MARCUS V. BARACHO DE SOUSA
Você gostou de padronizar a sua organização? Criou grupos de pesquisa e, em um trabalho intelectual, definiu quais são as principais práticas produtivas que garantem a entrega de um serviço ou produto ao seu cliente? Criou procedimentos operacionais padrão para garantir a melhor forma de fazer? Se começou, Parabéns! Então, está tudo resolvido e não precisa mais se preocupar!
Eu não queria dar essa notícia, mas é agora que vamos ter que nos preparar para manter tudo funcionando, do contrário, todo o seu trabalho corre o risco de ser mero acúmulo de papel e idéias ineptas que não vão garantir a melhora da qualidade dos serviços prestados pela sua organização.
Quando falamos de padronização na Aviação de Segurança Pública, não podemos esquecer que trabalhamos em um setor cercado de tecnologia, de formação complexa dos profissionais, atuando em situações de crise social e com uma legislação ainda em definição. Procedimentos que usamos hoje, podem não ter eficiência no futuro e até tornar o resultado final insatisfatório. Então, o que fazer para evitar procedimentos desatualizados e fazer com que a minha força de trabalho reconheça a importância dos POP e coloque-os em prática?
No momento em que você decidiu padronizar a sua atuação na Aviação de Segurança Pública, iniciou-se uma busca por resultados melhores, quando da aplicação dos serviços prestados, procurando atender as necessidades da sua comunidade, do seu funcionário (policial, bombeiro, agente de segurança pública) e por que não, da sua organização como um todo. Apresento para vocês o método utilizado nas gestões de qualidade para controle, o “Ciclo PDCA”.
Aqui o P (Plan), significa planejar, estabelecer metas para o processo com o qual se pretende trabalhar, definindo-se padrões e reunindo em um trabalho de grupo tudo aquilo que for relevante para a sua equipe aérea conseguir atingir as metas estabelecidas.
O D (Do) significa executar, é nessa fase que educamos e treinamos o nosso profissional para que possa executar os padrões estabelecidos, realizando os métodos e avaliando os resultados.
Chegamos ao C (Chec), onde checamos os resultados alcançados e comparamos com as metas estabelecidas. Assim, podemos ter uma idéia de que estamos no caminho certo.
Na fase A (Action), é o momento da ação, quando não alcançamos as metas que foram definidas no “Plan”, agimos corretivamente, mantendo ou alterando o que foi planejado, aprimoramos as nossas práticas e verificamos se os padrões criados suportam a realidade operacional apresentada, podendo até, alterar padrões ou ajustar os métodos se necessário.
Passada a fase A (Action), voltamos ao P (Plan) e o ciclo inicia-se novamente. Assim mantemos um sistema onde estamos sempre planejando, executando, checando resultados e aperfeiçoando os processos.
Desse sistema de controle dependerá o sucesso do seu trabalho de padronização, garantindo que os padrões estabelecidos estejam adequados à realidade operacional, mantendo o seu efetivo treinado e possibilitando a medição de resultados que vão dar uma indicação de que suas metas estão ou não sendo atingidas.
Boa sorte!
O Autor: MARCUS V. BARACHO DE SOUSA é Capitão da PMESP, atualmente é Comandante da Base de Radiopatrulha Aérea de São José do Rio Preto. Formado pela APMBB em 1996 e bacharel em Direito, participou entre 1999 e 2000 da comissão de criação dos procedimentos operacionais padrão da PMESP. O autor possui Curso de Comandante de Operações e Piloto Policial, 2001; Curso de Gestão pela Qualidade, 2002; Curso Modelo de Gestão da Fundação Nacional da Qualidade, 2010; trabalhou na Seção de Doutrina do GRPAe desde 2002, coordenando treinamento, criação, atualização de POP e PAP; Foi relator dos Relatórios de Gestão do GRPAe para os prêmios Polícia Militar da Qualidade, ciclos 2003, 2005 a 2009, onde o GRPAe conquistou os certificados bronze e prata