Quarenta homens e 14 viaturas da Polícia Militar do Paraná, com apoio de um helicóptero do Graer (Grupamento Aeropolicial de Resgate Aéreo), participam desde segunda-feira da Operação Ágata 5, que o Ministério da Defesa realiza na região de fronteira do Brasil com a Argentina, Paraguai, Uruguai e Bolívia. O objetivo da operação, que envolve cerca de 10 mil militares e civis, é fiscalizar e reprimir crimes. No primeiro dia, a PM abordou e revistou 2088 pessoas e 763 veículos.
A operação integrada abrange uma área de quase 3,9 mil quilômetros, ao longo de toda a linha de fronteira que se estende desde o Chuí, no extremo sul do País, até o município de Corumbá, no Mato Grosso.
No Paraná, as ações integradas com o Exército, Marinha e Aeronáutica, serão realizadas em 83 municípios da região Oeste do Estado. A operação conta com cinco bases de apoio localizadas no Batalhão de Fronteira de Marechal Cândido Rondon (02), no 14° Batalhão de Foz do Iguaçu, no 19° Batalhão de Santa Helena e no 21° Batalhão de Francisco Beltrão. “Dessas bases partirão as ações de abordagem, identificação e fiscalização de material ilícito”, disse o major Erich Osternack, comandante do 1° Batalhão de Fronteira.
O coronel Celso Luiz Borges Júnior, responsável pelo 5° Comando Regional da Polícia Militar e pelo planejamento da participação do efetivo da PM na operação, afirmou que todos os bloqueios e abordagens terão a presença de policiais militares. “A partir do momento que começamos a trabalhar de forma integrada conseguimos encontrar soluções com maior facilidade, dando a resposta que a comunidade quer de forma mais rápida e eficiente” afirmou.
ESTRUTURA – Somente no Batalhão de Fronteira foram formados dois grupamentos, com quatro viaturas e 16 policiais que atuarão na Operação Ágata. O major Erick destacou que as barreiras e bloqueios que estão sendo realizados têm caráter preventivo, pois a simples presença da força ofensiva na região já coíbe ações ilícitas.
O tenente-coronel Walter Henrique Amaral de Deus, do 33º Batalhão de Infantaria do Exército, situado em Cascavel, afirmou que é de extrema importância a participação dos efetivos locais nas operações. “O Paraná é o Estado onde temos o maior apoio das forças policiais e órgãos de fiscalização. Isso produz efeitos imediatos na redução da sensação de insegurança e no acesso facilitado dos efetivos às comunidades”, afirmou.
A Operação Ágata 5 acontece sob a coordenação do Estado-Maior Conjunto das Forças Armadas (EMCFA), com participação de efetivos da Marinha, Exército e Aeronáutica, oito ministérios, 20 agências reguladoras e entidades federais, estaduais e municipais. As ações fazem parte do Plano Estratégico de Fronteiras (PEF), lançado em junho de 2011 pelo governo federal, e vão abranger toda a fronteira do estado do Paraná e municípios das regiões Oeste, Sudeste e Noroeste.
O objetivo principal da operação deflagrada pelo Ministério da Defesa é intensificar a fiscalização em toda a região de fronteira. Segundo o tenente-coronel Élcio Rodrigues da Silva Júnior, chefe do Estado Maior da 15ª Brigada de Infantaria do Exército, em Cascavel, somente no Paraná serão utilizados os efetivos de nove quartéis com mais de 1,1 mil soldados, cem viaturas e seis embarcações.
Além das ações focadas na apreensão de explosivos, a Operação vai atuar no bloqueio de rodovias, no patrulhamento de rios e riachos e em todo o espaço aéreo da região. A intenção é reduzir a incidência do tráfico de drogas e armas e do contrabando de animais e produtos importados. A previsão é de que as operações sejam realizadas durante um período de sessenta dias.
OPERAÇÃO ÁGATA – A quinta edição da Operação retoma a série de ações de caráter pontual que as Forças Armadas têm empreendido ao longo dos 16.880 quilômetros de fronteira com os 10 países sul-americanos. Iniciado em junho, o planejamento da operação militar exigiu uma série de reuniões para detalhar os locais que contarão com a fiscalização mais efetiva. Por isso o Ministério da Defesa optou pelo patrulhamento na região de fronteira dos estados do Rio Grande do Sul, Santa Catarina, Paraná e Mato Grosso do Sul.
O plano envolve a coordenação das Forças Armadas em dois setores: Comando Militar do Sul (CMS), com sede em Porto Alegre (RS), e Comando Militar do Oeste (CMO), sediado em Campo Grande (MS). Participam também das operações as polícias Federal, Rodoviária Federal, Agência Brasileira de Inteligência (Abin), Secretaria Nacional de Segurança Pública (Senasp), Receita Federal, Instituto Chico Mendes (ICMBio), Agência Nacional de Aviação Civil (Anac), Agência Nacional do Petróleo (ANP), IBAMA e órgãos de fiscalização dos quatro estados onde acontecem as operações.
AÇÕES CÍVICAS – Além do combate aos crimes na área de fronteira, as Forças Armadas, com o apoio de organismos dos governos federal, estaduais e municipais, vão desenvolver ações cívico-sociais. Conhecidas como Aciso, elas abrangem a atuação de médicos e profissionais de saúde dedicados ao atendimento de populações carentes e o fornecimento de medicamentos aos moradores das cidades vizinhas.
A Operação deve ser concluída na segunda quinzena de agosto, com a desmobilização dos setores envolvidos na fiscalização. Em seguida, conforme prevê o Plano Estratégico de Fronteiras (PEF), o Ministério da Justiça entra com a Operação Sentinela, que também tem por finalidade seguir no combate aos crimes nas fronteiras dos países sul-americanos.