Brasil – O jato Phenom 300MED, projetado para operações de evacuação aeromédica (Medevac), recebeu o Certificado de Tipo Suplementar (STC) da Administração Federal de Aviação dos EUA (FAA) e da Agência de Segurança da Aviação da União Europeia (EASA).
O STC foi realizado no Centro de Serviços da Embraer em Fort Lauderdale, Flórida, e será operado pelo cliente lançador, a empresa de fretamento sob demanda GrandView Aviation.
O interior aeromédico do Phenom 300MED foi especificado pela Embraer e desenvolvido e certificado pela empresa de serviços de engenharia Umlaut, parte da Accenture. A Aerolite, que possui mais de 500 interiores aeromédicos entregues no mundo, desenvolveu a solução de Unidade de Terapia Intensiva (UTI) Aérea para o Phenom 300MED.
Agências de Aviação dos EUA e da Europa certificam versão aeromédica do jato Phenom 300 da Embraer. Foto: Richard Maneen.
A Embraer e a Umlaut desenvolveram um conjunto de alternativas de configuração para o Phenom 300MED, que incluem uma ou duas macas, capacidade para carregar uma incubadora e equipamentos médicos adicionais. De acordo com os requisitos de certificação, a Umlaut realizou voo teste de evacuação para confirmar que dois pacientes totalmente incapacitados poderiam ser transportados simultaneamente.
Além disso, foi projetado para ser configurado de forma rápida e fácil, atendendo as diversas necessidades dos profissionais de saúde e dos pacientes. A conversão entre um interior executivo e um aeromédico acontece em menos de 5 horas.
Essa solução está disponível para aeronaves novas e em serviço e é instalada exclusivamente pela Embraer. Segundo a fabricante, o jato Phenom 300MED possui excelente pressurização de cabine, baixos custos operacionais, alta flexibilidade de missão, aviônicos de última geração, além de suas capacidades de velocidade e alcance.
Com uma altitude de cabine de 6.600 pés, os passageiros e a tripulação desfrutam de mais oxigênio na cabine. Esse recurso equivale a uma experiência de voo mais saudável, essencial para a equipe médica e o atendimento ao paciente.
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Agências de Aviação dos EUA e da Europa certificam versão aeromédica do jato Phenom 300 da Embraer. Foto: Richard Maneen.
Agências de Aviação dos EUA e da Europa certificam versão aeromédica do jato Phenom 300 da Embraer. Foto: Richard Maneen.
Agências de Aviação dos EUA e da Europa certificam versão aeromédica do jato Phenom 300 da Embraer. Foto: Richard Maneen.
Agências de Aviação dos EUA e da Europa certificam versão aeromédica do jato Phenom 300 da Embraer. Foto: Richard Maneen.
Agências de Aviação dos EUA e da Europa certificam versão aeromédica do jato Phenom 300 da Embraer. Foto: Richard Maneen.
Agências de Aviação dos EUA e da Europa certificam versão aeromédica do jato Phenom 300 da Embraer. Foto: Richard Maneen.
Agências de Aviação dos EUA e da Europa certificam versão aeromédica do jato Phenom 300 da Embraer. Foto: Richard Maneen.
Agências de Aviação dos EUA e da Europa certificam versão aeromédica do jato Phenom 300 da Embraer. Foto: Richard Maneen.
Brasil – A Comissão Aeronáutica Brasileira em Washington D.C. (CABW) da Força Aérea Brasileira (FAB) realizará licitação pelo menor preço global para aquisição de duas aeronaves modelo A330-200, fabricado em data posterior a 01 de janeiro de 2014.
As aeronaves deverão possuir sistema de transferência de combustível em voo (REVO), compatível com a conversão do multimissão A330 MRTT Militar e ser capaz de decolar com carga paga de no mínimo 36.000 kg. Além disso, as aeronaves deverão possuir interior da cabine de passageiros modular, que permita reconfiguração rápida para realização de transporte de passageiros e/ou evacuação aeromédica (MEDEVAC – Medical Evacuation).
Segundo o termo de referência, na configuração MEDEVAC a aeronave deverá possuir capacidade de no mínimo 6 UTI ou UCI, 12 macas e 21 assuntos simultaneamente. Quando não equipada com UTI deverá ter capacidade para transportar 32 macas. Quando na versão transporte de passageiros, as aeronaves deverão ter capacidade de transportar no mínimo 238 pessoas em no mínimo duas classes.
Como as aeronaves deverão possuir essa capacidade, os equipamentos e modificações necessárias para as operações MEDEVAC deverão ocorrer após finalizada essa compra, por meio de outro processo licitatório que deverá ser lançado quando as aeronaves chegarem ao Brasil.
Essas aeronaves irão substituir os KC-137 adquiridos em 1985 e operados até 2013. A sessão aberta para o recebimento dos documentos de qualificação e propostas de preço será realizada no dia 7 de março de 2022, às 09:00 EST na Sede da BACW, com valor máximo aceitável de US$ 80,6 milhões.
O edital nº 220004/CABW/2022 e todos os documentos da licitação, nas versões em português e inglês, estão disponíveis na pagina da CABW abaixo:
Itália – Na Itália, a pandemia de COVID-19 levou departamentos de emergência e unidades de tratamento intensivo ao limite e, com eles, todo o serviço de atendimento pré-hospitalar.
Repensar esse sistema de emergência agora é uma prioridade na Itália: as propostas feitas pelo SIAARTI (Società Italiana Anestesia, Analgesia, Rianimazione e Terapia Intensiva), AAROI-EMAC (Association of Hospital Anaesthesiologists and Physicians of Intensive Care – Emergency Critical Area) e CPAR (Collegio dei Professori di Anestesia e Rianimazione) foram expostas em um documento público.
O documento considera que após trinta anos do estabelecimento do número de emergência 118 e o decreto que estabeleceu a resposta territorial, é necessária uma reorganização do sistema, que inclui o 112, número de emergência da União Europeia. Essa proposta considera as mudanças que ocorreram neste período e os avanços registrados no campo científico-profissional.
O serviço 118 na Itália atende a demanda de vários tipos de emergências, em todas as situações que possa haver risco para a vida ou segurança de alguém, como em caso de doença, lesão, trauma, queimadura, envenenamento, afogamento ou acidente (doméstico, rodoviário, agrícola ou industrial).
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Para entidades médicas é prioridade repensar o sistema de atendimento pré-hospitalar na Itália.
Para entidades médicas é prioridade repensar o sistema de atendimento pré-hospitalar na Itália
Segundo a proposta, a realidade italiana é heterogênea no que se refere ao desenvolvimento e implantação de modelos organizacionais que realmente garantam uma resposta “sistêmica” com plena integração com as redes hospitalares de emergência e terapia intensiva.
