Entrevista do Capitão PMBA Bastos ao blog Abordagem Policial sobre VANT´s

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Atualmente, qualquer organização pública ou privada, ao analisar suas prioridades e desafios, deve levar em conta os recursos tecnológicos que dispõe. No caso das polícias, é latente a necessidade de equipamentos que sobreponham os artifícios que a criminalidade utiliza para o cometimento de suas práticas ilícitas. Não só equipamentos, mas pessoal apto a manuseá-los e, por que não, criá-los. Na Polícia Militar da Bahia, uma referência da área é o Capitão PM Arlindo Bastos, desenvolvedor entusiasta e defensor da utilização de Veículos Aéreos Não Tripulados (VANT’s) no campo da segurança pública.

O Capitão Bastos formou-se na Academia de Polícia Militar da Bahia em 1993, tendo servido em unidades como o 18º Batalhão (Centro Histórico), Esquadrão de Motociclistas Águia, e o já extinto Comando de Policiamento da Capital. Atualmente trabalha no Comando de Operações PM. É Bacharel em Direito e possui cursos de Operações em Inteligência pela ABIN e pela CME/PMBA. Leia abaixo a entrevista exclusiva do Capitão Bastos ao Abordagem Policial, tratando da tecnologia VANT:

Abordagem Policial: O que é um VANT?

Capitão Bastos: É um veiculo aéreo motorizado que não transporta um operador humano, que usa forças aerodinâmicas para a sustentação aérea, podendo voar de forma autônoma ou ser pilotado de forma remota, pode ser descartável ou recuperável, podendo transportar uma carga útil letal ou não.

Abordagem Policial: Como este tipo de equipamento pode ser útil para as instituições de segurança pública, especificamente as polícias militares?

Capitão Bastos: Com o emprego deste tipo de aeronave, o escalão superior poderá acompanhar em tempo real as operações policiais, podendo inclusive interagir com os diversos atores policiais em um determinado Teatro de Operações, facilitando com isto a tomada de decisões e a preservação da vida humana, principalmente dos policiais em terra e as tripulações de aeronaves tripuladas, além de se evitar os danos colaterais, ou seja, resguardar a vida de pessoas inocentes, além de ser um dos componentes de um futuro sistema C4I2SR (Comando, Controle, Comunicações, Computação, Inteligência, Informação, Vigilância e Reconhecimento), que as PM brasileiras deverão adotar em um futuro próximo com o intuito de reforçar a segurança pública nos estados.

Abordagem Policial: Alguma corporação policial no Mundo e no Brasil já utiliza esta tecnologia?

Capitão Bastos: Por se tratar de uma ferramenta nova na segurança pública, são poucas as polícias no mundo que se dedicam ao emprego destas aeronaves, na PMBA estes estudos começaram de forma pioneira, junto com a PMERJ, Brigada Militar, PMPA, PMPR, PMESP e o DPF, que inclusive já adquiriu unidades do VANT Heron, fabricado pela empresa israelense IAI, salientando ainda que a polícia de Merseyside, na Inglaterra, no dia 26 de Janeiro deste ano, entrou para a história, quando efetuou a prisão de dois suspeitos que haviam roubado um carro, com a ajuda de um VANT de asas rotativas.

Abordagem Policial: No caso da Bahia, em que áreas o Veículo Aéreo Não Tripulado será melhor aproveitado?

Capitão Bastos: Os VANT podem ser utilizados em todas as regiões, ajudando as forças policiais nas operações de inteligência; mapeamento urbano e rural; detecção, acompanhamento e monitoramento de incêndios florestais; operações de gerenciamento de crises; operações de defesa civil; esclarecimento de itinerários de escoltas e comboios, podendo inclusive apoiar outros órgãos governamentais, como o IBAMA, IMA, IBGE etc…

Abordagem Policial: Em que nível está a adesão de novas tecnologias por parte das polícias brasileiras? Existe resistência?

Capitão Bastos: Aos poucos as polícias brasileiras estão despertando para novas tecnologias, que possam apoiar diretamente a nossa atividade fim, pois até recentemente, só se pensava em tecnologia computacional através de redes, utilizando-se sistemas web, com foco nas atividades meio. A resistência é uma coisa natural, pois muitos profissionais ficam preocupados com o futuro de suas ocupações funcionais, achando que serão substituídos pelas novas tecnologias: ledo engano, pois com o emprego destas novas ferramentas poderemos aprimorar o emprego do nosso efetivo de forma racional, com vistas a uma melhor prestação de serviços ao nosso principal cliente, o cidadão.


Fonte : Blog Abordagem Policial


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