A cada 15 dias, cerca de uma tonelada de cocaína ou pasta-base cocaína, transportadas em aeronaves e procedentes da Bolívia descarregam a mercadoria em pistas de pousos clandestinas, em fazendas do Pantanal de Mato Grosso.
A informação é do delegado federal Josean Severo, com base nas denúncias que a instituição vem recebendo sobre a presença recorrente de pequenos aviões, voando em baixa altitude na região.
Em uma ação conjunta com a Polícia Militar, por meio do Batalhão de Operações Especiais (Bope) e Centro Integrado de Operações Aéreas (Ciopaer), foi idealizado um flagrante com três frentes de trabalho para esperar um desses carregamentos chegarem pelo espaço aéreo de Mato Grosso.
“Foi um golpe de sorte. Já tínhamos tentando anteriormente, mas não tivemos êxito. As denúncias são de que as cargas chegam em espaços de 3 a 4 dias, resolvemos arriscar”, explicou o delegado da PF.
Dez homens do Bope, 12 da Polícia Federal e 7 do Ciopaer, em helicóptero e em uma aeronave, participaram da ação, na manhã de quarta-feira (3).
Em uma das pistas, uma aeronave com identificação boliviana desceu na Fazenda São Joaquim, em Poconé (100 km ao Sul de Cuiabá). O avião transportava 413 quilos de cocaína e pasta-base de cocaína.
Uma pessoa em solo levava US$ 770 mil dólares pela mercadoria. Conforme a PF, o dinheiro, provavelmente, seja uma parte do pagamento.
Por uma questão de não estimular a atividade criminosa, a Polícia Federal não quis informar quanto valeria no mercado da bandidagem a quantidade de entorpecente apreendida.
Os agentes públicos interviram na ação. O copiloto, um boliviano, reagiu e foi morto. O piloto da aeronave conseguiu fugir e escapou do cerco policial, se embrenhando pelo pântano.
A pessoa que transportava o dinheiro também morreu. Ambos tinham duas pistolas, uma 9mm e uma .40. Os corpos estão no Instituto Médico Legal (IML) e a identificação não foi repassada para a imprensa.
O funcionário da fazenda, B. G. S, de 34 anos, tinha promessa de receber mil reais para a missão de levar a pessoa com o dinheiro até a aeronave.
“A empresa não tinha conhecimento da ação criminosa. O funcionário estava ali para evitar esse tipo de coisa, era para evitar a depredação da fauna e flora local”, explicou o delegado.
Ele já havia participado de outras ações como essa, mas não quis entrar em mais detalhes. B.G.S está na Penitenciária Central do Estado, no bairro Pascoal Ramos.
A quantidade de pistas de pousos na região do Pantanal não foi ao todo identificada pela Polícia Federal, mas somente na região do Hotel Sesc Pantanal são 7.
A pista de pouso onde ocorreu a apreensão da droga foi a 30 km do hotel, em um local inóspito.
O coordenador do Ciopaer, tenente-coronel Airton Siqueira, disse que a segurança do espaço aéreo da região será reforçada.
Fonte: Mídia News, via SSP/MT