Essa heterogeneidade estrutural aumenta a dificuldade em dar respostas coordenadas e eficientes no contexto da emergência em todo o território nacional, especialmente em casos de mais graves que requerem uma estreita colaboração entre os vários sistemas territoriais localizados nas diferentes regiões e áreas geográficas.
O documento apresenta algumas propostas:
Governança unitária do sistema de urgências e urgências;
Envolvimento do pessoal de saúde e técnico no planejamento do modelo organizacional e na sua gestão;
Modelo organizacional no qual o corpo médico gerencial empregado no atendimento pré-hospitalar possua aptidões adequadas (técnicas e não técnicas), necessárias para permitir a real antecipação no local, antes da chegada ao hospital, com intervenções necessárias para o suporte de vida aos pacientes;
Formação adequada e específica na área da medicina de emergência;
Cursos de formação específicos para enfermeiros, dado o seu papel fundamental, tanto no Centro de Operações 118-112 como em viaturas de emergência.
Cursos de formação integrados para otimizar o trabalho em equipe, que reúna o pessoal de saúde, bem como o essencial envolvimento de motoristas, socorristas e motoristas-socorristas.
Tentando reconstruir o sistema de emergência 118-112
O documento foca na necessidade de colocar o treinamento contínuo e de qualidade de volta ao centro. “A grande importância atribuída neste documento é a necessidade de uma formação contínua e de qualidade”, frisou Paolo Pelosi (CPAR).
Este processo de formação deve também dar uma atenção crescente ao pessoal de enfermagem e de saúde, bem como ao pessoal técnico envolvido nos vários níveis e funções do sistema de emergência, de forma a permitir a manutenção de um elevado nível de competência.
Para a SIAARTI, CPAR e AAROI-EMAC, o processo de reorganização e desenvolvimento do sistema de atendimento pré-hospitalar tem como elemento fundamental a melhoria da resposta às emergências locais e desenvolvimento profissional, educacional e científico com uma estreita relação interdisciplinar e multiprofissional.
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Homem baleado em praia italiana é resgatado por ambulância aérea e levado para hospital em Roma
Para entidades médicas é prioridade repensar o sistema de atendimento pré-hospitalar na Itália
No final da primavera de 1969, um menino chamado Björn Steiger passava o dia na piscina em sua cidade natal, Winnenden, Alemanha. No caminho para casa naquela tarde, ele é atropelado por um carro. A polícia local e a Cruz Vermelha são acionadas, mas leva quase uma hora para que uma ambulância cheguasse ao local. Björn Steiger morreu a caminho do hospital.
Esta história e muitos outras eram a realidade dos serviços de emergência médica da época. Seja sofrendo um ferimento no topo de uma montanha ou no meio de uma rodovia, a falta de um sistema de atendimento pré-hospitalar fez com que muitas vítimas não recebessem os cuidados de que precisavam com a rapidez necessária.
Na Europa e nos EUA, os chamados sistemas de Helicopter Emergency Medical Services (HEMS) amadureceram muito e em diversos países ao redor do mundo, como o Brasil, o serviço vem se consolidando. A maior vantagem é que os helicópteros podem chegar em um local, três a cinco vezes mais rápido do que uma ambulância e, às vezes, é a única maneira de acessar um local inóspito. Os pacientes recebem tratamento médico mais cedo e a chance de sobrevivência em casos críticos aumenta significativamente.
A frota global de helicópteros Alouette III acumulou mais de sete milhões de horas de voo, com muitos desses helicópteros ainda em serviço operacional.
HEMS para uso civil
A evacuação aeromédica começou sua história com aeronaves de asa fixa e foi nas guerras da Coréia e do Vietnã que o uso de helicópteros se tornou padrão para evacuação aeromédica (MEDEVAC). Com um impacto tão positivo, o HEMS logo foi introduzido na esfera civil.
Vários países abriram caminho na adoção do uso de helicópteros nessas operações. A Flight for Life tornou-se a primeira operadora HEMS civil dos Estados Unidos em 1972, com base no Hospital Central St. Anthony em Denver, Colorado.
A francesa Sécurité Civile começou missões de resgate em 1959, quando pela primeira vez resgatou um montanhista vítima de um ataque cardíaco no ponto de descanso mais alto do Monte Branco (e de fato o mais alto de toda a Europa), o refúgio Vallot, a 4.362 metros.
Na Alemanha, as autoridades tomaram a decisão de iniciar um período de teste com um helicóptero tripulado com um médico e um paramédico, a fim de encurtar o tempo de resposta aos acidentes, sendo pioneiro no conceito de levar o médico ao local do acidente. Esta abordagem forneceu cuidados primários dentro de 10-20 minutos após soar o alarme.
Em 1973, o primeiro helicóptero da DRF Luftrettung decolou: um Alouette III, construído pela Aérospatiale – empresa antecessora da Airbus Helicopters. (Crédito: DRF Luftrettung).
Helicópteros pioneiros
O Alouette III foi fundamental para o crescimento de HEMS e atividades de resgate de montanha em todo o mundo. Foi o helicóptero no qual a operadora suíça REGA, a austríaca ÖAMTC, a Flight for Life dos Estados Unidos, a Sécurité Civile da França e a DRF Luftrettung da Alemanha desenvolveram suas atividades.
Nas décadas seguintes, o Bo105 e o BK117, desenvolvidos no final dos anos 1970, foram alguns dos helicópteros de maior sucesso em HEMS. O design especial do Bo105, com recursos como piso plano da cabine, embarque traseiro e um rotor principal e de cauda altos, facilitou o embarque de pacientes e contribuiu para seu sucesso.
Quando a ADAC, clube automobilístico da Alemanha, montou sua primeira base HEMS permanente em Munique em 1970, um helicóptero Bo105, batizado de “Christoph 1”, foi usado para suas operações. O helicóptero foi desenvolvido pela empresa predecessora da Airbus Helicopters, MBB, e em estreita cooperação com a ADAC.
Hoje, 55% do total de 2.750 helicópteros que estão em operações HEMS em todo o mundo são helicópteros Airbus, dentre eles o H135 e o H145.
O pioneiro helicóptero Bo105 foi adquirido por mais de 300 operadores em todo o mundo, incluindo o serviço alemão de resgate aéreo ADAC.
HEMS modernos
Muitos modelos diferentes para atividades HEMS existem em todo o mundo. Em alguns países, as operações são administradas pelo governo, em outros são baseadas em organizações sem fins lucrativos, empresas privadas, ou uma combinação de ambos. O nível de cobertura também difere, dependendo da geografia, dos recursos financeiros e do nível de maturidade da organização no respectivo país.
O sistema HEMS na Europa hoje oferece cobertura em quase todos os países da União Europeia. A maioria das bases do HEMS trabalha com o princípio de intervenção rápida com equipes de emergência especializadas para atendimento primário.
