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Depois de 6 meses, vítima resgatada pelo helicóptero do Corpo de Bombeiros em Brumadinho recebe alta e visita o Batalhão

Minas Gerais – Talita Cristina de Oliveira, de 16 anos, passou por quatro cirurgias e recebeu alta do hospital que estava desde o dia do rompimento da Barragem da Vale, em 25 de janeiro.

As imagens do resgate de Talita, realizado pelo helicóptero do Batalhão de Operações Aéreas (BOA), do Corpo de Bombeiros Militar de Minas Gerais (CBMMG) emocionaram o mundo. Na sexta-feira (19), Talita visitou o BOA para reencontrar a equipe do seu resgate e agradecer aos bombeiros.

A jovem foi recebida na portaria pela Major Karla Lessa, piloto que estava de plantão no dia do rompimento da barragem da Vale e foi a responsável pelo voo que ficou marcado na história da tragédia, como o primeiro resgate realizado. O subtenente Gualberto, que retirou Talita da lama também veio ao Batalhão para reencontrar a jovem.

No momento do rompimento da barragem, Talita estava com a irmã Alessandra e a sobrinha Lays, na casa da família, localizada perto da Pousada Nova Estância que desapareceu sob a lama. Alessandra e Talita conseguiram sobreviver, mas Lays, de 14 anos, faleceu.

No Batalhão, Talita foi recepcionada com um café da manhã, se emocionou e agradeceu os bombeiros pelo trabalho. “Eu agradeço a Deus pela oportunidade de recomeçar e aos bombeiros pelo trabalho maravilhoso de salvar vidas.”

Experiência aérea na operação de busca e resgate em Brumadinho é tema de palestra em evento da ANAC

Minas Gerais – A maior operação de busca e resgate aéreo do país foi coordenada pelo Batalhão de Operações Aéreas (BOA) no rompimento de uma Barragem em Brumadinho, no dia 25 de janeiro de 2019. Esse foi o tema de uma palestra ministrada pelo BOA, no evento “Semana Safety – Encontro de Segurança Operacional”, da ANAC, em Belo Horizonte, na última semana de abril.

Foram mais de 1.500 horas de voo, com a participação de 15 instituições e mais de 1.200 missões de busca e resgate de vítimas e corpos, transporte de tropa e materiais, reconhecimento do terreno, ajuda humanitária e outras.

Experiência aérea em Brumadinho é tema de palestra em evento da ANAC. Foto: Gabriel Consequat.

Sem o uso das aeronaves, o primeiro mês de missão seria impossível, já que não havia a possibilidade de resgate terrestre (tanto por falta de acesso a estradas ou pela lama de rejeitos que ainda estava muito líquida).

No momento em que as autoridades federais e estaduais tomaram conhecimento do desastre e perceberam que necessitavam de mais aeronaves para dar suporte aos bombeiros, outras instituições foram sendo acionadas e deslocaram para Belo Horizonte para prestar apoio.

Para gerenciar a logística aérea e manter a segurança das operações foi montada uma estação de rádio aeronáutico que fornecia informação e alerta de voo, com o apoio do Força Aérea. Foi criado um campo de pouso e estabelecido um circuito de tráfego padrão, com um corredor para helicópteros e com pontos de notificação compulsórios, organizando assim o tráfego aéreo.

Experiência aérea em Brumadinho é tema de palestra em evento da ANAC. Foto: Gabriel Consequat.

Da mesma forma, os riscos das operações foram mapeados (presença de fios da rede elétrica, delimitação do espaço aéreo, proibição de voo de drones) e foram tomadas medidas para identificar os riscos que as aeronaves e tripulações estavam expostas.

De acordo com o Subcomandante do BOA, Major Peterson, o principal desafio foi identificar os riscos e estabelecer estratégias para mitigá-los ou eliminá-los por completo.

“Conseguimos integrar várias agências de aviação pública e privada, voando em um espaço aéreo relativamente pequeno e sem o reporte de nenhum incidente ou acidente aéreo. Nós realizávamos reuniões diárias para reportar riscos, informações e condutas, antes e depois das operações. Também, as tropas terrestres foram instruídas de como procederem durante os voos e no embarque e desembarque das aeronaves. Assim, com o apoio e cooperação de todos, em um trabalho de extrema sinergia, conseguimos êxito nas operações aéreas”.

Batalhão de Operações Aéreas de Minas e equipes que participaram da Operação de Brumadinho são homenageadas pela Helibras durante a LAAD

Rio de Janeiro – Na tarde de quinta-feira (04), durante a LAAD, o Batalhão de Operações Aéreas (BOA) do Corpo de Bombeiros Militar de Minas Gerais e Organizações de Aviação de Segurança Pública foram homenageados pelo trabalho de salvamento e resgate em Brumadinho.

O Comandante do BOA, Tenente-Coronel Alexandre Gomes Rodrigues, recebeu das mãos do Presidente da Helibras, Richard Marelli, uma placa comemorativa que simboliza a participação da aviação dos bombeiros de Minas Gerais na maior operação de resgate aéreo já realizada no país.

Richard Marelli da Helibras presta homenagem ao Ten Cel Alexandre do CBMMG, Ten Cel Rammon do CBMERJ  e Tenente Gredson da Força Nacional de Segurança Pública. Foto: CBMMG.

Para o Comandante do BOA, Tentente-Coronel Alexandre, o trabalho das aeronaves foram essenciais no acidente em Brumadinho: “Fomos os primeiros a chegar e conseguimos salvar pessoas graças ao uso das aeronaves. Depois, os trabalhos de deslocamento de tropas e materiais para as buscas em campo só foi possível pela grande coordenação aérea que foi montada com o apoio da avião de vários estados e da União”.

A operação em Brumadinho, que continua ocorrendo, nos primeiros dias da tragédia chegou a contar com a participação de 31 aeronaves, contabilizando mais de 1.500 horas de voo e a participação de diversos órgãos da aviação de segurança pública do Brasil.

Na solenidade realizada pela Helibras, além do Corpo de Bombeiros Militar de Minas Gerais, também foram homenageados profissionais da Polícia Militar e a Policia Civil de Minas Gerais, o Corpo de Bombeiros Militar do Rio de Janeiro, a Polícia Militar do Espírito Santo, a Polícia Militar do Paraná, Policia Federal, Polícia Rodoviária Federal e a Força Nacional de Segurança Pública.

Aeromédico do Brasil: Brumadinho, a maior operação aérea de emergência já realizada no Brasil

Aeromédico do Brasil – O portal Resgate Aeromédico iniciou uma série de reportagens sobre os protagonistas do aeromédico brasileiro. Com o apoio do Batalhão de Operações Aéreas do Corpo de Bombeiros Militar de Minas Gerais, dessa vez, vamos falar sobre a maior operação aérea de emergência já realizada no Brasil. A Operação Brumadinho.

Por ocasião do rompimento da barragem de Córrego do Feijão da mineradora VALE ocorrido em 25 de janeiro de 2019, que provocou a morte de mais de 300 pessoas, a maior força tarefa já organizada em Minas Gerais foi montada para o resgate de sobreviventes e também para as buscas pelos desaparecidos.

Além dos mais de 1.000 bombeiros, policiais e demais agentes de segurança que atuaram em terra, também foi observada a maior reunião de aeronaves de segurança pública do país, que contou com 5 helicópteros do Corpo de Bombeiros Militar de Minas Gerais e ainda com diversas unidades do país.

Helicópteros de resgate durante buscas por vítimas em Brumadinho, onde uma barragem da mineradora Vale se rompeu.

Ao todo, 31 aeronaves sobrevoaram o local do acidente, sendo 25 pertencentes a órgãos públicos e 6 aeronaves privadas. Sob a doutrina do Sistema de Comando de Operações, houve a atuação harmônica e integrada com o uso de helicópteros dos seguintes órgãos:

  • Marinha do Brasil;
  • Exército Brasileiro;
  • Força Aérea Brasileira;
  • Corpo de Bombeiros Militar de Minas Gerais;
  • Corpo de Bombeiros Militar do Rio de Janeiro;
  • Polícia Civil de Minas Gerais;
  • Polícia Militar de Minas Gerais;
  • Polícia Militar de São Paulo
  • Polícia Militar do Espírito Santo;
  • Polícia Militar do Paraná;
  • Polícia Federal;
  • Polícia Rodoviária Federal;
  • Força Nacional de Segurança Pública;
  • Secretaria de Meio Ambiente de Minas Gerais;
  • IBAMA.

Devido às grandes proporções do desastre de Brumadinho, o uso de aeronaves foi essencial para o desenvolvimento das operações de busca e salvamento. O trabalho com uso de helicópteros foi iniciado pouco depois do rompimento da barragem, no dia 25 de janeiro de 2019. Foram utilizados helicópteros de diversos modelos, dos monoturbinas AS350, EC 130, BELL 407 e JETRANGER, aos biturbinas AS365, EC145 e EC725.

A área atingida representa 10 quilômetros lineares ou 4 milhões de metros quadrados. Isso equivale a 1,6 a área da Lagoa da Pampulha, por exemplo.

Foram realizadas mais de 1.200 missões aéreas até o momento, destacando-se as missões de transporte de equipes de busca e de recuperação de corpos, resultando em mais de 1.516 horas de voo. As operações ainda continuam, com a procura e resgate de corpos. As aeronaves do Corpo de Bombeiros Militar de Minas Gerais ainda prestam apoio à operação. Os Arcanjos voaram mais de 260 horas.

Atuação do 1°GCC em Brumadinho. Foto: Fábio Maciel / DECEA

Área controlada

Para apoio às operações aerotransportadas, a Força Aérea instalou duas unidades de Serviço de Informações Aeronáuticas (AFIS) na região, sendo uma em uma igreja no Córrego do Feijão, local mais próximo da área atingida pelo rompimento, e outra na Faculdade Asa de Brumadinho. A partir dessas unidades era realizada a coordenação das ações de tráfego aéreo. O apoio foi realizado pelo Primeiro Grupo de Comunicações e Controle (1º GCC), unidade subordinada ao Departamento de Controle do Espaço Aéreo (DECEA).

No dia 03 de fevereiro foi registrado o maior número de pousos e decolagens da operação, sendo registradas pela FAB 615 movimentações. Em Brumadinho foram registrados 7.888 pousos e decolagens. Para se ter uma ideia da dimensão da operação, o Aeroporto de Congonhas em São Paulo, segundo aeroporto mais movimentado do país, registrou 223.989 movimentos aéreos em 2017, segundo o DECEA. Esse número representa uma média diária de 613,67 movimentações.

Também no emprego de meios aéreos, essa é a maior operação de busca e salvamento já realizada no país. Além das aeronaves, 1 balão de observação, 1 radar de drones, além de uma estrutura de controle aéreo específico e 7 drones do CBMMG com recursos de imagem termal foram os protagonistas do apoio às operações em terra em Brumadinho, MG.

Helicópteros, a importância do uso das aeronaves em Brumadinho, MG

Bombeiros e policiais do Paraná são homenageados com medalha de mérito por terem trabalhado nas operações de Brumadinho, MG

Paraná – O governador Carlos Massa Ratinho Junior entregou nesta segunda-feira (1º) medalhas de mérito às equipes do Corpo de Bombeiros, Polícia Militar, Polícia Científica e Defesa Civil que ajudaram nas operações de busca e salvamento em Brumadinho, Minas Gerais. O Paraná foi um dos primeiros estados do País a enviar especialistas para a cidade atingida pelo rompimento da barragem de Córrego do Feijão. As ações paranaenses duraram 33 dias.

Foram homenageados 28 bombeiros, quatro integrantes do Batalhão de Operações Aéreas da Polícia Militar (BPMOA), uma perita da Polícia Científica, dois capitães da Defesa Civil e dois cães (Thor e Brida). Eles receberam das mãos do governador Ratinho Junior a honraria destinada a reconhecer civis e militares que tenham se destacado em operações de salvamento de qualquer natureza.

O governo homenageou bombeiros e policiais do Estado pelo apoio aos trabalhos em Brumadinho (MG). Foto: Arnaldo Alves / ANPr.

A medalha tem formato de cruz de malta com o brasão do Grupo de Operações de Socorro Tático (Gost) e significa a valorização da vitória, da generosidade e do vencimento sem sangue.

Ratinho Junior também recebeu uma medalha de mérito das mãos do Comandante do Corpo de Bombeiros, Coronel Samuel Prestes, pela resposta imediata de ajuda ao Estado de Minas Gerais e pelos esforços de manter a corporação estruturada para atender qualquer demanda regional ou nacional.

“É o mínimo que o Estado pode fazer em reconhecimento ao talento, dedicação e bravura dos bombeiros e das equipes, que diante dessa tragédia lamentável se colocaram à disposição para ajudar. A medalha é um gesto de agradecimento aos anos de treinamento e a esse ato de solidariedade”, afirmou o governador. “Vocês representaram o nosso povo e a nossa esperança para salvar o máximo de vidas possível”.

