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Agência Alagoas

Alagoas – A participação popular no simulado de desocupação do bairro do Pinheiro, em Maceió, realizado na tarde de sábado (16), superou as expectativas dos órgãos envolvidos no exercício. De acordo com um cálculo aproximado feito pela Polícia Militar e pela Defesa Civil Estadual, aproximadamente 10 mil moradores do bairro se deslocaram de suas residências para os pontos de encontro estabelecidos para a população das áreas de risco afetadas pelo fenômeno geológico (rachaduras em ruas e residências) que atinge a região.

O exercício durou cerca de uma hora, período durante o qual as ruas do bairro ficaram interditadas para que as 20 equipes mobilizadas para o simulado percorressem a região conduzindo os moradores para as áreas seguras. Cerca de 600 agentes dos órgãos envolvidos no Plano de Contingência para o Pinheiro atuaram no simulado.

De acordo com o tenente-coronel Moisés Melo, coordenador da Defesa Civil Estadual, o simulado atingiu seu objetivo de retirar o maior número possível de moradores no espaço de tempo previsto.

Participaram ativamente do simulado mais de 100 homens e mulheres da Defesa Civil Estadual, 30 da Defesa Civil Municipal, 100 soldados do Exército Brasileiro, além do Corpo de Bombeiros, Grupamento Aéreo, Polícia Militar, Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu), Secretaria de Estado da Saúde (Sesau), Algás, Casal, Prefeitura de Maceió, SMTT, Marinha do Brasil, Força Aérea, Anatel, Eletrobras, Cruz Vermelha e empresa Vida a Vida.

No ponto de encontro foram simulados a triagem, o atendimento e deslocamento de feridos até o Hospital Geral do Estado (HGE), executado pelo Samu, Corpo de Bombeiros e da empresa Vida a Vida. O Corpo de Bombeiros também realizou dois exercícios de resgate, um deles com uso de três helicópteros.

O comandante do Corpo de Bombeiros, coronel André Madeiro, também avaliou a ação de forma positiva. “Tivemos a oportunidade de simular ocorrências e dar suporte à população, interagindo com outros órgãos como o Samu e Grupamento Aéreo. Foi importante poder atuar nessa integração e verificar as complicações para podermos aperfeiçoar a ação em situações de emergência”, observou.

A preparação e o andamento do simulado de desocupação do Pinheiro foi acompanhado por representantes do Ministério Público Federal (MPF), que participaram da reunião de avaliação após o exercício. Para a procuradora da República Niedja Kaspary, a atenção dada pelos órgãos públicos ajuda a minimizar o sofrimento dos moradores, que ainda aguardam por respostas sobre as causas do fenômeno geológico.

O simulado também foi acompanhado por uma equipe da Defesa Civil do Estado de Pernambuco, que veio a Alagoas conhecer a estratégia utilizada na prevenção de uma ocorrência geológica no Pinheiro.

Após o simulado, foram registrados princípios de tumulto em pontos de encontro como a Casa Vieira e o Cepa, provocados por moradores que esperavam, nesses locais, obter mais informações sobre as causas do fenômeno. As manifestações foram rapidamente solucionadas, com a garantia de que todos os dados serão disponibilizadas a partir da conclusão dos estudos do Serviço Geológico do Brasil, e a afirmação de que os serviços prestados nos pontos de encontro serão aperfeiçoados nos próximos simulados.

O coordenador dos trabalhos do Serviço Geológico do Brasil no bairro do Pinheiro, Thales Sampaio, também ressaltou a importância do treinamento deste sábado. “Esse é um momento que acontece em todos os países desenvolvidos onde existem áreas de risco. Essa cultura de simulado, de aprender como sair sem se afobar, só se aprende fazendo simulado. Maceió está de parabéns. O Serviço Geológico do Brasil estará aqui até definir as causas do que a gente vê na superfície do bairro do Pinheiro”, disse o geólogo.

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