Geralmente, há uma proporção de 1 a 1,5 helicópteros por um milhão de residentes, mas em áreas onde as populações estão espalhadas por regiões montanhosas ou fiordes, como na Áustria ou na Noruega, a proporção pode chegar a cinco helicópteros por um milhão de residentes.
Nos Estados Unidos, existem mais de 1.000 helicópteros HEMS transportando cerca de 400.000 pacientes anualmente. Os modelos HEMS variam, incluindo operadoras sem e com fins lucrativos que oferecem opções de sistemas baseados em hospitais, onde eles operam o programa, a modelos de fornecedores independentes e programas administrados pelo governo. Em 2016, 86,4% da população dos EUA estava coberta por um serviço aeromédico, em uma área de resposta de 15-20 minutos.
Lançado em 1982, o BK117 se tornou particularmente popular entre as operadoras dos Estados Unidos – incluindo o provedor de Helicopter Emergency Medical Services (HEMS), Boston MedFlight.
Mercados emergentes para HEMS
O interesse pelas operações HEMS cresceu nos mercados emergentes. Malásia e China, entre outros, iniciaram com sucesso suas primeiras atividades HEMS. Como os programas continuam a ser lançados em mercados emergentes ao redor do mundo, os desafios iniciais precisam ser superados.
Antes de os helicópteros serem introduzidos, as autoridades devem garantir que a infraestrutura esteja pronta, como ter pessoal qualificado disponível e informar a população sobre os procedimentos de emergência. Países como Índia, Brasil, México e Indonésia são candidatos potenciais para um forte desenvolvimento de HEMS nas próximas décadas.
No Brasil, o serviço aeromédico possui características próprias e há muito espaço para o seu desenvolvimento. Segundo a Agência Nacional de Aviação Civil (ANAC), o transporte aeromédico (transporte inter-hospitalar) é realizado por cerca de 40 empresas de táxi-aéreo(RBAC 135). São empresas privadas que possuem autorização do Estado para realizarem o transporte aeromédico, mediante remuneração.
Já o resgate aeromédico ou resgate aéreo (atendimento pré-hospitalar) é uma atividade gratuita e realizada por operadores públicos e que seguem regulamentação específica (RBAC 90), como os Corpos de Bombeiros Militares, SAMU, Secretarias de Saúde, Polícias Militares, Polícias Civis, Polícia Rodoviária Federal e Secretarias de Segurança Pública. (saiba mais: Aeromédico do Brasil)
Águia da PM em aproximação na Av 23 de Maio para resgate de vítima de acidente de trânsito. O Cmt da Aeronave era o Cel Ref PM Luiz Alves Júnior. (saiba mais)
Melhorias futuras do HEMS
Uma série de inovações está em andamento para melhorar a segurança das missões HEMS. De sistemas de visão sintética a comunicações por satélite e algoritmos de inteligência artificial, todas essas tecnologias visam facilitar a carga de trabalho do piloto e melhorar a segurança operacional.
Plataformas de decolagem e pouso vertical (VTOL) estão sendo estudadas para o uso aeromédico e podem desempenhar um papel complementar no futuro das operações. As tecnologias e inovações para as operações aeromédicas são ilimitadas.
Esses equipamentos estão desenhando um futuro promissor para as operações que salvam vidas. (saiba mais sobre o eVTOL)
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ADAC Luftrettung da Alemanha apresenta o primeiro estudo de viabilidade com multicópteros tripulados para o serviço de resgate. Foto: Divulgação
ADAC Luftrettung da Alemanha apresenta o primeiro estudo de viabilidade com multicópteros tripulados para o serviço de resgate. Foto: Divulgação
ADAC Luftrettung da Alemanha apresenta o primeiro estudo de viabilidade com multicópteros tripulados para o serviço de resgate. Foto: Divulgação
EUA – A Fundação MedEvac está organizando um webinar sobre gerenciamento de risco de fadiga em ambientes estressantes, especialmente entre as tripulações que atuam em operações de Evacuação Aeromédica (MEDEVAC). Os tempos de descanso das tripulações aeromédicas são uma questão de grande importância, que, na opinião de profissionais do setor, não recebem atenção suficiente.
A Fundação MedEvac organizou um webinar que acontecerá no dia 24 de setembro, através da ferramenta ZOOM, e que se concentra na fadiga dos profissionais de saúde.
O evento virtual será moderado por Cameron Curtis, Presidente e CEO da Association of Air Medical Services e MedEvac Foundation International, apresentado por Jared Hughes, Diretor de Desenvolvimento, MedEvac Foundation International, com os painelistas Jason Starke, Diretor de Padrões da Baldwin Safety & Compliance, e Daniel Mollicone, Cofundador, CEO e Cientista-chefe da Pulsar Informatics.
Segundo a Fundação, “a fadiga afeta as equipes, cujas atividades essenciais garantem que os pacientes sejam entregues com segurança, e o gerenciamento da fadiga é uma responsabilidade compartilhada entre a organização e os membros da tripulação”.
Fatores estressantes, como a atual crise do COVID-19, podem contribuir para a ansiedade em relação à incerteza, o que também aumenta a fadiga. É responsabilidade da organização estruturar horários de serviço com oportunidades de descanso adequadas e uma política de gerenciamento de risco de fadiga.
Nas apresentações serão demonstradas de forma abrangente como a coleta de dados objetiva pode ajudar a rastrear fontes de fator humano de risco de fadiga que podem ser ampliados no contexto da pandemia atual. As apresentações também descreverão uma abordagem de liderança e comunicação para ajudar a reduzir a ansiedade e o estresse das tripulações, disse a Fundação em nota.
Itália – Tratar um paciente gravemente enfermo em um avião é bastante difícil e requer profissionais bem treinados. Podem ocorrer várias complicações durante o transporte e a ideia do artigo escrito por Guido Villa, Marco Botteri e Roberta Boni, publicado pela Agência Regional de Emergência da Lombardia (AREU), foi divulgar os procedimentos a serem tomados nestes casos.
Os serviços EMS (Emergency Medical Services) na Itália atendem no número 118, mas também é possível ligar para o 112, entretanto vale uma explicação, o 112 é um número que atende todos os países da Comunidade Europeia, como 911 na América do Norte, o 999 na Grã-Bretanha, Hong-Kong e Irlanda ou 000 na Austrália.
O 118 foi criado para acelerar o atendimento no território italiano para emergências médicas e assim centralizou todos os números que existiam dentro do território para agilizar o atendimento e enviar o veículo de resgate mais adequado para vítimas de doenças ou acidentes de qualquer natureza.
Médicos italianos publicam artigo sobre recomendações para o transporte de pacientes em aviões
Todos os países possuem serviços aeromédicos para transporte de pacientes graves, conhecidos internacionalmente como MEDEVAC (Medical Evacuation) ou evacuação aeromédica. Esse serviço com a utilização de aeronave de asa fixa é sempre um transporte “combinado”, evolvendo uma aeronave e um veículo terrestre.
