiamento de Área da Capital, Região Metropolitana e do Interior e a todos os Batalhões especializados do Policiamento Ambiental, Trânsito, Rodoviário, Choque, Corpo de Bombeiros e Unidades de Inteligência, com abrangência em todo o Estado de São Paulo.

Hora da verdade

Diante dessa estruturação e esforços desenvolvidos, para o Cel PM Paulo Luiz Scachetti Junior, Comandante do CAVPM, chegou o momento denominado de a “Hora da Verdade”, “colocaremos à prova toda a preparação desenvolvida e iniciamos o uso efetivo do equipamento buscando os resultados a que se propõe, por meio de uma operação responsável e segura, trazendo eficiência, agilidade e economicidade às atividades de Segurança Pública e de Defesa Civil, oferecendo mais segurança à população de São Paulo.”

Vingilância antidrone

Além dos drones, o Governo recebeu sistema de combate a drones para barrar tentativas de acesso ao espaço aéreo dos presídios de São Paulo. É a primeira vez que a solução é instalada num presídio na América Latina. No mundo todo, cerca de 40 unidades prisionais têm o sistema em funcionamento.

O sistema antidrone foi doado para a Secretaria da Administração Penitenciária. A inovação conta com um sistema de detecção da Techshield/Dedrone, que combina detecção de frequências e ondas de rádios, áudio e sensor óptico. Após a localização e confirmação do drone invasor, entra em ação o sistema do antidrone da Hikvision, que embaralha a comunicação entre o equipamento clandestino e seu operador.

O operador do sistema antidrone pode escolher entre forçar a aterrissagem do drone invasor, retorno do aparelho suspeito à base de origem ou até sua destruição, mantendo-o suspenso em voo até o esgotamento completo da bateria, o que leva à queda do equipamento. Após treinamento, o sistema será operado pelos agentes da Administração Penitenciária.

BEMBRAS Defesa e Segurança

A BEMBRAS tornou-se a principal distribuidora da linha de drones Enterprise da DJI no Brasil (saiba mais). Além dos drones, a empresa distribui e integra no Brasil diversas tecnologias, incluindo Carbyne, Cortica, Septier, Sayvu e Sensority, Duke Robotics, Elistair, e o DRONEDEPLOY.

Em 2020 será lançada a plataforma SOSaaS integrada com a Carbyne, uma nova geração de atendimento para serviços de emergência que beneficiarão os Centros de Operações e de Comando e Controle das Polícias Militares, Corpos de Bombeiros, SAMU e Guarda Civil, e darão mais segurança aos cidadãos.

Para o CEO da BEMBRAS, o Engenheiro Kleber Coelho, “a combinação do uso de drones e a plataforma SOSaaS Carbyne aumentará a assertividade e a eficiência no atendimento à sociedade, salva e protegendo vidas, além de promover a redução dos custos operacionais.”

Kleber Coelho da Bembras durante a entrega dos 100 drones para o Estado de São Paulo. Foto: Divulgação.

Governo de São Paulo anuncia programa Dronepol com investimento de R$ 6,3 milhões

A medida inclui a aquisição de 208 drones para o sistema para transmissão de imagens em tempo real ao Centro de Operações da Polícia Militar.

São Paulo – O Governador João Doria e o Secretário da Segurança Pública, General João Camilo Pires de Campos, anunciaram nesta sexta-feira (12) o novo programa Dronepol, com inserção de drones no sistema Olho de Águia para transmissão de imagens em tempo real ao Centro de Operações da Polícia Militar (Copom).

“O custo operacional para drone de alta tecnologia é 140 vezes menor do que o custo operacional de um helicóptero Águia da Polícia Militar. Com segurança absoluta, porque você não tem recursos humanos. E a funcionalidade e eficiência chega a ser superior, dado ao fato de que o drone pode fazer voos em baixa altitude”, disse Doria.

A Polícia Militar vai adquirir 208 novos drones para a implantação do sistema, que, com os equipamentos já disponíveis, somará 250 drones. O valor estimado do investimento é de mais de R$ 6,3 milhões. O processo para as aquisições dos equipamentos deve iniciar ainda no primeiro semestre, por meio da abertura de licitação, e os equipamentos devem ser entregues até outubro.

“O Olho de Águia é um sistema que busca a consciência situacional, o que está ocorrendo em tempo real naquele exato momento, para que os decisores do Copom possam tomar as suas decisões”, afirmou o Secretário.

Para que a unidade policial possa operar os aparelhos, eles devem estar de acordo com as normas vigentes da Agência Nacional de Aviação Civil (Anac), da Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel) e do Departamento de Controle de Espaço Aéreo (Decea). Além disso, a unidade policial deverá ter um núcleo de operação composto por no mínimo cinco policiais – um oficial até o posto de capitão e quatro praças, com até 20 anos de serviço. Os PMs devem concluir o Curso de Especialização de Operador de RPAS, que é oferecido pelo Comando de Aviação da PM.

O curso tem duração de quatro semanas, totalizando 180 horas/aula. O primeiro curso de 2019 iniciou em 11 de março e foi concluído no último dia 5, com uma turma de 30 policiais. Em 2018, foram realizados três cursos, que formaram 75 policiais militares de 15 núcleos operacionais.

Olho de Águia

O Olho de Águia é um sistema que possibilita a captação, transmissão, gravação e gerenciamento de imagens de interesse da Segurança Pública, ou seja, monitora, em tempo real, os cenários encontrados durante a execução das atividades de policiamento ostensivo e preventivo.

A medida proporciona ao policial uma visão diferente, que ele não teria a olho nu e permite, ainda, que os materiais captados sejam retransmitidos de forma instantânea aos comandos da Polícia Militar, viabilizando melhor análise para estratégia adequada de abordagem e atuação em cada situação.

A captura e a transmissão das imagens podem ser feitas por via aérea, com a utilização de um helicóptero Águia, e via terrestre, por motocicletas equipadas com o kit tático. Atualmente, há cinco kits, três com transmissão online, sendo dois via internet e um via rádio, e dois em helicópteros Águia.

Para deslocamento rápido, as motocicletas transportam o sistema de transmissão em live streaming. O via rádio é em uma mochila que só pode ser levada em veículos de quatro rodas, já que pesa cerca de 20 quilos. Em helicópteros, a câmera capta a imagem e transmite para o Copom por antena.

O sistema pode ser utilizado em missões de inteligência e operações, monitoramento de grandes eventos, reintegrações de posse, controle de distúrbios civis e manifestações. Já está em funcionamento na Capital e na Grande São Paulo e pode atuar remotamente em casos de necessidade.

Cenário atual

A Polícia Militar conta hoje com 15 núcleos habilitados para operacionalização dos drones, sendo que nove possuem os equipamentos. Do total, dois núcleos estão no interior e litoral sul, o 28º Batalhão de Polícia Militar do Interior (BPM/I), em Andradina, e Comando de Policiamento do Interior 6 (CPI-6), em Santos.

Na Capital, contam os aparelhos, o Centro de Comunicação Social da PM (CComSoc), o 47º Batalhão de Polícia Militar Metropolitano (BPM/M), o Comando de Policiamento de Área Metropolitana 9 (CPA/M-9), a Diretoria de Ensino e Cultura e o Comando do Corpo de Bombeiros. A previsão é que até o final do ano os drones cheguem a 71 núcleos.

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