Integração

A ação conjunta contou com as participações fundamentais das coordenações da Defesa Civil, da Polícia Militar, do Corpo de Bombeiros e da Secretaria de Segurança Pública. A missão determinada pelo governador teve como mote o lema dos Bombeiros, de que “por uma vida todo sacrifício é dever”.

A violência do vazamento de lama e rejeitos foi comparada por especialistas que acompanharam a tragédia a um atropelamento de um carro a 70 km/h. O balanço mais recente da Defesa Civil de Minas Gerais aponta 217 mortos, 87 desaparecidos e 395 pessoas localizadas pelas forças conjuntas.

Segundo o Coronel Samuel Prestes, do Corpo de Bombeiros, as equipes do Gost e do 2º Subgrupamento de Bombeiros Independentes, os equipamentos, as aeronaves e os cães do Paraná foram essenciais para a rapidez no resgate às vítimas em Minas Gerais.

“Temos uma tropa treinada de forma a responder quaisquer necessidades. Esse treinamento vem sendo implementado ao longo do tempo, com experiências de magnitude dentro e fora do Estado. E foi consenso entre as equipes que atuaram lá que nossos homens renderam muito por conta dos equipamentos. Agora nossos equipamentos serão a base da formação dos mineiros na equipagem deles”, afirmou.

Prestes também destacou a parceria de longa data com o Batalhão de Operações Aéreas (BPMOA), da Polícia Militar, para buscar vítimas em locais de difícil acesso.

O governo homenageou bombeiros e policiais do Estado pelo apoio aos trabalhos em Brumadinho (MG). Foto: Arnaldo Alves / ANPr.

Sensibilidade

Já o Coronel Péricles de Matos, comandante-geral da PM, destacou a sensibilidade do governo ao agir rapidamente para enviar equipes para Minas Gerais. “O pronto empenho foi crucial para o sucesso da operação, essa integração foi fundamental. Isso reforça os laços de solidariedade e integração entre equipes dos estados. Nossa aeronave, por exemplo, foi crucial nas operações aerotáticas”.

Em campo

As principais ações das tropas paranaenses se concentraram nas buscas ostensivas em campo com as aeronaves e terrestres com os cães, na coleta de dados e integração com as forças locais, e no reconhecimento dos corpos. Foram 17 horas diárias de trabalho.

O capitão Daniel Lorenzetto, comandante do Gost, destacou que se sentiu honrado em representar o Paraná nessa ação, apesar da tragédia. “O que mais marcou, tanto a mim quanto a equipe, foi o espírito de solidariedade, os voluntários, todo o trabalho em conjunto de gestão e de campo. Essa união de esforços foi fundamental”, afirmou.

As equipes do Estado trabalharam em 82 missões de voo e 100 pessoas foram transportadas na aeronave paranaense.

Tranquilizar as famílias

Já a perita Patrícia Doubas Cancelier, da Polícia Científica, também homenageada nesta segunda, disse que a agilidade nos laudos de local de crime e identificação das vítimas ajudaram a tranquilizar as famílias atingidas. “Nós trabalhamos com protocolos da Interpol no Paraná desde 2013. Tudo o que encontramos não foi surpresa porque sabíamos exatamente o que fazer e como contribuir com as equipes locais. Essa integração foi fundamental”, afirmou.

Patrícia também descreveu o que mais a marcou durante a ação em Minas Gerais. “Na primeira vez que desci na zona quente em meio ao mar de lama me deparei com um pedaço de papel escrito ‘se preocupar com o meio ambiente’”, lamentou. “Isso chamou muito a atenção”.

Câmara dos Deputados homenageia vítimas de Brumadinho e bombeiros que trabalharam nas equipes de resgate

EBC e G1

Brasília – Com um plenário lotado de bombeiros militares, a Câmara dos Deputados fez na quinta-feira (14) sessão solene em homenagem às vítimas do rompimento da barragem de rejeitos da Vale, em Brumadinho, na região metropolitana de Belo Horizonte, e aos profissionais de socorro que trabalham nos resgates.

Balanço divulgado na quinta-feira pela Defesa Civil de Minas Gerais aponta 203 mortos, 105 desaparecidos e 395 pessoas localizadas. O rompimento da barragem Mina Córrego do Feijão, da mineradora Vale, gerou um mar de lama com rejeitos de mineração que varreram a zona rural de Brumadinho.

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A sessão solene foi presidida pelo deputado Guilherme Derrite (PP-SP) que vestiu farda para ir à cerimônia. Ao discursar, ele destacou o heroísmo dos militares que atuaram na operação. O líder do governo na Câmara, deputado Major Vitor Hugo (PSL-GO), destacou a atuação de seis bombeiros e seis cães cedidos pelo governo de Goiás para auxiliar na operação de resgate em Brumadinho.

Cerca de 400 militares do Corpo de Bombeiros de 10 estados e do Distrito Federal participaram da solenidade. Uma das homenageadas foi a major do Corpo de Bombeiros de Minas Gerais Karla Lessa, piloto de helicóptero que fez o resgate dramático de uma vítima presa na lama após o rompimento da Barragem 1 da Mina do Córrego do Feijão no dia 25 de janeiro.

“Como bombeira, essa homenagem dá repercussão ao trabalho feito pelo Corpo de Bombeiros. Cotidianamente, nós atendemos a diversas tragédias humanas. Com a repercussão que teve Brumadinho, pela dimensão da tragédia, isso ficou mais latente”, disse.

Karla destacou que os trabalhos dos bombeiros continuam na região afetada e devem durar ainda muito tempo. “Com o passar do tempo, tende a cair no esquecimento o que está acontecendo. Isso aqui é importante para reavivar que os trabalhos continuam”, afirmou. A lama destruiu a área administrativa da mineradora, atingiu comunidades do município mineiro e o Rio Paraopeba.

Para o comandante-geral Corpo de Bombeiros de Minas Gerais, coronel Edgar Estevo Silva, a homenagem do Legislativo é um reconhecimento da sociedade ao trabalho de todos os bombeiros do Brasil.

“É fundamental para que possamos dar visibilidade a todas as instituições brasileiras de que o Corpo de Bombeiros é um exemplo de trabalho dedicado, de empenho, valoroso para toda a população”, enfatizou.

Segundo o comandante-geral, a operação de resgate em Brumadinho foi a maior da história do país e contou com mais de 750 bombeiros de Minas Gerais e 12 equipes de outros estados, além do apoio de 130 homens do exército de Israel.

Comissão externa

A comissão externa da Câmara dos Deputados criada para acompanhar os desdobramentos do rompimento da barragem da Vale voltou a se reunir na quinta-feira à tarde para debater planos de segurança para barragens e planos de ação de emergência

Foram convidados, entre outros, o secretário nacional de Proteção e Defesa Civil, Alexandre Lucas Alves, e o professor titular aposentado do Departamento de Engenharia Estrutural e Construção Civil do Centro de Tecnologia da Universidade Federal do Ceará, Antonio Nunes de Miranda.

Já na primeira sessão, os integrantes da CPI aprovaram a convocação do presidente afastado da Vale, Fábio Schvartsman, e do presidente interino da mineradora, Eduardo Bartolomeo. Não há previsão de quando ocorrerá o depoimento dos dois executivos da companhia. Por se tratar de uma convocação da CPI, ambos serão obrigados a comparecer ao colegiado na data em que forem agendados os depoimentos.

Parceria entre a Secretaria de Saúde e Corpo de Bombeiros Militar de Minas Gerais salva vidas

Ascom SES

Minas Gerais – No dia 25 de janeiro de 2019, às 12h37, a major do Corpo de Bombeiros Militar de Minas Gerais (CBMMG), Karla Lessa Alvarenga Leal, iniciava mais um protocolo de atendimento no Batalhão de Operações Aéreas da Corporação. Quando alçou voo junto com a equipe de atendimento em um helicóptero modelo EC 145 adquirido pela Secretaria de Estado de Saúde de Minas Gerais (SES-MG) partiu rumo a Brumadinho, região metropolitana de Belo Horizonte.

Naquele momento, o Corpo de Bombeiros havia recebido um chamado informando o rompimento de uma barragem em Brumadinho. Às 12h55, a bombeiro e piloto Karla Lessa já sobrevoava a região junto com os outros integrantes da equipe, sendo os primeiros a chegarem no local.

Karla Lessa, que entrou na Corporação com 18 anos de idade, iniciou sua trajetória profissional como cadete, tendo feito quatro anos de curso de Formação de Oficiais. Ela conta que depois desse curso exerceu diversas atividades, até chegar à aviação e se tornar a primeira mulher comandante de helicóptero de bombeiros militar do Brasil.

“Atuei em atendimentos diretos de ocorrências, serviços operacionais, atividades administrativas na secretaria, na companhia escola, no setor de prevenção contra incêndio e pânico e, em 2013, fui transferida para o batalhão de operações aéreas”, detalha a major.

Parceria entre a Secretaria de Saúde de MG e o Corpo de Bombeiros Militar salva vidas. Foto: Marcus Ferreira.

Desde o início deste ano, a major atua também na SES-MG, disponibilizada pelo CBMMG. Na secretaria, ela representa o elo entre as duas instituições para tratar de questões relacionadas ao Suporte Aéreo Avançado de Vidas (SAAV), mas também de outras ações que são comuns, tanto aos Bombeiros, quanto à saúde.

Para ela, a mulher pode ocupar qualquer espaço e exercer qualquer profissão e se tem algum sonho ou meta deve sim trabalhar para alcançá-los. “As mulheres precisam confiar nelas mesmas e, antes de falar que não é possível, é importante tentar fazer. Muitas vezes temos algumas limitações criadas pelo ambiente social e assim acabamos por acreditar que há um limite, mas com dedicação, muito estudo e treinamentos, iremos alcançá-los”, salienta Lessa.

Brumadinho

Naquela sexta-feira, 25 de janeiro, às 12h37, um solicitante entrou em contato com o Corpo de Bombeiros (193) via telefone. Tão logo foi efetuado esse chamado, o copiloto que estava em operação na base e que acompanhava o software de atendimento visualizou a seguinte mensagem na tela do sistema: – “rompimento de barragem”. Karla Lessa conta que nesses casos soa um toque de campainha, indicando possível ocorrência de atendimento.

“Assim que houve o toque da campainha, me desloquei para a sala de operações da unidade. E, enquanto fazia o deslocamento, o copiloto entrou em contato com o solicitante para confirmar o chamado. Tão logo foi confirmado, já iniciei o acionamento e o restante da equipe buscou material necessário e coordenadas geográficas exatas do local, para chegar o mais rápido possível”, narra a major.

Às 12h55, a equipe já realizava sobrevoo no local. Nesse momento, os integrantes foram divididos em dois grupos para tentar resgatar o máximo de vítimas possível. O médico, o enfermeiro e o copiloto ficaram em um campo de futebol próximo ao local. Já a aeronave em que a equipe estava embarcada conseguiu fazer o resgate de duas mulheres com vida, que estavam em meio aos rejeitos, sendo encaminhadas após primeiros atendimentos ao Hospital João XXIII, da Fundação Hospitalar do Estado de Minas Gerais (Fhemig).

Parceria entre a Secretaria de Saúde de MG e o Corpo de Bombeiros Militar salva vidas. Foto: Marcus Ferreira.

Suporte Aéreo Avançado de Vidas

Criado em 2012, por meio do Termo de Cooperação Técnica nº 1964, o SAAV, foi celebrado entre a SES-MG e o CBMMG e um dos seus objetivos é a aquisição de aeronaves de asas fixas e rotativas para a prestação de suporte aeromédico. Fazem parte desse trabalho o: atendimento primário (resgate), atendimento secundário (transporte inter-hospitalar), transporte de órgãos e tecidos para transplantes e apoio à Força Estadual de Saúde em caso de catástrofes no território mineiro.

Atualmente, o Suporte conta com cinco helicópteros que cobrem todo o Estado, sendo três desses da SES-MG e dois do CBMMG. As bases de operação se encontram em Belo Horizonte, Varginha, Montes Claros e Uberaba. O SAAV também conta com um avião alugado, que se encontra na base aérea de Belo Horizonte.

A coordenadora estadual de Urgência e Emergência da SES-MG, Erika de Oliveira Santos, salienta que, adicionalmente, foi celebrado entre a SES-MG e o Corpo de Bombeiros Militar de Minas Gerais um novo termo que fortalece ainda mais a parceria. “Serão adquiridos dois aviões, que estão em processo de pagamento pela SES-MG para prosseguimento à expansão do serviço no estado”, conta.

Além da parte de investimento, é prevista pela SES-MG a manutenção desse serviço de transporte. Sua primeira vigência iniciou-se em 2015 e, até o momento, foi repassado ao CBMMG R$ 20.389.015,04, sendo aditivado em 15/02/19 mais R$ 12.000.000,00 para continuidade do custeio do serviço.

