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A Gazeta e NOTAER

Espírito Santo – Em se tratando de urgências médicas, o tempo para o paciente chegar ao hospital pode ser determinante para o êxito do tratamento. Neste sentido, o serviço prestado pelo atendimento aeromédico do Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (SAMU) no Estado é extremamente importante.

Entre janeiro e agosto deste ano, 123 pessoas foram socorridas pelo serviço, o que representa uma média de aproximadamente 15 atendimentos por mês. Em todo o ano de 2019 foram realizados 209 atendimentos aeromédicos, como são chamados, em uma média de 17 por mês.

O serviço utiliza o helicóptero do Núcleo de Operações e Transportes Aéreo (NOTAER) e de acordo com a médica e coordenadora geral do SAMU, Julianna Vaillant, atende, principalmente, chamados clínicos. “A grande maioria dos casos são relacionados a, por exemplo, infarto e acidente vascular cerebral (AVC), que representam 77% dos chamados”, afirmou.

De acordo com a especialista, existe um acordo de cooperação técnica entre a Secretaria de Estado da Saúde (SESA) e a Casa Militar para atendimento às missões de saúde. “É disponibilizada então a aeronave de asa rotativa, ou seja, o helicóptero, cujo perfil de atendimento é o mais apropriado. A aeronave não é exclusiva para uso do SAMU, também presta outros atendimentos”, explicou.

Operadores de Suporte Médico

Segundo Vaillant, há uma equipe de profissionais da saúde capacitada para o atendimento via helicóptero. “Hoje nós contamos com uma equipe composta de um médico e um enfermeiro a bordo, além de equipamentos que fazem parte do suporte avançado, que estariam normalmente dentro de uma ambulância, como ventilador mecânico, por exemplo, e outros equipamentos de UTI móvel”, disse.

Protocolo de acionamento

A utilização do serviço é feita por meio de um chamado por telefone à central de emergências 192. A partir do acionamento, é feita a classificação de risco pela equipe responsável, em que é definida a necessidade de uma unidade de suporte básico, composta por um técnico e um condutor socorrista, ou se é preciso apoio de uma unidade de suporte avançada, com médico, enfermeiro, condutor socorrista e até mesmo a necessidade de apoio aéreo.

“Define-se então qual é o melhor recurso para o caso e o aeromédico entra para estreitar o contato do paciente com o sistema de saúde, com atendimento na hora certa. Existem os chamados que são prioritários, como são o infarto, o AVC e o trauma grave, como em casos de acidentes e queimaduras, bem como os casos de municípios mais distantes de um centro cirúrgico. O grande fator que colabora para a decisão de uso da aeronave é chegar no local certo, na hora certa”, explicou Julianna Vaillant.

Segundo a médica, existem procedimentos que precisam começar muito rapidamente para garantir o sucesso do atendimento, como é o caso, por exemplo, do AVC, em que é necessário que o doente não demore mais de 4h para chegar ao centro hospitalar.

“O helicóptero traz o grande benefício de fazer com que as pessoas cheguem precocemente ao hospital. 20% dos infartos e 10% dos AVCs chegaram, neste ano, usando atendimento aeromédico. Foram pacientes que conseguiram chegar rapidamente graças ao helicóptero. Alguns procedimentos podem inclusive iniciar no local onde o paciente está, mas a aeronave é um recurso que beneficia muito. O tempo é o diferencial”, concluiu.

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