Tirando ideias das teorias – Manual de Teoria de Voo de Multirrotores

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HÉRLON LIMA
Major da Polícia Militar da Bahia

O dia 15 de janeiro de 2015 mudou, definitivamente, a forma com que abordávamos o tema RPAS (Sistemas de Aeronaves Remotamente Pilotadas). Para nós baianos, além de muita festa, pois era o dia em que comemorávamos a Lavagem do Bonfim, vai ser lembrado como o dia em que rompemos o Break-Even Point nos assuntos relativos ao tema RPAS. Inicialmente, abordamos o assunto sob o ponto de vista da segurança de voo e, após quinze dias, criamos um colóquio com a comunidade, seguindo a corrente do bem, a linha doutrinária preconizada pela nossa honrosa e quase bicentenária Corporação.

Imagem do dia 15 de janeiro de 2015, detalhando o voo de uma RPA não a autorizada
Imagem do dia 15 de janeiro de 2015, detalhando o voo de uma RPA não a autorizada

Nesse dia, uma aeronave do Grupamento Aéreo (GRAER) da PMBA sobrevoava acima do adro da Igreja do Bonfim, protegendo os baianos e os turistas que comparecem todos os anos para prestigiar a riqueza das manifestações culturais e religiosas, além da diversidade étnico-racial que são marcas do Estado da Bahia.

Ocorre que uma aeronave não tripulada passou a fazer parte desse contexto, sem se submeter aos procedimentos de segurança de voo, cujo cumprimento é obrigatório para todos aqueles que têm acesso ao espaço aéreo e que contribuem para tornar da aviação um dos sistemas de transporte mais seguros do mundo.

A aeronave Guardião 05 e a tripulação empregada no evento
A aeronave Guardião 05 e a tripulação empregada no evento

A partir desse evento gatilho, já que a população, servidores e patrimônio público poderiam ser comprometidos, o GRAER, a partir do primeiro encontro com operadores no Quartel do Comando Geral (QCG), passou a desenvolver o Programa RPAS da PMBA, uma ação baseada nos pilares da segurança de voo, como forma de garantir a continuidade dos serviços públicos de proteção e socorro que são prestados à sociedade, por meio do uso das aeronaves de sua frota.

No espectro da análise do ambiente interno, uma das forças do GRAER reside no seu ambiente voltado ao ensino e à instrução. Há algum tempo é desenvolvido o Projeto GRAER nas Escolas, que promove a inclusão digital pela apresentação e acesso às Tecnologias de Informação e Comunicação (TIC) disponíveis no acervo da unidade. Essa é uma forma de acelerar o desenvolvimento das comunidades em idade escolar e promover a proximidade da PM com a comunidade.

Projeto GRAER nas Escolas
Projeto GRAER nas Escolas

Avançando um pouco mais, com base nas potencialidades apresentadas, a unidade submeteu à aprovação do Instituto de Ensino e Pesquisa (IEP) da Corporação um projeto pedagógico para capacitação dos futuros pilotos remotos e observadores de RPA da Corporação. Assim, tornou-se a unidade executora do Curso de Operador de RPAS (CORPAS). Esse curso de capacitação foi, detalhadamente, construído para atender a uma necessidade e a um contexto, acompanhando o fato social.

Atualmente, o curso possui um formato transcorporativo, já que os alunos pertencem aos diversos órgãos e instituições que desenvolvem as suas atividades a serviço do poder público. Em 2018, a previsão é que alcancemos mais de 100 operadores capacitadas formalmente pelo programa, um número bastante expressivo para o período de funcionamento. Como bem se diz: em segurança de voo não há segredos nem bandeiras.

I Encontro com Operadores de RPAS
I Encontro com Operadores de RPAS

Dessa forma, somente ao final, voltamos ao título do texto que faz um trocadilho com a Teoria das Ideias de Platão. Esse renomado pensador clássico acreditava que por trás da realidade material existe uma realidade abstrata. São dois mundos que se articulam e coexistem perfeitamente, o inteligível e o físico.

A partir das ideias se oferece o verdadeiro conhecimento. Nos detalhes é algo distinto da acepção adquirida na cultura moderna, mas guarda algumas similaridades nos aspectos gerais.

Assim, o GRAER lançou um Manual de Teoria de Voo de Multirrotores com o objetivo de preencher as lacunas presentes no setor e superar os desafios que surgem com a operação de aeronaves remotamente pilotadas, ou seja, transformar ideias em realidade.

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