Parceria entre a Secretaria de Saúde de MG e o Corpo de Bombeiros Militar salva vidas. Foto: Marcus Ferreira.

Protocolos

No atendimento pré-hospitalar, normalmente há uma solicitação via telefone 193 ou 192 e há uma regulação e avaliação para a necessidade ou não de envio de aeronave. Somente após essa avaliação, ocorre o empenho da aeronave e o deslocamento para o local.

“Sempre há uma equipe mista, que tripula a aeronave e realiza o atendimento às vitimas graves, sendo composta por bombeiros e profissionais da área de saúde (SAMU)”, explica Karla Lessa.

Já o transporte inter hospitalar acontece via SUS Fácil. O médico assistente responsável pelo paciente entra em contato com a central de regulação, solicita o transporte e envia a solicitação para o batalhão de operações aéreas, que irá avaliar indicação ou não de transporte.

Erika Santos destaca que nos casos em que ocorra necessidade de atendimentos de múltiplas vítimas, incluindo situações de catástrofes com implicações diretas sobre os atendimentos rotineiros na urgência e emergência, são ativados diversos fluxos complementares junto à Rede de Urgência e Emergência (hospitais, UPA, SAMU, UBS, dentre outros). “A logística de organização, nesses casos, é diretamente proporcional a magnitude do evento”, frisa a coordenadora.

Operação Brumadinho – Policiais Rodoviários Federais contam sobre os dias de lama e caos que marcaram suas vidas

Agência PRF

A hora do almoço é uma ótima oportunidade para reunir a família, e a do Alves leva este momento bem a sério. E foi na casa desta família, em um bairro da cidade de Bonito, no Mato Grosso do Sul, que um peixe foi especialmente preparado para o almoço daquela sexta-feira.

Flávio Alves (46), que é policial rodoviário federal há 25 anos, perguntou à filha Flavinha, de apenas 3, como foi o dia na escola. “O dia foi bem legal, normal, papai”, declarou a futura médica. “Pelo menos é o que ela diz pra mim e pra Thaís (mãe)”, diz o pai com ar de riso.

A 330 quilômetros dali, na Base Regional de Operações Aéreas da Polícia Rodoviária Federal (PRF), em Campo Grande, capital sul-mato-grossense, Ênio Aparecido (44) e Maurício Pepino (36), também integrantes da mesma corporação policial, conversavam sobre as novas aeronaves que serão adquiridas dentro do processo de renovação da frota.

“O Koala nos dará melhores meios para fazermos resgates que os 407; estou ansioso para pilotar a máquina”, falava o Ênio para o Maurício, se referindo aos modelos de helicópteros da PRF. Mais longe ainda, estava o policial rodoviário federal José Rossy Jr. (41); no caso, eram mais de 1.400 quilômetros que os separava dos colegas Alves, Ênio e Maurício; ele mora em Porto Alegre. O Rossy, que também é médico, estava almoçando e pensando nos preparativos para a conclusão de sua especialização – psiquiatria.

Neste mesmo horário, em que o Flávio Alves, sua família e o José Rossy almoçavam, milhões de brasileiros faziam o mesmo. Afinal, às 13 horas o estômago ronca mesmo; ninguém é de ferro. Em um refeitório de uma empresa de mineração, cerca de 200 pessoas faziam o mesmo.

Outros funcionários desta mesma mineradora já haviam almoçado e estavam de volta ao trabalho. Ao todo, mais de trezentas pessoas se encontravam nas dependências da Mina do Córrego do Feijão, na região de Brumadinho, em Minas Gerais, pertencente à Vale.

Só que este momento, onde a maioria aproveita para relaxar, brincar com os colegas de trabalho, planejar os momentos de lazer e, claro, matar a fome, foi marcado por um estrondo, seguido por um corre-corre sem rumo e sem que ninguém pudesse ter tempo de entender o que, de fato, estava acontecendo.

Aquele momento era, na verdade, a última refeição na vida daquelas pessoas. Todos eles acabaram engolidos pelo mar de rejeitos vindos da Barragem 1 da mineradora. Tinha início ali a maior tragédia que se abateu sob o nosso país. Até a conclusão desta matéria, 180 corpos haviam sido localizados. Outras 130 pessoas continuam desaparecidas.

O rompimento da barragem de rejeitos de Brumadinho logo ganhou espaço na mídia nacional. Não poderia ser diferente, não é? Há pouco mais de três anos, uma tragédia de proporções menores, nem por isso menos devastadora, foi motivo de lamentação e revolta em todo o país.

Como logo ganhou repercussão viral, o Flávio Alves, piloto de helicóptero; o Ênio Aparecido, também piloto; o Maurício Pepino, operador de equipamentos especiais e o José Rossy ficaram sabendo do fato. Na verdade, não ficaram só sabendo, pensaram de maneira igual; a convocação para trabalhar no resgate de vítimas era quase certa. Não deu outra.

Ainda na sexta-feira, ficaram em estado de Pronto Emprego. Passadas cerca de 44 horas depois do rompimento da barragem, os três primeiros policiais já estavam voando para atuarem em Minas Gerais. Um quarto, Carlos Eduardo Nascimento Silva, que é operador de equipamentos especiais, compôs aquela que seria a primeira equipe da Divisão de Operações Aéreas da PRF a chegar àquele cenário devastado pelos rejeitos da barragem.

A esperança que veio do céu

A Igreja Nossa Senhora das Dores recebe fiéis desde os anos de 1940, quando começou a surgir os primeiros moradores do povoado do Córrego do Feijão. Esta construção da Igreja Católica foi poupada do mar de lamas por conta da sua localização, já que fica em um ponto mais afastado da área da barragem de Brumadinho.

A partir de 25 de janeiro de 2019, ela continuou recebendo as pessoas de portas abertas; mas não eram mais fiéis em busca de paz espiritual. Aquela “Casa de Deus” foi transformada em uma Base de Comando de Operações. Bombeiros, Militares das Forças Armadas, policiais rodoviários federais, médicos, enfermeiros, veterinários e voluntários passaram a habitar aquele lugar.

A manhã do domingo foi o momento em que os quatro policiais rodoviários federais chegaram à região do desastre, embarcados em um helicóptero modelo Bell 407, usado pela PRF para missões de patrulhamento e resgate. A configuração usada nesta situação foi a de resgate, pois a esperança da equipe era que poderia encontrar vítimas vivas na região.

Assim que chegaram na base, os quatro integrantes se puseram sob a coordenação do Corpo de Bombeiros Militar de Minas Gerais. O espaço aéreo estava sob o controle da Força Aérea Brasileira (FAB).

Um cenário assustador

Antes mesmo de chegar à Igreja de Nossa Senhora das Dores, ainda durante o voo de deslocamento, a tripulação da aeronave da PRF percebeu a real dimensão da tragédia. Assim que eles passaram pelo município de Brumadinho, alcançaram a foz do Córrego do Feijão, onde nasce no Rio Paraopebas.

As águas do rio e do córrego estavam tomadas por lama. “Eu tentei buscar uma palavra para sintetizar aquele cenário. Tragédia, desastre, destruição ou devastação não conseguiam traduzir aquilo que eu via. Só uma frase se aproximava da sensação que senti naquele momento: o Inferno de Dante se abateu sobre os inocentes”, descreveu emocionado o piloto Ênio, que está na PRF há 20 anos.

Não muito diferentes foram as impressões do Maurício Pepino. A primeira sensação descrita por ele foi a de que a área afetada era muito maior do que ele imaginava. “Eu passei por tantas e tantas situações ao longo da minha carreira, me deparei com coisas impressionantes, mas o que vi lá foi um cenário apocalíptico”, relatou o tripulante.

O Maurício falou sobre o efeito que o rompimento da barragem causou na área afetada. Ele fez uma analogia com o ato de barbear o rosto. “A barragem tinha uns 150 metros de altura. E toda aquela terra, junto com a água, desceram destruindo a mata e tudo o mais como se fosse um barbeador deixando o rosto limpo, sem barba”, lembrou o policial.

O coordenador da equipe, Flávio Alves, que exerce a função de piloto, tem uma larga experiência em operações em regiões de catástrofes. Ele atuou no deslizamento do Morro do Baú, ocorrido no estado de Santa Catarina, em 2008, além de ter trabalhado também nas enchentes que afetaram diversos municípios alagoanos em 2010. Alves disse que a situação em Brumadinho foi completamente diferente das outras. “O que vimos ali foram imagens que ficarão marcadas para sempre em nossas memórias”, frisou.

Lama e cheiro de morte

No início, os trabalhos da equipe eram destinados a realizar buscas de possíveis sobreviventes. Nenhum foi encontrado. Durante os sobrevoos, a tripulação observava se havia pessoas em busca de socorro. Com a ausência de vidas, eles passaram a identificar corpos e iam marcando com tubos de PVC coloridos os pontos onde os mesmos eram vistos, para facilitar a visualização e, ao mesmo tempo, registravam as coordenadas para que pudessem retornar com os bombeiros, que faziam o recolhimento dos cadáveres.

Lama e caos marcaram as vidas dos Policiais Rodoviários Federais que trabalharam em Brumadinho, MG

O que muito impressionou os policiais foi que apenas um corpo inteiro foi encontrado. Por conta da forma como foram atingidos, engolidos por lama contendo objetos metálicos, concreto e madeira, os corpos acabavam sendo destroçados.

Como o helicóptero empregado na missão pela PRF era o de maior porte, ele foi bastante útil para levar para os locais onde os bombeiros trabalhavam diversos equipamentos, tais como: motobombas, motosserras, bombas estacionárias, desencarceradores, mangueiras, cordas e qualquer outro tipo de aparato utilizado nos resgates ou extrações de vítimas.

Vários voos foram feitos para levar os bombeiros para os pontos onde haviam sido encontrados corpos, assim como, para trazê-los de volta ao centro de comando da operação.

O número de missões deste tipo foi crescendo a cada dia. O total de acionamentos, como são chamados os deslocamentos para cada missão, chegou a 20 por dia. “Nós éramos demandados o tempo todo, desde as 6 da manhã até o pôr do sol. Simplesmente, esquecíamos o cansaço. O desejo de colaborar, de encontrar alguém, de dar uma esperança para os familiares das vítimas fazia com que esquecêssemos as grandes adversidades”, pontuou o operador de equipamentos especiais Pepino.

E como não bastasse o cenário desolador, o mau cheiro logo começou a fazer parte da rotina. Eram os corpos em decomposição denunciando ainda mais a tragédia. Pepino falou que, no início das ações toda a tripulação usava máscaras para amenizar a sensação angustiante que aquele odor, vindo dos corpos, marcava o território devastado.

No entanto, depois de virem os bombeiros em uma situação muito mais adversa, mergulhados na lama, movidos pela mais profunda esperança de encontrar os restos mortais das vítimas, sem máscaras e vibrando quando conseguiam resgatar algum corpo, toda a tripulação da PRF abriu mão do equipamento.

Era a solidariedade se fazendo presente cada vez mais forte. “Tragam o meu pai e a minha mãe de volta, por favor”; “Meu irmão está lá. Ele se chama Luís”, clamavam alguns moradores à equipe pelos seus familiares, que insistiam em não mais voltar pra casa. Ouvindo palavras tão angustiantes assim, todos os integrantes da missão de Brumadinho renovavam as forças para continuar.

Além da busca por pessoas

O Córrego do Feijão tinha pessoas, casas, pousadas, animais, uma vegetação exuberante, e o principal, vidas. Durante os sobrevoos foram encontrados diversos animais ainda vivos naquela área tomada pela lama.

Uns poucos encontravam-se livres desta mesma lama; mesmo assim, ilhados. Outros tantos, atolados; aguardando a morte chegar. Eram, principalmente, cães, cavalos, bois e vacas. Logo que esta realidade foi percebida, as ações de resgate destes animais tiveram início.

As tripulações da PRF sempre voavam com médicos veterinários, que eram os responsáveis pelo atendimento dos bichos. Para tratar e resgatar os de grande porte, eram usados dardos com sedativos para garantir a operação. Após os primeiros socorros, os animais eram içados do local e conduzidos até a base, pois o campo de futebol ao lado da igreja era usado como heliponto e área de recebimento dos bichos.

Quando o atendimento e retirada não podia ser feito de maneira imediata, a tripulação alimentava e hidratava os animais para que estes reunissem forças até o seu resgate. Os veterinários medicavam aqueles que estavam feridos; foram muitos. Em um momento oportuno, estes eram retirados daquele inferno.

O policial rodoviário federal é preparado para preservar vidas, seja evitando um acidente nas rodovias federais brasileiras, seja prestando os primeiros socorros e resgatando uma vítima. Só que em três momentos em Brumadinho os tripulantes tiveram que encarar uma situação que vai de encontro ao juramento prestado em sua formatura; o sacrifício de vidas. Seguindo todo o protocolo para casos como estes, os médicos veterinários se depararam com dois bovinos e um equino atolados e extremamente debilitados.