Isso é muito diferente do que ocorre com uma aeronave de asa rotativa (helicóptero), onde a embarque e o desembarque do paciente podem ocorrer diretamente onde ele esteja até o hospital de destino. No artigo, os autores apontam orientações e recomendações importantes para que o transporte aeromédico em asa fixa seja o mais seguro possível.
Os autores concluem que o transporte aeromédico realizado por aeronave de asa fixa é o melhor método para a transferência secundária de pacientes em longas distâncias de um hospital para outro, ou para a evacuação de uma pessoa ferida de locais isolados com um atenção primária sem muitos recursos.
Alertam que o principal problema do voo de asa fixa é a altitude em que ocorre a maior parte da viagem e a pressurização relativa a bordo, criando tecnicamente uma atmosfera artificial. Assim, as influências decorrentes do voo implicam na necessidade de avaliações clínicas preliminares no paciente para verificação quanto à sua aptidão para a viagem e na implementação de algumas medidas obrigatórias que permitam avaliação adequada do risco clínico relacionado a ele e sua transferência.
No final do artigo apresentam um Check List de verificação para o transporte aeromédico em aeronave de asa fixa.
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Médicos italianos publicam artigo sobre recomendações para o transporte de pacientes em aviões
Médicos italianos publicam artigo sobre recomendações para o transporte de pacientes em aviões
Médicos italianos publicam artigo sobre recomendações para o transporte de pacientes em aviões
Itália – Na terça-feira (01), o serviço aeromédico de emergência da Sicília foi protagonista de uma história com final feliz. Uma mulher migrante diagnosticada com COVID-19 deu à luz durante seu transporte em um helicóptero “Pegaso” (AW139), do serviço 118 (Babcock MCS Italia – Inaer).
A mulher estava hospedada em um centro de acolhimento de migrantes na Ilha de Lampedusa, no sul de Itália, mar Mediterrâneo. Projetado para abrigar 192 pessoas, devido ao aumento nas chegadas, o centro encontra-se superlotado, com 1.160 migrantes, dez vezes sua capacidade máxima. Os migrantes, cuja nacionalidade não são divulgadas, desembarcam em pequenos grupos e são levados para o centro.
A mulher estava no centro e além de testar positivo para COVID-19, estava na fase final de gestação. Por isso os profissionais de saúde decidiram organizar uma remoção aeromédica para o hospital Cervello de Palermo, centro de referência para tratamento do novo coronavírus.
Durante o voo, que dura em média uma hora, a mulher iniciou trabalho de parto e quando estavam próximo de Agrigento, sul da Sicília, a mulher, auxiliada pela equipe de saúde, deu à luz. A criança e a mãe seguem internados, submetidos aos tratamentos e exames exigidos pelo protocolo.
A Sicília registrou neste domingo (30), 34 novos casos de COVID-19, entre eles 4 migrantes, o que eleva o número de contágios a 1.114. O presidente da região da Sicília, Nello Musumeci, alertou no domingo que uma “crise humanitária e de saúde” se aproxima.
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Mulher grávida e com COVID-19 dá à luz durante transporte aeromédico de Lampedusa para Palermo
Mulher grávida e com COVID-19 dá à luz durante transporte aeromédico de Lampedusa para Palermo
centro de acolhimento de migrantes na Ilha de Lampedusa, no sul de Itália, mar Mediterrâneo
Itália – Na segunda-feira (31), um avião de transporte KC-767A da Força Aérea Italiana realizou evacuação aeromédica (MEDEVAC) de uma freira italiana que estava em missão humanitária na República Democrática do Congo, para Roma, capital italiana. O transporte foi solicitado pela Embaixada da Itália em Kinshasa, capital da República Democrática do Congo.
A oportunidade de realizar o transporte de biocontenção da paciente com dificuldades respiratórias surgiu a partir da coordenação com as autoridades sanitárias do Hospital Spallanzani de Roma, onde a paciente foi internada.
A aeronave decolou do aeroporto Pratica di Mare pouco depois da meia-noite e pousou em Goma, na República Democrática do Congo, às 7h20, horário da Itália. Uma vez que a paciente foi embarcada, a aeronave retornou para a capital italiana. No aeroporto ela foi transferida em um ambulância da Força Aérea, especialmente equipada para transportar pacientes em biocontenção.
Toda a operação MEDEVAC foi conduzida por uma equipe de saúde da Força Aérea Italiana. Para os casos de transporte de pacientes com COVID-19, o Ministério da Defesa deixou à disposição equipamentos e pessoal treinado e capacitado para essas missões.
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Aeronave da Força Aérea Italiana realiza evacuação médica de freira que estava em missão humanitária no Congo. Foto: Divulgação
Aeronave da Força Aérea Italiana realiza evacuação médica de freira que estava em missão humanitária no Congo. Foto: Divulgação
Aeronave da Força Aérea Italiana realiza evacuação médica de freira que estava em missão humanitária no Congo. Foto: Divulgação
Alemanha – A Airbus Corporate Jets recebeu o primeiro pedido da Lufthansa Technik de duas aeronaves Airbus A321LR, da família A320neo. A aeronave terá capacidade multifuncional e poderá ser equipada para vários tipos de missões, como transporte de tropas, diferentes configurações MedEvac (Medical Evacuation) e será operada pela Força Aérea Alemã (Luftwaffe – Bundeswehr).
A Lufthansa Technik já fez um pedido total de cinco aeronaves Airbus em nome do governo alemão: três ACJ350-900s e dois A321LRs. Os A321LRs poderão transportar até 163 passageiros, 6 pacientes em terapia intensiva ou 12 pacientes em terapia média, dependendo da configuração instalada, com alcance máximo de 4.200nm / 7.800km ou 9,5 horas de voo. Esse avião oferece 30% de economia de combustível e quase 50% de redução na emissão de ruído em comparação com aeronaves concorrentes da geração anterior.
A Força Aérea Alemã possui aviões de grande porte configurados MedEvac, como o Airbus A310, A321-200 e o A400M. Esse aviões compõe a frota da Força Aérea Alemã. O A400M complementa a capacidade operacional da Força Aérea Alemã que também utiliza o Transall C-160D para operações aeromédicas.
A versão doA310 Medevac é considerada uma unidade aérea de terapia intensiva. Possui capacidade para 44 pacientes, sendo que 06 leitos são preparados para pacientes de cuidados intensivos com uma equipe médica de até 25 profissionais. Esse avião da Luftwaffe possui a maior capacidade de transporte aeromédico do mundo. A aeronave fica baseada no aeroporto de Colônia-Bonn.
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Airbus A310 equipado como uma "unidade aérea de terapia intensiva". Foto: Bundeswehr.
