Depois das pétalas começam as discussões sobre o que aconteceu no acidente do Fênix 04

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O site Piloto Policial publica matéria da agência O Dia que apresenta questões sobre as possíveis causas do acidente com o Fênix 04 do tradicional Grupamento Aeromóvel da Polícia Militar do Rio e a trágica morte dos quatro tripulantes.

Sabemos que a imprensa em geral, quando acontece um acidente aeronáutico, fica sedenta atrás de informações das possíveis causas, como se isso fosse possível saber antes de uma investigação séria. Mas isso é natural e importante para o processo de análise. Afinal, a imprensa cumpre um papel importante como regulador do tema. Então, acredito que devemos tirar boas informações desse contexto.

Mas e os tiros? O estresse em voar em uma área conflagrada? O treinamento incansável? O CRM que é feito? Há, a questão começa na manutenção e termina na tripulação. Parece mais do mesmo, não! Lembrem da legislação aeronáutica omissa para essa atividade.  Lembrem que se o helicóptero foi atingido por projétil de arma de fogo o CENIPA não prosseguirá com a investigação, pois ai o acidente será resultado de conduta criminosa e não é do escopo desse órgão investigar esses acidentes.

Apesar de não ser o momento adequado, essa reflexão sobre custos (recursos disponibilizados pelo Estado para investimento e custeio) das OASP e escala de voo é recorrente, não só nesse caso (se forem realmente verídicas as informações da escala e da manutenção, publicada no O Dia ), mas em várias organizações aéreas, públicas e privadas.

Esses temas vêm sendo discutidos pelas empresas, OASP, organizações, sindicatos e temos no site vários artigos publicados sobre o tema fadiga e gestão. Independentemente se tudo isso é ou não verídico, a investigação vai apresentar os fatos no seu tempo.

Mas que cabe uma reflexão sobre o fato, isso cabe! Inclusive da responsabilidade do ESTADO sobre os fatos ocorridos – Pela omissão do Estado do Rio de Janeiro e pela legislação Federal inadequada da Aviação de Segurança Pública.

Eduardo Beni – Editor

Militar que estava em helicóptero que caiu dobrou plantão

Rio de Janeiro – O ar deslocado por um helicóptero levantou do chão centenas de pétalas de rosas que caíram nos caixões de três dos quatro policiais militares mortos na queda da Fênix 4, sábado. Essa foi uma das últimas homenagens, ocorrida ontem no pátio do Batalhão de Choque, àqueles que voavam para salvar vidas.

A perícia nos corpos e na aeronave já descartou que a causa da queda tenha sido provocada por tiros. “Não há perfuração por arma de fogo nos corpos. Na aeronave, até o momento, não se encontrou nenhum tipo de perfuração”, afirmou o secretário estadual de Segurança Pública, Roberto Sá.

Major Melo foi enterrado no Jardim da Saudade de Sulacap. Uma das filhas do militar recebeu bandeira da comandante Clarice Antunes Marcio Mercante / AG. ODIA

Sá, ainda durante a última madrugada, montou gabinete de crise para avaliar a situação na Cidade de Deus, com representantes das polícias militar e civil, além dos seus subsecretários. O gabinete entendeu que a operação na Cidade de Deus deveria continuar e, até o início da noite de ontem, sete pessoas haviam sido encontradas mortas, e outras 12, feridas. Moradores relataram supostos abusos policiais.

Mensagem alertava para falha de comunicação ReproduçãoCom a conclusão do laudo de que não houve perfurações, a atenção do Centro de Investigação e Prevenção de Acidentes Aeronáuticos busca possíveis panes mecânicas ou falhas humanas para o acidente. Integrantes do GAM (Grupamento Aeromóvel), unidade à qual os militares mortos pertenciam, afirmaram ao DIA que a aeronave já apresentou problemas técnicos no ar.

Um deles teria ocorrido terça-feira passada, quatro dias antes da queda. “A luz vermelha do painel começou a piscar, mostrando uma pane hidráulica em pleno voo. Mas a manutenção da unidade liberou a aeronave”, afirmou um militar, que era da equipe do tripulante Barbosa. “Já escutei estouros no motor da Fênix 4. Achei estranho, mas a manutenção nunca apontou nada”, disse outro.

Uma mensagem de WhatsApp do grupo que estava de serviço no dia 15, obtida pela reportagem, contém a descrição de um operador relatando falha na comunicação. “Urgência. Não tem como manter contato rádio aeronáutico com a Fênix 4, gerando transtorno para o serviço e comprometendo a segurança de voo. Diante desse fato pede providência.”

PM nega pane

Procurada, a Polícia Militar respondeu, através da assessoria de imprensa, “que não houve problemas técnicos no dia 15 com a Fênix 4. Já no mesmo dia, a Fênix 7 apresentou um problema no velocímetro, que foi consertado”.

A empresa responsável pela manutenção e troca de peças periódicas das aeronaves é a empresa Helibras. Devido à crise financeira, o pagamento da manutenção está atrasado, mas os serviços não deixaram de ser feitos. O governo deve à empresa R$ 3, 5 milhões em manutenção preventiva e corretiva. Apesar disso, todos os serviços estão sendo prestados, segundo a Polícia Militar. “Os laudos da manutenção estão em dia e disponíveis para quem quiser ver”, afirmou o major Ivan Blaz, porta-voz da corporação.

Após o velório, os corpos dos militares seguiram para cemitérios diferentes e foram enterrados com mais homenagens.

Piloto fazia terceiro plantão consecutivo de 12 horas

Escala dos pilotos da PM DivulgaçãoO piloto principal da Fênix 4, Willian Schorcht, fazia o terceiro dia de plantão consecutivo. Além disso, ele foi escalado de última hora para voar na aeronave, já que quem estava escalado era o subcomandante do GAM, major Rodrigo Lima.

As informações estão na escala de pilotos da unidade. Em forma de trigrama (três primeiras letras), as iniciais SCH, de Schorcht, aparecem em plantões de 12 horas nos dias 17 e 18. E, no dia da queda, ele trocou de lugar com o subcomandante.

“Ele morava em Resende; então, fazia horas de plantão seguidas para ter mais folgas e ficar mais tempo com a família”, disse um amigo. O seu corpo foi velado e enterrado em Resende.

Já os sepultamentos do major Rogério Melo e do sargento Félix ocorreu no Jardim da Saudade. E, o do subtenente Barbosa, no Cemitério Memorial Parque Nicteroy, em São Gonçalo.

No enterro do major, uma cena comoveu os presentes. A comandante Clarice Antunes entregou a bandeira que estava em cima do caixão a uma das filhas de Melo. Ele deixou dois filhos, um com menos de 1 ano de idade. Os familiares não quiseram falar com a imprensa.

Dezenas de colegas da corporação acompanharam enterro do corpo ontem, em Vista Alegre Foto: Luis Nicolella

Fonte: Agência O Dia, por BRUNA FANTTI.

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