Os ares tranquilos de Bauru trouxeram o piloto e tenente Alexandre Moretto Tercioti de volta para casa. Aos 30 anos, o bauruense já pode dizer que construiu uma carreira sólida na Polícia Militar e com um objetivo principal: a segurança. Hoje, ele sobrevoa a cidade com o helicóptero Águia e conta tudo o que passou para chegar às alturas.
“Sempre gostei de aviação, quando eu era pequeno eu ia no aeroclube com o meu pai e ficava encantado com modelos de aeronaves que hoje já nem existem mais. Mas a paixão mesmo por voar eu adquiri no meu ingresso na Polícia Militar”, revela.
Esforço
Tercioti é um exemplo de dedicação. O atual piloto estudou na Escola Estadual Luiz Zuiani, no Jardim Marambá, e com apenas um ano de cursinho, em 2000, ele conseguiu a pontuação para ingressar na Academia de Polícia Militar do Barro Branco. Ao se formar, foi classificado para trabalhar como policial no Batalhão Metropolitano, onde ficou por um ano e meio. “Em 2005 tive a oportunidade de trabalhar no interior. Durante esse período eu sempre acompanhava a seleção do grupamento aéreo, mas achava difícil, acreditava que não tinha chances por haver apenas oito vagas”, conta.
A ambição do policial fez com que ele não se acomodasse e prestasse a seleção interna para a vaga de piloto, da qual saiu vitorioso.
No céu
Salvar vidas e cuidar da segurança da população não é tarefa fácil. Mesmo “estando nas nuvens”, o piloto do Águia conta que já passou por momentos delicados. Tercioti acompanhou resgates aeromédicos em São Paulo, no qual o helicóptero servia como uma UTI móvel. Também participou de operações policiais na capital onde viu das alturas um colega de trabalho ser baleado. Em Bauru, ele conta que o momento mais complicado foi em um incêndio que destruiu um depósito de materiais recicláveis, em agosto do ano passado, no Distrito Industrial.
“A pior experiência que eu tive foi no Litoral Norte. Nós trabalhávamos na orla de Itanhaém quando recebemos o chamado de um afogamento na Boca da Barra, onde há o encontro do rio com o mar. No acidente, a criança caiu do barco e a mãe pulou para salvar, sem sucesso, o pai e o dono do barco também pularam na água. Com o mar agitado, conseguimos salvar a criança e recuperar o corpo da mãe e dono do barco. O pai foi salvo por um popular de Jet ski que também quase se afogou. Foi uma tragédia”, lembra, ressaltando que procurou a melhor forma de ajudar e que no momento só pensava em seu filho.
Alexandre é casado com Lia, pai do Leonardo, de 6 anos, e da pequena Lívia, de 3 meses. “Além do trabalho em Bauru ser mais tranquilo, eu conheço melhor o território. Tenho amigos aqui e, acima de tudo, tenho qualidade de vida para criar meus filhos”.
Raio-X
Livro: Código da Vinci
Prato: pizza
Filme: Gradiador
Esporte: natação
Fonte: Rede Bom Dia, por Patrícia Lacerda.