Airbus A310 equipado como uma "unidade aérea de terapia intensiva". Foto: Bundeswehr.
A400M - Até seis pacientes podem receber cuidados médicos no ar. Foto: Bundeswehr / Torsten Kraatz
A400M - Até seis pacientes podem receber cuidados médicos no ar. Foto: Bundeswehr / Torsten Kraatz
A400M - Até seis pacientes podem receber cuidados médicos no ar. Foto: Bundeswehr / Torsten Kraatz
Médico Sênior Dr. Axel Höpner, chefe de operações a bordo, prepara uma maca no Airbus A400M. Foto: Bundeswehr / Torsten Kraatz.
Duas unidades de transporte de pacientes (PTE) para o atendimento de feridos a bordo do Airbus A321-200. Foto: Bundeswehr / Jonas Weber.
Brasil – A Embraer anunciou na terça-feira (04), o Phenom 300MED como solução de transporte aeromédico (MEDEVAC) exclusiva para aeronaves da série Phenom 300, disponível também para modificações de jatos em operação, por meio de uma parceria com a umlaut e a Aerolite.
A Embraer e a umlaut estão desenvolvendo em conjunto um novo certificado suplementar de tipo (CTS) utilizando equipamentos aeromédicos da Aerolite. O Phenom 300MED contará com uma ou duas macas, além da capacidade de transportar uma incubadora e equipamentos médicos adicionais, bem como acabamentos de nível hospitalar.
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Embraer anuncia o jato Phenom 300MED como solução para o serviço de transporte aeromédico
Embraer anuncia o jato Phenom 300MED como solução para o serviço de transporte aeromédico
Embraer anuncia o jato Phenom 300MED como solução para o serviço de transporte aeromédico
Embraer anuncia o jato Phenom 300MED como solução para o serviço de transporte aeromédico
Embraer anuncia o jato Phenom 300MED como solução para o serviço de transporte aeromédico
Sendo uma solução criada especificamente para o transporte aeromédico, o jato leve foi projetado para ser rápido e facilmente configurado a fim de atender às diversas necessidades dos profissionais de saúde e dos pacientes.
“Dada a atual crise da saúde, temos orgulho de trabalhar com dois parceiros especialistas em soluções de transporte aeromédico mundialmente reconhecidos. Estamos prontos para imediatamente começar a receber pedidos para esta solução única de ambulâncias aéreas, disse Michael Amalfitano, Presidente & CEO da Embraer Aviação Executiva.”
Outra grande diferença do Phenom 300MED é a integração do equipamento médico da Aerolite. A empresa é líder global no que diz respeito a projeto, engenharia, produção e instalação de interiores de transporte aeromédico. Com mais de 500 interiores do tipo entregues, a empresa oferece a combinação ideal de equipamentos para a missão.
Mais de 550 aeronaves da série Phenom 300 foram entregues desde que entraram no mercado, em dezembro de 2009, acumulando mais de um milhão de horas de voo. De acordo com a previsão da publicação VREF, a série Phenom 300 deverá manter um dos mais altos valores residuais dentre as aeronaves executivas com até 15 anos.
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Embraer anuncia o jato Phenom 300MED como solução para o serviço de transporte aeromédico
Embraer anuncia o jato Phenom 300MED como solução para o serviço de transporte aeromédico
Embraer anuncia o jato Phenom 300MED como solução para o serviço de transporte aeromédico
Embraer anuncia o jato Phenom 300MED como solução para o serviço de transporte aeromédico
A Textron Aviation foi selecionada para fornecer dois aviões turboélice Beechcraft King Air 350C ao Ministério da Saúde da Grécia para missões de ambulância aérea e evacuação aeromédica (Medevac – Medical Evacuation) em todo o país. As aeronaves serão mantidas e operadas pela Força Aérea Helênica.
As equipes médicas serão formadas por profissionais de saúde dos Centro Nacional de Atendimento de Emergência e atenderão situações de desastres, resgate aeromédico, transferência inter-hospitalar e repatriamento de pacientes.
Equipados com uma grande porta de carga, cada King Air 350C incluirá um sistema de maca dupla Spectrum Aeromed que poderá acomodar pacientes bariátricos e incubadoras e que podem ser movimentadas através de sistema elétrico.
Ministério da Saúde da Grécia adquire dois aviões King Air 350C para missões aeromédicas.
Além disso, armários médicos, oxigênio a bordo com iluminação superior e montagens de equipamentos, mesas e assentos ajustáveis proporcionarão um ambiente de trabalho confortável e de fácil higienização para a equipe médica e os passageiros.
Para aprimorar os baixos custos fixos de operação da aeronave, o Ministério da Saúde da Grécia também utilizou o programa ProAdvantage da Textron Aviation, que cobre os custos de manutenção por uma taxa horária previsível.
“A aeronave King Air 350 combina desempenho comprovado com tecnologia e uma cabine de fácil acesso, tornando-a uma plataforma medevac ideal para o Ministério da Saúde da Grécia”, disse Bob Gibbs, vice-presidente de Vendas de Missões Especiais da Textron Aviation. “Com as capacidades operacionais do avião e o interior médico personalizado, o Ministério da Saúde e seus parceiros operacionais poderão realizar uma missão duradoura em toda a Grécia.”
Ministério da Saúde da Grécia adquire dois aviões King Air 350C para missões aeromédicas.
Alemanha – Aviões de grande porte configurados MedEvac (Medical Evacuation) da Luftwaffe (Força Aérea Alemã) e que fazem parte da Bundeswehr (Forças Armadas Unificadas da Alemanha) transportaram pacientes com COVID-19 do norte da Itália e da França para a Alemanha nos últimos dias.
Para essas missões, a Bundeswehr está preparada para transportar pacientes em verdadeira UTIs aéreas. Para esse fim, um Airbus A310MedEvac equipado como uma “unidade aérea de terapia intensiva” voou duas vezes para a Itália e uma aeronave de transporte Airbus A400M MedEvac, também preparada para operações de evacuação aeromédica, voou para a França. Os pacientes foram distribuídos em clínicas civis e em hospitais das Forças Armadas, em Coblença, Ulm, Hamburgo e Westerstede.
Esse aviões compõe a frota da Força Aérea Alemã. O primeiro Airbus A400M foi entregue às Forças Armadas Unificadas da Alemanha em 18 de dezembro de 2014 e possui várias versões. Atualmente, a Força Aérea possui 30 dessas aeronaves. A entrega de 53 máquinas está prevista para ser concluída em 2026.
O Airbus A400M MedEvac é usado como aeronave de “Evacuação Aeromédica para Cuidados Intensivos” (ICAE). A equipe médica de 11 pessoas pode cuidar de até seis pacientes, sendo dois pacientes em UTI, dois pacientes na categoria de cuidados intermediários e outros dois no nível de cuidados baixos.
