Eduardo Alexandre BENI
Águia 31 – Piloto, Instrutor de Voo
Marcus Vinícius BARACHO de Sousa
Águia 63 – Piloto e Instrutor de Voo
“Pensar o passado para compreender o presente e idealizar o futuro” –
De forma até casual, recentemente conhecemos alguns Oficiais do Corpo de Bombeiros da Polícia Militar de São Paulo, já reformados, mas que continuam sendo grandes entusiastas da Aviação de Segurança Pública e de Defesa Civil, atualmente denominada Aviação Pública.
Aproveitando a sorte de uma conversa produtiva e instrutiva, nos foi revelado que bem antes da criação do Grupamento de Radiopatrulha Aérea (GRPAe), atual Comando de Aviação da PM de São Paulo (CAvPM), uma Comissão criada no Corpo de Bombeiros foi designada para estudar o emprego do helicóptero em suas missões institucionais.
O estudo se deu no início dos anos 80, mais precisamente em 1982, e com viés de apoio às missões de bombeiros, consagrando a certeza da necessidade e interesse da Corporação no emprego de helicópteros em missões especiais, à época.
Segundo os integrantes dessa Comissão que entrevistamos, o trabalho foi finalizado e entregue ao Comando do Corpo de Bombeiros. Não souberam dizer qual foi o desfecho dado ao estudo apresentado, até que veio a criação do GRPAe no ano de 1984. (Saiba mais: Valores do Passado)
Em 1985, por ocasião do Curso de Aperfeiçoamento de Oficiais (CAO-I), o então Capitão Aguilar do Corpo de Bombeiros, que foi um dos integrantes dessa Comissão, realizou o primeiro estudo científico que se teve conhecimento, tratando sobre o tema “Os helicópteros nas operações de bombeiro e policiamento“, ampliando a pesquisa, ainda muito incipiente.
Mesmo não cumprindo certas exigências acadêmicas dos tempos atuais, o conteúdo é valioso e inédito. Foi elaborado em uma época sem internet, sem celulares, sem plataformas digitais de pesquisa ou inteligência artificial. Por terem sido os pioneiros na pesquisa, foram necessárias muitas visitas em bibliotecas; na Base Aérea de Santos (FAB); na recém inaugurada Helibras; na CESP (Centrais Elétricas de São Paulo), que possui helicópteros; e em escolas de formação de pilotos.
Conversando com o Cel Taneo, Cel Aguilar e Cel Mello, percebemos que foram tarefas realizadas com o coração de voluntários, que doaram tempo e conhecimento pelo bem comum. Com certeza foram os pioneiros dessa jornada, abrindo as portas para o que vemos hoje pelos céus de nossos estados.
Também participou dessa comissão o então Ten Cel Caldas, que dentre outros bombeiros, atuou nos incêndios dos edifícios Andraus e Joelma, onde os helicópteros tiveram papel fundamental no salvamento das pessoas.
Encerramos aqui com as palavras do então Capitão Aguilar : “…finalizo este trabalho por considerá-lo apenas o esboço de uma grande obra que a Milícia Bandeirante, em breve, realizará com a colaboração de todos os seus integrantes…”
PRO BRASILIA FIANT EXIMIA