Os técnicos avaliaram o estado de saúde dos animais e constataram alto grau de debilidade e diversas fraturas; enfim, estavam agonizando. Nada poderia ser feito para que aquelas vidas fossem salvas. Restou o sacrifício.

Lama e caos marcaram as vidas dos Policiais Rodoviários Federais que trabalharam em Brumadinho, MG

Mente sã, corpo são

Os policiais rodoviários federais que fizeram parte da força-tarefa em Brumadinho permaneceram duas semanas na região. Alves, Ênio, Pepino e Nascimento chegaram logo no domingo (27), e ficaram até o final da missão.

Mas, só no final da primeira semana é que outros quatro tripulantes se apresentaram para o trabalho na base. Foram os policiais Lisandro Martinelli, Wagner Braga, Amauri Bonoto e Evandro Besson. Foi quando tornou-se possível à primeira equipe ter algumas horas a mais de descanso.

“O nosso primeiro almoço, à mesa, só aconteceu na quinta-feira. Até lá, nós comíamos lanches, e normalmente embarcados na aeronave”, disse, com ar de alívio, o piloto Alves.

As inúmeras missões produziram, necessariamente, corpos e mentes extenuados. O ambiente, pelo fato de ter se transformado em um terrível cenário de morte, conduz qualquer pessoa a um estado depressivo.

Mais do que o cansaço físico, o cansaço mental poderia ser muito mais comprometedor para o bom desempenho da missão. Quando você está embarcado em uma aeronave, ora voando, ora pairando sobre pessoas e coisas, as responsabilidades se multiplicam. Nenhum novo acidente seria permitido; não haveria espaço na cabeça de ninguém para o surgimento de mais vítimas.

E foi assim que entrou em cena o José Rossy, policial que fez uso dos seus conhecimentos como médico psiquiatra. Ele partiu de Porto Alegre para fazer uma análise dos possíveis efeitos que aquela situação de estresse e trauma poderia estar exercendo na cabeça da equipe da Divisão de Operações Aéreas da PRF. O desempenho, concentração e o que eles estavam emocionalmente absorvendo eram as principais preocupações do Rossy.

Os integrantes foram analisados em grupo e individualmente. “Eles chegaram na fase mais crítica do processo, e por isso eu busquei possíveis desajustes na saúde mental, emocional e física de cada um deles”, lembrou o psiquiatra.

O Rossy destacou que os efeitos traumáticos de uma vivência como esta podem surgir dias ou meses depois. “Há, às vezes, um efeito retardado e que só aparece tempos depois da vivência do fato. São síndromes ou transtornos conhecidos no campo da psiquiatria como Transtornos de Estresse Pós Trauma (TEPT). Por isso, farei um acompanhamento de todos os colegas ao longo dos próximos meses”, frisou o especialista.

Lama e caos marcaram as vidas dos Policiais Rodoviários Federais que trabalharam em Brumadinho, MG

Uma sensação que ficou algo para trás

Uma coisa que se estabeleceu nos pensamentos dos integrantes da missão foi a sensação de pequenez. O ser humano é algo muito pequeno, vulnerável, ínfimo. Diante de uma visão tão aterradora e marcante, a tragédia de Brumadinho trouxe vários ensinamentos para as vidas feridas dos sobreviventes e, em especial, para todos os profissionais que trabalharam na região. Marcas indeléveis foram impostas às memórias daqueles que lá estiveram.

“É impossível voltar de lá a mesma pessoa. Fomos úteis, mas somos insignificantes diante do todo”, refletiu Flávio Alves. A equipe partiu de Brumadinho com a certeza do dever cumprido. Todos os esforços foram dedicados àqueles que perderam a vida de maneira tão cruel e dramática.

As demonstrações de abnegação, doação e profissionalismo ficaram mais que evidentes quando olhamos para o empenho dos policiais rodoviários federais, bombeiros militares, médicos, integrantes das Forças Armadas, enfermeiros, veterinários, além de todos os voluntários que partiram para a região, unidos por um ideal; levar o mínimo de conforto aos familiares de todas as vítimas do rompimento da Barragem de Brumadinho.

“Em 20 anos na PRF, depois de passar por tantas situações impostas pela carreira, pela primeira vez saí de uma delas com a sensação de que ficou algo para trás”, finalizou Ênio Aparecido, em uma frase que certamente condensou a impressão de todos aqueles que trabalharam no mais profundo Inferno de Dante.

Bombeiros que atuaram em Brumadinho contam como foram os dias de operações

Por Raquel Freitas e Fernanda Rodrigues, G1 Minas

Minas Gerais – O relógio marcava 12h37 quando a campainha soou, no dia 25 de janeiro, no Batalhão de Operações Aéreas (BOA), na Região da Pampulha, em Belo Horizonte, indicando um novo chamado para o Corpo de Bombeiros. Nove minutos antes, a barragem 1, localizada na Mina Córrego do Feijão, da Vale, em Brumadinho, havia se rompido, liberando um “tsunami de lama”.

Ao toque do alerta, a major Karla Lessa interrompeu o almoço, iniciando sua participação na maior operação em que atuaria em 18 anos de corporação. “O solicitante estava chorando e informou que muitas coisas haviam sido levadas pela lama. Imediatamente, eu me dirigi para a aeronave já para iniciar o acionamento e, de forma concomitante, o restante da equipe (…) já foi pegando material que seria necessário para utilizar, coordenadas geográficas, informações mais precisas sobre o local do suposto rompimento de barragem”, relembra.

A major diz que, às 12h53, já sobrevoava Brumadinho e, ao ver de perto a área solapada pelo “mar de lama”, começava a ter uma dimensão mais exata da tragédia, que deixou mais de 300 vítimas, entre mortos e desaparecidos.

Em um campo de futebol no Córrego Feijão, ao lado de uma igreja que se tornaria uma das bases da operação por cerca de 25 dias, a major desembarcou um médico, um enfermeiro e o copiloto. Novamente, ela levantou voo e seguiu testemunhando a destruição provocada pelo colapso da barragem.

As primeiras sobreviventes que chegaram ao maior pronto-socorro do estado foram transportadas no helicóptero pilotado pela major. Em uma operação extremamente delicada e com a aeronave quase tocando a lama, os militares da aeronave Arcanjo 04 conseguiram salvar a jovem Talita Cristina de Oliveira, de 15 anos, que se afogava naquela vastidão de lama.

A adolescente foi deixada no campinho para que recebesse os primeiros cuidados médicos, e a oficial alçou voo para resgatar Paloma Prates da Cunha, de 22 anos, que havia acabado de ser retirada da lama por um funcionário da Vale.

Rompimento de barragem em Brumadinho — Foto: Douglas Magno / AFP

Neste momento, os militares precisavam tomar uma decisão que significaria lutar pela vida das duas sobreviventes ou tentar salvar outras pessoas. “Eu não tinha autonomia [de voo] para fazer mais resgates e depois levá-las para o hospital. Então, precisava ser decidido. Dependendo do estado de saúde das duas, teria que escolher: ou tentar resgatar mais pessoas ou levá-las de imediato para o Hospital João XXIII”, diz. Por causa da gravidade dos casos, optou-se pela segunda hipótese.

Início da ‘Megaoperação’

O relato da major sobre o que tinha visto em Brumadinho foi fundamental para que a megaoperação começasse a ser desenhada. Ela conta que, no pronto-socorro, o diretor da unidade aguardava a equipe do Arcanjo 04 para decidir se o plano de catástrofe do hospital deveria ou não ser acionado.

“Quando eu cheguei na Pampulha, após entregá-las [Talita e Paloma] aos cuidados do João XXIII, para abastecer, algumas autoridades já me aguardavam para ter informações com relação ao que eu tinha visto e para tomar decisões sobre o futuro da missão, o que seria necessário de mobilização do estado. Então aqui [na Pampulha], já estavam o vice-governador, o comandante-geral dos Bombeiros, o comandante-geral da Polícia Militar, o secretário de Segurança Pública e outras autoridades”, afirma.

Campinho no Córrego do Feijão foi transformado em local de pouso de helicópteros — Foto: Washington Alves/Reuters.

Nos segundo e terceiro dia das operações, a major participou da coordenação das atividades aéreas. O campinho ao lado da igreja se transformou em ponto de pouso dos diversos helicópteros que se mobilizavam nas buscas.

Durante as duas semanas em que dedicou os dias de trabalho exclusivamente à operação em Brumadinho, tentar reduzir a dor dos parentes das vítimas era o que motivava a major a cada jornada exaustiva.

“Poder minimizar o sofrimento de tantas pessoas que ainda aguardam respostas, informações com relação aos seus entes queridos. Muitos dos voluntários, por exemplo, perderam alguém e estão lá ajudando os bombeiros, limpando o chão, fornecendo comida. São inúmeras cartinhas que a gente tem recebido, pessoas que nos cumprimentam e dão força para continuar. Então, isso tudo motiva e dá força para continuar a operação até o momento em que a gente conseguir ou encontrar todas as vítimas que ainda estão desaparecidas”, diz.

Casal de bombeiros de MG relata dias de resgate em Brumadinho

Trabalhar em um mar de lama era um cenário que o casal Kênia Oliveira Rosa e Deusdet Moreira de Souza não tinha imaginado ao longo dos anos de carreira no Corpo de Bombeiros. “Acho que ninguém imaginou que fosse acontecer algo tão chocante”. Ela, cabo do 1º pelotão da 2ª Cia dos Bombeiros de Lavras (MG). Ele, sargento do Batalhão de Operações Aéreas da base em Varginha (MG). Juntos há oito anos, dividiram a experiência de trabalhar no resgate das vítimas do rompimento da barragem em Brumadinho (MG).

Sargento dos bombeiros de Lavras trabalhou no suporte aéreo — Foto: Corpo de Bombeiros/Divulgação

Viagem a Brumadinho

“No sábado, eu tinha ligado pro Capitão Sílvio pra ser voluntária. Fiquei sabendo pelos meus colegas que quem tinha feito um curso preparatório, que só alguns bombeiros fazem, poderia fazer parte. Logo me prontifiquei”, explicou Kenia.

O marido, sargento Deusdet, que também fez o curso, foi o primeiro a ir. Ele atua como tripulante operacional da Base dos Arcanjos em Varginha. Deusdet partiu com o grupo de Varginha no dia 28 de janeiro, com retorno no dia 4 de fevereiro.

Na mina do Córrego do Feijão, onde ficava a barragem da Vale, Deusdet tinha como função transportar equipes pelo helicóptero, além de equipamentos e cães, ajudar na retirada de corpos, sobrevoar os pontos com autoridades, entre outras atividades.

Cabo Kênia Oliveira Rosa viajou a Brumadinho (MG) para trabalhar no resgate às vítimas — Foto: Arquivo Pessoal

“Naquela semana, quase toda operação dependia dos helicópteros para acessar os locais. Por isso, chegou a ter quase 20 helicópteros operando nos primeiros 10 dias após o desastre”, explicou o sargento.

Com o retorno de Deusdet, foi a vez da segunda equipe, com a cabo Kenia, que chegou no dia 7 de fevereiro a Brumadinho. Como parte do setor operacional dos bombeiros, ela trabalhou no solo, na chamada zona quente. A função era ajudar na varredura atrás de vestígios, edificações, corpos e segmentos.

“Trabalhei na área alagada e na mais seca. Quando chegou o maquinário na área alagada, a gente foi deslocado. Todas as atividades que os outros fizeram, eu estava fazendo também”.

Sargento Deusdet, de uniforme laranja, participou de trabalhos em Brumadinho (MG) — Foto: Corpo de Bombeiros

Primeiras impressões

A força da lama, vista do alto dos helicópteros, impressionou Deusdet assim que viu os primeiros pontos atingidos. “A proporção do estrago, a força da lama retorceu até uma locomotiva e arrancou o pontilhão da linha férrea. Muitas das vítimas nem viram como morreram”, lamenta.

Kenia também relata o choque ao ver a dimensão da tragédia na mina do Córrego do Feijão, em Brumadinho. “Como o Deusdet foi antes, ele tinha reportado pra mim que estava bem pior do que parecia. Ele ficou assustado. Eu cheguei lá foi a mesma coisa, mesma sensação que ele teve”, comenta.

O forte cheiro na segunda semana de buscas chamou atenção de Kenia. Pela frente, tudo o que viu estava destruído.

“A primeira impressão é que o estrago é muito maior do que a mídia passava pra gente. Já tinha visto pela TV que o estrago tinha sido grande. Mas chegando lá, ver o impacto ao vivo e a cores, é muito maior”.