O A400M complementa a capacidade operacional da Força Aérea Alemã que também utiliza o Transall C-160D para operações aeromédicas, bem como o avião A310 para voos de transporte aeromédico de longas distâncias.
A Força Aérea utiliza cinco Airbus A310-304 em versões diferentes. A versão doA310 Medevac é considerada uma unidade aérea de terapia intensiva. Possui capacidade para 44 pacientes, sendo que 06 leitos são preparados para pacientes de cuidados intensivos com uma equipe médica de até 25 profissionais. Esse avião da Luftwaffe possui a maior capacidade de transporte aeromédico do mundo. A aeronave fica baseada no aeroporto de Colônia-Bonn.
Equipamentos médicos a bordo do A310 MedEvac:
Unidade de transporte intensivo:
Ventilador para cuidados intensivos “Evita 4”;
Ventilador de transporte “Oxylog 3000”;
Monitor multifuncional “Propaq EL106”;
Duas bombas de seringa tripla “Combimat 2000”;
Bomba de sucção “Accuvac”;
Equipamento adicional a bordo:
16 Monitores de pacientes “Micropaq”;
1 Analisador de gases sanguíneos “I-Stat”;
2 Broncoscópios flexíveis;
Sistema de ultrassom portátil “SonoSite”;
6 Sistemas de aquecimento de pacientes “Barkey”;
12 Kanal – EKG;
2 desfibriladores;
16 Bombas triplas de seringa “Combimat 2000”;
4 Medumat LifeBase III;
4 Bombas de infusão “IP 2000”;
1 Sistema central de monitoramento, e
1 geladeira para produtos médicos refrigerados.
Airbus A310 MedEvac
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Airbus A310 equipado como uma "unidade aérea de terapia intensiva". Foto: Bundeswehr.
Airbus A310 equipado como uma "unidade aérea de terapia intensiva". Foto: Bundeswehr.
Airbus A310 equipado como uma "unidade aérea de terapia intensiva". Foto: Bundeswehr.
Airbus A310 equipado como uma "unidade aérea de terapia intensiva". Foto: Bundeswehr.
Airbus A310 equipado como uma "unidade aérea de terapia intensiva". Foto: Bundeswehr.
Airbus A-310 da Luftwaffe configurado para evacuação médica transportou 6 pacientes italianos com COVID19 de Bergamo para Colônia na Alemanha. Foto: Divulgação
Airbus A310 equipado como uma "unidade aérea de terapia intensiva". Foto: Bundeswehr.
Airbus A310 equipado como uma "unidade aérea de terapia intensiva". Foto: Bundeswehr.
Airbus A-310 da Luftwaffe configurado para evacuação médica transportou 6 pacientes italianos com COVID19 de Bergamo para Colônia na Alemanha. Foto: Bundeswehr / Torsten Kraatz.
Operação Itália – Ventilação Difícil
O médico Chefe, Dr. Björn Hoßfeld, fez parte da equipe do Airbus A310 MedEvac que voou de Bergamo, Itália, para a Alemanha. Durante o voo o Dr. Hoßfeld relatou sua dificuldade quanto ao uso dos ventiladores e reconheceu a gravidade dos danos nos pulmões e que a simples ventilação do paciente não era suficiente.
Dr. Björn Hoßfeld, Médico Chefe do voo realizado no A310 MedEvac. Foto: Bundeswehr/Dr. Bjorn Hoessfeld.
Mais de uma vez, teve que ajustar as configurações dos ventiladores individualmente. O que o preocupa é o fato de que nem todo ventilador é adequado para o tratamento de pacientes graves com COVID-19.
“Um respirador de emergência como temos em uma ambulância não é suficiente neste caso.” Além dos ventiladores, especialistas alertam sobre a importância de observar as especificações dos equipamentos e verificar se são adequados para pacientes com COVID-19.
Segundo o médico, os pulmões do paciente ficam debilitados pela infecção, de modo que as demais áreas funcionais dos pulmões devem ser usadas de maneira ideal com pressões e frequências respiratórias exatamente compatíveis com o respectivo paciente. Essa é a única maneira de fornecer oxigênio suficiente.
O experiente médico do Hospital da Bundeswehr, em Ulm, ficou visivelmente emocionado após o transporte aeromédico: “Comparado aos transportes de longa distância do Afeganistão, transportar seis pacientes ventilados de Bergamo para a Alemanha não parece um desafio. Mas se você olhar nos olhos do colega italiano, verá como eles estão acabados.”
Airbus A400M MedEvac
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A400M - Até seis pacientes podem receber cuidados médicos no ar. Foto: Bundeswehr / Torsten Kraatz
A400M - Até seis pacientes podem receber cuidados médicos no ar. Foto: Bundeswehr / Torsten Kraatz
A400M - Até seis pacientes podem receber cuidados médicos no ar. Foto: Bundeswehr / Torsten Kraatz
A400M - Até seis pacientes podem receber cuidados médicos no ar. Foto: Bundeswehr / Torsten Kraatz
Médico Sênior Dr. Axel Höpner, chefe de operações a bordo, prepara uma maca no Airbus A400M. Foto: Bundeswehr / Torsten Kraatz.
A400M - Até seis pacientes podem receber cuidados médicos no ar. Foto: Bundeswehr / Torsten Kraatz
A400M - Até seis pacientes podem receber cuidados médicos no ar. Foto: Bundeswehr / Torsten Kraatz
A400M - Até seis pacientes podem receber cuidados médicos no ar. Foto: Bundeswehr / Torsten Kraatz
A400M - Até seis pacientes podem receber cuidados médicos no ar. Foto: Bundeswehr / Torsten Kraatz
Treinamento da tripulação aeromédica em um Transall C-160 medevac. Foto: Bundeswehr / Norman Möller.
Por CARSON FRAME North Carolina Public Radio®-WUNC
A guerra no Vietnã ajudou os EUA a desenvolver uma plataforma de resgate aéreo para soldados feridos que mudaria radicalmente os sistemas civis de resposta a emergência nos EUA. No início foi utilizando helicópteros UH-1 “Huey” como ambulâncias aéreas, tripulados por dois pilotos, um médico e um tripulante.
Operar em zonas de pouso ativas para pegar soldados feridos era um trabalho perigoso. Pouco mais de um terço das equipes aeromédicas se tornaram vítimas em suas missões. Os helicópteros em missões Medevac foram derrubados em uma taxa três vezes maior do que de outras missões durante a guerra.
Uma equipe de MAST baseada em San Antonio carrega um paciente em um helicóptero de medevac em 1970. O programa MAST foi projetado para trazer técnicas médicas de emergência do campo de batalha para civis nos EUA. MUSEU DO DEPARTAMENTO DE MEDICINA DO EXÉRCITO.
