Bahia – Cerca de 17 mil pessoas saindo do Polo Petroquímico de Camaçari, algumas com ferimentos graves por conta de um vazamento de material tóxico foi o cenário criado, na manhã desta quarta-feira (4), durante um simulado de plano de contingência. Militares do Grupamento Aéreo (Graer), Companhia Independente de Policiamento Especializado (Cipe) Polo Industrial e do 10° Grupamento de Bombeiro Militar trabalharam no resgate.
PM e Bombeiros participam de simulado no Polo Petroquímico de Camaçari. Foto: Alberto Maraux.
Para as guarnições da Cipe/PI a obrigação foi de montar bloqueios nas vias que dão acesso às empresas, impedindo a entrada de pessoas na área contaminada. O Corpo de Bombeiros, por sua vez, ficou com a atribuição de estancar o vazamento e os primeiros socorros às vítimas.
Já a equipe do Graer, que inclui um médico, ficou responsável pelo translado das vítimas mais graves. Nessa ocorrência, uma mulher foi transferida para o Hospital do Subúrbio, após descontaminação.
O comandante da aeronave, major Hérlon Lima, ressaltou a parceria com as equipes de segurança do Polo e a importância do treinamento. “Estamos acostumados com essa rotina na polícia e sabemos na prática o quanto isso ajuda. Temos a expertise de vários carnavais e grandes eventos onde sempre ocorrem situações semelhantes. Importante nos prepararmos sempre pra o pior”, declarou o oficial. O simulado foi realizado durante toda a manhã.
PM e Bombeiros participam de simulado no Polo Petroquímico de Camaçari. Foto: Alberto Maraux.
PM e Bombeiros participam de simulado no Polo Petroquímico de Camaçari. Foto: Alberto Maraux.
PM e Bombeiros participam de simulado no Polo Petroquímico de Camaçari. Foto: Alberto Maraux.
PM e Bombeiros participam de simulado no Polo Petroquímico de Camaçari. Foto: Alberto Maraux.
PM e Bombeiros participam de simulado no Polo Petroquímico de Camaçari. Foto: Alberto Maraux.
O dia 15 de janeiro de 2015 mudou, definitivamente, a forma com que abordávamos o tema RPAS (Sistemas de Aeronaves Remotamente Pilotadas). Para nós baianos, além de muita festa, pois era o dia em que comemorávamos a Lavagem do Bonfim, vai ser lembrado como o dia em que rompemos o Break-Even Point nos assuntos relativos ao tema RPAS. Inicialmente, abordamos o assunto sob o ponto de vista da segurança de voo e, após quinze dias, criamos um colóquio com a comunidade, seguindo a corrente do bem, a linha doutrinária preconizada pela nossa honrosa e quase bicentenária Corporação.
Imagem do dia 15 de janeiro de 2015, detalhando o voo de uma RPA não a autorizada
Nesse dia, uma aeronave do Grupamento Aéreo (GRAER) da PMBA sobrevoava acima do adro da Igreja do Bonfim, protegendo os baianos e os turistas que comparecem todos os anos para prestigiar a riqueza das manifestações culturais e religiosas, além da diversidade étnico-racial que são marcas do Estado da Bahia.
Ocorre que uma aeronave não tripulada passou a fazer parte desse contexto, sem se submeter aos procedimentos de segurança de voo, cujo cumprimento é obrigatório para todos aqueles que têm acesso ao espaço aéreo e que contribuem para tornar da aviação um dos sistemas de transporte mais seguros do mundo.
A aeronave Guardião 05 e a tripulação empregada no evento
A partir desse evento gatilho, já que a população, servidores e patrimônio público poderiam ser comprometidos, o GRAER, a partir do primeiro encontro com operadores no Quartel do Comando Geral (QCG), passou a desenvolver o Programa RPAS da PMBA, uma ação baseada nos pilares da segurança de voo, como forma de garantir a continuidade dos serviços públicos de proteção e socorro que são prestados à sociedade, por meio do uso das aeronaves de sua frota.
No espectro da análise do ambiente interno, uma das forças do GRAER reside no seu ambiente voltado ao ensino e à instrução. Há algum tempo é desenvolvido o Projeto GRAER nas Escolas, que promove a inclusão digital pela apresentação e acesso às Tecnologias de Informação e Comunicação (TIC) disponíveis no acervo da unidade. Essa é uma forma de acelerar o desenvolvimento das comunidades em idade escolar e promover a proximidade da PM com a comunidade.
Projeto GRAER nas Escolas
Avançando um pouco mais, com base nas potencialidades apresentadas, a unidade submeteu à aprovação do Instituto de Ensino e Pesquisa (IEP) da Corporação um projeto pedagógico para capacitação dos futuros pilotos remotos e observadores de RPA da Corporação. Assim, tornou-se a unidade executora do Curso de Operador de RPAS (CORPAS). Esse curso de capacitação foi, detalhadamente, construído para atender a uma necessidade e a um contexto, acompanhando o fato social.
Atualmente, o curso possui um formato transcorporativo, já que os alunos pertencem aos diversos órgãos e instituições que desenvolvem as suas atividades a serviço do poder público. Em 2018, a previsão é que alcancemos mais de 100 operadores capacitadas formalmente pelo programa, um número bastante expressivo para o período de funcionamento. Como bem se diz: em segurança de voo não há segredos nem bandeiras.