Proporção dos estragos impressionou sargento dos bombeiros que trabalhou em Brumadinho (MG) — Foto: André Penner/AP

Trabalho exaustivo

O trabalho muitas vezes ultrapassava as 14 horas diárias. Deusdet começava às 5h30, com reunião entre as equipes. Ao longo do dia, decolagens, buscas e pousos. À noite, era hora da limpeza e do preparo das aeronaves e uniformes para o dia seguinte. O sargento diz que o cansaço físico na linha de frente era grande e que se juntava ao desgaste mental ao longo do dia.

Já Kenia conta que, apesar do cansaço físico, era difícil entender a hora de parar. “Quando a segunda equipe iria atender, após meus sete dias, eu fui voluntária pra continuar, porque eu não tinha noção do meu cansaço. Quando eu cheguei a Lavras, o primeiro dia eu ainda estava com a adrenalina. Só depois eu senti o cansaço”, conta.

Força e contato com a comunidade

Lidar com família das vítimas e com quem viveu de perto a tragédia trazia um peso maior ainda ao trabalho dos bombeiros.

“A atividade lá era pesada, desgastante, mas no final não tem como não se envolver. Tinha alguns trabalhadores da Vale com o maquinário, auxiliando a gente. Eles contavam as histórias deles. Você acaba tendo um envolvimento emocional muito grande”, diz Kenia
A cabo dos bombeiros não chegou a ter contato direto com vítimas. “Tinha dias que ficávamos frustrados por não encontrarmos ninguém. Fomos lá com a missão de trazer conforto aos familiares e amigos das vítimas”.

Cabo Kenia, do Corpo de Bombeiros de Lavras (MG) trabalhou em Brumadinho (MG) — Foto: Sargento Alcântara/Corpo de Bombeiros

Em uma troca de papéis, muitas vezes, era a comunidade que dava o conforto aos bombeiros. Kenia, como centenas de militares que trabalharam nas operações de resgate em Brumadinho, recebeu cartas escritas pelas crianças daquela região.

Nos recados, entregues sempre ao final de um dia de trabalho, mensagens simples e desenhos feitos para motivar o trabalho dos bombeiros. “Ficávamos muito comovidos. Cada uma mais linda e tocante que a outra. Ficávamos emotivos e nos dava mais ânimo e garra para o dia seguinte”.

De volta à rotina dos trabalhos no Sul de Minas, a cabo Kenia acredita que ter feito parte da maior operação de resgate da história do país trouxe muitas lições. “Foi um marco na vida de muitas pessoas, não só as que estavam envolvidas diretamente no resgate. Apesar de triste, foi bonito pra ver a solidariedade das pessoas. Bombeiros de outros estados, gente que dava o sangue. Teve uma interação muito boa”, ressalta.

“Na minha chegada lá, no planejamento, duas menininhas lindas vieram, perguntaram se podiam me dar um abraço. Eu guardo esse abraço até hoje”.

Cabo Kenia, do Corpo de Bombeiros de Lavras (MG), recebeu carta em trabalho em Brumadinho (MG) — Foto: Arquivo Pessoal

Aeronaves e militares das Forças Armadas apoiam as buscas e resgates na cidade de Brumadinho, MG

Minas Gerais – O 2° Esquadrão de Helicópteros de Emprego Geral (HU-2) da Marinha do Brasil apoia as operações em Brumadinho com a aeronave UH-15 N-7202 (H225M) e militares do Grupo de Busca e Salvamento (GSAR) do Centro de Instrução e Adestramento Aeronaval Almirante José Maria do Amaral Oliveira (CIAAN), além de equipamentos.

A aeronave ficou sediada na cidade de Belo Horizonte – MG e o seu emprego principal foi a operação de busca e resgate na cidade de Brumadinho – MG. Dentre as operações desenvolvidas, destacam-se o transporte de material, infiltrações e retiradas de militares do Corpo de Bombeiros de Minas Gerais, assim como de militares Israelenses.

A equipe utilizou durante as buscas o imageador aéreo Forward Looking Infra-Red (FLIR), comprovando a capacidade do emprego do equipamento em apoio às ações de busca naquele ambiente operacional.

Ações da Força Aérea e Exército

Por sua vez, a Força Aérea Brasileira (FAB), além de realizar o controle dos voos na região, emprega duas aeronaves H-36 Caracal. Mais de quarenta militares da FAB participam da missão. Além do controle de tráfego aéreo, as aeronaves realizam transporte de técnicos e bombeiros militares que estão atuando nas buscas pelos desaparecidos.

O Chefe do Centro de Operações Aéreas em Brumadinho, Major Leonardo André Haberfeld Maia, destacou que todos os órgãos estão empenhados na missão. “A integração entre Exército, Marinha e Força Aérea está muito sinérgica, provendo a capacidade operacional excepcional, como por exemplo, a exfiltração e infiltração de militares em curto tempo, na área de operação”, relatou.

O Comando Militar do Leste, por intermédio da 4ª Região Militar, sediada em Belo Horizonte (MG), também participou com o apoio logístico aos militares israelenses que participaram dos trabalhos de busca e salvamento. Foram utilizados cinco helicópteros da Aviação do Exército, alojamento, alimentação, apoio veterinário para cães farejadores, transporte e acondicionamento de equipamentos.

Tripulações do Águia, policiais civis e bombeiros que atuaram em Brumadinho são homenageados em São Paulo

São Paulo – Nesta segunda-feira (11) aconteceu cerimônia de homenagem aos policiais e bombeiros paulistas que auxiliaram nas buscas e identificação de vítimas da tragédia de Brumadinho, MG. Nesse evento também aconteceu a primeira entrega de certificados de “Policial Nota 10” para dez policiais militares, oito civis e dois técnico-científicos. A iniciativa tem o objetivo de reconhecer e estimular o bom o trabalho dos policiais e foi instituído no dia 29 de janeiro deste ano, por meio da Resolução Nº 8 da SSP.

Brumadinho

Durante a cerimônia foi entre a Medalha da Defesa Civil ao Comando de Bombeiros Metropolitano (CBM), ao Comando de Aviação da Polícia Militar (CAv PM) e a Polícia Científica pela atuação na ocorrência de Brumadinho/MG.

No dia 29 de janeiro, a primeira tropa paulista composta com 54 policiais militares, sendo 44 bombeiros, dois cães farejadores e 10 homens do Comando de Aviação da PM, seguiu para Minas Gerais.

Dois dias depois, uma equipe com 7 policiais técnico-científicos embarcou para região metropolitana de Belo Horizonte. Outras duas turmas de militares rumaram para Brumadinho, sendo a última no dia 6 de fevereiro.

A tropa paulista contou com o apoio de dois helicópteros, 12 viaturas, drones, um caminhão com material operacional, 400 kits de identificação de DNA e todo equipamento necessário para os trabalhos na região.

FAB gerenciou mais de 4.200 movimentações aéreas na operação de busca às vítimas em Brumadinho, MG

Agência Força Aérea

Minas Gerais – A atuação da Força Aérea Brasileira (FAB) em apoio à operação de buscas às vítimas do desastre em Brumadinho (MG) permanece intensa. O trabalho de resgate entrou no 12º dia nesta terça-feira (05/02). Até hoje, foram gerenciados cerca de 20 voos simultâneos, contabilizando mais de 4.200 movimentos aéreos, envolvendo mais de 60 militares na missão.

A estrutura montada em prol do gerenciamento do tráfego aéreo na região está sob a coordenação do Primeiro Grupo de Comunicações e Controle (1º GCC), unidade subordinada ao Departamento de Controle do Espaço Aéreo (DECEA), que tem dado suporte e garantido a segurança das aeronaves envolvidas na operação de resgate.

FAB na operação de busca às vítimas em Brumadinho. Foto: FAB

Foi montada uma unidade de Serviço de Informações Aeronáuticas (AFIS) – conhecida como estação-rádio – no terreno de uma igreja no Córrego do Feijão, local mais próximo da área do desastre. Um Centro de Comando e Controle também foi implantado na Faculdade Asa para coordenar as ações de tráfego aéreo.

“São dois pontos distintos e a coordenada central entre eles engloba 9 milhas, em um raio de 16 quilômetros”, explica o Chefe da Divisão de Operações do 1º GCC e Chefe do Centro de Operações Aéreas em Brumadinho, Major Aviador Leonardo André Haberfeld Maia.

A estrutura da FAB conta com geradores, antenas para enlace de dados via satélite, computadores interligados em rede e sistemas de comunicação VHF, UHF e HF. Esse suporte na comunicação entre as aeronaves está sendo executado pelos militares do 1º GCC e do Primeiro Centro Integrado de Defesa Aérea e Controle de Tráfego Aéreo (CINDACTA I).

“Além da coordenação do tráfego aéreo envolvendo a segurança e a fluidez dos movimentos aéreos, a FAB está atuando para que o espaço aéreo da região fique restrito apenas a essas aeronaves, não sendo autorizados os voos com drones”, esclarece o Adjunto do Centro de Operações Aéreas em Brumadinho, Capitão Aviador Bruno Olimpio de Morais Strafacci.

Interação

A integração entre as Forças Armadas e os órgãos públicos tem sido o grande diferencial da operação em Brumadinho. De acordo com o Major Haberfeld, todos os órgãos estão engajados na missão. “A interação está muito sinérgica, provendo uma pronta resposta à capacidade operacional, como a exfiltração e a infiltração de militares em curto tempo na área da operação”, explica o major.

O comandante da aeronave do Corpo de Bombeiros Militar de Minas Gerais (CBMMG), Tenente-Coronel Farley Rocha Soares, compartilha da mesma opinião. “Essa integração está sendo muito positiva, se não fosse a atuação da Força Aérea Brasileira, no controle e monitoramento, não atingiríamos a excelência”, avalia.

A mobilização dos profissionais envolvidos no trabalho de resgate da tragédia em Brumadinho revela o lado solidário de quem se dedica à missão de salvar vidas. “Estamos envidando esforços para atender a uma situação tão difícil como essa. É importante ser útil para a sociedade”, revela o Tenente Aviador Airton Camara de Medeiros Júnior, piloto do Esquadrão Puma (3º/8º GAv).

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Piloto de helicóptero do Corpo de Bombeiros do RJ fala sobre abnegação e solidariedade nas operações de busca e salvamento em Brumadinho, MG

O tenente-coronel do Corpo de Bombeiros do Rio de Janeiro e comandante do Grupamento de Operações Aéreas (GOA), Rammon Dias Pereira, fez um relato em sua rede social sobre participação nas operações de busca e salvamento das vítimas do acidente na barragem de Brumadinho, MG.

Rammon é piloto de helicóptero do Corpo de Bombeiros e foi a primeira aeronave de outro Estado a deslocar-se para Minas Gerais para apoiar as operações.  Além do helicóptero, nove viaturas e três cães farejadores auxiliaram as buscas por vítimas do rompimento da barragem.

Duas equipes, de 40 militares cada, seguiram no sábado (26) e se revezaram nos trabalhos durante 10 dias. Durante o período que ficou em Brumadinho, voaram 45 horas e realizaram 90 missões. Foram salvamentos, evacuações aeromédicas, retirada de corpos e de animais, transporte de tropa e de material.

Na manhã de quarta-feria (06) a equipe de bombeiros que estiveram no apoio às operações de busca e salvamento em Brumadinho receberam das mãos do Governador do Rio de Janeiro, Wilson Witzel, a Medalha do Mérito Força e Coragem.

Bombeiros do RJ que participaram de trabalhos de resgate em Brumadinho são homenageados. Foto: CBMERJ.

Com um nó na garganta, Rammon falou em sua rede social sobre solidariedade e abnegação:

Confesso que ao iniciar esse relato sinto a garganta embargar e uma imensa vontade de chorar. No mês em que completo 24 anos de carreira como Bombeiro-Militar e 18 anos como Piloto de Helicóptero, nunca vivi nada igual ao que passei em Brumadinho. Em todo este tempo tive a oportunidade de viver experiências fantásticas, conhecer lugares e pessoas, mas indubitavelmente nenhuma se comparou ao que vivi nos últimos 07 dias.

Brumadinho me fez realizar muitas reflexões; passar dias retirando corpos sujos de lama e barro, me fez enxergar que a vida é somente uma curta passagem e a nossa existência é maior que isso aqui, por isso temos que fazer valer a pena!

Brumadinho me fez descobrir o quão bom pode ser o homem quando resolve dar o melhor de si. O nosso CBMERJ é gigante, nossos bombeiros de terra ou do ar, foram incansáveis na busca das pessoas em meio àquele ambiente insalubre e extremamente perigoso. Mesmo sob a possibilidade de rompimento da segunda barragem, o que nos colocaria em risco de morte, nenhum militar sequer cogitou abandonar a missão de devolver às famílias seus entes queridos para que pudessem se despedir com dignidade.

Brumadinho demonstrou que homens e mulheres do Grupamento de Operações Aéreas, são abnegados na arte de resgatar, deram tudo de si e mais o “chivunk”, foram 45 horas voadas e 90 missões executadas, em condições de voo totalmente extremas nos aspectos físicos, técnicos e psicológicos.

