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Santa Catarina – As aeronaves remotamente pilotadas (RPA), popularmente conhecidas como drones, vêm sendo utilizadas para fins militares desde o início do século XX, mas a difusão e acessibilidade ao público civil ampliaram significativamente as possibilidades de aplicações.

No Brasil, a atividade foi introduzida no Corpo de Bombeiros Militar de Santa Catarina (CBMSC) a partir de 1999, quando o então 3º sargento Ben-Hadade Farias, hoje subtenente da reserva remunerada, teve a ideia de utilizar aeromodelos de asa fixa para patrulhar e monitorar, de forma preventiva, a praia da Galheta, em Florianópolis, que nessa época não dispunha do serviço de guarda-vidas.

O protótipo do projeto “Test Fly” era constituído basicamente de: um aeromodelo treinador de dois metros de envergadura, um motor, um transmissor de sinal de TV e uma câmera, o qual foi submetido a testes, porém devido as dificuldades e limitações daquele período, tais como transmissão de imagem com baixa qualidade, falta de telemetria (altitude, distância, velocidade e quantidade de combustível), além dos preços elevados, o projeto foi interrompido.

3º sargento Ben-Hadade Farias. Foto: acervo pessoal.

Evolução cronológica das RPAs no CBMSC

1999 – Projeto “Test Fly” – 3º sargento Ben-Hadade Farias;
2013 – 3º sargento Ewerton adquiriu um Phantom 1 e utilizava o equipamento pessoal dele para fazer imagens para a Seção de Relações Públicas do 6º Batalhão de Bombeiros Militar (BBM), em Chapecó;
2015 – Primeira produção científica do CBMSC na área, com a monografia intitulada “O emprego de VANTs no CBMSC”, do 1º tenente Reis;
2016 – Doação pela Defesa Civil de Santa Catarina de um Phantom 4 ao 1º BBM, em Florianópolis;
2017 – 1º Treinamento para pilotos do CBMSC e para alguns policiais militares do 4º BPM ministrado pelo 1º tenente Reis e pelo 3º sargento Ewerton;
2017 – Primeira missão oficial de um drone do CBMSC, na cidade de Tijucas, em operação de localização de cadáver;
2019 – Primeira missão oficial de um drone do CBMSC fora do estado – Desastre de Brumadinho/MG.

Aplicabilidade

As atividades e as variadas áreas de atuação do CBMSC se apresentam como cenários interessantes para o emprego das RPAs. A capacidade de captação e de transmissão de imagens proporcionam uma consciência situacional e uma possibilidade de planejamento muito mais precisa, diminuindo o risco humano nos locais em que ocorrem os atendimentos. Neste cenário destacam-se algumas possibilidades de emprego das RPAs no CBMSC:

– Combate a incêndio estrutural;
– Combate a incêndio florestal;
– Busca e resgate em estruturas colapsadas;
– Atendimento pré-hospitalar;
– Salvamento Aquático;
– Busca e resgate urbano;
– Busca e resgate terrestre;
– Buscar de cadáveres em rios e mares;
– Perícia de incêndio estrutural e florestal;
– Ocorrência envolvendo produtos perigosos;
– Mapeamento de áreas afetadas por desastres;
– Logística de ajuda humanitária;
– Monitoramento de movimentação de massas;
– Produção de mídias para comunicação social.

Salvamento Aquático

As RPAs podem transportar objetos flutuantes, a exemplo de boias para serem lançadas aos banhistas em risco iminente de afogamento. A boia é acoplada à RPA e, sob um comando específico, pelo controle remoto, o piloto pode soltá-la próximo à vítima, utilizando a imagem produzida pela câmera na RPA para fazer um lançamento preciso.

Além disso, a RPA pode ser utilizada para auxiliar os guarda-vidas na identificação das correntes de retorno, muito mais fáceis de serem detectadas por uma visão aérea, bem como na divulgação de avisos sonoros aos banhistas com orientações sobre dicas de segurança ou até mesmo para chamar a atenção de algum banhista.

Também pode ser usada para encontrar embarcações à deriva, assim como pessoas que se afastam da costa utilizando caiaques, stand-up paddle, pranchas de surf, entre outros. A RPA, ao encontrar a vítima, obtém a coordenada geográfica exata do local, a qual pode ser transmitida à equipe de resgate para que esta possa efetuar o salvamento.

O uso de RPAs são diversas, sendo que, em praticamente todas as atividades desempenhadas pelo Corpo de Bombeiros, as RPAs podem, de alguma forma, auxiliar direta ou indiretamente na execução do atendimento ou no gerenciamento das ocorrências.

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