Suíça – A operadora de resgate Swiss Air-Rescue Rega (Serviço de Resgate Aéreo Suíço), mesmo durante a pandemia, mantém suas bases de helicópteros e aviões, realizando serviço de resgate aéreo e transporte aeromédico. Emprega helicópteros H145 e AW109 para resgate aéreo, H125 para treinamento e os jatos Bombardier Challenger CL-650 para transporte aeromédico.
Nessa fase viu um declínio no número das missões primárias, devido ao isolamento social, porém está recebendo muitas demandas para transporte aeromédico de pacientes com COVID-19. O primeiro caso aconteceu no dia 11 de março em Ticino, sul da Suíça e que faz fronteira com o norte da Itália. Depois disso, o número de missões relacionadas ao novo coronavírus aumentou.
De 11 de março a 11 de abril, as equipes dos helicópteros transportaram um total de 74 pacientes COVID-19. A maioria dessas operações eram de transportes secundários, nos quais os pacientes são transferidos de um hospital para outro.
As tripulações dos jatos transportaram cerca de 50 pacientes de quatro continentes nas últimas quatro semanas, dos quais mais de uma dúzia de pacientes com COVID-19 ou casos suspeitos.
Isenções regulamentares em situações excepcionais
A fim de garantir atendimento médico e os transportes secundários a partir de Ticino, mesmo em condições de baixa visibilidade, no final de março, a Rega recebeu novas isenções do Escritório Federal de Aviação Civil da Suíça (BAZL) para procedimentos de voo por instrumentos dentro de um curto período de tempo.
Segundo a Rega, isso se aplica, entre outras coisas, aos procedimentos de chegada e partida nos aeroportos das cidades de Agno e Locarno, bem como ao uso “sem restrições de tempo” de uma rota de voo por instrumentos através do Gotthard Pass (Passagem de montanha nos Alpes que liga a Suíça de língua alemã à Suíça de língua italiana. Localiza-se à uma altitude de 6.909 pés).
Agora, a Rega pode transportar pacientes de Ticino, através do Gotthard Pass, mesmo com pouca visibilidade, se os hospitais de Ticino não tiverem capacidade para receber pacientes. Isso se aplica ao período de excepcionalidade e oferece às tripulações da Rega mais opções para voos em condições de baixa visibilidade.
Transporte médico para terapia intensiva com ventilador portátil
Segundo a Rega, cerca de dois terços dos transportes secundários realizados eram chamados transportes especiais de terapia intensiva de pacientes COVID-19, ventilados artificialmente. Quando o paciente é internado na unidade de terapia intensiva de um hospital, a equipe da Rega conecta o paciente a um ventilador móvel (portátil) que garante o suprimento de oxigênio por toda a duração do transporte aéreo.
Todos os helicópteros e aviões da Rega estão equipados com os mais dispositivos de ventilação móvel que atendem aos padrões e são certificados especialmente para uso em aeronaves aeromédicas, bem como, para alguns casos, o uso de unidades de isolamento de pacientes (UIP) ou Patient Isolation Unit (PIU), desenvolvidas pela Rega em 2015.
Unidade de isolamento de paciente (UIP)
A epidemia de Ebola que eclodiu em vários países da África Ocidental em dezembro de 2013, deixou claro que até o momento quase não havia um conceito de transporte seguro e confiável para esses pacientes. Assim, com vários parceiros, a Rega desenvolveu em 2015 uma unidade de isolamento de pacientes (UIP) para transporte aéreo.
A unidade de isolamento e o conceito de transporte permite repatriar ou transportar pacientes com doenças infecciosas, com gasto mínimo de pessoal em seus jatos aeromédicos Bombardier Challenger 650 de maneira relativamente fácil e segura. Antes da pandemia, a UIP era usada, entre outras coisas, em um caso suspeito de Ebola e em pacientes com tuberculose.
O médico-chefe da Rega, Dr. Roland Albrecht, que liderou o desenvolvimento da UIP, explicou que “antes de ser embarcado em um jato aeromédico, o paciente é isolado na capsula com um procedimento rigoroso, que evita o risco de infecção da tripulação durante o voo. Outra vantagem é que o jato não precisa ser limpo e desinfetado posteriormente, ficando imediatamente disponível para um novo uso.”
No entanto, atualmente, pacientes com COVID-19 também estão sendo transportados sem o sistema porque o número de unidades é limitado: “Especialmente no caso de pacientes com ventilação artificial, podemos ficar sem a unidade, porque o sistema de ventilação fechado já minimiza suficientemente o risco de infecção para a equipe. Nesses casos, a equipe médica precisa usar equipamentos de proteção durante o voo.”, diz Albrecht.