Brumadinho mostrou o quão acolhedor e carinhoso são os mineiros. Muitas pessoas que conheci perderam familiares e amigos, e mesmo com a dor do luto faziam questão de nos proporcionar um belo sorriso com palavras de força e agradecimento. Preocupavam-se com absolutamente tudo para nos dar bem-estar. Por diversas vezes os vi fazendo orações em prol de nossa segurança e saúde. Rogo a Deus que os abençoe e conforte suas dores.

Por fim, quero agradecer muito a todos conhecidos e desconhecidos, pelas milhares de mensagens diárias de carinho, força e fé; isso faz uma diferença enorme na nossa energia. Obrigado, esse é o combustível que a gente precisa pra continuar lutando.

  • Chivunk é uma expressão onde um militar passa o sentimento de “garra” para outro em situação de extremo desgaste para que este cumpra seu objetivo e consiga chegar ao final.

Imagem dos bombeiros do Rio de Janeiro em Brumadinho e um cartinha recebida com a seguinte mensagem: Bombeiros, queríamos dizer obrigado pelo trabalho de vocês! Não desistam! Estamos todos com vocês!

Corpo de Bombeiros do Maranhão continua nas operações de buscas em Brumadinho, MG

Governo do Maranhão

Minas Gerais – Cerca de 250 bombeiros de vários estados do país, incluindo o Maranhão, trabalham nas buscas por vítimas do desastre de Brumadinho. Segundo autoridades locais, após completar uma semana do rompimento da barragem da Vale, a operação de resgate entrou em uma nova fase e não tem data para acabar. Nessa etapa, além da procura manual, alguns modernos equipamentos de “corte” são utilizados para acessar o interior de containers e estruturas de metal encontradas em meio a lama.

Corpo de Bombeiros do Maranhão continua na operação de resgate em Brumadinho, MG

Um dia após a tragédia, o governador do Maranhão, Flávio Dino, autorizou o envio de sete bombeiros do Maranhão especializados em ocorrências de grande vulto e buscas e resgates em estruturas colapsadas (BREC).

Desde o dia 27 de janeiro, o major Patrício, o major Nilson, o sargento Max, o tenente Nunes, o tenente Elenilton, o soldado M. Serra e o soldado W. Neves passaram a compor a força tarefa de apoio aos bombeiros mineiros e em solidariedade aos familiares das vítimas em Brumadinho.

Ao longo dos dias de trabalhos intensos, os bombeiros maranhenses descreveram um cenário de destruição, mas repleto de um sentimento de muita solidariedade entre todos que estão na cidade. “A área devastada pela avalanche de lama é muito grande, mas mesmo com o imenso cansaço, estamos trabalhando com o maior empenho, porque a vontade de dar uma resposta aos familiares é maior”, disse o tenente Nunes, bombeiro do Maranhão na missão Brumadinho.

“Aqui a comoção humana prevalece acima de tudo, a gente percebe que independente rendimento financeiro, independente categoria funcional, todo mundo aqui quer ajudar”, declarou o tenente Nunes.

Bombeiros do Maranhão em atividade. (Foto: Divulgação)

A dificuldade de deslocamento e a cautela no solo instável diminuem a velocidade das buscas, aeronaves e veículos anfíbios estão sendo usados para melhorar a eficiência da procura de corpos. Ao longo da semana, a área do refeitório da Vale, local onde muitas pessoas estavam concentradas, começou a ser escavada.

Mesmo diante de muito trabalho, a humanização dos bombeiros promoveu diversas homenagens às vítimas. A mais marcante delas aconteceu no sétimo dia após o desastre. Diversas aeronaves pairaram no ar e lançaram do alto pétalas de flores, enquanto as pessoas se concentravam diante da bandeira do Brasil. Mesmo de longe, bombeiros interromperam seu trabalho e prestaram continência em tributo às centenas de mortos e desaparecidos.

“Por toda essa semana vimemos um clima muito pesado aqui em Brumadinho, mas temos a consciência de que tudo isso faz parte da nossa missão fim, trabalhamos diuturnamente, mesmo com enorme cansaço estamos empenhados na operação de localização das vítimas, porque sabemos que isso, de alguma forma, irá minimizar a dor dos familiares”, relatou o major Patrício, bombeiro maranhense que integra a missão Brumadinho.

Helicópteros – A importância do uso das aeronaves em Brumadinho, MG

EM – Minas Gerais, por Mateus Parreiras

Minas Gerais – Em uma guerra, a cavalaria aérea tem entre suas missões a de suprir a necessidade de deslocamento por terrenos hostis e de difícil acesso. Na batalha pelo resgate de vítimas daquela que caminha para se consolidar como a pior tragédia humana da história da mineração no Brasil, da mesma forma têm sido fundamentais as operações com 17 helicópteros para salvar vidas e recuperar corpos desde o último dia 25, quando ocorreu o rompimento da Barragem 1 da Mina Córrego do Feijão, operada pela mineradora Vale em Brumadinho, na Grande BH.

Sem esses aparelhos, o custo de tempo e esforços para o transporte de socorristas, translado de restos mortais e identificação dos atingidos seria ainda maior, na avaliação de autoridades que atuam no local. Para mostrar as dificuldades e desafios que essas tripulações enfrentam, a equipe de reportagem do Estado de Minas acompanhou toda uma operação de resgate do corpo de uma vítima, embarcada em uma aeronave Pégasus da Polícia Militar de Minas Gerais que atua desde o rompimento da represa de rejeitos.

helicóptero em operação de salvamento em Brumadinho. Foto: PMMG

Para se ter uma ideia das dimensões da operação e da logística que ela envolve, diariamente são realizados cerca de 300 pousos e decolagens das bases na Faculdade Asa, de Brumadinho, e do Centro de Comando da Igrejinha, em Córrego do Feijão, na mesma cidade. Há oportunidades em que seis aeronaves se encontram em rotas para pouso, exigindo do comando aéreo e de pilotos extremo cuidado e perícia para evitar acidentes.

Enquanto bombeiros embarcam nos aparelhos para serem lançados no mar de lama instável em que os helicópteros não podem sequer pousar, sob risco de afundar, outros içam corpos localizados por algumas das diversas equipes de socorristas ou vasculham a lama para identificar possíveis vítimas, humanas ou animais.

A bordo dos helicópteros em missão de resgate, basta que a aeronave se erga para que a mancha vermelha de minério e barro aberta entre matas, fazendas e moradias fique evidente. Circulando em alturas diferentes, tomando trajetos distintos, várias aeronaves de diferentes forças sobrevoam essa ferida aberta no Córrego do Feijão.

Helicóptero da Força Nacional reforça equipes de busca em Brumadinho, MG. Foto: Divulgação.

Ensurdecedor

Dentro da aeronave, a comunicação só é possível por meio de fones de ouvido com microfones acoplados, devido ao ruído intenso dos rotores. As comunicações de rádio das diversas equipes mostram toda a atenção necessária em uma operação desse porte. Enquanto os pilotos informam sobre o seu deslocamento e os operadores alertam sobre outras aeronaves e obstáculos, a central de comunicações e controle determina quais os procedimentos para cada equipe, quem pousa, quem decola. Tudo simultânea e coordenadamente.

Em um pasto próximo à margem do Rio Paraopeba, perto da linha férrea da Vale e de uma estrada rural, uma multidão ao lado de alguns carros observava a operação. Outro helicóptero Pégasus estava no solo, preparando-se para resgatar restos mortais encontrados sete dias após o rompimento da Barragem B1.

As duas aeronaves ganham altura e deslizam pelo ar até o meio do rio, um dos principais afluentes do Rio São Francisco, agora vermelho e assoreado pela lama. Sobre um dos bancos de rejeitos no meio do rio, dois bombeiros afundados até a alinha da cintura marcam o local da localização do corpo.

Equipes do BOA do CBMMG preparando equipamentos e aeronaves. Foto: Roberto Valadares Caiafa

Com dificuldade, os policiais posicionam a aeronave sobre a dupla, tentando deixar a corda e a rede de carga numa posição acessível aos bombeiros. O deslocamento brusco e constante de ar das pás dos rotores arranca até poeira dos barrancos, dificultando a visão dos socorristas em solo e sua missão. Quando os restos mortais são finalmente acomodados na rede e o helicóptero acelera para ganhar altura, os dois socorristas desabam sobre o banco de rejeitos, demonstrando o alívio da tarefa cumprida depois de um esforço extenuante.

Como ocorreu centenas de vezes isso na pequena comunidade de Córrego do Feijão, a aeronave transportando uma vítima içada aparece no horizonte, atraindo a atenção dos moradores, sobretudo daqueles que perderam amigos e familiares na região. O ponto de recolhimento foi batizado de IML, numa alusão à sigla de Instituto Médico-Legal, por ser o local formal onde a Polícia Civil recebe corpos para a identificação e outros procedimentos legais.

A aeronave não chega a tocar o solo. Apenas desarma a rede, depositando o corpo sobre uma parte do pasto. Não pode demorar, porque o deslocamento de ar de outra aeronave se aproximando já é sentido e essa turbulência pode ser perigosa para ambas. Assim que o Pégasus parte, a equipe de legistas, protegidos por um macacão vedado e com máscaras de gás, sai de uma tenda branca para recolher mais uma vítima. Naquele local, mais de 120 atingidos recuperados sem vida foram limpos e submetidos a exames e testes para reconhecimento. Aqueles que ainda não podem ser devolvidos para suas famílias são levados para caminhões frigoríficos.

Helicóptero da PMPR inicia operações em Brumadinho, MG. Foto: PMPR

Exercícios diários de perícia

Vasculhando as margens de um rio de lama com barro na altura dos joelhos, 12 resgatistas das brigadas da Associação Mineira de defesa do Ambiente (Amda) e do povoado de Casa Branca procuram por sinais de vida na região onde ficava a Pousada Nova Estância.

A construção foi arrasada pelo rompimento da Barragem do Córrego do Feijão, em Brumadinho, na Grande BH. Naquele sábado, segundo dia de buscas, um helicóptero surgiu de trás de uma curva e o piloto da aeronave Pégasus, da Polícia Militar de Minas Gerais, ao avistar o trabalho das equipes em solo, manobrou de forma rápida e precisa, deixando o helicóptero de lado.

O tripulante operacional que estava do lado externo, em pé sobre os esquis, gesticulou para que todos abandonassem os trabalhos e fugissem para o alto dos morros. Além de resgatar sobreviventes e corpos, o trabalho das tripulações das aeronaves que trabalham na Operação Brumadinho inclui o apoio direto às equipes de solo.

Helicópteros, a importância do uso das aeronaves em Brumadinho, MG

Antes de embarcar na aeronave, o tripulante operacional precisa fazer sua ancoragem, que consiste em prender um cabo de dentro do aparelho ao cinturão que fica atado às pernas e à cintura do militar. As cordas têm ajustes manuais simples, que permitem que o resgatista fique mais próximo à fuselagem, com a porta aberta, ou até mesmo de pé no esqui de pouso do helicóptero. “Muitas vezes, nas operações de resgate, é preciso orientar o piloto sobre a aproximação de obstáculos como fiações, antenas, torres, árvores, drones que podem estar nas proximidades e outras aeronaves”, disse o sargento Sérgio Natalino.

O militar atua há 13 anos na função e foi responsável por remover da lama e levar para o hospital Alessandra Paulista de Souza, de 42 anos, que depois se reencontrou com a irmã, Talita Cristina de Oliveira Souza, de 15. A filha dela, Laís de Souza, de 14, continua desaparecida. O resgate obrigou o militar a receber a mulher dos braços dos bombeiros enquanto o helicóptero ainda pairava.

Uma das peças mais importantes da aeronave é o rotor de cauda, que consiste em hélices que giram em orientação vertical na cauda do helicóptero, permitindo que a aeronave voe de forma estável. Caso o rotor seja danificado, o helicóptero perde o controle e começa a girar. “Nessa posição, somos os olhos do piloto. Por isso temos de conhecer o limite dos rotores de cauda e do principal, para evitar obstáculos”, conta o militar.

Bombeiros carregam corpo resgatado em Brumadinho. Foto: Divulgação

Não há como conversar dentro da aeronave, devido ao ruído extremamente alto do giro das pás dos rotores. Por isso, as informações e orientações que a tripulação troca precisam ser transmitidas por fones de ouvido com microfones. A outra forma é por gestos. O tripulante responsável por ficar na porta da aeronave sinaliza para indicar direções, esticando os braços, sempre fazendo referências aos ponteiros do relógio. “Quando sinalizo três horas, me refiro a algo que está à direita, seis horas, bem atrás de nós”, explica.

