Foi por pouco que algo mais grave não aconteceu no último sábado (11/5), quando o voo muito baixo de uma aeronave da Coordenadoria Integrada de Operações Aéreas (Ciopaer/CE) resultou na queda de parte do muro de uma empresa de segurança privada, destelhou uma casa e rachou paredes de moradias vizinhas, no bairro Vila União. Segundo os moradores, o susto foi grande quando ouviram o barulho muito alto do helicóptero do Ciopaer que sobrevoava a região.
“Eles (os policias) estavam até com aqueles binóculos bem grandes, olhando para todo lado”, contou Raimundo Rodrigo da Costa, que teve a casa atingida. Ele disse que o muro da empresa vizinha desabou só com a força do vento das hélices da aeronave. Só depois viram as rachaduras nas paredes e ficaram assustados com a possibilidade de alguém ter se machucado.
Olandi da Silva, 44, disse que estava recolhendo roupas lavadas e que tinha acabado de voltar para casa quando o helicóptero chegou. “Se eu tivesse ficado mais dois minutos lá fora, tinha morrido, porque ia tudo desabar em cima de mim”, contou. Por sorte, ninguém ficou ferido. Na casa que era da sogra de Raimundo, onde todo o teto foi levado pela força do vento, costumam dormir dois rapazes, mas eles não estavam dentro da residência no momento em que o acidente aconteceu.
Na manhã de ontem, pedaços da estrutura tombada se amontoavam às margens do trilho, na Rua Martins Sales, onde ficam as casas e o muro derrubado. Cerca de cinco homens já trabalhavam na reconstrução da estrutura, próximo ao antigo aeroporto da cidade. Segundo um representante da empresa, a Ciopaer/CE já entrou em contato e vai se responsabilizar pelo acontecido. “Nós começamos a consertar o muro e eles disseram que depois vão se acertar com a gente”, afirmou o representante.
Já as casas atingidas, moradias de pessoas simples, ainda não têm garantia de que algum reparo vá ser feito. As paredes rachadas continuam lá e até ameaçam desabar. A casa que teve o teto arrancado “está destruída”. Pelo menos é o que dizem os moradores.
Equipe do Diário do Nordeste tentou entrar em contato com a Secretaria de Segurança Pública e Defesa Social (SSPDS), mas a resposta foi de que somente na segunda-feira o Órgão poderá se pronunciar sobre o caso. No domingo, apenas pilotos e tripulantes estavam na sede da Coordenaria, que também só poderá dar mais informações durante a semana.
Fonte: Diário do Nordeste