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Mato Grosso do Sul – Durante o ano de 2023, o Comando do 6º Distrito Naval (Com6ºDN), por meio do 1° Esquadrão de Helicópteros de Emprego Geral do Oeste (EsqdHU-61), realizou 40 Evacuações Aeromédicas (EVAM) na região do Pantanal, onde as condições geográficas e a falta de infraestrutura tornam as operações de resgate e salvamento ainda mais desafiadoras. A capacidade de resposta rápida e eficiente do EsqdHU-61 tem um impacto direto na preservação de vidas na região.

Entre os casos atendidos, destacam-se gestações de alto risco, recém-nascidos, incidentes com animais, acidentes vasculares cerebrais, apendicite aguda, perfuração por arma de fogo, mal súbito, desnutrição, entre outros. As solicitações de resgate em casos de urgência médica são recebidas pelo Corpo de Bombeiros Militar de Mato Grosso do Sul, que, após constatar que a região é de difícil acesso ou inviável via terrestre, aciona o apoio do Com6ºDN.

Menina passa mal e é resgatada por helicóptero da Marinha na região do Paiaguás, MS.

Para o Comandante do 6ºDN, Vice-Almirante Iunis Távora Said, “o emprego de helicópteros em EVAM traz benefícios diretos para a população, haja vista a vastidão e a complexidade do bioma Pantanal, muitas vezes inacessível por meios terrestres ou fluviais”. Para possibilitar esse tipo de apoio, o EsqdHU-61 mantém uma tripulação de serviço para guarnecer a Aeronave de Serviço Distrital, a fim de atender solicitações emergenciais em até duas horas.

O Capitão de Corveta Éverthon de Freitas Alcântara é piloto e participou, somente em 2023, de mais de 30 EVAM. “Como desafios enfrentados, cito a falta de locais de pouso adequados, baixa cobertura de comunicações aeronáuticas e informações meteorológicas limitadas na região pantaneira. A necessidade de pousar em área não preparada, em terreno irregular, com a presença de animais e de obstáculos, adiciona uma camada de dificuldade às missões”, explicou.

O Segundo-Tenente médico Gustavo Teodoro Nicacio de Lima integra a tripulação do Hospital Naval de Ladário e participou, em 2023, de dez EVAM. “Sou da região de Presidente Prudente (SP) e não conhecia o Pantanal. Percebi uma realidade muito distante da minha. Cada voo e cada paciente é uma experiência diferente. Evacuações aeromédicas ocorrem em grandes centros, mas evacuar um paciente em região extrema, sob condições adversas, torna a missão ainda mais gratificante”.

Voluntário para participar dos resgates, o Tenente Nicacio relembra os casos mais marcantes, como o de um bebê de três meses da região do Paiaguás, a cerca de 70 km de Corumbá (MS). “Esse resgate me marcou muito, era uma criança com extremo baixo peso, desnutrição e provável quadro de infecção generalizada. Durante o voo, já solicitei aos pilotos que fizessem contato com o Esquadrão para acionarem uma ambulância avançada, pois a criança precisava de tratamento intensivo e urgente. Me sinto realizado em poder ajudar, dentro da minha profissão, a população ribeirinha. É uma experiência profissional que eu só poderei viver aqui”, relatou.

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