Os militares da tripulação que ficam na porta são também aqueles responsáveis por se comunicar com equipes de socorro em solo e com pessoas em áreas ameaçadas. “Fazemos gestos sobretudo pra alertar sobre perigos, indicando que as pessoas devem se afastar e para qual direção devem ir. Para saber se está tudo bem, uso os gestos com os polegares para o alto. Se é para acabar, sinalizo com uma das mãos sobre a outra.”

As dificuldades dos pilotos também são grandes. “É um processo muito complexo, por envolver diversas aeronaves voando simultaneamente em um mesmo local. Já enfrentamos chuvas fortes aqui, inclusive com granizo. Nesse momento, várias aeronaves faziam o sobrevoo e a nossa visibilidade ficou extremamente reduzida. Tanto o nascer quanto o pôr do sol atrapalham nossa visão. Também encontramos muita fiação nas proximidades da altura em que precisamos voar”, detalhou o major Flávio Barreto, comandante da equipe Pégasus 08.

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Helicóptero da Força Nacional reforça equipes de busca em Brumadinho, MG

O Ministério da Justiça e Segurança Pública enviou 60 militares da Força Nacional de Segurança Pública (FNSP) para reforçar as equipes que estão atuando nas buscas em Brumadinho (MG) após rompimento de barragem na região.

Assim que houve o incidente as equipes foram mobilizadas e colocadas à disposição do governo do estado. Nos últimos dias, o apoio da Força Nacional de Segurança Pública foi reforçado pelo ministro Sergio Moro e aceito pelo governador Romeu Zema.

Os 60 bombeiros da Força saíram de Brasília (DF), por terra, no sábado (02/02) e começaram a atuar em Brumadinho no domingo (03/02). Além disso, o helicóptero Nacional 01 da FNSP reforça as ações.

A equipe do helicóptero Nacional 01 é formada por profissionais de vários Estados. Dois são do Rio Grande do Norte, dois do Distrito Federal, um de Alagoas, um do Rio de Janeiro, um de São Paulo, um do Maranhão e um de Pernambuco: Cap PMRN Romualdo, APC DF Renato, Sub Tenente CBMDF Alex, Sargento PMAL Cristo, Sgt PMRN Mendonça, Sgt PMERJ Claude, Sgt PMESP William, Cabo PMMA Jansen e Soldado PMPE Reis.

Além dos militares da Força Nacional e de Minas, bombeiros de São Paulo, Paraná, Alagoas, Espírito Santo, Maranhão, Rio de Janeiro e Santa Catarina ajudam no trabalho de resgate.

Os trabalhos nesta terça-feira (05) são feitos em 22 pontos diferentes e contam com a ajuda de helicópteros da PM e Bombeiros de Minas, PRF, PM do Paraná, PM de São Paulo e FNSP, além de equipes de militares a pé, de barco, escavadeiras e máquinas anfíbias.

Números da tragédia

  • 134 mortos confirmados – 120 identificados
  • 199 desaparecidos
  • 192 resgatados
  • 394 localizados
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Helicóptero Falcão 04 da Polícia Militar do Paraná inicia operações em Brumadinho, MG

Minas Gerais – A equipe do Batalhão de Polícia Militar de Operações Aéreas (BPMOA) do Paraná enviada para auxiliar nas buscas pelas vítimas do rompimento da barragem do Córrego do Feijão, em Brumadinho, já realizou diversas operações no local da tragédia. Nessa terça-feira (05), após mais de duas horas e meia de buscas, a equipe do helicóptero Falcão 04 e um helicóptero da PM de Minas retiraram corpos ou segmentos de corpos do local.

“Nossa aeronave terá 100 horas de voo para atuar em campo”, comentou o comandante do BPMOA, tenente-coronel Roberto Sampaio. Fazem parte da equipe um piloto comandante, o copiloto, um tripulante e um mecânico para cuidar da manutenção da aeronave.

Os trabalhos nesta terça são feitos em 22 pontos diferentes e contam com a ajuda de 10 helicópteros e equipes de militares a pé, de barco, escavadeiras e máquinas anfíbias. As equipes também são reforçadas por militares da Força Nacional que também estão utilizado um helicóptero nas buscas.

Além da aeronave, o Estado do Paraná enviou a Minas Gerais uma equipe do Grupo de Operações de Socorro Tático (GOST) que já resgatou mais de 10 corpos da lama. Também foi enviado para o local da tragédia duas equipes de terra: duas viaturas Auto Busca e Salvamento (ABS), tipo pick-up, tração 4×4 com três bombeiros cada uma, todos do Grupo de Operações de Socorro Tático (GOST) e especializados em buscas e socorro tático.

DECEA cria bloqueio para operação de drones em Brumadinho, MG

DECEA

Minas Gerais – Contando com a colaboração de fabricantes de drones, o Departamento de Controle do Espaço Aéreo (DECEA) estabeleceu uma área de restrição ao voo de drone, chamada de No Fly Zone (NFZ), nas imediações da área afetada pelo desastre da Vale, em Brumadinho-MG.Pilotos remotos realizaram operações não autorizadas no local, desrespeitando os avisos de proibição de voos não coordenados.

“Vários pilotos se deslocaram para a área de Brumadinho logo no início das atividades. O DECEA, por meio de mídias sociais, solicitou que aqueles que lá estivessem se dirigissem ao Centro de Controle, a fim de serem cadastrados e receberem as orientações necessárias para uma ação coordenada e segura. Todos os voluntários que atenderam ao solicitado, receberam as orientações necessárias e um trabalho coordenado foi realizado, o que facilitou bastante algumas operações”, esclareceu o Coronel Aviador Jorge Humberto Vargas Rainho.

DECEA cria bloqueio para operação de drones em Brumadinho, MG. Foto: Ascom/DECEA

Operações não autorizadas, realizadas por pilotos que não observaram as restrições, as quais foram amplamente divulgadas pelos órgãos de Imprensa, colocaram em risco as aeronaves e o pessoal envolvido na operação. Em sua maioria foram operações realizadas por pilotos que pretendiam comercializar as imagens posteriormente, ocorrendo a prisão de dois autores das contravenções previstas nos Artigos 33 (dirigir aeronave sem estar devidamente licenciado) e 35 (entregar-se na prática da aviação, a acrobacias ou a voos baixos, fora da zona em que a lei o permita), ambos da Lei das Contravenções Penais.

No local também foi instalado um equipamento capaz de detectar drones invasores, o qual consegue localizar os dados da aeronave e a localização dos pilotos, que auxiliou nas prisões. Além disso, as ações administrativas internas, previstas na Lei Nº 7.565 – Código Brasileiro de Aeronáutica (CBA), serão tomadas pelo DECEA, assim que for notificado oficialmente pelas autoridades competentes.

O DECEA também reforça que os drones são considerados pela legislação como aeronaves e devem seguir as normas em vigor que são a ICA 100-40 do DECEA e o RBAC-E 94 da ANAC.

“É muito importante que os usuários entendam que as operações não autorizadas colocam em risco as aeronaves tripuladas envolvidas e a operação, inclusive com a possibilidade de termos novas vítimas, caso sejam acessadas áreas de risco. Por isso, a grande importância de todas as ações serem coordenadas e autorizadas”, complementa o Coronel Vargas.

Piloto de helicóptero da PM de Minas Gerais relata detalhes das operações de busca e salvamento em Brumadinho

Portal Bem Paraná

Minas Gerais – O tenente-coronel da Polícia Militar Messias Alan de Magalhães, mineiro de Muzambinho, fez um relato das operações de salvamento de vítimas após o acidente na barragem de Brumadinho (MG), ocorrido em 25 de janeiro. Alan é piloto de helicóptero da Polícia de Minas Gerais e esteve presente nas operações. Foi ele quem içou um boi atolado na lama, cinco dias após o desastre.

É dele o relato a seguir:

“Nossa Esquadrilha Pégasos, pertencente à Polícia Militar de Minas Gerais, opera 19 aeronaves, sendo 10 helicópteros e 9 aviões. Temos como lema “A Ajuda que vem do Céu”, cumprindo as missões de segurança pública, defesa civil, meio ambiente e apoio a todos os órgãos do estado.

Piloto de helicóptero relata detalhes das operações de salvamento em Brumadinho. Foto: PMMG

O principal papel dos helicópteros na tragédia foi deslocar equipes especializadas para os pontos de resgate de vítimas, pois o único meio de transporte capaz de chegar a esses lugares é o helicóptero, nenhum outro meio seria capaz de realizar tal tarefa e muito menos num curto espaço de tempo.

Estava num dia de trabalho como qualquer um outro. Ministrei aula para curso de pilotos com início às 7h20h do dia 25 de janeiro, que finalizou ao meio dia. Estava no hangar aguardando para cumprir uma outra missão na cidade de Nova Serrana, com decolagem prevista às 16 horas e retorno às 21 horas.

Porém, por volta das 14 horas, fomos acionados para atender a ocorrência de rompimento de barragem na cidade de Brumadinho. Enviamos imediatamente a equipe que estava de serviço para o local e cerca de 20 minutos outra equipe também se deslocou.

Essas duas equipes com mais as do Corpo de Bombeiros e da Polícia Civil realizaram o trabalho mais significativo da tragédia, pois foram elas que conseguiram resgatar dezenas de vítimas com vida, cerca de 192.

Piloto de helicóptero relata detalhes das operações de salvamento em Brumadinho. Foto: PMMG

Por volta das 17 horas, eu me desloquei para a ocorrência no helicóptero PP-MMG (codinome Pégasus 14) equipado para voos noturnos. Mesmo após o pôr do sol, nossa equipe continuou a sobrevoar para identificar possíveis vítimas ainda com vida e que poderiam estar sobre a lama ou perdidas na área de mata.

Uma luz de celular é o suficiente para podermos identificar uma pessoa na mata com uso dos óculos de visão noturna. Infelizmente, não detectamos nenhum sinal de vida. Por volta das 3h30 estávamos no aeroporto da Pampulha, quando recebemos novo chamado para checar as condições da barragem 6 daquele complexo, pois algumas equipes haviam ouvido estrondos.

Retornamos para o local, cerca de 16 minutos de voo do aeroporto da Pampulha. Voamos na barragem 6 e identificamos que havia uma grande mancha no centro da barragem indicando vazamento, motivo pelo qual, no dia seguinte, houve uma alerta para a evacuação de todas áreas críticas na rota do Córrego do Feijão, nome dado à mineradora inclusive.

Todos os dias iniciávamos nossos trabalhos às 5 horas e apenas retornávamos para nossa base por volta das 21 horas. Dias intensos de trabalhos.

Desembarcávamos os bombeiros e militares de Israel nas áreas críticas, muitas vezes mantendo o voo pairado com o esqui tocando a lama para facilitar o desembarque do pessoal com ferramental. Tal tarefa requer muita destreza, pois qualquer movimento incorreto poderá levar o helicóptero a uma situação de rolamento dinâmico (tendência do helicóptero girar em torno do seu eixo longitudinal) e por consequência se acidentar. Numa tragédia como a de Brumadinho, o piloto realiza dezenas de operações como essas por dia.

Piloto de helicóptero relata detalhes das operações de salvamento em Brumadinho. Foto: PMMG

Desde o segundo dia, nenhuma equipe conseguiu identificar alguma vítima com vida, pois numa situação como aquela, manter-se vivo sob aquela lama recheada de minério de ferro seria apenas um milagre, pois o terreno fica demasiadamente frio à noite.

No dia 30, fomos acionados pelo posto de comando para içar um bovino que estava desde o início da tragédia próximo ao ônibus encontrado com dezenas de trabalhadores, todos mortos em decorrência do acidente.

Os veterinários deveriam sedar o animal e o helicóptero empregaria uma rede de resgate na operação. Nossa equipe do Pégasos 08 (PP EJK) ficou responsável em realizar tal missão. Indaguei aos veterinários o peso estimado do animal, o que seria em torno de 350 a 400 kg. Então, configuramos o helicóptero (cálculos de peso e balanceamento) para içar os 400 kg.

No entanto, na primeira tentativa o helicóptero chegou a sua performance máxima, os parâmetros de Delta Ng, temperatura do motor e torque estavam no limite e ainda a carga estava em solo. Provavelmente a carga era superior à estimada pelos veterinários. Então, abortamos o içamento e retornamos para reconfigurar o helicóptero (novo cálculo de peso e balanceamento), momento em que mantive a bordo apenas um tripulante operacional e mandei retirar todos equipamentos que não seriam usados.

Na segunda tentativa, o helicóptero estava configurado para içar até 750 kg, carga máxima permitida para o gancho de carga do helicóptero H125. Retornamos para o local, toda operação de carga externa exige muita concentração e destreza, pois é um trabalho de equipe fenomenal, uma vez que o piloto dificilmente enxerga o que está sendo içado, dependendo das informações precisas do tripulante operacional, o qual orienta o piloto a levar a aeronave até o ponto exato do içamento.