As equipes que operavam com os helicópteros, também chamadas de “Dust Off”, desenvolveram a capacidade de fornecer cuidados médicos básicos quando em voo. Eles poderiam administrar medicação intravenosa, imobilizações e torniquetes, e ainda manter os soldados respirando.
Esse tipo de tratamento foi uma mudança em relação às guerras anteriores, quando os helicópteros estavam basicamente equipados para transportar os feridos para hospitais.
Jim Eberwine, ex-piloto da Dustoff, mostra uma série de fotos que ele juntou para comemorar o trabalho de aviadores feridos ao serviço do Comando Médico do Exército dos EUA. Foto: Carson Frame/American Homefront
Jim Eberwine era um piloto “Dust Off” do 82º Destacamento Médico em 1966. Muitas vezes, ele e sua equipe ficavam tão impressionados com as vítimas que nem sequer usavam macas ou padiolas a bordo do helicóptero.
“Em uma missão eu cheguei a ter 19 feridos a bordo. A capacidade normal era de apenas seis. Nós mal conseguimos sair do chão. Eu pensei: “Eu poderia ter um recorde aqui'”, disse Eberwine.
Em um país longo e estreito, onde as redes rodoviárias eram muito perigosas, a evacuação aeromédica era a salvação. Os militares tinham uma rede de centros médicos de combate, hospitais de suporte e até mesmo navios onde os pacientes podiam ser levados de aeronave.
A situação em casa
De volta aos EUA, os sistemas de atendimento pré-hospitalar não eram tão sofisticados. “A expectativa para quando você chamasse uma ambulância na década de 1960 era aparecer um Cadillac Hearse”, disse George Wunderlich, historiador do Museu do Departamento Médico do Exército americano, que também tem experiência como paramédico e bombeiro.
“Dois jovem desembarcavam, colocavam você em uma maca e corriam com a ambulância para o hospital “, disse ele. “Eles não tinham nada além de ataduras para evitar que o sangue não sujasse sua ambulância”.
Este método, também conhecido como “scoop and go”, já não era suficiente para acompanhar o nível de acidentes nas estradas do país à época. Na década de 1960, as mortes no trânsito atingiram cerca de 55 mil por ano, números muito maiores do que os registrados atualmente.
O programa de Assistência Militar à Segurança e Tráfego, ou MAST, foi criado em 1970 para mitigar o problema. O MAST permitiu que unidades de aviação militar ajudassem as comunidades civis com o transporte aeromédico durante emergências. O programa baseava-se no modelo de resgate similar ao usado durante o Vietnã.
“Era um helicóptero tripulado por dois pilotos, um tripulante e um médico”, disse Lewis Barger, do Museu do Departamento Médico do Exército. “Era a plataforma de evacuação aeromédica do Vietnã baseada nos Estados Unidos”.
O programa iniciou a operação com testes nas instalações militares perto das cidades de San Antonio/Texas, Seattle/Washington, Phoenix/Arizona, entre outras.
O MAST ofereceu aos militares uma forma de manter suas tripulações aéreas treinadas, dando aos civis uma chance maior de sobreviver a acidentes graves.
O legado do Medevac
George Wunderlich diz que a cobertura da imprensa nas operações de resgate aéreo do Vietnã mudou o conceito dos americanos sobre quais cuidados médicos de emergência eram necessários. Líderes da comunidade médica civis começaram a utilizar os mesmos tipos de helicópteros e equipamentos de primeiros socorros.
“Todo o conhecimento foi se transferindo como uma cascata tecnológica, nos levando até o estágio onde estamos hoje”, disse Wunderlich.
O MAST ainda está ativo, embora tenha diminuído bastante com a Guerra do Golfo e o desenvolvimento de serviços aeromédicos civis. Devido a isso, as mortes de trânsito no ano de 2016 totalizaram cerca de 40.000 vítimas, aproximadamente uma diminuição de trinta por cento em relação à década de 1960.
Em 1926, o Corpo Aéreo do Exército dos Estados Unidos usou um aeroplano convertido para transportar pacientes da Nicarágua até um hospital do Exército no Panamá, a 150 milhas de distância. O uso militar de aeronaves no resgate aeromédico data da Segunda Guerra Mundial, pois fez a primeira evacuação aérea de soldados norte-americanos do local, em Burma.
A missão de evacuação médica de rotina de helicópteros, no entanto, surgiu não intencionalmente durante o conflito com a Coréia nos anos 50. Em razão das estradas na área de combate da Coréia serem freqüentemente desordenadas e indiretas, não se podia confiar nelas para a rápida e segura evacuação das tropas para as unidades cirúrgicas de campo. Ao invés disso, helicópteros em outras missões podiam ser redirecionados para pegar os criticamente feridos e voar rápida e tranqüilamente, freqüentemente em tempo de beneficiar-se do atendimento cirúrgico, salvando vidas ou membros do corpo.
O Exército, vendo esta vantagem sobre o transporte aéreo, rapidamente começou a testar helicópteros médicos dedicados. Durante o curso da guerra, mais 22.000 tropas foram evacuadas por helicóptero. É observado que a rápida e tranqüila evacuação e a habilidade especializada oferecida por cirurgiões visitando centenas de pacientes nos hospitais de campo, contribuiu para uma taxa de mortalidade reduzida de soldados feridos, hospitalizados, comparado com guerras anteriores.
O conflito no Vietnã trouxe mais sofisticação ao mesmo conceito geral; evacuação aérea rápida e tranqüila dos feridos para a cirurgia de campo e para estabilização. A aeronave mudou, conforme mudaram as capacidades médicas. O atendimento de emergência em campo e a rápida evacuação para mais e 800.000 tropas reduziram ainda mais a mortalidade em guerras longas.
Um tema da Primeira Guerra Mundial até o Vietnã começou a repetir: estabilizar os soldados criticamente feridos no campo, proporcionar atendimento avançado em rota, e levar o paciente a um cirurgião qualificado em trauma em menos de uma hora, e a extensão e impacto do ferimento, incluindo a proximidade da morte, podem ser reduzidos.
Em 1966, o documento de referência da Academia Nacional de Ciências Morte Acidental e Incapacidade: A Doença Negligenciada da Sociedade Moderna destacou o profundo impacto da morte e incapacidade causadas por ferimento, particularmente acidentes automobilísticos. É ainda descrita uma falta de resposta coordenada ao ferimento, incluindo a observação que os “Helicópteros ambulância não foram adaptados às necessidades dos civis em tempos de paz”.
O documento da Academia Nacional de Ciências contribuiu substancialmente para o desenvolvimento do moderno Sistema EMS (Serviço Médico de Emergência) e seu subsistema de atendimento de trauma. Seu impacto foi composto pela influência de unidades militares em retorno e pilotos de helicóptero e médicos militares liberados da execução da lei e outros cargos de vôo com segurança.