I Encontro com Operadores de RPAS
Dessa forma, somente ao final, voltamos ao título do texto que faz um trocadilho com a Teoria das Ideias de Platão. Esse renomado pensador clássico acreditava que por trás da realidade material existe uma realidade abstrata. São dois mundos que se articulam e coexistem perfeitamente, o inteligível e o físico.
A partir das ideias se oferece o verdadeiro conhecimento. Nos detalhes é algo distinto da acepção adquirida na cultura moderna, mas guarda algumas similaridades nos aspectos gerais.
Assim, o GRAER lançou um Manual de Teoria de Voo de Multirrotores com o objetivo de preencher as lacunas presentes no setor e superar os desafios que surgem com a operação de aeronaves remotamente pilotadas, ou seja, transformar ideias em realidade.
A utilização de produtos e partes disponíveis no mercado tem sido uma premissa recorrente utilizada pelas empresas em geral. Este conceito é aplicado como uma forma de minimizar os custos atrelados, principalmente, à pesquisa e ao desenvolvimento de novos produtos, com impactos na sua reposição e manutenção.
Aeronaves da categoria Commercial Off-The-Shelf (COTS) têm sido amplamente adquiridas e operadas como uma ferramenta eficiente nas ações de Segurança Pública. O helicóptero UH-72A Lakota se apresenta como uma recente e bem sucedida estratégia de aquisição realizada pelo U. S. Army para o cumprimento de missões militares, aproximadas em conceito das missões desempenhadas pela Aviação de Segurança Pública.
Figura 1 – Helicóptero UH-72A Lakota (EADS).
A opção por produtos da categoria Commercial Off-The-Shelf (COTS) tem demonstrado ser uma alternativa viável para o atendimento das necessidades de diferentes setores. Por definição, a tecnologia COTS está previamente disponível no mercado para suprir as demandas de uma grande variedade de clientes e as suas mais variadas peculiaridades.
A filosofia COTS atende também as mais particulares necessidades de missão, através da agregação de diversos acessórios. O Helicóptero Lakota é um exemplo de aeronave COTS, como na Figura 1.
A versão militar desse modelo passou a se chamar UH-72A Lakota e o seu nome foi tomado emprestado de uma tribo indígena dos Estados Unidos, pertencente à nação Great Sioux., figura 2. Já se tornou uma tradição do U.S. Army nominar seus modelos de aeronaves baseados nas tribos indígenas nativas de seu país, como forma de homenageá-las.
Figura 2 – Acampamento da tribo Lakota Sioux (OLD-PICTURE, 2010).
Apenas para reforçar o conceito, as aeronaves da categoria LUH, segundo a doutrina do U.S. Army, são aquelas destinadas às missões de apoio, orientadas para a periferia do combate ou zonas com possibilidades remotas de confrontos diretos. Assim são entendidas as atividades envolvendo busca e salvamento, resgate, transporte aeromédico, comando e controle, combate ao tráfico de drogas, vigilância aérea, dentre outras ações.
A Aviação de Segurança Pública confirma a tendência de utilização de aeronaves COTS pelos organismos de Segurança Pública e de Estado como um todo, nos quais os recursos disponíveis são itens críticos de sistemas de compras. Princípios de economicidade e de responsabilidade fiscal seguem essa linha austera de redução de custos (por exemplo: os custos elevados que envolvem a pesquisa e o desenvolvimento de novos produtos aeronáutico) que passam a ser assimilados pela indústria em geral, motivada por fatores de mercado e não pela necessidade particular de órgão de Segurança Pública, que nesse caso seria o financiador do projeto.
Considera-se que a indústria aeronáutica está em constante busca de novos produtos e serviços, transmitindo o resultado de seus avanços rapidamente aos produtos COTS. Essa velocidade de transferência de avanços tecnológicos pode ser traduzida em maior confiabilidade, diminuição da carga de trabalho, facilidade de manutenção, maior disponibilidade para o emprego, maior efetividade operacional, elevada nível de segurança operacional aeronáutica, aumento de Survivability da aeronave etc.
A frota da aviação de Segurança Pública, ao redor do mundo, é composta em sua quase totalidade por aeronaves da filosofia COTS, a não ser por alguns exemplares originariamente excedentes do patrimônio militar [Surplus Aircraft], Figura 3.
Figura 3 – Helicóptero OH-58 Kiowa passado à disposição da Aviação de Segurança Pública.
Estes últimos foram projetados para serem aeronaves militares e existem exemplares de aeronaves excedentes que tiveram frustradas as tentativas de conversão para uma versão civil, após o término de sua vida útil no campo militar e sua transferência para um órgão governamental. A não conformidade no atendimento de alguns requisitos estabelecidos por Autoridades de Aviação Civil é um dos fatores que impedem a certificação civil de alguns modelos de aeronaves militares.
Desta forma, a opção pelo emprego de aeronave Commercial Off-the-Shelf (COTS) demonstra ser uma alternativa viável no cumprimento de missões ordinárias da aviação de Segurança Pública.
Nesta ótica, revela-se como um recurso amplamente utilizado pelas organizações integrantes do Estado na busca da gestão sustentável do emprego de aeronaves a seu serviço, balizada por três principais fatores críticos do sistema:
– Recursos limitados;
– Efetividade no cumprimento da missão, e
– Aderência de níveis aceitáveis de segurança operacional aeronáutica.
Definitivamente, o vento pode ser ou não um aliado para a operação de helicópteros. Dependendo da sua intensidade e direção esse agente pode simbolizar segurança ou perigo ao procedimento de voo.
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