Nessa tentativa, após ser conectado na rede de carga, conseguimos içar o bovino, realizando um voo até o ponto de desembarque ao lado da Igreja do Córrego do Feijão. Nesse local, já estava um grupo de veterinários e um veículo para conduzir o animal para cuidados especiais, haja vista que estava naquela lama por cinco dias.

Trabalhar numa missão como a de Brumadinho é colocar em prática todos os ensinamentos e treinamentos realizados para que todas as operações sejam realizadas dentro de padrões de segurança, pois nossas equipes não podem falhar e ser mais um problema no ambiente de crise. Tudo deve sair perfeitamente como os protocolos de operação.

As equipes aéreas trabalham no limite do erro. Uma operação humanitária que nos engrandece como cidadãos de saber que temos todo esse potencial na defesa da vida.

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O envolvimento psicológico, por mais treinados e experientes que são as equipes, é praticamente impossível não sentir pelas centenas de perdas humanas, ao ver nossos semelhantes serem resgatados nas mais variáveis condições, sendo que muitos eram apenas segmentos de corpos.

A lição que fica dessa tragédia é que o povo brasileiro não aguenta mais tanta morosidade do poder público em fiscalizar e exigir ações concretas que evitem tragédias para a população e meio ambiente. Estamos há pouco mais de 3 anos da tragédia de Mariana e tudo já havia sido esquecido. Essa tragédia não deveria ter acontecido se o poder público tivesse agido como deveria. E ainda existem dezenas de barragens como a de Brumadinho nas mesmas condições. Ações concretas devem ser feitas imediatamente.

Essa é a maior tragédia do Brasil em áreas de mineração. Podemos ultrapassar 350 mortos, já que passamos do limite em localizar sobreviventes.

Meu reconhecimento especial a todas forças públicas que atuam na tragédia. Polícia Militar de Minas Gerais, Bombeiros Militar de Minas Gerais, Polícia Civil de Minas Gerais, Defesa Civil de Minas Gerais, órgãos estaduais, Forças Armadas, as outras forças de outros estados como Rio de Janeiro, São Paulo, Bahia, Polícia Federal, Rodoviária Federal e muitas outras que estão por vir.

Ao Exército de Israel que estabeleceu um perímetro onde foi possível localizar dezenas de corpos e redefinir estratégias no estabelecimento dos pontos prioritários de busca. Estivemos em operação constante com eles, sendo perceptível o carinho e dedicação que realizaram seu trabalho, escavando com todo cuidado os pontos onde haviam corpos, demonstrando todo respeito com nossos brasileiros que se foram.

Piloto de helicóptero relata detalhes das operações de salvamento em Brumadinho. Foto: PMMG

Fica o grande recado a todos os povos. Viver como Jesus Cristo nos ensinou, valorizando o que realmente importa nessa vida: o amor! Para aqueles que estão de alguma forma afastados, restabeleçam seus laços familiares ou de amizade. Nesse mundo, chegamos de mão abanando e de mãos abanando iremos embora. Estamos ao encontro de nosso fim e precisamos valorizar a vida ao máximo, cuidar de nossas almas e dar menos valor aos bens materiais.

Para quem ainda está em campo, muita fé e energia para continuar o árduo trabalho de resgatar os corpos de nossos irmãos trabalhadores. Cada corpo resgatado será um alento para os familiares que poderão sepultar seu ente querido com todas as honras merecidas.

Governo do Paraná envia aeronave e equipe de pilotos e bombeiros para auxiliar nas buscas em Brumadinho, MG

Ascom/PMPR

Paraná – Na manhã de domingo (03), o Governo do Paraná enviou uma equipe aérea para Brumadinho (MG) com o objetivo de auxiliar nas buscas pelas vítimas do rompimento da barragem ocorrida na sexta-feira (25/01).

Cinco integrantes do Batalhão de Polícia Militar de Operações Aéreas (BPMOA) viajaram no domingo (03/02), somando-se à equipe do Corpo de Bombeiros que está naquele estado, incluída na força tarefa de buscas pelas vítimas desde o último domingo (27/01).

O Paraná foi o primeiro estado brasileiro a oferecer tropa e equipamentos para ajudar os bombeiros mineiros com os trabalhos de resgate. Após o envio da equipe precursora do Grupo de Operações de Socorro Tático (GOST) do Corpo de Bombeiros, o trabalho foi intensificado e os profissionais já atuam em conjunto com dezenas de militares de todo o Brasil. Em uma semana a equipe paranaense já resgatou 10 vítimas da lama que cobriu Brumadinho com o desastre da barragem.

Governo do Paraná envia aeronave e equipe de pilotos e bombeiros especializada para auxiliar nas buscas em Brumadinho. Foto: Ascom/PMPR

Segundo o Comandante do Corpo de Bombeiros do Paraná, coronel Samuel Prestes, o contato com o Comando dos Bombeiros de Minas Gerais é diário para verificar as necessidades que precisam ser supridas durante a operação, principalmente efetivo especializado e aeronaves. Os bombeiros militares que seguem para Brumadinho são especializados, possuem cursos na área e atualmente integram o Grupo de Operações de Socorro Tático (GOST).

“A troca das equipes é uma orientação devido ao desgaste físico e emocional dos bombeiros. Nossos três homens já resgataram 10 vítimas e voltam ao Paraná na terça-feira, dia em que outras duas equipes nossas assumem o serviço em Brumadinho. Também houve um pedido para o envio de uma aeronave para fazer a substituição de outras que já estão entrando na fase de manutenção afim de não parar os trabalhos de buscas, por isso estamos enviando desta hoje”, disse.

“Estaremos atuando em apoio aos colegas de Minas Gerais e auxiliaremos em diversas missões. Poderemos fazer transporte de tropa, transporte de equipamentos, bem como as buscas por vítimas. Nossa aeronave terá 100 horas de voo para atuar em campo, e depois passará por manutenção de rotina a fim de manter o helicóptero pronto para operar”, disse o Comandante do Batalhão de Polícia Militar de Operações Aéreas (BPMOA), tenente-coronel Roberto Sampaio.

Governo do Paraná envia aeronave e equipe de pilotos e bombeiros especializada para auxiliar nas buscas em Brumadinho. Foto: Ascom/PMPR

Na aeronave seguem quatro tripulantes que tem a missão de atuarem em apoio aos bombeiros. A tripulação é composta por um piloto comandante, o copiloto, um tripulante e um mecânico (Capitão PM Valim, Tenente BM Maikon, Sargento BM Bedim e Guilherme) para cuidar da manutenção da aeronave. O suporte aéreo com o helicóptero Falcão 04 auxiliará no resgate, translado de equipes direto do campo de operações, e outras atividades.

“É um sentimento de gratidão poder ajudar as demais pessoas que lá estão há dias trabalhando, e poder ser útil. Estamos indo para somar. É um cenário de tristeza que encontraremos, mas saber que seremos útil é muito importante. Ao chegarmos em Belo Horizonte receberemos as instruções da coordenação da operação para saber como atuaremos”, explicou o capitão Marcio Valim de Souza, comandante da aeronave.

A decolagem da equipe foi no Aeroporto do Bacacheri, em Curitiba, e a primeira parada será em Sorocaba(SP) para abastecimento. Depois outra parada em Varginha, já em solo mineiro e, por fim, no Aeroporto da Pampulha, em Belo Horizonte, onde o comando da tripulação receberá as instruções do Corpo de Bombeiros de Minas que determinará as missões das equipes.

Governo do Paraná envia aeronave e equipe de pilotos e bombeiros especializada para auxiliar nas buscas em Brumadinho. Foto: Ascom/PMPR

Por Terra

Na segunda-feira (04/02), o Corpo de Bombeiros Paranaense envia mais duas equipes por terra: duas viaturas Auto Busca e Salvamento (ABS), tipo pick-up, tração 4×4 (ideal para o tipo de terreno que vão enfrentar), com três bombeiros cada uma, todos do Grupo de Operações de Socorro Tático (GOST) e especializados em buscas e socorro tático. Estas equipes substituirão a equipe precursora que já está em Brumadinho e retornará.

Precursora

De maneira proativa, o Governo do Estado enviou na semana passada uma equipe precursora a Brumadinho, responsável pela preparação de atividades que poderiam vir a serem executadas por forças paranaenses caso houvesse convocação da Defesa Civil de Minas Gerais, como ocorreu. A equipe paranaense que está em Minas trabalhará até a segunda-feira (04/02) e retornará após ser substituída pelas outras equipes que estão indo.

A decisão de enviar a equipe precursora foi do secretário da Segurança Pública e Administração Penitenciária do Paraná, Luiz Felipe Carbonell, após conversa com o secretário mineiro de Segurança, general Mario Lucio Alves de Araújo. As providências para envio do grupo foram tomadas pelo comandante do Corpo de Bombeiros do Paraná, coronel Samuel Prestes e pelo Coordenador Estadual da Defesa Civil, coronel Ricardo Silva.

Militares de Israel que atuaram em Brumadinho se despedem de bombeiros e policiais mineiros

G1

Minas Gerais – Os militares israelenses que estavam em Brumadinho ajudando no trabalho de resgate às vítimas do rompimento da barragem da Vale deixaram o Brasil na quinta-feira (31). Em Belo Horizonte, os integrantes da tropa do Exército de Israel receberam uma homenagem do Corpo de Bombeiros de Minas Gerais manhã de quinta, no quartel do 12º Batalhão do Exército Brasileiro.

O grupo vindo de Israel contava com 136 pessoas e chegou ao Brasil na noite de domingo (27), trazendo 16 toneladas de equipamentos. No Aeroporto Internacional de Belo Horizonte, os militares analisaram mapas e fotografias para entender a topografia da área e, no fim da manhã de segunda-feira (28), partiram para o local da tragédia, em Brumadinho.

Na equipe israelense havia médicos, engenheiros, bombeiros especialistas em busca e resgate e integrantes da unidade de missões submarinas da Marinha israelense. Eles trouxeram aparelhos que detectam sinais de celular e que conseguem identificar um corpo humano na lama, por exemplo.

Abaixo, a íntegra do comunicado:

“Em coordenação com as autoridades no Brasil e com o comandante da operação de resgate no Brasil, foi decidido que a missão da delegação israelense chegou ao seu fim com sucesso nesta etapa da operação de resgate. Os comandantes brasileiros elogiaram a delegação israelense pela grande e importante contribuição profissional para a operação de resgate. A delegação israelense transferirá a responsabilidade de maneira ordenada para a equipe de resgate brasileira e retornará a Israel.

A embaixada israelense deseja parabenizar as forças de resgate brasileiras e israelenses por seu trabalho e por traduzir de palavras para ações a profunda amizade entre o povo brasileiro e o israelense.”

A Polícia Militar de Minas Gerais deixou um helicóptero esquilo do Instituto Estadual de Florestas (IEF) à disposição do comando das tropas estrangeiras. O Exército também disponibilizava suas aeronaves para o deslocamento dos militares estrangeiros.

O coronel Golan Vach, chefe da delegação, fez um vídeo elogiado o emprego dos helicópteros nas buscas em Brumadinho.

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NOTAer do Espírito Santo envia helicóptero para auxiliar nas buscas em Brumadinho, MG

Governo do Espírito Santo

Espírito Santo – O Governo do Estado, por meio do Núcleo de Operações e Transporte Aéreo (NOTAer) da Secretaria da Casa Militar, enviou, nas primeiras horas da manhã desta quinta-feira (31), o helicóptero Harpia 02 e uma tripulação a Brumadinho (MG) para auxiliar nas operações de buscas na região atingida pelo rompimento de uma barragem de rejeitos de mineração.

A tripulação, composta por bombeiros e policiais militares do Espírito Santo, já está em solo mineiro recebendo as orientações do comando da operação para iniciar os trabalhos. Fazem parte da equipe os pilotos major Wesley (CBMES) e capitão Marcelo (PMES), os tripulantes operacionais subtenente Erick (PMES) e cabo Paulo Gomes (CBMES) e o mecânico de aeronaves subtenente Dal Bem (PMES).

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O Harpia será usado principalmente para transporte das equipes de buscas aos locais de difícil acesso, além de sobrevoar toda área atingida a fim de encontrar e transportar vítimas e possíveis sobreviventes do desastre.

De acordo com o porta-voz do NOTAer, major Cristian Amorim Moreira, o trabalho pode ser considerado como bastante delicado pelo clima de comoção geral, principalmente, entre a população local. Por conta disso, o oficial reforça a necessidade de uma coordenação muito eficiente para que os resultados possam, pelo menos, amenizar o sofrimento das pessoas afetadas.

“O Notaer, que é uma unidade integrada de aviação do Espírito Santo, mediante a disponibilização por parte do Governo capixaba, encaminhou uma tripulação bastante experiente e espera cooperar ao máximo com as equipes que estão realizando essa honrosa e desgastante missão em Brumadinho”, disse o oficial.

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