Isto levou à adaptação de dupla finalidade de helicópteros militares e públicos para a evacuação de civis feridos, tais como o programa de Assistência Militar à Segurança e Tráfico (MAST), estabelecido em 1970, e o programa de aviação da Polícia do Estado de Maryland que, em março de 1970, tornou-se “a primeira agência civil a transportar paciente com trauma criticamente ferido por helicóptero”. O primeiro serviço de helicóptero médico baseado em hospital civil foi estabelecido em 1972, no Hospital St. Anthony, em Denver, Colorado.
Em 1980, cerca de 32 programas de serviços médicos de emergência por helicóptero (HEMS) com 39 helicópteros estavam voando, atendendo mais de 17.000 pacientes por ano. Em 1990, isto cresceu para 174 serviços com 231 helicópteros voando, transportando cerca de 160.000 pacientes.
Dez anos mais tarde, 231 serviços de helicóptero com 400 aeronaves estavam voando, com 203.000 pacientes por ano. Em 2005, 272 serviços operando 753 helicópteros e 150 aviões dedicados estavam em operação. Há agora aproximadamente meio milhão de helicópteros e transportes por avião a cada ano.
Historicamente, o serviço de EMS típico por helicóptero tem sido operado por uma afiliada a um hospital com uma ou duas aeronaves. Na década passada, muitos destes serviços se tornaram recursos independentes baseados na comunidade, com afiliações a hospitais.
O rápido crescimento do AMS, particularmente no final dos anos 80, e novamente nos últimos cinco anos, pode ser atribuído a mudanças no sistema de assistência médica geral. A necessidade de transportar com rapidez pacientes criticamente feridos para atendimento cirúrgico, colocou o AMS em evidência (principalmente helicópteros dedicados).
Em anos mais recentes, o fechamento de hospitais rurais em razão de reembolso e outras pressões financeiras, ou sua conversão em Hospitais de Acesso Crítico (CAHs) com serviços reduzidos e poucos médicos especialistas, criou grandes lacunas geográficas na disponibilidade de recursos cirúrgicos especializados. Infelizmente, estas áreas rurais são também o local dos acidentes automobilísticos mais sérios e são onde ocorrem 60% dos acidentes fatais nos EUA, uma taxa de quase o dobro de acidentes similares em áreas suburbanas ou urbanas.
O uso de avião com equipes médicas qualificadas ajuda a preencher estas lacunas e melhorar o acesso à assistência especializada. Como os tratamentos médicos mais dependentes do tempo (por ex., medicamentos para “eliminação de coágulo”, angioplastia ou cirurgia para ataques cardíacos ou derrames) mostraram melhorar os resultados do paciente, a ausência de assistência e médicos especialistas nas mesmas áreas continua a contribuir para o aumento do uso de aviões para levar pacientes rapidamente para estes tratamentos de salvamento de vida em hospitais de especialidade.
O uso de serviços médicos aéreos (AMS) tornou-se um componente essencial do sistema de assistência médica. O transporte aeromédico, adequadamente usado, salva vidas e reduz o custo da assistência médica.
Isso é feito pela minimização do tempo gasto com doenças e ferimentos críticos fora de um hospital, trazendo mais capacidade médica ao paciente do que o normalmente proporcionado pelo serviço médico de emergência terrestre, e levando rapidamente o paciente aos cuidados da especialidade certa.
Helicópteros e aviões de resgate são unidades móveis de cuidados intensivos de emergência utilizados para os pacientes cujas vidas dependem do rápido atendimento e transporte.
Embora o AMS possa parecer caro em comparação ao serviço de ambulância terrestre, os benefícios por trás dos custos, em uma base individual e ampla do sistema, mostra que ele tem boa relação custo-benefício. A imagem de um helicóptero na cena de um acidente automobilístico evoca visões não apenas do poder de salvar vidas dos serviços aeromédicos, mas também dos riscos do ambiente no qual eles voam. Ainda o atendimento médico ao paciente e transporte, realmente, prometem menos riscos ao paciente que a estada do paciente no hospital.
“Tempo é tecido humano” é um ditado que significa que a morte e incapacidade por ferimentos graves, ataques do coração, derrames, complicações médicas e cirúrgicas, e outras condições dependentes do tempo, freqüentemente, podem ser evitadas se o atendimento certo for fornecido rapidamente.
O AMS é um meio para unir a geografia e o tempo. Conforme a tecnologia fornece novo atendimento sensível ao tempo, aumentará a necessidade de AMS. Como os custos do sistema de atendimento médico continuam a subir, e a disponibilidade do atendimento médico de rotina em comunidades rurais é colocada em risco, o AMS terá um papel cada vez mais importante na entrega de atendimento médico.
Nestes dias de grande preocupação sobre segurança e prontidão para emergência, os serviços médicos aéreos fornecem um recurso médico valioso que pode transportar pacientes e equipe médica em longas distâncias, e também transportar equipamentos e suprimentos médicos da(s) área(s) afetada(s).
A recente experiência dos furacões Ivan, Katrina e Rita ilustra o papel essencial do AMS na avaliação de crianças e adultos criticamente doentes e feridos em hospitais e instalações de enfermagem, assim como o fornecimento de suporte direto in loco às equipes de gerenciamento de desastre. Sem uma resposta imediata e massiva do AMS, tanto dos helicópteros e aviões aeromédicos na Costa do Golfo, centenas de vidas adicionais seriam colocadas em risco ou mesmo perdidas.
Os recursos médicos aéreos integrados são um componente essencial dos sistemas EMS (Serviço Médico de Emergência) contemporâneos. Atualmente, pressões financeiras, questões de seguro, mudança nos regulamentos federais e concorrência estão forçando mudanças, consolidação e em muitos casos, serviços reduzidos ou encerramento de departamentos de emergência, centros de trauma, hospitais e médicos especialistas.
Estes fatores contribuíram para o aumento do uso de AMS para mover pacientes a centros de especialidade, particularmente das áreas remotas. Como com o EMS em geral, houve uma falta geral de planejamento do sistema de supervisão e projeto para guiar o desenvolvimento e implementação de AMS necessário.
Mecanismos que podem fornecer tal orientação, tais como o EMS estadual ou regulamentos de saúde, certificado de processos de necessidade (CON) e regulamentos da aviação e assistência médica, algumas vezes, conflitam um com o outro, estabelecendo uma mistura de obstáculos não coordenados aos fornecedores de AMS.
Este papel estabelece o desenvolvimento histórico e a prática contemporânea de medicina aérea, servindo como uma estrutura de recursos para os fazedores de política e agências regulatórias encarregadas da garantia de fornecimento de serviços médicos aéreos de alta qualidade ao público.
Fonte: Texto adaptado pelo site Resgate Aeromédico de MedEvac.
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